Casamento Mafioso escrita por Mah Ray


Capítulo 1
O casamento


Notas iniciais do capítulo

Espero que leiam com carinho ♥



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Meu vestido branco com mangas de renda se arrastam no chão de madeira clara, cada passo um eco pelo enorme corredor cheio de pessoas que nunca vi. Rostos avermelhados pelo choro de felicidade, e porque eu não estou chorando? Claro, porque esse casamento não é meu.

Estou em um vestido branco, seguro um buquê, carrego o sorriso de uma noiva, mas não tenho nem metade da felicidade que os parentes do meu "noivo" têm.

Como me meti no meio de uma igreja tão robusta? Crimes. Sim, sim, eu sou Katerine Jenner, filha da mais rica e poderosa chefe de máfia Margareth Jenner. Afinal, que tipo de filha eu seria se não me casasse com um dos mais importantes chefes da Polícia de Nova York apenas por proteção familiar? Agora todos podem relaxar, estou a salvo, mas com quem?

Ah, ele. Seu sorriso não existe, eu ao menos tento sorrir. Seu terno é magnífico e provavelmente um dos mais caros que já comprou, seu cabelo negro combina com seus olhos da mesma cor. Ele é lindo, mas insuportável, Leonardo Luy. Era com ele que viveria grande parte da minha vida, talvez ter filhos, mas só Deus sabe se um dia farei sexo com o infeliz.

Estou mais perto dele, passo a mão pelo lado do meu vestido com a esperança dele se desmanchar e eu acordar, tudo podia se passar como um sonho e eu na minha linda cama de madeira rústica. Mas não, eu ainda estou no corredor cumprido e cheio de parentes de Leonardo.

Como essas pessoas conseguem acreditar em qualquer história? Um dia ele é um solteiro vivendo a vida como se não houvesse amanhã, e no outro está se casando e fingindo estar apaixonado pela "mulher com cheiro de jasmim". Mas claro, Leonardo inventou uma bela história onde eu saio como a moça apaixonada e ele como o galã que todas querem. Claro, típica história romântica Americana.

Vejo minha mãe na primeira fileira de cadeiras, ela carrega um celular numa mão e um lenço na outra, suas lágrimas são tão falsas como meu sorriso. Aceno para ela e recebo um aceno de retorno. Ao lado dela, meu irmão mais novo, Matt. O causador de toda essa cerimônia.

Se ele ao menos tivesse pensado que a polícia estivesse atrás dele, mas é irresponsável e não leva o trabalho da família a sério nem quando nosso pai morreu por nosso nome. Matt me deu duas opções, casar com Leonardo ou levar toda a família para a prisão.

Claro que eu sou parte da família perfeita, a melhor filha e sócia que a máfia Realize poderia desejar.

— Boa noite a todos, e vamos começar a cerimônia – Eu mal percebi quando o padre começou a falar, e como eu cheguei tão rápido ao altar.

Nossas mãos estavam entrelaçadas, eu sentia o frio de seu sangue, tão frio quanto seu olhar para mim. Ele nunca seria o par perfeito, mas seria o suficiente.

Tudo foi como o combinado, o mais falso possível. Terminamos com aquele breve beijo sem sentimento até que todos se levantaram e bateram palmas, outros assovios e alguns até choravam mais. Eu realmente deveria ser feliz nesse dia especial, mas o que mais quero é entrar no meu escritório e debater assuntos políticos com minha mãe.

A festa ocorreria no jardim da minha nova casa, uma bela casa por sinal. Estou conhecendo cada cômodo junto a qualquer novo convidado, nunca tinha entrado na incrível casa de Leonardo, mas agora eu moraria ali. O jardim tinha lindas rosas e alecrim, eram lindas.

Uma tenda cobre comidas, bebidas e alguns convidados enquanto a banda se posiciona em um pequeno palco colocado ali de improviso. Uma boa música toca enquanto Leonardo solta minha mão e vai até seus colegas de trabalho.

Vejo minha mãe sentada perto da banda, seu cabelo está preso em um coque perfeito e seu terno marrom realça seus olhos caramelos como os meus. Vou até ela em passos rápidos antes de ser parada por algum parente que desconheço.

— Você está linda, minha filha – Minha mãe se levanta levando sua bebida a boca e tocando de leve em meus cabelos castanhos.

— Queria que esse dia fosse mais especial... – Olhei em volta e todos estavam felizes, menos duas pessoas.

— Mas é especial, você está ajudando sua família a continuar no alto patamar, pena que Matt tenha dado mancada, mas estamos aqui e o que posso fazer é apenas agradecer. – Minha mãe é realmente a mulher mais forte e positiva que eu conheço, sempre aguentou o mais terrível homem ao seu lado e assim que ele morreu pôde assumir com rigidez toda a nossa riqueza.

— Preciso sair daqui.

— Dê uma volta pela casa, acredito que seja impressionante. – Sorri para ela da forma mais falsa que consegui e como mãe ela percebeu – Fique feliz, ainda temos muito trabalho amanhã.

Claro que eu não teria lua de mel, afinal, minha lua de mel preferida é planejar roubos, vender drogas e ganhar muito dinheiro, e não estou sendo sarcástica, estou sendo a mais pura realista. Eu prefiro ficar no meu querido escritório do que fingir ser boa moça perto de centenas de pessoas.

Entrei pela enorme porta que separa a casa do jardim e pude ver o hall da minha nova moradia. Era lindo, não podia negar, mas insuficiente. Percebi que meu vestido prendia no sapato e virei para arrumar a barra, era mais um incômodo. Estou reclamando demais, eu sei, mas quem não reclamaria de estar se casando por proteção e não por amor?

O vestido não se solta do sapato até que tropeço em algum degrau e vou ao chão batendo a cabeça na quina da escada. Doeu.

Passo a mão pela testa e sinto o líquido vistoso nos meus dedos, só espero que não tenha sido um corte tão feio. Ainda estou no chão quando vejo um belo par de sapatos pretos a minha frente.

— Precisa de ajuda, noiva?

Olho para cima e me deparo com os mais lindos olhos verdes com o negro de seus cabelos, seu terno era impecável e sua postura igual. As mãos atrás das costas mostravam o mistério que ele mantinha consigo, quem era ele?

Ele me ofereceu a mão para me ajudar e sem hesitar eu a segurei e fiquei de pé, agora com o vestido solto do meu sapato eu podia andar mais facilmente, dei um sorriso breve e segui meu caminho.

Senti meu braço ser segurado e voltei como um elástico.

— Não quer mesmo voltar para a festa com esse sangue escorrendo, não é? – Lembrei que minha testa sangrava quando olhei para minha mão vermelha, realmente se eu voltasse desse jeito eu não teria como fugir de perguntas inconvenientes.

Assenti e a ele e olhei em volta em busca de um banheiro.

— Sei que você não é muda porque ouvi sua voz na cerimônia, mas o banheiro é por aqui. – Apontou para uma porta no fim do hall onde estávamos. Fui em direção a ele e percebi que o tal homem me seguia também, ele me perseguia?

Parei na frente do espelho do banheiro e limpei com um pedaço de papel o sangue que estava se secando, o corte não era preocupante, em poucas horas cicatrizaria, mas não podia levantar suspeitas então o cobri com um pouco da minha franja. Quanta sorte para um dia só.

— Acho que agora ninguém irá perceber. – Disse ele ainda na porta com os braços cruzados olhando fixamente para mim. – Alias, me chamo Gabriel.

— Prazer, Katerine.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? ♥ Cada comentário faz nascer uma flor no jardim do meu coração kkk ♥