A Busca escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 1
A Busca : Pela Verdade.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente para quem não me conhece, eu já tenho algumas fics beward aqui no nyah,e estou animada para postar essa. Para quem me acompanha nas outras fics, sabe que faz um tempinho que eu não as atualizo, e peço desculpas por isso, logo mais direi o porquê dessa minha ausência. Mas, garanto que essa fic não irá atrapalhar o cronograma delas, até porque ela durará no máximo 10 capítulos!
Imaginem a Lawrence como a própria Kristen Stewart, okay? Como assim ela tem a mesma cara da Bella? Vocês entenderão em breve!
Comentem!
Boa Leitura!



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Posso escutar o tic tac irritante do relógio, acoplado na parede do meu escritório, enquanto fecho a pasta do caso que eu acabei de defender no tribunal. Aperto a ponta do meu nariz, estressado, ao notar que meu trabalho de hoje já havia acabado. O que significava que eu teria que voltar para meu apartamento. Aquele vazio e sem vida.

   Encaro a foto que se destaca em cima da minha mesa. E acaricio a imagem de Rosalie. Tão feliz, vestida de noiva. Sinto um aperto em meu peito quando me lembro que nunca mais a veria sorrir daquele jeito para mim. Já faziam 2 anos desde sua morte, mas, ainda sim eu não conseguia supera-la.

    Era duro demais ter que acordar todo os dias, e ao me virar na cama não me deparar com sua face delicada. Eu sentia falta de quando assistíamos filmes abraçados, após um dia exaustivo no escritório. Falta de quando passeávamos pelo Central Park de mãos dadas, ou de quando jantávamos no restaurante preferido dela. Eram coisas simples, mas, que eram essenciais para mim.

    Rosalie era a esposa perfeita. Era minha cúmplice, minha melhor amiga e minha amante. Eu sentia que mesmo se o mundo desabasse, ela daria um jeito de reergue-lo. Não havia nada que ela quisesse, que não conseguisse, com toda sua firmeza mesclada com doçura. Rose encantava a todos com sua capacidade de dar leveza as situações mais tensas.

   Quando ela falava de seu trabalho na floricultura, era impossível não sorrir. Flores eram sua verdadeira paixão. Ela conhecia todos os tipos, e mesmo ela trabalhando em um lugar cheio delas, eu sempre fazia questão de presenteá-la com rosas em homenagem ao seu nome. O irônico, é que depois dela morrer, ela não havia recebido nenhuma flor. Pelo menos não de mim. Eu não havia ido a visitar naquele lugar. Queria lembrar dela viva, não morta. Em uma lápide com sua data de nascimento escrita.

     Sorrio brevemente ao me lembrar de como nos conhecemos; Era o aniversário de uma de suas amigas, e Rose queria dar-lhe algo raro. Então decidiu visitar o antiquário da minha mãe. Eu estava de férias da faculdade, e resolvi passar um tempo em Forks, minha cidade natal. Decidi ajudar minha mãe na loja, e conheci a mulher que viria a ser o amor da minha vida. Quando a vi, eu soube. Soube que seria feliz ao seu lado. Flertamos durante sua compra,e ela me contou que também era de Forks,e que pensava em se aventurar em Nova York. Falei para ela que morava lá, e assim iniciamos nosso primeiro contato. Marquei um encontro com ela naquele mesmo dia, e no seguinte, fomos a um restaurante italiano. No fim do encontro nos beijamos, e assim nosso namoro começou. Rose se mudou realmente para NY e aquilo facilitou tudo. Ela montou sua floricultura. Quando estava prestes a me tornar um advogado, a pedi em casamento e ela aceitou, assim nos casamos e tivemos  um casamento incrível. 6 meses após o casamento, ela descobriu que estava grávida, ficamos imensamente felizes com isso. Só que no seu quarto mês de gestação, Rose fora atropelada por um motorista bêbado. Que matou não só ela, mas, também nosso filho, e consequentemente minha vida.

   Nunca fui de me envolver com muitas mulheres, nem mesmo antes de Rose. Então quando ela morreu, eu desisti de ter uma vida pessoal, e me foquei somente no trabalho. Desde sua morte eu não ia a Forks, porque cada canto daquela cidade era uma lembrança constante de nossos momentos juntos. Eu sei que ela iria querer que eu fosse feliz sem ela, mas, eu não consigo.Rose era minha felicidade.

   Por toda a amargura que acumulei, me afastei da minha família, e do meu melhor amigo Emmett. Eles diziam não aguentar me ver  afundando naquele luto. Eles queriam que eu reagisse. Eu não estava fazendo isso.

   Suspiro, enquanto guardo todos os meus pertences na minha maleta, e me encaminho para a saída da minha sala. No corredor, encontro Jéssica, a recepcionista. A cumprimento com um aceno de cabeça, e quando vejo que a mesma quer falar algo comigo, dou um jeito de entrar rapidamente no elevador. E para minha sorte, logo a cabine metálica se abre. Eu já tinha ideia do que Jéssica me diria; Provavelmente seria um convite para que eu acompanhasse a galera do escritório em uma farra de fim de semana. Eu estava cansado de inventar desculpas, para simplesmente não responde-la com um não direto.

   Quando chego ao estacionamento do prédio.Entro no meu carro,e observo pela janela que o clima denuncia que a noite seria chuvosa.Coloco meu cinto,e começo a dirigir pelas ruas movimentadas de Nova York.Não faço questão de ligar o rádio.Recordo-me que era Rose quem sempre fazia aquilo,ela reclamava de mim por eu gostar do silêncio.Dizia que a vida tinha que ser animada,cheia de sons e emoções.

   Antes de ir para casa,interrompo meu destino e paro numa loja de conveniência.Para comprar mais whisky,já que meu estoque havia acabado.Afinal eu precisava de uma forma de me distrair,nas noites frias em que eu resolvo me esconder do mundo.Afrouxo a gravata da minha camisa,enquanto me posiciono na fila de espera do caixa.Meu celular apita no bolso do paletó,e eu o alcanço.Visualizando uma chamada de minha irmã mais nova,Alice.Ignoro isso,e desligo o aparelho.Ela provavelmente insistiria que eu fosse visita-la em Forks,e eu não estava afim de fazer isso.

      Assim que pago o whisky,volto para o meu carro e dirijo para o meu apartamento.Avisto o prédio familiar,após alguns minutos,e não demora muito para que eu estacione na minha vaga de sempre.Ao adentrar ao edifício encontro o simpático porteiro,Alfred,que me direciona um sorriso simpático.

—Como vai,Edward? —pergunta,ao me entregar minhas correspondências.

—Bem...Na medida do possível. —sou sincero,e ele me olha como se compreendesse em seu intimo,o que eu realmente queria dizer com aquilo.Talvez ele realmente soubesse,havia perdido a esposa há pouco tempo.Mas ao contrário de mim ele não parecia destruído.O que era estranho levando em conta que ele era casado com a mesma há muito mais tempo do que eu era com Rose.Não estou dizendo que ele não amava a esposa,longe disso.Só estou dizendo que ele havia superado.

   Me despedi dele,e peguei o elevador.Apertando o andar de destino no seletor,segundos depois.Não esperei chegar em casa,para abrir a garrafa e me servir do conteúdo.Sinto um ardor em minha garganta,quando o líquido desce por ela,e tomo mais um gole antes do elevador se abrir,no corredor em que meu apartamento se encontra.

    Procuro as chaves no meu bolso,e logo as encontro.Quando entro no que deveria ser —mas não é mais —o meu lar, ligo os interruptores.Mas ainda sim vejo algo sombrio no ambiente.Continuo me servindo com o Whisky,e chuto minha maleta para um canto qualquer da sala.

   Ao me aproximar da janela que dá para a rua do meu prédio,quase cuspo a bebida ao me deparar com uma mulher parada em frente a mesma,do lado do meu sofá.Não é querendo soar deslumbrado ou nada disso.Mas ela não era uma mulher qualquer.A mesma parecia uma modelo de tão linda.Seu cabelo castanho avermelhado caia como uma cascata por suas costas,brilhoso e aparentemente macio,moldado por cachos soltos perfeitos.Sua pele era semelhante a uma porcelana;pálida,e livre de traços marcados.As sobrancelhas bem desenhadas,eram a moldura dos olhos castanhos iluminados,que eram cobertos por cílios iguais ao de uma boneca.O nariz fino e empinado,era caminho até uma boca igualmente fina.Seus lábios eram da cor de morangos de uma boa estação.Mas não pareciam artificiais.Era algo estranhamente natural.Sua estatura e seu corpo se adequavam ao seu rosto.Ela não parecia real.

    Despertei do transe a qual eu me encontrava ao observa-la,e quando dei um passo para trás,vi a mesma me encarar com uma sobrancelha arqueada.

—Como...Como você entrou na minha casa? —fiz a pergunta previsível.Com medo da resposta que receberia.Ela sorriu,de uma forma assustadoramente acolhedora.

—Isso não é importante.O importante não é como,mas sim Por quê? —sua voz aveludada respondeu.Aquela mulher era louca!.

—Eu não estou interessado em saber o que veio fazer aqui,só quero saber o que estava pensando quando invadiu meu apartamento. —adquiri uma postura firme.E ela me olhou indignada.Dane-se se eu estava sendo rude.Ela invadiu minha casa,não estava em posição de se sentir ofendida.

—Quando me disseram que você era um rabugento achei que estivessem exagerando,mas vejo que estavam certos. —ela anunciou,sem especificar quem eram “eles”.

—Não querendo ser rude,mas já sendo:Tem como você me explicar o maldito motivo de ter invadido minha casa? — pedi irritado.Ela deu uma volta pela sala,avaliando cada canto dela,sem muito interesse.Aparentemente ela só era pirada.

—Eu sou um anjo,que veio te ajudar a superar sua dor. —a desconhecida contou,como se fosse a coisa mais incrível do mundo.Aquilo teve o poder de despertar uma fúria em mim.

—É essa desculpa ridícula que dirá aos policiais para justificar-se quando eles chegarem aqui? —questionei,indo em direção ao telefone da mesa de centro.Quando ela tentou me impedir de fazer isso,sua mão atravessou a minha.Atravessou mesmo.Como se ela fosse um fantasma.Arregalei os olhos por isso.

—C-co..mo? —indaguei assustado.

—Eu já disse;eu sou um anjo...Eu morri e para que eu encontre minha paz eu tenho que te ajudar a superar a morte de sua esposa. —a desconhecida voltou a repetir.

—Não é possível. —neguei sem acreditar.

—Claro que é. —ela me contradisse com um ar petulante.Espera ai,anjos podiam ser petulantes?.

—Eu devo ter bebido demais...É oficial,desistirei do whisky. —murmurei assustado,largando a garrafa num canto qualquer.A desconhecida a qual eu não sabia se estava realmente no meu apartamento,ou era só uma ilusão da minha cabeça,revirou os olhos diante da minha fala.

—Apesar de desistir do whisky ser uma ótima ideia...Não foi por causa do excesso do álcool que você me viu. —ela insistiu na história.Das duas uma;ou eu estou ficando louco,ou essa desconhecida é pirada.

—Sendo assim...Já que você é um anjo... —eu iniciei com certo deboche,e em seguida prossegui. —Por que Rose não se tornou meu anjo,por que ela não veio até mim para me ajudar a superar a morte dela? —desafiei ela a responde-la.E a mesma parecia preparada para falar.

—Você sabe que sua esposa era perfeitinha,digamos que após sua morte ela não precisou de missões para alcançar o “paraíso” . —ela disse como se fosse obvio.

—Isso quer dizer que eu sou sua missão para alcançar o “paraíso”...O que você aprontou? —perguntei num tom irônico.

—Oh,então quer dizer que você está começando a acreditar? —a desconhecida indagou com deboche,vendo que eu não me contentaria com aquela resposta,ela me deu a que eu queria. —Digamos que você é a minha última missão. —foi breve e sem muitos detalhes.

—Eu estou ficando louco. —constatei me jogando no sofá,ao notar que eu realmente estava começando a acreditar em tudo aquilo.

   De repente a chuva que eu previ começou a cair.Pela janela vi as grossas gotas colidirem contra o vidro.Não sei porquê,mas naquele momento me lembrei de Rosalie pela milésima vez,e percebi que talvez eu estivesse tentado a acreditar nessa história louca,pois eu precisava de esperança.

—Você pensa que nunca vai passar,não é? Dói respirar,porque parece errado você fazer isso,quando a pessoa que você ama está debaixo da terra.Você fica perdido em momentos passados,e tudo que consegue pensar  é que não existirá um futuro com essa pessoa...Então para que procurar por um diferente?. —suas palavras deram mais veracidade ao que eu custava a acreditar anteriormente.Ela entendia daquela dor. —Vai por mim,se você continuar pensando assim,anos se passarão,as pessoas ao seu redor estarão felizes,e chegará um momento em que você perceberá,que aquela pessoa pela qual você vivia,estará decepcionada com você a ponto de não reconhecer a pessoa que ela amava antes. —eu não sabia se aquilo era a primeira parte da missão estranha dela.Me afetar para que eu visse que estava decepcionando Rose,desde já.Mas se era aquilo,tenho que admitir que ela obteve êxito.

—Isso é verdade,não é? Você,quero dizer. —quis confirmar.Ela sorriu brevemente.Antes de se sentar ao meu lado,numa distância consideravelmente confortável.

—Sim. —assentiu.E me deu um tempo para digerir a informação,antes que eu perguntasse. —O que você fará,exatamente? —indaguei.

—Eu já disse,te ajudarei a superar sua dor. —relembrou suas palavras. —O esquema é o seguinte,te mostrarei algumas coisas,e com elas você irá refletir sobre sua vida. —ela contou animada.

—Tipo, em “Os fantasmas de Scrooge”?  —perguntei juntando as coisas.

—Eu não sei o que é isso,então não posso concordar. —me contou e eu franzi o cenho.Em que século ela viveu,afinal? — As pessoas me verão com você,e essas situações as quais viveremos,não estarão acontecendo realmente,serão somente algo da sua mente,como um sonho,nesse sonho você irá superar tudo.E quando acordar será sua decisão fazer aquilo de verdade,e quando decidir isso eu não estarei mais aqui,pois terei cumprido minha missão. —ela explicou calmamente.

—E se eu não conseguir superar,o que acontece com você? —me vi no dever de perguntar.Ela sorriu novamente.

—Você está se preocupando com alguém morto,no caso eu...Você irá superar,porque merece isso. —a desconhecida garantiu,e logo eu percebi que tinha que parar de referir-me a ela,assim.

—Então...Anjos tem nome? —questionei hesitante.Ela gargalhou levemente.

—O meu é Lawrence. —contou.E eu notei que o nome combinava com ela.Não sei porque,mas esse nome aparentava ser realmente perfeito para ela.

—O meu é Edward,mas isso você já deve saber. —murmurei sem humor.

—Sim. —confirmou com um sorriso,então se levantou bruscamente.Fazendo com que o leve vestido rosa que ela usava,se balançasse.Não entendi o porquê,mas a mesma estendeu sua mão para mim. —Vamos começar? —ofereceu.Como se estivesse me chamando para a festa do século.Franzi as sobrancelhas por seu gesto,mas ainda sim me levantei,e hesitante guiei minha mão em direção a dela,e o impossível aconteceu.Eu senti.Sentia a textura de sua pele,e até a temperatura.Eu sorri por isso.Como há muito tempo não sorria.

—Como eu consigo te sentir agora,se antes nossas peles se atravessaram? —perguntei curioso,e maravilhado.

—Você acredita em mim agora.Por isso me sente. —Lawerence explicou.Levei meus olhos até nossas mãos ainda entrelaçadas,e senti algo estranho.Por isso me afastei numa distância considerável.

—Por onde começaremos? —indaguei,querendo disfarçar meu constrangimento.A qual ela não notou.

—Pelo seu trabalho. —anunciou alegremente.A encarei confuso.

—Mas a essa hora todos já devem ter ido embora.É sexta noite,em Nova York,ninguém trabalha até tarde hoje. — comentei,e ela revirou os olhos sorrindo.

—Confie em mim. —ela pediu,antes de agarrar minha mão novamente,e me puxar para a porta do meu apartamento.Quando Lawrence girou a maçaneta,esperei que fossemos parar no corredor,mas algo incrível aconteceu.

   Sem explicações lógicas,estávamos no segundo andar do prédio que eu trabalhava.Fitei a mulher/anjo ao meu lado e ela sorriu orgulhosa.Depois me olhei de cima a baixo,e percebi que eu trajava uma roupa diferente.Um terno muito bem passado,num tom azul marinho.Daqueles que eu achava confortáveis.

   Observei o ambiente ao meu redor,e prestei atenção na correria das pessoas.Carregando pastas,discutindo em telefonemas,digitando freneticamente.Tomando café próximo a área em que as impressoras profissionais ficavam.Conversas paralelas.Discussões intensas,tudo isso num só momento.Jéssica,a garota que havia me feito um convite hoje mais cedo,mostrava algo em seu tablet para James.Um novo advogado que havia se juntado ao escritório há pouco mais de 8 meses.

—Você sabe por que ele saiu do Canadá? —Lawrence questionou num tom calmo.Eu já estava começando a ignorar sua presença.Por ela estar tão calada,e o ambiente parecer tão real e rotineiro.

—Não...Como você sabe,desde a morte da Rose eu preferi evitar o contato com as pessoas.Nunca tive conversas pessoais com ele,todas as vezes que trocamos palavras,foi por causa do trabalho. —contei como se não fosse nada demais.Lawrence me olhou com repreensão.

—Esse foi seu primeiro erro..Afastar as pessoas...Você não pode superar isso sozinho.Tem que buscar pelos velhos amigos,e quem sabe arranjar novos. —ela disse como um conselho sábio. —Em todo caso,o foco da minha pergunta não foi esse...Ele saiu do Canadá por causa da morte de sua filha Sophie.Ela tinha 6 anos,morreu afogada num lago.Ele e a esposa ficaram devastados com isso,então decidiram se mudar,para recomeçar. —Lawrence me disse e eu fiquei surpreso.Eu não esperava aquilo.Realmente não podemos adivinhar as dores de cada pessoa pela sua expressão,James parecia feliz.

—Por que está me dizendo isso? —indaguei.

—A mulher dele está grávida,por isso ele está sempre sorrindo.Eles receberam uma nova chance de serem felizes,e não se recusaram a aceitar ela.Eles aceitaram a morte de Sophie,e não desistiram de si mesmos para isso.Porque é isso que ocorre.Quando você aceita o inevitável o universo te recompensa.Eles não podem mudar o que aconteceu.E serem felizes não significa que eles esqueceram Sophie,eles lembrarão dela em cada momento de felicidade. —entendi onde ela queria chegar com aquilo.

—Você quer me mostrar que não sou o único que sofre por alguém que já morreu.Mas que ainda sim,eu posso viver sem Rose. —constatei.Lawrence colocou sua mão em meu ombro.

—Na verdade...Vinhemos aqui para ver ela,mas que bom que entendeu isso sem que fosse minha intensão. —Ela disse olhando para algo na minha frente.Quando eu ia perguntar quem era essa “ela” a qual Lawrence se referia.Avistei Jéssica Stanley vir em nossa direção,com seus saltos absurdamente altos.

   Ela avaliou Lawrence da cabeça os pés e em seguida enrugou o nariz.Numa careta sinistra.Como se não aprovasse o fato da morena ao meu lado ser muito mais bonita que ela.

—Edward...Que surpresa te ver acompanhado,quem é ela? —indagou sem muita sutileza.

—Ela pode ter ver mesmo? —sussurrei para Lawerence.

—Sim. —confirmou no mesmo tom.

   Jéssica não gostou nada do nosso momento de sussurros,tanto que pigarreou para que voltássemos a prestar atenção nela.

—Essa é Lawerence...Uma amiga. —apresentei sem saber muito bem como defini-la.Afinal como se define um anjo que está te ajudando? Um anjo petulante...Mas ainda sim um anjo.

—Amiga? Onde a conheceu,pelo que sei de você,não é de sair muito. —Jéssica questionou desconfiada.

—Eu estou ajudando ela num caso.Nos conhecemos quando você foi visitar um amigo seu,no meu prédio,não é? —perguntei para a morena ao meu lado.Esperando que ela pudesse mentir.

—Estamos trocando favores. —ela confirmou a parte verdadeira.A expressão de Jéssica,ganhou compreensão.

—Oh...Então é por isso que sempre negou meu convite de sair com o pessoal,estava comprometido? Isso é surpreendente. —a mesma entendeu tudo errado.

—Não é o que você está pensando... —falei por alto,e ela arqueou uma sobrancelha.Lawrene permanecia calada,parecia que só falava quando era para dizer um daqueles discursos de auto-ajuda.

—Sendo assim...O que acha de aceitar meu convite? —ela perguntou para tirar a prova.Olhei para Lawrence sem saber o que fazer.Ela simplesmente assentiu,como se dissesse que eu deveria aceitar.Me virei para Jéssica,e forcei um sorriso.

—Claro...Posso levar a Lawrence?. —aceitei,me recordando que aquilo era só um sonho.Que mal faria eu concordar com aquilo? Jéssica fingiu-se de animada ao dizer que eu poderia.Quando a mesma saiu de nossas vistas,encarei Lawrence,esperando uma explicação.

—Vem cá...No quê sair com Jéssica irá me ajudar a superar a morte de Rose? Não me diga que ela é minha salvação. —indaguei irônica e a morena gargalhou.

—Não é ela em si.É quem estará no lugar que ela vai te levar.Confie em mim. —ela pediu pela segunda vez. —A nossa busca se iniciou aqui,e essa saída é a segunda etapa. —afirmou.

—Busca? —franzi as sobrancelhas.

—Sim.Nessa primeira etapa,você buscou pela verdade.Finalmente notou o que estava fazendo, não é? Se escondendo por trás do luto,sei que ainda que fosse dentro de você, admitiu isso.Pode não saber lidar com isso.Mas você irá começar a tentar.Porque uma parte de você já concluiu que essa é a melhor opção.Porque você acha que a dor nunca vai passar.Mas vai.Mas primeiro tem que deixar vir tudo.Tem que se deixar afogar,e depois começar a nadar,e cada vez que você recupera o ar,ganha mais força para continuar.— suas palavras me fazem ficar reflexivo mais uma vez. — Ah...eu meio que esqueci de avisar,em meio dessa coisa toda de superação,você irá encontrar o amor da sua vida...Porque digamos que Rose não era essa pessoa... —aquela parte me fez estancar no lugar.É eu acho que Lawrence tinha uma alma humana,pois foi cínica a ponto de só me contar essa parte agora.


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Notas finais do capítulo

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