We could be
We could be anything tonight
Just tell me everything you like
Can't you see?
We could be something if we tried
Just tell me how to make you mine

Nós poderíamos ser
Nós poderíamos ser qualquer coisa esta noite
Apenas me diga tudo o que você gosta
Você não pode ver?
Nós poderíamos ser algo se tentássemos
Apenas me diga como fazer você ser minha

 

Make You Stay — The Girl And The DreamCatcher

De volta ao Salão Comunal, o grupo de amigos esperava pela volta de Destiny.

— Você tem certeza que não sabe onde ela foi parar, Harry? — Liz perguntou para o sobrinho pela milésima vez, já fazia meia hora que a menina havia saído e ela começava a ficar preocupada.

— Tenho, ela provavelmente só perdeu a noção do horário — mentiu Harry, não muito bem.

— Acho melhor irmos dormir, já estava ficando tarde — falou Hermione, tentando livrar o amigo. Ela sabia que ele era um péssimo mentiroso, e que se dependesse dele o segredo de Destiny não duraria muito tempo. E por mais que discordasse da ideia da mais nova se arriscar assim, não era um direito deles contar.

— Por que? Amanhã não teremos aula mesmo — discordou Rony, sem entender o que ela tentava fazer, e a menina o fuzilou com o olhar.

— Amanhã vocês têm treino de quadribol — ela o lembrou. Rony de deu de ombros.

— Como se você se importasse com isso — Rony retrucou.

— Mesmo assim, acho que é melhor irmos deitar, os três, agora. Vamos, Harry? — ela falou, enfatizando o nome do amigo, que olhava para mais uma das discussões bobas deles, levemente perdido no que a amiga planejava.

— Ah, claro — ele concordou sem escolha. Ele já sabia que normalmente não valia a pena discutir com ela. — Boa noite — disse se levantando. Os amigos fizeram o mesmo e logo os três se dirigiam para as escadas.

— Vocês são tão lentos — Hermione reclamou antes de subir para o seu dormitório.

Rony encarou a amiga por um tempo, antes de cochichar para Harry.

— Hermione fica cada vez mais complicada de se entender — ele apontou e Harry concordou. Os dois subiram para o dormitório, antes que a menina resolvesse voltar e checar se eles haviam feito o que ela mandou.

— Certo, eles definitivamente estão nos escondendo algo — Lily falou assim que os barulhos de passos deles sumiram.

— É obvio— Liz concordou com a amiga. — Mas teremos que nos preocupar com isso depois. Não está na hora de vocês irem encontrar o Remus? — disse se virando para James e Sirius, que acenaram com a cabeça.

— E como é que vocês vão chegar lá? — questionou Alice.

— Ah, minha cara Alice, você não espera realmente que revelemos todos os nossos segredos tão facilmente, não é? — Sirius falou com um sorriso brincalhão no rosto, levantando-se e sendo imitado por James.

— Não nos esperem, crianças, e boa noite — ele falou ficando de pé.

— Tomem cuidado — pediu Liz, abraçando os dois.

— Como se eu soubesse o que é isso — respondeu Sirius marotamente, Liz revirou os olhos.

— Se algo de ruim acontecer com vocês, saibam que eu farei mil vezes pior — ameaçou a menina.

— E com essa doce despedida, nós retiramos — James exclamou, se encaminhando para a saída.

— James — chamou Lily, antes que ele saísse.

— Sim, Lily querida? — ele perguntou, virando-se para olhar a menina.

— Cuidado — ela falou, o fazendo sorrir.

— Bom saber que se importa comigo — reclamou Sirius, mas sorria, devido a interação dos dois.

— Você também Sirius. Cuidado os dois. Faço da Liz as minhas palavras.

E com um último olhar, os dois saíram da sala, sobre protesto das Mulher Gorda, os advertindo que já estava fora do horário de dormir, que foi prontamente ignorada, como sempre.

— Com tantas mulheres no mundo, como fomos ficar logo com essas duas? — Sirius perguntou, assim que eles viraram num dos corredores para colocar a capa.

— Meu caro Almofadinhas, eu não faço a menor ideia. Vamos só rezar para que elas nos deixem viver — respondeu James. Os dois recomeçaram a andar. Na entrada do Salgueiro Lutador, Sirius parou a árvore, usando o mesmo truque que a filha, enquanto James guardava a capa num dos bolsos.

— Tão estranho fazer isso sem o Peter... — Sirius deixou sair sem querer.

— Eu ainda não entendo como isso foi acontecer — James falou abatido, pensando no garoto que antes considerava um amigo.

— Acho que apenas não vimos os sinais... ou talvez algo depois da escola o tenha mudado... — sugeriu Sirius.

James não se deixou ficar pensativo. — Seja o que for, não vamos descobrir agora. Vamos — falou batendo de leve no ombro do amigo, para fazê-lo andar.

Sirius foi o primeiro a entrar. No meio do caminho ele se transformou. Quando chegaram ao final do caminho Sirius foi o primeiro a sair, enquanto James se transformava, já que devido ao tamanho do lugar, era impraticável para ele fazer dentro do túnel.

Na Casa dos Gritos os dois, agora em forma de animais, se surpreenderam. Não apenas haviam dois lobisomens, mas como um outro animal.

*

No Salão Comunal, os cinco que não iriam participar na lua cheia, ainda continuavam lá, tentando conversar amenidades, até que Dulce falou o que passava na cabeça de todos.

— O que será que está acontecendo lá?

— Eles provavelmente devem estar saindo da Casa dos Gritos, para dar um passeio pela Floresta Proibida — Liz comentou dando de ombros.

— O que?! — exclamou Lily assustada. E Liz notou a burrada que tinha feito.

— Ops — falou tampado a boca dramaticamente.

— Eles saem da Casa dos Gritos? — perguntou Alice, um pouco assustada.

— Ah, talvez, as vezes... pode ser — tentou enrolar a menina.

— Elizabeth Euphemia Potter... me fale a verdade agora — mandou Lily. Liz olhou nervosa para a amiga.

— Eu sempre me perguntei porque tiveram que colocar o nome da minha mãe como meu segundo nome, quero dizer, nada contra o nome da minha mãe, mas ele é estranho... por que eu não posso ter um nome do meio normal, tipo Mary? Às vezes eu acho que nomes do meio são formas de castigar os filhos, veja o James, ficou com o Fleamont do nosso pai, e por mais que eu o ame, é um nome bem bizarro e...

— Sem enrolação, Euphemia. Eu vejo o que você está querendo fazer! — Lily falou e Liz a olhou como se não estivesse entendendo.

— Qual era a questão mesmo? Ah, se já devemos ir dormir? Sim, sim. Está tarde mesmo — ela comentou levantando-se, mas Alice segurou o seu pulso, a impedindo.

— Fala logo a verdade, Liz. Eles saem ou não da casa dos gritos?

— Ah, sim?

— Isso é uma pergunta ou uma afirmação? — questionou Frank.

— Isso é um “vamos dormir? Já esta tarde” — tentou desconversar Liz.

— Não pense que eu não sei o que você está tentando fazer, Elizabeth — Lily falou, a olhando feito um gavião, captando os sinais de nervosismo da garota.

— Você realmente me assusta quando fica com esse olhar! — reclamou Liz, já levemente acostumada com o olhar “investigador” da amiga” — E vocês sabem que não posso ficar falando sobre as coisas dos marotos... merda — Liz resmungou quando viu que havia deixado escapar outro detalhe. Anos conseguindo manter os segredos dos amigos, para numa noite se transformar numa torneira com vazamento. Ela realmente deveria ir dormir.

— O que diabos é os marotos? — perguntou Dulce, curiosa, já que era a segunda vez que escutava falarem disso.

— Eu acho que é como os três, ou melhor os quatro, com o Peter, se chamam — respondeu Frank. — Eles as vezes se chamavam assim no dormitório, quando pensavam que eu não estava prestando atenção — ele explicou dando de ombros.

— Nossa... que infantil — Lily disse franzindo as sobrancelhas. — Que grupo de amigos se nomeia? Principalmente com um nome como “marotos”

— Eles eram crianças quando sugiram com esse nome. E era uma das coisas que os professores costumavam resmungar sobre eles “que bando de meninos marotos” e coisas do tipo — tentou defender Liz, e na ultima parte, ela tentou fazer uma voz mais grossa, tentando imitar um professor aleatório. — Mas é meio besta realmente — ela não pode deixar de concordar com a amiga.  — A ideia de nomeá-los foi do James, é claro. Que não bate bem da cabeça. Sirius apoiou... como se ele fosse capaz de fazer outra coisa. E Peter que sugeriu esse nome.

— E o Remus? — questionou Dulce.

— Remus não viu solução a não ser aceitar...

— E eu ainda não acredito que eles andam a solta pela propriedade da escola e você sabia disso o tempo todo! — Lily acusou a amiga. — Você tem ideia de quanto isso é perigoso?

Liz revirou os olhos. — Está tudo bem, Lily. James e Sirius na forma animaga são mais que capazes de controlar o Remus. E não é como se eles ficassem andando pelos corredores do castelo! Teoricamente por onde eles andam não deve ter ninguém, então não é nenhum risco...

— Mas...

Antes que Lily pudesse continuar, Dulce a cortou. — Não adiantar discutir isso com a Liz, Lily. Não há nada que ela possa fazer para impedir isso, pelo menos não agora.

— A Dul está certa. Não é como se eles fossem a escutar de qualquer jeito. — apoiou Alice.

— Vocês são um caso perdido! — exclamou Lily.

— Olha quem fala, você é nossa amiga! Quem é pior, os casos perdidos ou a pessoa que de livre e espontânea vontade cria laços afetivos com esses ditos casos perdidos?! — rebateu Elizabeth.

— Você sabe de uma coisa, Liz, eu realmente tenho que me esforçar muito para controlar a vontade que as vezes me dá de lhe jogar da janela... — Lily falou, ameaçando levemente.

Liz só revirou os olhos e deu língua para a amiga.

— Vamos dormir, antes que eu realize meu desejo de te jogar da janela, criança — Lily falou levantando-se.  

— Só porque você está pedindo com muito carinho — Liz disse imitando a amiga. E Dulce e Alice seguiram o exemplo delas e se levantaram, somente Frank ficou no lugar.

— Não vai deitar agora não, Frank? — questionou Alice olhando para o melhor amigo, que futuramente se tornaria seu marido. Em meio a tantas confusões, ela ainda não havia tido tempo de pensar sobre os seus sentimentos por ele.

— Agora não. Estou sem sono e o dormitório fica muito silencioso sem os meninos. Eu sei que já deveria ter me acostumado, com todas as noites que eles estão fora, mas... — ele respondeu dando de ombros. A verdade era que isso era apenas uma desculpa, porque ele não estava com vontade de ir deitar e preferia ficar mais algum tempo em companhia de uma certa menina.

Liz, Dulce e Lily trocaram um rápido olhar. — Você deveria ficar fazendo companhia para o Frank um pouco, Ali — Liz sugeriu. Alice a olhou chocada. Em outros tempos não seria uma ideia tão surpreendente, afinal, eles eram amigos, melhores amigos. Mas agora os tempos eram outros — literalmente —, e ela não sabia como agir estando sozinha ao lado dele.

— Realmente, fique um pouco mais, Ali.

— Coloquem o papo em dia — terminou Lily. As três se entreolharam sufocando o riso. Estava mais que na hora desses dois se entenderem.

— Ah, ok. — ela disse voltando a se sentar, sem mais opção. Honestamente, ela realmente queria ficar um pouco com o amigo. Por isso não foi necessário que insistem.

— Boa noite — Lily e Dulce se despediram e começaram a subir para o dormitório.

— Não façam nada do que eu não faria — Liz falou as seguindo.

— Não há nada que você não faria, Elizabeth! — rebateu Alice.

Liz virou-se para a amiga com um enorme sorriso malicioso: — Exatamente. Cuidado crianças, usem proteção — falou voltando a andar, e alcançando as outras duas.

Alice ainda conseguiu escutar Liz sussurrando para Dulce antes de sair: — Agora só falta meu irmão e a Lily.

Os dois ficaram num silêncio incomodo por algum tempo, o que nunca antes havia acontecido.

— Então... — começou Frank, encarando os lábios da melhor amiga .

— Então.... — repetiu Alice, encarando os lábios do melhor amigo.

Frank suspirou fundo antes de começar a falar. — Eu sou o tipo de cara que enrola antes de falar o que realmente quer. Eu poderia fazer isso agora. Por Merlin, eu estou fazendo isso agora. Mas tudo isso é para dizer que eu realmente gosto de você, Alice. Não é somente porque viemos parar no futuro e descobrimos que vamos acabar junto. Eu já gostava de você antes. E provavelmente continuaria gostando mesmo sem virmos para cá... Céus, temos uma prova de que continuei, já que nos casamos... mas o que eu estou tentando dizer com essa enrolação toda é que eu realmente, realmente gosto de você Alie, mas do que como amiga, mas até do que como melhor amiga.

— M-mas e a Marlene? — ela perguntou, relembrando da ex-namorada dele, pessoa que ela acreditava até poucos dias atrás que ele amava.

O menino balançou a cabeça. — Só comecei a namora-la para te esquecer. E terminei porque não consegui. Marlene era ótima, mas não era você.

Alice balançou a cabeça, tentando juntar todos os fatos.

— Quer dizer que você já gostava de mim quando começou a namorar com ela?

— Sim...

— E por que você não me falou isso antes? Digo, antes de começar a namora-la? — ela questionou levantando-se num pulo.

— Porque eu estava com medo de perder a nossa amizade, de você não sentir o mesmo e acabarmos nos afastando — Frank respondeu ficando de pé. Alice a olhou abismada.

— Você tem ideia do quanto eu sofri esses últimos tempos, assistindo você com a sua namorada?! E tendo que continuar sua amiga...

— Me desculpe... — começou Frank.

— Enquanto esse tempo todo você poderia ter dito algo, que teria nos poupado da dor!

— Eu já falei que estava com medo! E por que eu sou o único que tem que falar? Você poderia ter falado algo também — ele acusou.

— Eu ia falar, as meninas haviam me convencido a falar, quando você apareceu com ela... eu realmente pensei que você gostasse dela, por isso me calei — Alice explicou. A expressão de Frank foi um misto de surpresa com tristeza.

— Oh — foi tudo que ele conseguiu dizer.

— E-eu preciso de um tempo — Alice disse virando-se para a escada, mas Frank foi mais rápido e a segurou pelo pulso, a virando gentilmente.

— Chega de tempo para nós dois — e a beijou.