Anatomia de um amor imortal escrita por Eduardo Marais
Na noite seguinte, Regina chega à cozinha e encontra Vladimir sentado à mesa com seu pequeno filho. Ela sorri ao deparar-se com aquela visão. Como eram lindos! O que ela faria sem aquele homem e aquela criança?
— Killian virá jantar conosco. Ele resolveu um problema e virá nos mostrar a solução.
— Do que você está falando, moço?
Vladimir sorri e ergue o dedo indicador em riste.
— Você saberá e terá de assumir que a sua lunática velhinha, é alguém que merece atenção e vigilância!
Momentos depois, os adultos estão reunidos em torno de um notebook, observando as imagens recolhidas das câmeras de segurança da rua onde moravam Regina e sua família. Eram imagens feitas no horário em que a visitante estava no jardim.
— Ela está entrando nesta casa. - Killian aponta para a tela. – E ela não entra pela porta. Usa a entrada do porão. E é hábil demais para ser uma anciã, por isso, temos de investigar porque a teoria de Vlad pode estar certa. Alguém jovem mascarado, observando o cotidiano da casa da Capitã da polícia local. O que querem?
— Vocês estão exagerando.
— Não estamos não, cunhadinha. Olhe a imagem colhida na madrugada de ontem: ela caminha em determinada velocidade e depois vira um vulto. – Killian aponta para um canto na tela. – Veja o homem com o cachorro, aqui. Eles continuam na mesma velocidade.
Estreitando os olhos na imagem, Regina é obrigada a assumir que havia algo de incomum na visita da velha com camisola branca.
— Ela anda e depois se transforma num borrão em direção àquela casa que está com placa de venda. Mas o homem e o cachorrinho continuam na mesma velocidade. – Killian sorri. – Ou o técnico que filma essas imagens é um gênio ou estamos lidando com algo sobrenatural. Mas posso arriscar o palpite de um grupo de bandidos estudando os hábitos de dois policiais...para quê?
— Pode ser apenas um borrão acidental, meninos.
— Três equipes analisaram essa imagem. Todos estão equivocados? Ou há alguma conexão com dessa e a pessoa que cuida do circuito de segurança?
— Gigia afirmou que a mulher estava nos vendo na escuridão.
— Sei que estava, Vlad. Ela sorriu para mim. Senti isso!
— Ela poderia apenas ter sorrido e olhado na direção da janela do quarto. Afinal, onde estaríamos às três da madrugada, senão no quarto?
— Vlad, ela veio por três vezes ao nosso jardim. Da primeira vez, eu a vi pela janela do banheiro. Da segunda vez, eu a vi pela janela da cozinha quando desci para beber água. Das últimas vezes, eu a vi pela janela do quarto. A mulher sempre sorri na nossa direção!
Os homens se entreolham.
— Eu vou relatar isso ao Kane e vamos pedir um mandato para visitar a casa pela manhã. Caso ela esteja escondida lá, com mais alguém, nós a encontraremos. – Killian sorri. – Ela está vigiando a sua casa por algum motivo e temos de descobrir qual é. Pode não ser tão inofensiva, a ainda afirmo que há algo de fora do comum nela.
O coração de Regina grita dentro do peito. A mera ideia de que alguém estivesse colocando em risco a vida de sua família, provocava arrepio e pavor. Não permitiria que nada e nem alguém ferisse seus homens.
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