Orgulho e Preconceito - A Continuação escrita por Clarinesinha


Capítulo 8
7 - Bonus




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A razão de tanta cautela por parte de Mark era simples, mas doloroso. Anos antes da sua partida para a Escócia, apaixonar-se por uma rapariga Londrina, que tinha vindo passar algumas semanas a Hertfordshire com os avós.

Miss Luciana David, ou a pequena Lucy como Mark a chamava. Miss David era de uma família de boas famílias e com certeza Mr. Mark Phillips não era um bom partido, apesar do pai ser um comerciante com alguma fortuna, e um homem trabalhador a mãe gastava mais do que podia.

"Vou-me encontrar com a Lucy hoje. Sei que ela é a tal, e apesar de saber que ela é de uma classe social um pouco mais elevada que a minha, ela nunca se importou com isso. Sei que alguma diplomacia vou conseguir convencer o velho Simmons, avô materno de Lucy.

— Lucy...meu amor...

— Mark...eu sinto muito...- abraça-se de súbito a mim, soluçando...sei que aquelas ultimas três palavras, não são um bom pronuncio...e o meu coração aperta...

— O que se passa? O teu avô? ele descobriu tudo, foi isso?- olho para ela que continua abraçada a mim...- Já te disse que damos um jeito...

Lucy continua agarrada a mim, a soluçar...e a murmurar "Eu sinto muito..."

O namoro entre os dois foi descoberto, e nunca foi bem visto. Os pais de Miss Davis assim que o descobriram, logo encontraram forma de lhe arranjar um bom pretende, e a afastaram de Meryton para acabar com aquele romance. Contudo, Mark não desistiu do seu amor e partiu quase de seguida para Londres à busca de informações sobre a sua amada.

Depois de meses de buscas, de informações erradas, de silêncios irritantes conseguiu saber que Lucy estava em Bath com uma preceptora e rumou até lá. Porém, quando finalmente conseguiu estar com a sua pequena Lucy, o seu amor, esta afirmou-lhe que os pais a fizeram assumir um compromisso com um primo. Mark em vão tentou persuadi-la em fugirem ou em tentarem uma conversa com os pais desta. Mas nada a fez mudar de opinião...ela estava decidida a acatar a vontade dos pais pelo bem da família.

Mr. Phillips nunca conseguiu superar a dor de ser abandonado porque simplesmente não tinha o mesmo estatuto social que a sua amada. Passou alguns meses junto de Mr. e Mrs Gradiner em Grace Church Street. De lá decidiu ir para a Escócia onde iniciou o seu curso de Economia.

Como era bastante perspicaz logo conseguiu acabar o curso com grande sucesso e foi admitido para trabalhar num grande Banco do país. É com isso aumentou a sua fortuna. Mas a economia nunca fora o sonho dele. Assim enquanto trabalhava no Banco estudava Advocacia e apesar de muitas vezes estar cansado e sem forças, era um dos melhores alunos do seu ano.

Tanto Jane como Lizzy sabiam de toda a história de desamor do primo. Todavia, para todos os familiares e amigos Mark fora para Escócia estudar. Passaram anos e Mark nunca recuperara do profundo desgosto de ter perdido o amor da sua vida.

Mr. Darcy aproveitando que todos estavam a roda de Mr. Phillips, aproveitou para falar com o seu primo. Já notara por parte deste um certo interesse em Miss Gardiner. E se por um lado nada tinha contra esta, não desejava vê-la magoada. Ele tinha a certeza que Lizzy sofreria pela prima, e tudo o que ele não queria era que a esposa ficasse triste e desapontada com o primo.

Assim estando o baile bem próximo, e sabendo que talvez fosse o momento propício para o primo dar algum tipo de passo, decidiu falar com ele perguntado-lhe directamente quais as suas reais intenções para com Miss Gardiner.

— Porquê tanta preocupação? Estás com medo com os meus sentimentos...já sou bastante crescido para isso...

— Não é por ti que tenho...receio. É mesmo por Alice, é um facto que é linda, culta. Mas ainda assim é uma criança. É depois Lizzy tem uma grande afeição por ela.

— Nunca faria Miss Gardiner sofrer, muito menos a Mrs Darcy que sei que tem grande estima pela prima. Descansa que nada farei para te envergonhar.

— Não falei por mim, e sim por Alice e por Lizzy. Mas, afina o que sentes por ela? Queres algo sério...

— Apenas aprecio a sua companhia. Não posso negar alguma atracção pela sua forma tão adulta de ser apesar de ser ainda nova, mas se quiseres para ficares mais despreocupado posso afastar-me um pouco.

— Não foi isso que eu disse, apenas não quero ninguém a sair magoado desta história...

O serão foi passando agradavelmente, Mr. Phillips foi convidado para o baile do dia seguinte e o seu amigo Mr. Bell foi também convidado. Aliás Mr. Bell era um antigo conhecido de Mr. Bingley. Este era filho de um grande amigo  do pai dos Bingley, contudo quando novo toda a sua família se mudou para a Escócia, continuaram a corresponder-se mas nunca mais se reencontraram. Assim Mr. Bingley adorou saber que iria voltar a ver o seu amigo de infância.

Miss Bingley não gostou muito da ideia, embora fosse filho de um amigo de seu pai não esperava que este fosse um bom conhecimento, afinal morava na Escócia e estudava advocacia. Miss Bingley sempre foi bastante mimada em pequena pelo pai, já que a mãe morrera ainda esta era criança. Assim foi criada com poucas regras e tornou-se em alguém muito impertinente alguém que era superior a todos e alguém que se achava sempre o centro de tudo.

Quando o velho Bingley se apercebeu dessa sua altivez, já nada podia fazer para corrigir. Caroline já não respeitava nada nem ninguém, nem o próprio pai. Aliás Miss Bingley considerava o seu pai um fraco e sem grandes possibilidades de evoluir na sociedade, por essa razão e vendo no irmão a única hipótese de ascender socialmente colou-se a ela como lapa. E de facto conseguiu, uma vez que conheceu Mr. Darcy, só não contava com o aparecimento de uma certa Miss Elizabeth Bennett. E assim perdeu a sua grande chance de ser alguém influente.


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