Orgulho e Preconceito - A Continuação escrita por Clarinesinha


Capítulo 6
5 - A Chegada do Coronel




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Em Longbourn tudo parecia andar à volta do baile: vestidos, rendas, como levar o cabelo. Kitty e Alice embora cada uma delas à sua maneira estavam as duas entusiasmadas. Mrs. Wickham, que adorava uma boa oportunidade de dançar ficou encantada com essa possibilidade, ao contrário de Mr. Wickham, que não ficou muito satisfeito com a ideia de reencontrar de novo Mr. Darcy. Tentou em vão fazer com que Lydia desistisse de ir, mas esta nem colocava a hipótese.

Mr. Wickham ainda lhe disse que seria imprudente deixar Júlia sozinha, que ela era ainda muito pequena para ficar sem a mãe, mas Mrs. Wickham mostrou-se irredutível, e ainda disse que se Mrs. Collins iria deixando a sua pequena filha com as empregadas de Lucas Lodge, Júlia podia muito bem ficar uma noite com Hill.

Mr. Wickham nada mais podia fazer senão preparar-se nestas duas semanas que ainda faltavam para o baile e mentalizar-se que teria que ir ao baile e que se reencontraria de novo com Mr. Darcy.

Em Netherfield a semana foi também bastante agitada, Mr. Bingley e a irmã que muito voluntariamente se prontificou a ajudar o irmão, para que Jane não se cansasse, andaram numa correria para preparar tudo para o Baile Jane não se tinha incomodado com a ajuda da cunhada, e até lhe agradecia no fundo, pois dessa forma tinha mais tempo para ficar junto de Lizzy.

Nessa manha Jane e Lizzy decidiram ir dar um passeio por Netherfiel, com elas forma Alice e William que continuavam com elas. Mesmo que Mrs. Gardinner nos últimos dias tenha ordenado que eles viessem para junto dela. Mas tanto Jane como Lizzy adoravam ter os primos com elas, e assim conseguiram convencer a tia a deixá-los pelo menos até ao baile.

— Que achaste de Lydia? Achas que ela é feliz?

— Sinceramente Jane, não sei como alguém pode ser feliz com aquele homem. Mas conhecendo um pouco de nossa irmã...acho que ela é feliz com a ideia de ser feliz. Lydia vive num mundo de ilusão sempre foi assim...e Mr. Wickham tenho a certeza que não o é, admira-me até que Júlia tenha nascido...ele não demonstra nenhum afecto para com ela.

— Lizzy, não digas isso. Júlia é um anjo e tenho a certeza que Lydia e Wickham são pais maravilhosos, ou pelo menos tentam ser na medida das suas possibilidades.

— A mim não me convenceram, mas não posso negar que Júlia é encantadora e bem parecida com Lydia nesta idade. E Amélia Collins ainda é mais bonita, graças a Deus saiu a Charlotte...

— Sim, Amélia é linda e muito parecida com Charlotte...não tem nada do nosso primo...-e sorriem as duas com esse pensamento.

Nessa manhã Mr. Darcy recebeu uma carta de Londres. Era do seu primo o Coronel Fitzwilliam, nesta ele informava que Lady Catherine decidira não ficar em Londres para o Natal e voltaria para Rossings Park, onde receberia alguns nobres. Este conseguira que ela o dispensasse, bem como a Georgiana. E embora por ele se mantivesse em Londres durante as épocas festivas, sua prima queria muito ir para Netherfield, para se encontrar com o irmão e Lizzy.

Darcy ficou apreensivo, embora lhe agradasse a ideia de ter a irmã junto dele no Natal, receava o seu encontro com Wickham. Desde aquele verão que os dois nunca mais se tinham visto. Lizzy entrou com Jane e os pequenos Garinner um pouco depois de Darcy ler a carta. Esta conhecia o suficiente do marido para saber que algo se passava. Ele estava inquieto, nervoso...Lizzy olhou para Jane, que logo percebeu o que ela queria e saiu com os primos para a sala de estar.

— Darcy...passa-se alguma coisa? Eu conheço-te estás nervoso...- Darcy sorriu, de facto Lizzy conhecia-o melhor que ele próprio.

— Recebi uma carta...de Fitzwilliam...e não sei o que fazer...- Darcy virou-se de novo para a janela olhando para o jardim.

— Do Coronel? Mas ele não está em Londres, com Lady Catherine e...- e de repente algo passa pela mente de Lizzy...- É Georgiana? Passa-se alguma coisa com ela? Darcy...

— Não. Georgiana está bem...-olha para Lizzy que á um suspiro de alívio...- Eu amo que te preocupes tanto com a minha irmã.- aproxima-se a lhe dá um beijo...- Essa tua forma de a amar faz-me amar-te ainda mais.

— Não há como não amar a tua irmã...mas o que se passa então? O que te quer o teu primo?

— A minha tia resolveu voltar para Kent, e o meu primo, não sei como, conseguu convencer Lady Catherine a dispensar a sua companhia bem como de Georgiana. E agora ela quer vir ter connosco...pergunta se a pode vir a acompanhar...e...

— Ela quer vir para cá...para Netherfield...mas e...- Lizzy sabe que Georgiana nunca mais viu Wickham, e nem fala do assunto é algo que a marcou profundamente, e agora poderá vir a encontrar talvez o seu maior pesadelo.

— Por isso tenho que ir ter com eles, ainda hoje, não a posso deixar vir sem lhe contar, sem lhe dizer que o vai encontrar...

— Sim, deves ir. Georgiana nunca me fala sobre o que se passou, ela sofre com isso ainda. Eu falo com Mr. e Mrs. Bingley, não te preocupes.- trocam um beijo apaixonado e Mr. Darcy sai para se encontrar com o primo e a irmã.

Elizabeth embora quisesse contar o que se passava a Jane e a Mr. Bingley, não o iria fazer à frente dos restantes convivas. Todos perguntaram o porquê de Mr. Darcy se ter ido embora sem uma justificação e a que mais fez questão de tocar no assunto mesmo este já tendo sido mais que justificado era Miss Bingley, até que Lizzy não aguentando mais a impertinência da mesma lhe respondeu apenas que Mr. Darcy era seu marido, logo só tinha que lhe dar resposta a ela, o que ele tinha feito.

Elizabeth sabia que não iria ser fácil para Georgiana, ela nem tinha conhecimento do casamento de Wickham com Lydia. Ficou hora pensando em como seria a reacção dela, se condenaria a atitude de Darcy ao pagar o dote de Lydia e o cargo de Wickham. Embora Lizzy soubesse que Darcy o tinha feito por si, nunca iria ser capaz de lhe retribuir tudo o que este fez pela sua família. Naquele tempo a honra da família era a coisa mais importante que tinham.

Enquanto Lizzy estava com estes pensamentos, não se apercebeu que era observada por Jane. Esta conhecia o suficiente da irmã, para saber que aquela partida de Mr. Darcy era algo muito mais grave que um problema de negócios. Pediu a Alice que fosse tocar algo para entreter os outros e aproximou-se de Lizzy.

— Lizzy, o que se passou, a ida de Mr. Darcy a Londres não foi apenas uma questão de negócios. Passou-se alguma coisa, eu conheço-te e sei que estás preocupada...

— Conheces-me melhor que eu a mim mesma...não foram negócios que fizeram Darcy ir a Londres, mas uma carta que recebeu do Coronel Fitzwilliam.

— Do Coronel Fitzwilliam! O primo de Darcy? E o que é que ele queria...ele não estava em Londres com Miss Darcy e Lady Catherine?

— Sim, mas Lady Catherine voltou para Kent, e o coronel conseguiu que ela dispensasse a sua ida e a de Georgiana. E agora ela quer vir ter connosco...

— Lizzy, é esse o problema? Sabes que nem eu nem Charles nos importaríamos com mais duas visitas.

— Oh Jane! Tu não percebes que ao vir ela vai encontrar Wickham. Ela nunca mais o viu desde aquele dia em que ia fugir com ele, não sabe de nada do que se passou com Lydia...

— Eu...eu não tinha pensado nisso. Achas que ela vem? Ou...Lizzy não me digas que vão voltar para Pemberley antes mesmo do Baile?

— Não sei Jane, mas se Darcy voltar para Pemberley eu volto com ele.- Lizzy não concebia a ideia de não voltar para casa com o marido...- Eu vou descansar, estou com uma dor de cabeça terrível. Pede desculpa a todos, e por favor não comentes com ninguém o que acabei de te contar.

— Claro que não, vai descansar Lizzy. E tenho a certeza que Mr. Darcy vai resolver a situação.

Durante os dias seguintes, Lizzy não teve notícias de Darcy, e isso estava a deixá-la mais preocupada e ansiosa do que nunca. Começou mesmo a colocar a hipótese de ir ter com ele a Londres, mas nessa manhã finalmente chegou uma carta do mesmo.

"Minha Querida Lizzy,

Peço desculpa pelo meu silêncio, sei que já devias estar preocupada sem notícias. Encontro.me com Georgiana já há dois dias, a minha chegada a Londres foi, como deves imaginar, algo surpreendente para os dois. A conversa com minha irmã correu melhor do que eu esperava, posso dizer-te que ela quer ir para Netherfield, embora saiba que poderá reencontrar-se com ele. Claro que tive que contar tudo o que se passou com a tua irmã, e Georgiana apenas chorou...não por ela, mas por Lydia que não teve um irmão ou alguém que a defendesse das mãos de Wickham. E foi nessa altura que lhe contei o que fiz por eles, que paguei o dote, que paguei o lugar desse senhor...tudo por amor a ti. Porque ainda hoje eu não consigo ver-te a sofrer...como sei que sofres ao ver Mrs. Wikham com a filha, ou Mrs. Collins...eu bem sei que também tu queres essa experiência de maternidade. Mas também sei meu amor que um dia também nós iremos ter essa oportunidade. Peço-te que informes Mr. e Mrs. Bingley que se tudo for de acordo com o previsto dentro de um dia estaremos aí, já que a carta chegará já connosco em viagem. Do teu eterno amado...F. Darcy"

Elizabeth ficou radiante com as notícias, mas também algo incrédula com a coragem que Georgiana demonstrava. Lizzy não perdeu tempo e deixando Alice na salina foi ter com Jane que estava no quarto a descansar. Quando entrou encontrou-a junto à janela ler e sentado-se junto dela, deu-lhe as boas novas. Jane acabou também por ficar contagiada com a alegria de Lizzy.

Depois de um tempo a conversar esta desceu deixando assim a irmã descansar mais um pouco. Na sala encontrou para além de Alice e Willy, Mr. Hurst e o cunhado Charles.

— Mr Bingley, recebi hoje notícias de Darcy...

— Ah! E quando é que ele volta, isto sem Darcy não parece o mesmo, não concorda Mrs. Darcy?- Lizzy sorriu e notou que nesta altura entram Miss Bingley e Mrs Hurst. - Mas então quando podemos contar com a presença de Darcy?

— Darcy vai voltar? Que maravilha, e quando podemos espera-lo? Sinto como se tudo estivesse sem cor sem ele aqui...

Lizzy tenta controlar-se depois de ouvir isto de Miss Bingley, virou-se para Mr. Bingley, ignorando completamente o comentário daquela que se dizia superior a ela.

— Com ele vêm mais duas pessoas...

— Quem vem com Darcy? Georgiana não é de certeza, se bem que a sua presença iria deixar esta casa com uma luz diferente. Porém, Lady Catherine nunca...

— Pois engana-se cara Miss Bingley, uma das visitas será Georgiana. Lady Catherine voltou para Rosings.- sem deixar que esta dissesse mais alguma coisa, olha para o cunhado...- a outra visita é o primo de Darcy, o Coronel Fitzwilliam.

— Bem que grupo se juntou em Netherfield...bom vou providenciar tudo para os acomodar...

— Isso devia ser tarefa para a sua esposa Charles e não sua...

— Mr. Bingley não se preocupe, Jane já tomou todas as providências. Antes de vir falar consigo e fui ter com minha irmã...

— Jane é sem dúvida a melhor esposa que podia ter...

Elizabeth nunca gostara dos ares imponentes das irmãs de Mr. Bingley, no passado e no presente ainda gostava menos, quando estas se referiam a Darcy de forma luxuriosa. Mas, naquele momento em que acusaram Jane de ser uma má esposa, Lizzy esteve a ponto de perder a compostura.

Jane já há uns dias atrás notara que Lizzy ficava transtornada com as indirectas das cunhadas, e tentará sem muito sucesso no início. Contudo, ao fim de um tempo Lizzy acabou por afirmar que por vezes sentia alguns ciúmes, não por duvidar do amor de Darcy, ela sabia que ele a amava e que era apenas seu, mas não conseguia deixar de sentir aquele sentimento dentro dela.

Após o almoço Mr. Bingley, Jane, Alice e William decidiram ir dar um passeio até Meryton. Elizabeth preferia ficar em Netherfield, estava cansada e pretendia descansar um pouco. Miss Bingley e Mrs Hurst, que não tinham conhecimento que esta não fora, conversavam um pouco mais alto do que o normal.

Lizzy não tinha intenção de ouvir a conversa, contudo, parecia que as suas pernas simplesmente não lhe obedeçam.

— Não suporto aqueles "Gardiner's". Porque é que o Charles os teve que convidar para Netherfield?- dizia Miss Bingley

— Charles sempre foi muito ingénuo, e agora parece que piorou depois de casado com Miss Bennet.- diz Mrs. Hurst

— Mana é Mrs Bingley agora...- e ri-se juntamente com a irmã...- e Miss Eliza...desculpa...Mrs Darcy, sinceramente não sei o que Darcy viu nela.

— Pior é aquele miúdo, é insuportável e Charles dá-lhe conversa e adora-o...- Lizzy percebe que falam de Willy...- Miss Gardinner é mais "civilizada", mas, lembra-me bastante Miss Eliza Bennet de tempos atrás.

— Sim, tens razão. Porém temos que lhe dar alguns créditos, pois toca e pinta razoavelmente bem para a idade.

— Mas amanhã teremos a nossa querida Georgiana connosco. Só de pensar que hoje Georgiana podia ser nossa "irmã", ainda não estou em mim...- diz Mrs. Hurst.

— De facto, mas tendo em conta as cinco irmãs...Charles ficou com a melhor de todas. Jane é tão ingénua como Charles, por isso mais facilmente conseguiremos dar-lhe a volta. Já se a escolha de nosso irmão tivesse sido Miss Eliza...e lá estou eu de novo.

— Pensando bem, tens razão. A família é "insuportável" para não dizer algo pior, não tem referências, nem posses. Já pensaste Mrs. Bennett em Rosings Park com Lady Catherine de Bourgh, que visão.

Riram-se as duas como se fosse a ultima piada do ano, Lizzy não aguentou mais e subiu para o quarto. Andou de um lado para o outro pensando, remoendo o que tinha ouvido. De facto imaginar a mãe em Rossings frente a frente com Lady Catherine era uma imagem que a assustava, não por orgulho nem preconceito porque Lizzy sabia de onde tinha vindo, sabia da sua condição, principalmente sabia que ele não era par para Darcy.

Quando a forma chamar para jantar, ela pediu que avisassem que estava indisposta e que se iria recolher. Naquele momento tudo o que menos queria era encontrar-se com Miss Bingley e Mrs. Hurst. Decidiu deitar-se, pois de facto estava a sentir-se com uma dor de cabeça terrível, e talvez necessitasse apenas de descansar. Sim, amanhã já teria Darcy consigo, e com certeza com ele perto ela se sentiria melhor.

Na manhã seguinte, Lizzy estava ainda um tanto perturbada com tudo o que ouvira. Assim deixou-se ficar no quarto reflectindo sobre a melhor forma de encarar toda aquela situação. Pensou em William, sim de facto este era um pouco sonhador, mas, afinal era apenas ainda uma criança de seus 14 anos de idade, e como todas ele sonhava com um mundo de "fantasia", seria algo assim tão errado? Não era afinal uma direito dele?

Alice. Ela era realmente uma pouco parecida com ela, mas deveria esta pagar pelos "erros" de Lizzy? E que "erros" cometera afinal Lizzy para que elas a tivessem em tão má conta? Sim de facto a sua família não tinha grandes posses, a própria propriedade de Longbourn seria de Mr. Collins assim que o pai morresse, pois era assim naqueles tempos, toda a fortuna passaria para o filho homem ou o parente masculino mais próximo.

E em relação ao comportamento da sua família, nada ela poderia fazer. "Mas, se Darcy e Bingley não se incomodam com a forma de ser e estar da minha família, quem são ela para criticar" pensou Lizzy..."Mas será que eles não se incomodam mesmo? Será que eles nos amam o suficiente para isso?" . E assim acabo por adormecer de novo, pensando em Darcy e em como o amava.

Um pouco antes do almoço, Elizabeth acordou com o som de uma carruagem, como o seu quarto dava para esse lado, ela conseguiria ver quem estava a chegar. Aproximou-se da janela e viu Darcy, Georgiana e o Coronel Fitzwilliam a encaminharem-se para casa. Lizzy arranjou-se o mais depressa possível e quando estava pronta para descer ouviu a porta abrir-se...era Darcy que entrou com um olhar assustado.

— Elizabeth? Miss Bingley disse-me que estavas no quarto ainda, e que nem jantaste ontem. Que tens minha querida?

— Nada demais, apenas uma dor de cabeça que teimava em não passar.

— Mas já passou? Queres que chame um médico?

— Não, não é necessário. Contigo ao meu lado ela até já desapareceu. Mas vamos descer, estou ansiosa por ver Georgiana. Como é que ela está, com toda esta situação?

— Bem, penso eu. Por enquanto mostra-se tranquila e segura...

— Pode ser que não venham, pode ser que Mr. Wickham tenha alguma influencia para com minha irmã. Se bem que a conhecendo-a como conheço...

— Achas mesmo que a tua irmã se ira deixar influenciar pelo marido...acreditas verdadeiramente no que acabaste de dizer?

— Não. Mas podemos ter uma leve esperança que tal aconteça. Agora vamos que quero ver a tua irmã.

Darcy olha para a esposa, um pouco incrédulo e pouco seguro de toda essa esperança que ela lhe quer passar, mas mantém-se em silêncio. Desceram os dois ao encontra dos dois novos visitantes. Ao entrarem na sala Georgiana falava educadamente com Miss Bingley e Mrs Hurst, e o coronal com Mr e Mrs Bingley. Assim que viu Lizzy Georgiana deixou as duas irmãs de Bingley a falar sozinhas e abraçou-se a ela. Miss Bingley ficou irritatíssima com a situação, pois percebeu que tinha perdido a sua influência perante Georgiana.

— Lizzy. Saudades, estás melhor? Miss Bingley disse que não te estava a sentir bem?

— Eu estou bem, foi apenas uma leve dor de cabeça. E tu? Como estás? Como te sentes mesmo com a hipótese de o ver de novo?

— Estou bem, feliz por estar convosco. E não te preocupes comigo, deste que esteja contigo e com Darcy eu sei que vou estar bem.

— Mrs. Darcy.- o Coronel aproxima-se e cumprimenta Lizzy...- Vejo que já está melhor, ainda bem que não foi nada grave.

— Não, não foi. Fico feliz que se tenha juntado a nós nas festividades, Lady Catherine foi muito gentil por nos permitir passar estes dias em família.

— Sim realmente foi, vamos dizer, simpático da parte dela. E o grupo aqui está muito "atraente".- Lizzy percebeu que este olhou para Alice ao dizer a ultima palavra.

— De certo que se soubessem do seu elogio, o grupo em parte se sentiria agradecido e a outra parte talvez surpresa.

— Talvez tenha razão, talvez não tenha sido uma escolha adequada de palavras.- Neste momento Miss Bingley aproxima-se e pede ao Coronel uma opinião sobre algo que Lizzy nem percebeu o que era, deixando Lizzy e Georgiana de novo a sós.

— Georgiana, como te sentes realmente com a hipótese de "o" voltar a ver?

— Garanto-te Lizzy que estou perfeitamente tranquila quanto ao nosso encontro, e acho que ele nem coragem terá para falar comigo já que o meu irmão está presente.

— Nisso tens razão, tenho alguma esperança que ele se imponha e impeça Lydia de vir. Se bem que, conhecendo o génio da minha irmã como conheço será preciso muito mais que uma simples proibição.

— Lizzy. Não deves falar assim da tua irmã...afinal é sangue do teu sangue...- Elizabeth apenas sorri. Ela não conhecia Lydia, Lizzy sabia bem o temperamento difícil que a irmã tinha...muito por causa do mimo excessivo que a mãe lhe dera desde pequena.

Depois de conversar mais um pouco com Georgiana, reparou que o coronel não tirava os olhos de Alice. Não quis, de alguma forma tirar conclusões precipitadas, assim ficou apenas observando os dois durante o resto do dia. Mr. Darcy que falava com Mr Hurst reparara também na mesma troca de olhares, percebeu que apesar de Miss Gardinner também trocar os mesmos olhares ficou o tempo todo unto de Mrs. Bingley de certa forma pensou ele a resguardar-se de qualquer situação mais comprometedora.

No final do serão, Jane que também percebeu essa atenção por parte dos dois, aproveitou uma ocasião em que se encontrava sozinha com Lizzy para lhe fazer algumas perguntas sobre o Coronel e contar-lhe o que vira. Lizzy apesar de o conhecer um pouco melhor que Jane, não lhe podia dar muitas informações. Ela tinha uma boa impressão do Coronel, mas pouco conhecia do seu carácter.

— Sendo primo de Darcy, penso que poderemos estar descansadas. Para além disso tendo sido nomeado juntamente com Darcy como tutor de Georgiana, penso que podemos considerá-lo uma boa pessoa.

— Será que devemos falar com a Tia? Eles trocaram olhares de quem se enamorou...Alice ainda bem nova...

— Penso que não será necessário. Veremos o que dá, vamos ficar apenas observando, se acharmos que poderá haver necessidade então falaremos com os tios. Podes sempre tentar falar com Alice, perceber o que se passa?

— Se ela o quiser fazer...- Jane olhou para Alice que falava com Georgiana. Alice era uma menina simples, e embora a sua fortuna fosse elevada tendo em conta as suas "origens" não era de forma alguma altiva ou orgulhosa. Era uma menina doce e algo ingénua, e Jane receava que ela pudesse sofrer.

 

 


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