Gênese: A Saga da Rosa - Temporada I escrita por FireboltVioleta


Capítulo 3
Antes do Embarque


Notas iniciais do capítulo


*
Olá, pessoinhas *-*
Aqui está mais um capítulo da nossa Saga da Rosa.
Como devem ter notado, os capítulos são alternados em narrações de Scorpius e Rose. Eventualmente, talvez, haja mais de um capítulo para cada um, caso as cenas sejam extensas. Mas sempre avisaremos quem narrará o próximo P.O.V.
Aqui, caso não conheçam a Saga da Lontra, apresentaremos uma personagem original criada para a última Saga ♥
Boa leitura!
*
*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/700513/chapter/3

 

"O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza de seus sonhos."

Eleanor Roosevelt

 

ROSE

 

Acordei com algo peludo se sacudindo em cima de mim.

Pisquei, atordoada, quase tendo em afogado no mar de pelos que havia acima de mim.

— Teaspoon!

A sagrada-da-birmânia deu um mínimo miado de indiferença e continuou a patear meu nariz.

Comecei a rir, me erguendo, e abracei minha gatinha.

— Bom dia pra você também, bebê.

Afaguei a pelagem macia dela, suspirando, absorta em meus devaneios.

Teaspoon – Colher de Chá – havia sido um presente que meus pais haviam me dado alguns dias atrás. O nome fora dado por minha mãe, e viera de uma antiga brincadeira que ela fizera com papai há vários anos – segundo ele, se referindo à sua amplitude emocional na época.

Bem, eu sabia o quanto os dois haviam penado para se acertar. Tia Gina falava isso o tempo todo. Então simplesmente adorei o nome que minha gata recebera.

E ela era uma representação viva do quanto meus pais valorizavam a mim e a Hugo.

Na verdade, eu mal havia pensado no nome do meu irmão, e a porta se abriu com um estrondo, fazendo Teaspoon dar um pulo em meu colo e sibilar, aborrecida, na direção do garoto ruivo.

Hugo entrou no meu quarto, rindo afetadamente, trazendo Astrid, sua coruja-marrom, empoleirada em um dos ombros.

— Te assustei, maninha?

— Não - bufei, revirando os olhos. Teaspoon me lançou um olhar indulgente, como se dissesse “fale por você”.

Hugo Weasley era o irmão mais chato e maluco que uma garota poderia ter. Apesar disso, quando não estava me importunando ou me provocando, nos dávamos muito bem. E, por algum motivo esquisito, eu não deixava de adorar aquela peste.

— Só vim avisar – ele deu um longo suspiro – mamãe está dizendo para começar a se arrumar.

Desci da cama, assentindo animadamente.

Aquele era um dia muito especial. Seria o início do meu primeiro ano escolar.

Em algumas horas, embarcaria no Expresso de Hogwarts, e começaria meus estudos na maior escola de magia europeia.

Estava absolutamente ansiosa… havia me preparado a vida inteira para aquele dia.

— Hum… já vou descer. Meu malão está pronto… só preciso me trocar.

Hugo não falou nada. Afagou Astrid, absorto nos próprios pensamentos.

— Deve estar animada – falou por fim, num tom muito baixo.

Olhei para ele. Hugo parecia desanimado.

— Ah – arfei, percebendo o que o estava incomodando.

Sendo quase um ano mais novo que eu, ele não iria para Hogwarts naquele ano… apenas no seguinte.

— Só…. - ele falou, ainda mais baixo – só me manda alguma carta… sobre o que você ver lá. Tá legal?

Coloquei Teaspoon na cama, indo até Hugo, que tirou Astrid de seu ombro, colocando-a no poleiro ao lado do armário.

Ele pareceu surpreso quando o abracei.

— Rosie..?

— Seu bobo – apertei-o ainda mais forte nos braços – claro que vou mandar. E muitos doces da Dedosdemel. E – segurei o riso – uma tampa de privada do banheiro, se mamãe deixar.

Hugo gargalhou, soltando-se de mim.

— Tudo bem – ele falou, ainda rindo – só me mande as cartas.

Baguncei seus cabelos, fazendo ele balançar a cabeça.

— Sua chata.

— Seu doido.

Descemos juntos até o térreo da casa, já arrumados, enquanto eu descia meu malão pelos degraus. A barulheira pareceu chamar a atenção de papai, que nos recebeu no fim da escada, sorrindo, com os braços abertos para nós.

— Bom dia, crianças – ele nos abraçou, embora eu percebesse um ligeiro tremor no braço que me circundava – grande dia hoje, hein, Rosie?

Olhei para meu pai. Havia uma mistura de orgulho, animação e medo no modo como ele me encarava, que me deixou ligeiramente sem graça.

— È. Acho que sim, papai.

Nós três encaramos meu malão, onde eu havia guardado a minha carta de Hogwarts.

Imaginava o que meus pais estavam pensando. Era um dia importante para eles também.

Eu finalmente começaria a seguir seus passos… a filha primogênita de dois dos Três. Seria minha missão honrar a história de nossa família.

Papai soltou Hugo, segurando meu rosto.

— Não tenha medo, querida – o fitei, vendo sua expressão suavizar ligeiramente – vai ficar tudo bem. Você vai adorar a escola… eu prometo.

— Do jeito que você gostou, Rony? - uma voz zombeteira veio da cozinha, risonha.

Papai bufou, apesar de ser visível que estava se divertindo.

Mamãe surgiu da porta da cozinha, rindo, e veio até nós.

Ao contrário de mim, Hugo e papai, minha mãe tinha cabelos castanhos e a pele ligeiramente mais parda que a nossa. A única coisa que eu herdara dela, em questão de fisionomia, fora o formato do rosto.

Mesmo assim, todos viviam dizendo que eu lembrava mais mamãe do que qualquer outro membro da família Weasley. Só não sabia, ainda, em que sentido era.

Ela abraçou Hugo, deu um beijinho nada discreto em papai – fazendo-nos rir – e, por fim, me abarcou num abraço.

Senti suas mãos afagarem meus cabelos.

— Primeiro ano – sua risadinha mais parecia um guincho, enquanto se afastava, com as mãos ainda em meu queixo – você cresceu tão rápido, meu amor.

— Nem me fala, Hermione. Eu ainda lembro deles como mōkīs pequenininhos.

Dei um muxoxo, espantada. Hugo deu risada quando lhe dei um tapa no ombro.

— Por que não me avisou que Tamahine estava aqui?

Enquanto todos riam, fui correndo até a moça alta e morena que entrara no corredor.

— Vem cá, Whero – a garota sorriu, encostando a testa na minha e segurando minhas mãos – um cumprimento, que era tradição no lugar de onde viera.

Tamahine Williams era uma bruxa maori, filha de Darel e Nyree Williams, grandes amigos de papai e mamãe, que haviam conhecido na Austrália.

Há muito tempo, os pais de Tamahine haviam ajudado minha mãe a encontrar meus avós maternos, que ela havia enfeitiçado com um Feitiço de Memória, para retirá-los do país durante o domínio de Voldemort. Papai me contara como haviam se conhecido, e a história sempre me fascinava.

Darel, um maori Tokonga – grupo de bruxos que viviam no deserto - havia guiado os dois pela Austrália. Nyree era uma garota da aldeia, de quem Darel gostava. Conversa foi, conversa veio - depois que meus avós e meus pais já estavam de volta –, ambos acabaram por ficar juntos, e se mudaram para a Inglaterra, época em que Nyree já estava grávida de Tamahine.

Éramos quase vizinhos, mas a visita de Tamahine ainda era sempre uma grande surpresa. Normalmente, ela ficava quase o tempo todo no Departamento de Mistérios do Ministério da Magia, trabalhando no que quer que houvesse lá dentro. Já havia concluído os estudos em Hogwarts – havia sido da Lufa-Lufa – e era uma pessoa absolutamente calma, de fala mansa e feições gentis.

Ela tinha um irmão, Tãpuaki, que, como Hugo, era um ano mais novo. Ele embarcaria conosco naquele dia – iria para o sétimo ano, e também era da Lufa-Lufa.

— Como vai a família? - perguntei, sorridente.

— Ótima – ela soltou-me, murmurando - Tãpuaki está tão animado para o último ano quanto um dingo num zoológico – ela soltou uma risada retumbante e gostosa.

— Coitado – Hugo fungou.

Olhei meu irmão. Imaginei que aquela expressão fora uma inveja disfarçada de pena.

Tamahine nos acompanhou no café da manhã, que tomamos rapidamente, dada a ansiedade geral. Após isso, nós cinco nos ajeitamos no Prius de mamãe, que nos levaria para a estação de King's Cross.

Acariciei Teaspoon dentro da gaiolinha, ao que ela ronronou, esfregando o rosto em meus dedos.

Tamahine me encarava, sorridente, tentando ajeitar a cabeça do já sonolento Hugo em seu ombro moreno, e segurando a gaiola de Astrid em seu colo.

Olhei pela janela, sentindo os olhares orgulhosos de papai e mamãe no espelho retrovisor. Senti um aperto no estômago, misto de expectativa, pavor e felicidade.

Estava indo em direção ao início de um futuro. Um futuro imensurável.

Mas eu não fazia nem ideia…

Seria completamente diferente…. do que todos poderiam ter esperado.

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

—_____________________________________


DICIONÁRIO DE EXPRESSÕES MAORIS

Whero – ruiva
Mōkīs – pacotes

—____________________________________

Mistééééério :v
Alguém já tem alguma teoria? ♥
Beijinhos e até o próximo capítulo :3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Gênese: A Saga da Rosa - Temporada I" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.