Um Ser mutante escrita por Tabatta Darrow


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Amores, um dia de atraso, mas estou aqui. ;)
Perdoem a demora, as coisas não correram como planejado.
Mas, podem ver que eu amo muito vocês. Intercalei o capítulo com meus trabalhos o dia inteiro, noite passada não dormi nada bem, o trabalho essa semana e a que vem vai ser infernal e eu estou aqui, quase meia noite, postando um capítulo para vocês ♥
Espero que gostem ^~^



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— Mas isso é muito estranho… Ela sumiu sem dizer nada? – Eu estou parada na sala da Fabrina com boa parte do grupo de professores à procura de uma pista do motivo de seu sumiço. Eu não falei nada sobre a crise dela de ontem, mas tenho a impressão de que Anthor sabe de alguma coisa. Apesar de toda a situação, ele não parece preocupado ou desesperado pelo sumiço da Fabrina como imaginei que estaria, ele está mais para… Derrotado. Mas eu ainda não tive a oportunidade de lhe perguntar nada. Olho mais uma vez em volta a procura de algo que possa indicar a sua localização mas não consigo chegar à lugar nenhum. Tudo parece normal. Como estava naquele dia. A mesa bagunçada com a finalização do experimento, as garrafas contendo a fórmula e o estoque cheio da minha energia… Hm? Esquisito. Tem um espaço livre… Me aproximo e ajeito os frascos para preenchê-lo. Ela já utilizou tanto assim da minha energia? Enfim. Isso não importa agora. Não é como se a falta desta fosse algo perigoso.

— Creio que não há nada mais para ver aqui. Vamos procurar em sua casa mais tarde. – Diz um dos professores e todos, lentamente se retiram. Anthor não se move do lugar então aguardo até que todos saiam e sigo em sua direção.

— Você não parece muito bem… Mas também não parece preocupado, o que aconteceu? – Ele apenas me olha sem dizer nada. Tenho que ser mais direta. – Sabe de alguma coisa quanto ao sumiço? ...Por algum acaso a encontrou ontem de manhã? – Dito isso ele dá um pulo e olha em minha direção.

— O que você sabe sobre ontem? – Suspiro.

— É exatamente o que eu estou te perguntando. Mas enfim. Ela me perguntou sobre o James e eu comentei que ele é um lobo, consequentemente você também e ela… Bem, ela surtou. Imaginei que ela possa ter te encontrado pouco depois, ou algo assim. – Ele olha chocando em minha direção.

— Ela surtou como? O que ela disse? – Eu franzo as minhas sobrancelhas para ele

— Nada na verdade. Ela só ficou parada suando frio e parecendo que ia passar mal e depois saiu correndo. Eu não sabia que era um segredo, eu sinto muito…

— Você sente muito? Não faz ideia do que fez! Você… Você arruinou TUDO, tudo o que eu estava tentando construir. Foi muito cedo… Se fosse mais para frente... Talvez ela entenderia… Se fosse eu que tivesse contado… Poderia ser diferente. Agora, ela está machucada… E é por sua causa. Porque não soube como segurar a maldita boca. – Sua voz fica cada vez mais alta, o que ele fala se embaralha cada vez mais e eu já não consigo encontrar um sentido. – Agora o observador está… Eu não queria acreditar que… Atacou com tanta brutalidade… Pelo menos metade da Alcatéia está em mau estado… Ela está sofrendo sozinha… Eles não conseguem se transformar… Curar… Não há cura… Eu não…

— Calma, espera. Não precisa se exceder… O que está dizendo nem está mais fazendo sentido. Estas coisas não tem nem relação...  Eu entendo que me meti, mesmo sem perceber, em um assunto complicado e que era de vocês… Mas eu não tinha como saber. Vocês estavam a algum tempo juntos, estavam noivos pelo amor. Nunca imaginei que ela não soubesse da sua natureza…

— Ahhhh sim. Minha natureza. Um monstro assassino sanguinário, sem alma que apenas pensa em sentir o sabor de sangue fresco. É o que ela crê que é. A minha natureza. Graças a você! VOCÊ causou isso tudo. Já se meteu DEMAIS! NÃO TEM O DIREITO DE… – Ele trava sem completar a frase e murmura. – Estou soando exatamente como ela. – Tento me aproximar mas ele levanta a mão para me parar. – Eu preciso de um tempo. Não me siga. – E svai em direção à saída. É a segunda vez que sou largada nesta sala em dois dias, e continuo não entendendo direito nenhuma das duas vezes… Ele fez uma mistura tão confusa… Falando da Fabrina, dos Lobos machucados, do Observador… Coisas totalmente sem nexo. O observador não tinha sumido do mapa? Suspiro. Vou visitar o James, talvez ele saiba de mais coisa…

Sinto que estou deixando passar alguma coisa... “Cuidado em quem você confia... Pessoas escondem segredos sombrios. O ódio é um veneno para a alma…”. Chacoalho minha cabeça, nah, deve ser minha imaginação. Chego à caverna e encontro James andando de um lado para outro em nervosismo, dou uma pequena risada, é uma mania? Argh! Que homem fofo. Ele interrompe minha crise interna olhando em minha direção.

— O que você está fazendo aqui a essa hora? – Ele parece assustado. Eu limpo a garganta.

— As aulas estão canceladas devido ao sumiço da Fabrina… Eu não devia ter vindo? Quer que eu vá? – Não sei o que eu vou fazer se ele me mandar embora também. ...Bom, eles que tecnicamente foram embora mas a sensação é a mesma…

— Não! Por favor, fique. Você deve estar mal por causa disso, vocês eram próximas, certo? Quer falar sobre? – Ele lentamente vem em minha direção enquanto fala, estica o braço como se fosse me abraçar mas rapidamente o recolhe. Eu bem que aceitaria um pouco de carinho agora, seria muita cara de pau pedir para ele se transformar para que eu possa abraçá-lo? – Vem. – Ele vira as costas para mim e vai em direção à jaula, se senta encostando nela e dá dois tapas no chão ao seu lado. Eu sigo em sua direção e me sento onde ele indicou. Dobro minhas pernas em direção ao meu corpo e as contorno com os braços.

— James… – Apoio minha cabeça sobre os joelhos. – Agora mesmo, você ia… – Aperto minhas pernas com mais força. Ele limpa a garganta.

— É sobre isso mesmo que eu queria falar com você. – O olho surpresa. Ele vai finalmente me contar? Isso significa que…

— É por isso que estava agonizando antes? – Ele inclina a cabeça e desvia o olhar. – Então, se eu não tivesse aparecido agora você estaria assim até de noite? – Ele cora levemente – Sério? – Ele cora mais.

— Provavelmente – Ele murmura. Gah!

— Posso te agarrar? – Ele me olha espantado.

— Que?! – Eu arregalo os olhos e limpo a garganta.

— Eu disse isso em voz alta? – Com certeza estou completamente corada agora… É quase uma competição aqui porque ele conseguiu corar ainda mais depois que eu disse isso. ...Mas eu provavelmente perco, só por causa da tonalidade da pele. Se ele fosse branco tinha explodido já, porque seu rosto… E orelhas. Gah ele é muito fofo! Está todo corado. Me controlo antes que eu berre mais alguma coisa. Tenho que me justificar pelo último escorregão ainda. – É uma força de expressão, é que você está fofo demais. –  Nossa Katia, suave como um coice.

— Você não consegue tornar isso mais fácil.

— Desculpe. – Digo me encolhendo. Ele suspira.

— Não tem problema, mas olha… Consegue manter, se possível, suas reações ao mínimo? Se não, eu não consigo…

— Vou fazer o possível. – Ele me olha sério. – Desculpe. Prometo ficar bem calada. – Ele eleva uma sobrancelha. – E sem me mover? – Ele acena com a cabeça e respira fundo. Eu fico esperando ele dizer algo.

— Quer que eu te pergunte algo? Tipo um empurrãozinho para começar? – Ele me olha feio. – Desculpa, parei de falar. – Digo abaixando minha voz ao chegar no final. Ele limpa a garganta.

— Então, você sabe como funciona o corpo de um mutante animal, certo? – Eu abro a boca e ele revira os olhos para mim. – É uma pergunta retórica Katia. – Eu dou um pequeno sorriso de desculpa e ele balança a cabeça sorrindo também. Suspiro. Ele só fica mais encantador. – Então, meu corpo é basicamente humano, sou um pouco mais rápido e forte, mas no geral, não muda muito. Até para a cura, que é bastante famosa nos Lobos, eu preciso me transformar para funcionar completamente… – Espera, o Anthor não tinha falado algo sobre isso...? – Você está me ouvindo? – Eu me encolho. Ele suspira. – Por favor, preste atenção. Isso não é tão fácil quanto eu estou tentando fazer parecer. – Eu aceno que sim e prometo para mim mesma de deixar esses pensamentos para depois. Eu na verdade quero muito ouvir o que ele tem a dizer. Muito mesmo. – Meu lobo é ao mesmo tempo uma parte de mim e à parte de mim, tanto que é por isso que eu fico mal quando retorno da transformação, meu corpo e o do Lobo não são “compatíveis”. Ainda assim, quando eu estou transformado somos um só e quando estou em forma humana somos dois seres. Muitas vezes ele tem um impulso eu tenho outro então tenho que mantê-lo controlado, “enjaulado” o tempo todo. Eu estou bem acostumado já, mas com algumas situações, sensações, sentimentos é mais difícil. – Ele olha de relance para mim. – Quando você me toca, é diferente de tudo o que eu já senti… – Ele cora novamente e eu seguro a respiração. Sem reação Katia, sem reação. Ele desvia o olhar de mim. – Eu quero me deixar levar, me entregar… Mas meu Lobo age de uma forma muito estranha, não consigo explicar, e eu fico com medo de não conseguir manter o controle. – Com a cabeça meia abaixada ele olha devagar na minha direção, seus cabelos cobrindo de leve o seu rosto. CARALHO MEU! VOCÊ SÓ PODE ESTAR TIRANDO COM A MINHA CARA! Eu limpo a garganta

— Mas porque medo? O máximo que aconteceria é você se transformar, certo? E você já me mostrou isso. Eu posso te manter seguro enquanto se transforma. Não vou te deixar desprotegido nesse momento vulnerável. – Ele me olha meio triste. Eu estou mantendo a minha melhor voz neutra e poker face aqui, não estraga!

— Não é esse o problema. Eu não necessariamente vou me transformar… Eu posso simplesmente te atacar… Já aconteceu antes. Quando eu estava bastante nervoso. – Eu só fico me segurando frente à essa fofura esperando que continue. – Reação? – Eu dou um pequeno sorriso.

— Pequena, média ou grande? – Ele responde com um lindo sorriso.

— Pequena. – Merda.

— Eu estou curiosa, como reage o seu Lobo? Entendo que é difícil de explicar, mas se for algo perigoso você sentiria na hora, certo? Ou então teria acontecido alguma coisa quando estivesse transformado também. Isso não é simplesmente seu medo de se deixar levar? Exatamente porque precisou manter o controle por tanto tempo? – Como eu estou falando sobre isso sem demonstrar alguma reação? Não sei. Realmente não sei. As sessões de meditação devem estar dando certo até para isso, porque olha…

— Eu… não sei. ...Talvez. – Awn… Qual é… Eu solto as minhas pernas e elevo minha mão em direção ao seu braço. Paro um pouco antes de tocá-lo.

— Quer tentar descobrir? – Ele cora e faz uma expressão um pouco incerta. Eu suspiro e recolho a mão.

— Não me leve a mal, não é que eu não queira. Mas, talvez outro dia… Existe um limite que os meus nervos podem aguentar. – Ele dá um pequeno sorriso de desculpas. – ...Eu vou ver se acho o Anthor no túnel, ele disse que ia passar aqui mas não apareceu…

— Ok. – Vejo ele se afastar e me jogo no chão exausta. Se segurar emoções é assim, tenho um gostinho de como ele se sente. Estou exausta. Me ajeito melhor no chão e encosto as pernas nas barras. Já que não tenho mais o que fazer vou meditar… Quem disse que tem posição para isso?

— ...desculpe por antes… – Hum? Apareceu alguém? Anthor? – Melhor selar minha pele novamente… – Eu não pretendia agir daquela forma. Estava descontrolado. Eu sinto muito. – Ah tudo bem Anthor, só não me toque tá? Eu estou demorando bem mais para sair e me selar. – Katia? Você está bem? – Estou ótima. Minhas pernas já estão seladas, minhas mãos, … Ele toca no meu ombro e me chacoalha. – Katia?! – Que bom que no ombro sempre tem a proteção de tecido, logo… Abro os meus olhos arregalados, uma dor imensa se espalha por todo o meu corpo. Vejo Anthor ajoelhado à minha frente, soltando rapidamente as mãos meus ombros e se afastando.

— M… mer-da de… regatAAAAAA – Sinto uma pressão por todo o meu corpo, logo a pressão em meu joelho aumenta e eu ouço e sinto o som dele se quebrando...


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Notas finais do capítulo

O que acharam? *~* Estou aprimorando meus finais dramáticos, ou nem? ;p
Próximo capítulo: 30/04
Extra à pedido pela Ster Fuyu: Ainda estou programando... Logo Informo ;*



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