Eternamente com você - livro II escrita por Mayara


Capítulo 6
Capítulo 4




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Leonard ainda segurava a minha mão, e eu olhava todos aqueles músculos. Não que eu fosse uma Maria maromba, que são aquelas garotas que correm atrás de caras que ficam malhando, mas isso aqui é para ser apreciado. Ele é lindo igual, não tanto igual ao Nathan, porque o meu amigo é lindo de arder os olhos, mas ele era realmente um homem para se apreciar. Ele me segurava de um jeito meio carnal, e seus olhos passeavam pelo o meu corpo. Eu não senti aquela eletricidade, mas obviamente que eu não deixei de sentir um arrepio, mesmo que pouco, mas eu senti.

— Ah, obrigada por me ajudar. – sorri.

— Foi a minha culpa, e eu não poderia estar ter feito outra coisa. – piscou.

Meu pai! Não, meu pai não. Se ele imaginar que Leonard está olhando pra mim desse jeito, me chamou de bela e que ainda me segurava desse jeito, meu pai provavelmente já teria feito a sua cartilha de piadas, e estaria prestando depoimento na polícia por assassinato.

— Você é nova por aqui, não é?

— Sou. Primeiro dia de aula.

— Eu sabia. Eu nunca vi você por aqui, e saberia se você fosse veterana. Tão linda, que chama a atenção de longe.

— Obrigada. – porcaria que não sabe responder direito.

— Então você cursa administração? – assenti, concordando. — Que coincidência, porque eu...

— Sophie! – olhei para a voz que estava atrás de mim, e eu me assustei com a cara de bravo que o Nathan ostentava em seu rosto.

Em tantos anos de amizade, eu nunca o vi com essa cara de malvado. Ai, ele ficou sexy essa cara de malvadinho. Não que eu esteja interessada no Nathan, mas ele estava bem... Ah, desejável!

— Oi, Nathan. – sorri, abraçando-o. — Eu achei que você não viria mais. Ah, Nathan, esse é o Leonard. Leonard, esse é o Nathan, o meu melhor amigo. – sorri.

— O que você quer, Leonard? – opa! Estou sentindo cheiro de treta por aqui. Eles já se conhecem?

Olhei para os dois, mas ninguém olhava pra mim. Alguma coisa tem com esses dois. Nathan não estava olhando pra mim, e muito menos retribuiu o meu sorriso. Ai, Deus! Isso não está e cheirando bem.

— Ora, ora, Nathan. Então você é amigo da Sophie. – ele olhou pra mim, e sorriu. — Interessante.

— Não tem nada de interessante por aqui.

— Muita coisa é interessante por aqui. – olhou pra mim de novo, e piscou.

Olhei para o Nathan, que estava quase espumando pela boca de tanta raiva. E eu só quero saber o que está acontecendo por aqui. Leonard parecia despreocupado, já o Nathan parecia querer matar o homem que estava na nossa frente.

— Vamos embora, Sophie, antes que eu faça uma besteira.

— Fugindo e levando a Sophie? Deixei-a comigo, meu amigo.

Puta que não me pariu, porque minha mãe não é puta, mas o susto que eu levei quando o Nathan me colocou atrás dele, e ele foi em direção ao Leonard, valeu por todos os sustos do mundo.

Nathan estava quase com o rosto colado ao do Leonard, que estava sorrindo, como se estivesse se divertindo com a cara do meu amigo.

Nathan não falou nada, apenas olhou com toda aquela raiva, e depois se afastou, me puxando pelas mãos. Eu apenas ouvi o Leonard se despedindo de mim, e falando que mais tarde poderíamos nos ver. Caramba! Esse show de testosterona dos dois só me deixou louca de curiosidade, e preocupada.

Eu estava sendo puxada para o outro lado do campus, e Nathan não dizia nada, mas eu iria perguntar muitas coisas. A minha curiosidade estava aguçada para saber o motivo de eles estarem se estranhando. Nathan é tão paz e amor, que eu achei estranho ele ter ficado daquele jeito. Será que tinha mulher no meio? Não gosto nem de imaginar isso. Se o Nathan estiver de briguinha com o Leonard por causa de outra piranha, eu arranco as bolas dele, e penduro na árvore de natal.

Paramos em uma lanchonete, e nos sentamos. Ele só abriu a boca para o moço anotar os nossos pedidos, mas se calou novamente. Odeio todo esse silêncio, e as engrenagens estavam rodando na minha cabeça, mas eu não ia perguntar. O Nathan sabe que deve me falar, e eu vou esperar a vontade dele, que não é a mesma que a minha. Fiquei olhando para ele, mas a lerdeza dele é tão grande que parecia que não estava percebendo.

— Eu sei que você está me olhando, Sophie. E sei que está louca para saber de muita coisa.

Finalmente ele percebeu. Então tinha muita coisa envolvida ai. Será que era uma mulher muito perfeita? Uma mulher com peitões, toda trabalhada no bronzeado? Olhei discretamente para os meus seios, e quase me senti mal ao pensar que ele poderia estar daquele jeito com o Leonard por causa de uma mulher bonitona, e eu com duas peras no lugar de seios. Eu nunca tive problemas com os meus seios pequenos, mas se o Nathan estiver caído por uma siliconada, o negócio vai ficar feio pro lado dele, e pro dela também.

— Eu não estou louca. – bufei. — Eu estou curiosa, é diferente.

Enquanto o moço trazia os nossos pedidos, Nathan não dizia nada. Eu teria que usar os meus métodos de persuasão.

— Tudo bem se você não quiser falar, mas eu fico magoada com isso. Anos de amizade, e você não confia em mim? – respirei fundo. — Sabe, isso dói. Eu nunca te escondi nada, já você... Estou decepcionada, Nathan. Eu acho melhor voltarmos para a sala. Cada um segue o seu caminho. Eu vou esbarrar novamente no Leonard, e...

— Nem por cima do meu cadáver que você chegará perto dele. Sophie, por favor, fique longe do Leonard, entendeu?

— Essa briguinha de vocês tem a ver com alguma mulher, não é? – perguntei, e eu estou louca de curiosidade.

— Sophie...

— Nathan Adams, se você estiver tretando com ele por causa de uma piranhuda siliconada, eu acabo com você, entendeu? Eu nem preciso chamar o meu pai para isso. Você terá que dormir com um olho aberto e o outro fechado. Quem é garota? Ah? Quem eu tenho que matar?

— Sophie, por favor.

— Por favor, é o cacete! Quem é, Nathan?

— Não tem mulher nenhuma.

— E eu nasci ontem. Eu te conheço, querido. Sei como funciona a mente masculina. É exalando testosterona que vocês pensam. Quem é, Nathan?

Ele respirou fundo, e olhou pra mim. Nathan sabe que está ferrado comigo, e que eu vou até o fim para descobrir quem é a garota.

— É você, Sophie.

O que? Meu Jesus amado! Eu estou sendo alvo de brigas desses dois bonitões? Quem disse que eu estava na pior... Mas isso é sério. Os dois brigando por minha causa, sendo que o Leonard só me conheceu hoje.

— Eu? Por quê? E o Leonard me conheceu hoje, Nathan. Ele nem sabia da minha existência.

— E eu queria que continuasse desse jeito. Queria que ele nunca colocasse os olhos e nem as mãos em você. Mas agora que ele sabe que nós somos amigos, vai ser um inferno. Ele não vai te deixar em paz, meu anjo. Só que você precisa ficar longe dele.

— Mas vocês se odeiam por algum motivo. Qual é?

— Eu não iria te contar porque faz muito tempo, mas eu sei que você não irá desistir até descobrir tudo.

— Ainda bem que você sabe disso.

Ele respirou fundo antes de olhar pra mim. Nathan estava tenso, e isso não era bom.

— Lembra aquela garota que uma vez eu comentei com você que eu estava ficando?

Como se esquecer disso. É impossível não se lembrar de quando eu perguntei se ele estava de rolo com alguém, e ele eu tive a pior noticia da vida. Nathan estava “ficando” com uma tal de Jaqueline. Eu não assim, mas torci para eles se separarem. Obviamente que eu fiquei feliz quando soube da separação, e quase fiz uma festa de tão feliz que eu estava. Depois ele nunca mais tocou no assunto, e eu muito menos.

— Eu me lembro vagamente. – menti. — O que tem ela? – já estou respirando fundo só de imaginar que ela pode ser a causa da briga dos dois.

— Ele é o ex dela. – eu sabia que tinha dedo de mulher.

 Eu não conheço pessoalmente essa garota, mas já não gosto dela. Será que o Nathan ainda gosta dela, e por isso ficou irritado com o Leonard? Ele me falaria se estivesse apaixonado por alguém.

— E ele te culpa pelo fim do relacionamento?

— Ela espalhou para todos que nós estávamos namorando, mas era mentira. Nós só ficamos depois que eles largaram, e ele ficou com raiva de mim.

Então essa tal de Jaqueline que é a “culpada” pela rivalidade dos dois. Se ela é a culpada, eu não tenho nada a ver com a história.

— Ok! Eu entendi todo esse rolo, mas o que eu tenho a ver? Ele foi simpático comigo, um pouco atirado, mas foi simpático. Eu posso ser amiga dele, e...

— Não! Nem pense nisso, Sophie! Nem passe pela sua cabeça ser amiga dele, entendeu?

— Ei! Desde quando você manda em mim? – já estou me estressando com isso. — Você tem os seus amigos, e eu tenho os meus. Leonard não foi ruim comigo, e eu não tenho culpa que vocês se odeiam por causa da ex de vocês.

— Eu não o odeio por causa dela. Eu o odeio porque ele não é confiável.

— Que clichê, Nathan! Agora eu estou sendo proibida de falar com ele porque você quer? Poupe-me das suas cenas. Nós não somos namorados para você querer vir com ciúmes para o meu lado.

— Eu não estou com ciúmes. Eu só quero te proteger dele. E você também tem ciúmes de vez em quando.

— Eu? Desde quando eu sou ciumenta? – espero que ele não me responda. — E me proteger de que? Ele é um maníaco? Assassino? Um seqüestrador das calouras da faculdade?

—Não brinca com isso, Sophie. – resmungou.

— Ok! Esse assunto está cansativo demais. Você não quer que eu chegue perto dele, e eu acho isso um absurdo. Pelo menos em alguma coisa nós não concordamos.

— Eu não quero discutir com você, mas você é tão teimosa. Pelo menos uma vez na vida você poderia fazer o que eu te peço.

— Eu não sou teimosa! Eu apenas insisto em corre atrás do que eu acho certo. E eu sempre faço o que você pede, mas desta vez eu acho meio um absurdo essa proteção toda. Eu não tenho nada a ver com o histórico de vocês.

— Sophie, por favor.

— Nathan, eu não quero brigar com você por um motivo que eu acho bobo. Nós somos melhores amigos, e eu não quero perder a sua amizade por causa de algo que já aconteceu na sua vida. Leonard não fez nada comigo, ele apenas me ajudou. Se por um acaso ele fizer algo, eu serei a primeira a queimar as bolas dele, e te chamar para ver a fogueira que eu irei fazer. – ele riu. — Por favor, vamos esquecer isso, pelo menos por agora. Vamos comer, e eu quero te contar como foi o meu primeiro dia de aula, sem brigas.

— Tudo bem, meu anjo. – sorriu e segurou a minha mão. — Eu quero saber de tudo!

— E eu vou te contar tudinho. – sorri, entusiasmada.

***

Não encontramos com Leonard o resto da manhã. Nathan ainda olhava desconfiado, mas eu rezei para que eles não se encontrem por um bom tempo. E no primeiro dia já foi esse babado, quem dirá nos outros. Não! Sem confusão pro meu lado. Eu quero poder viver e paz com o Nathan, sem brigas. Nós somos melhores amigos, como irmãos, e eu odeio ficar irritada com ele, mesmo quando ele se parece com o meu pai ou o meu irmão, querendo me proteger até do vento. Vocês devem conhecer o meu pai, e sabem como ele é.

— Vai para o meu apartamento, Sophie. – isso não foi uma pergunta.

Ele decidiu isso assim que encontramos com a Lara e o meu irmão, na faculdade. Ela teria que ficar mais um tempo por lá, e o Lucas não a deixaria sozinha.

— Você sabe que eu posso muito bem ficar no meu.

Ele parou no sinal, e me olhou. Sabem de uma coisa, Nathan sempre foi bonito, mas esse olhar dele, de sério, e quando ele junta as sobrancelhas, fazendo com que o seu rosto fique com traços bem másculos, é de derreter a geleira que acabou com o Titanic. Se ele não fosse tão meu amigo, acho que poderíamos dar certo. Mas, obviamente, que isso nunca acontecerá! È apenas um exemplo de algo muito distante, muito distante mesmo.

— Eu sei que você pode ficar no seu, mas eu estou dirigindo, e estou te levando para o meu apartamento que, se você quiser, pode chamar de seu.

— No seu apartamento não tem nada meu. Só o meu notebook, que eu estou levando na bolsa, meus materiais e o meu celular.

Ele sorriu, e voltou a dirigir. Nathan estacionou em sua vaga, e subimos até o andar em que ele mora. Ele não falou nada, e eu muito menos.

Ele destrancou a porta, e eu entrei. Uau! Estava cheirando ao seu perfume, que eu amo.

— Seja bem vinda! – sorriu.

— Eu deveria ter colocado uma troca de roupa na bolsa. – resmunguei, colocando a minha bolsa em cima do sofá.

— Anjo, eu disse que eu posso te surpreender. – pegou a minha mão, e me levou até o seu quarto, que mais parecia meu, porque tinha tanta foto minha e dele, e tinham algumas só minhas.

Abriu o guarda roupa, que estava mais organizado do que a minha vida, e me mostrou uma quantidade de roupas que estavam organizadas. Espera ai, eu conheço essas roupas.

— Como conseguiu minhas roupas? – perguntei incrédula.

— Lara me ajudou a separar algumas roupas, e outras eu peguei escondido, quando você estava distraída. – sorriu.

— Vocês são terríveis! – sorri.

Ele chegou perto de mim, e segurou as minhas mãos.

— Esse apartamento também é seu. Eu estou perdoado por ter trazido as suas roupas pra cá?

— Me deixa pensar? – fingi estar pensando, quando ele me pegou no colo, e me jogou na cama, fazendo cócegas em mim.

— Nathan, para, por favor! Eu não estou agüentando. – ria sem parar, e ele fazia cada vez mais.

— Eu estou perdoado, senhorita Sophie Campbell Hunter?

 — Sim! Pelo amor de Deus!

Ele parou imediatamente, e sorriu, enquanto eu estava se ar de tanto rir. Nathan deitou-se do meu lado, e me virou para olhar para ele. Eu olhei para ele e, por alguns segundos, eu me senti estranha. Uma coisa dentro de mim, e não eram gases. Um sentimento estranho e os meus olhos não saiam dele, como se eu estivesse hipnotizada.

— Eu te amo, Sophie!

— Eu também te amo, Nathan!

Ele segurou o meu rosto, e olhou tão profundamente para os meus olhos. Nathan foi chegando cada vez mais perto, e encostou o seu nariz no meu. A sua respiração estava tão acelerada, que poderia ser comparada com a minha. Meu coração batia tanto, que dava para ouvi-lo.

Fechei os meus olhos, e me imaginei como aquele dia, no dia dos meus 15 anos. Nós dois no parque de diversões, e ele tirando a minha virgindade de boca. E eu só pensava: ele vai me beijar! Ele vai me beijar! Ele vai me beijar!

— Sophie... – sussurrou o meu nome, só para eu ouvir, de tão perto que estávamos.

— Nathan, eu... – sussurrei de volta, fechando novamente os meus olhos, mas um barulho nos tirou do nosso momento, fazendo com que Nathan se afastasse de mim.

— Merda! – levantou-se correndo, pegando o celular. — Oi, Lucas.

Nathan me olhava, enquanto falava com o meu irmão. E eu ainda continuava deitada, morrendo de vergonha do que quase fizemos. Caramba! Nathan foi o primeiro garoto que eu beijei, mas isso faz tempo, e quase fizemos isso de novo. Não sei se agradeço o meu irmão, ou se o mato. Eu me levantei, e fui até a sala, deixando o Nathan acabar de falar com ele. Eu preciso pensar um pouco, e longe dele. Sentei-me no sofá, e esperei ele voltar. Precisava ir para a minha casa, e pensar no que aconteceu e no que poderia ter acontecido. Imagina se estivéssemos nos beijado novamente. Eu não sei conseguiria olhar novamente para ele, porque não teria aquela duvida que eu tinha aos 15 anos.

— Sophie?- olhei para trás, e Nathan estava parado, olhando para mim.

— Ah, oi. – levantei-me, e olhei pra ele.

Ele não falava nada, e eu só queria sair dali, e ir para a minha casa.

— Nathan, eu preciso ir embora. – peguei a minha bolsa, e fui até a porta.

— Sophie, eu não quero que vá embora, nunca. – segurou o meu braço, e me virou para ele. — Eu não sei o que deu em mim, mas eu prometo que não farei mais aquilo.

Ai, Nathan, não prometa algo que eu sei que eu vou me arrepender de ter concordado.

— Eu vou sair para comprar algo para comermos, e você poderá pensar, se você quiser. Quando eu voltar, se você quiser ir embora, eu te levo. Pode ser?

— Tudo bem. Eu vou te esperar.

— Ótimo! Eu prometo não demorar. – pegou as chaves do carro, a carteira e saiu.

Eu me joguei no sofá, e coloquei a minha bolsa do lado. Porque tudo é tão complicado pra mim? Na questão de romance, eu sou tão complicada. Às vezes, eu queria ser igual aos meus pais, porque eles são tão simples, e se resolveram e estão juntos até hoje. Eu o Nathan não sabemos o que sentimos, pelo menos no meu caso. Eu o amo, porque ele é meu melhor amigo, mas eu sinto que é muito mais do que isso. É algo muito maior, e que eu na estou acostumada. Ele é mais velho, já namorou e às vezes eu penso que ele só me vê como amiga mesmo, ou como uma irmã que precisa de proteção. É tão confuso, porque eu senti que ele queria me beijar, e enrolou e depois ele ficou distante de mim.

Fui até o quarto dele, que até agora pouco eu estava deitada, e peguei uma camisa dele que estava guardada. Era uma camisa que eu havia lhe dado de presente no aniversário dele. Não era muito a cara dele, mas eu quis fazer uma brincadeira, e ele acabou guardando a camisa. Cheirei, e tinha o cheiro do seu perfume. Aquele perfume que eu gosto, e ele sabe disso. Coloquei em mim, e me olhei no espelho. Ficou enorme, mas combinou comigo.

— Nathan, o que você está fazendo comigo? – perguntei para mim mesma, e fiquei pensativa.

Nathan

Se o meu olhar matasse, Leonard estaria caído esturricado nesse chão. Ele segurava a mão dela, e eu não conseguia sair do lugar de tão nervoso que eu estava. Escândalo era a última coisa que eu queria fazer no primeiro dia de aula da Sophie. Ela iria me matar se eu chegasse arrebentando a cara do filho da puta. Comecei a rezar tudo o que era oração, pedi a Deus para me segurar, e não soltar raio laser na cara desse marombeiro de quinta e respirei fundo milhões de vezes. Quando eu achei que essa situação estava demais para os meus olhos, eu resolvi entrar em cena, mantendo a calma, ou parecendo estar calmo.

— Sophie! – ela olhou pra mim, e deve ter reparado na minha cara de poucos amigos. Foda-se! Eu quero é que esse cara se exploda e solte a minha garota, quero dizer, a Sophie.

Dizem que mau olhado espanta tudo de ruim, então eu quero que o meu mau olhado espante esse cara das nossas vidas, sem devolução.

— Oi, Nathan. – sorriu, me abraçando. — Eu achei que você não viria mais. Ah, Nathan, esse é o Leonard. Leonard, esse é o Nathan, o meu melhor amigo. – sorriu.

Olhei para cima, e Leonard sorria de algo. Eu não vou dar o braço a torcer, e vou mostrar que em cima da Sophie ele não vai dar. Nunca!

— O que você quer, Leonard? – eu sei o que eu quero. Eu quero que ele suma da minha frente.

— Ora, ora, Nathan. Então você é amigo da Sophie. – ele olhou pra ela, e sorriu. — Interessante.

Interessante será o soco na cara dele. Isso vai ficar bem interessante para o meu lado. E ele ainda teve a audácia de sorrir pra ela. Pra minha Sophie é bom ele nem querer mostrar esses dentes.

— Não tem nada de interessante por aqui.

— Muita coisa é interessante por aqui. – olhou pra ela de novo, e piscou.

Senhor, por favor, segure os meus pés e os meus punhos, senão eu vou fazer uma besteira tão grande, que é capaz de não me arrepender depois. Vou fazer uma oração da paciência, porque eu estou sem nenhuma.

— Vamos embora, Sophie, antes que eu faça uma besteira.

— Fugindo e levando a Sophie? Deixei-a comigo, meu amigo.

Em apenas um segundo, eu coloquei Sophie atrás de mim, e fui em direção dele, sem medo e sem pensar no que a Sophie poderia estar achando disso. A minha raiva era tanta, que eu não pensei em mais nada. Meu objetivo era socar a cara desse filho da puta, e gritar que a Sophie era minha, e que ninguém mexeria com ela.

Fiquei olhando para ele, e pedi tanta força para Deus. Eu não quero que a Sophie fique assustada com o que eu quero fazer com ele. Eu me segurei por causa dela. Eu me virei, e a levei para longe dali, não sem antes escutar a boca de fossa falar merda para ela. Senhor dê-me paciência!

Eu a levava até a lanchonete, que era o mais longe possível. No momento eu estava com tanta raiva, que não queria e não conseguia falar nada. Eu só queria ficar mais distante possível de tudo, e ficar somente com a Sophie. Bem que eu poderia levá-la para casa, mas seria pior. Eu preciso me acalmar, e seria por aqui mesmo. Paramos em uma lanchonete quase vazia, e nos sentamos. Fizemos os nossos pedidos, e voltei a ficar calado, mas eu senti o olhar da Sophie. Ela deve estar louca para saber de onde e porque da minha rivalidade com o Leonard. Se eu dissesse que ele não é confiável, ela acharia muito clichê, mas é a verdade. Leonard não é confiável, nem de longe. Ele acha que pode conseguir tudo e todas as mulheres, mas com a Sophie será diferente. Ele nem vai ousar tocá-la novamente.

— Eu sei que você está me olhando, Sophie. E sei que está louca para saber de muita coisa.

— Eu não estou louca. – bufou. — Eu estou curiosa, é diferente.

Olhei pra ela como se não a conhecesse desde sempre. Ela fica louca de curiosidade, e fica me olhando até descobrir. O garçom trouxe os nossos pedidos, e eu me calei, mais uma vez.

— Tudo bem se você não quiser falar, mas eu fico magoada com isso. Anos de amizade, e você não confia em mim? – respirou fundo. Eu sei muito bem o que ela está tentando fazer. — Sabe, isso dói. Eu nunca te escondi nada, já você... Estou decepcionada, Nathan. Eu acho melhor voltarmos para a sala. Cada um segue o seu caminho. Eu vou esbarrar novamente no Leonard, e...

Eu vi vermelho ao ouvir esse. Se depender de mim, ela nem vai chegar perto dele.

— Nem por cima do meu cadáver que você chegará perto dele. Sophie, por favor, fique longe do Leonard, entendeu?

— Essa briguinha de vocês tem a ver com alguma mulher, não é?- mal sabe ela que ela é a mulher.

— Sophie... – eu não quero mais falar sobre ele. Eu só quero comer em paz, na presença dela.

— Nathan Adams, se você estiver tretando com ele por causa de uma piranhuda siliconada, eu acabo com você, entendeu? Eu nem preciso chamar o meu pai para isso. Você terá que dormir com um olho aberto e o outro fechado. Quem é garota? Ah? Quem eu tenho que matar?

— Sophie, por favor. – eu conheço a Sophie nervosa. Ela não descansa enquanto não souber tudo. Ela é tão insistente, que eu vou acabar cedendo e contando tudo para ela.

— Por favor, é o cacete! Quem é, Nathan?

— Não tem mulher nenhuma. – insisti.

— E eu nasci ontem. Eu te conheço, querido. Sei como funciona a mente masculina. É exalando testosterona que vocês pensam. Quem é, Nathan?

Sophie é o pai dela de saia. O gênio é igualzinho ao do Gabe. Quando eu estou com saudade do meu padrinho, é só ficar mais perto da Sophie. Ela é igualzinha a ele. O temperamento é tão idêntico, que eu chego a confundir quem é quem. De tão insistente que ela é, eu vou acabar falando.

— É você, Sophie.

— Eu? Por quê? E o Leonard me conheceu hoje, Nathan. Ele nem sabia da minha existência. –e eu queria que continuasse desse jeito, mas nem tudo é como queremos.

— E eu queria que continuasse desse jeito. Queria que ele nunca colocasse os olhos e nem as mãos em você. Mas agora que ele sabe que nós somos amigos, vai ser um inferno. Ele não vai te deixar em paz, meu anjo. Só que você precisa ficar longe dele.

Eu estava tão nervoso só de lembrar que ele a tocou de alguma forma. Ele piscou pra ela, sorriu e disse que a veria mais tarde. Nem que eu tenha que falar com ele, mas Leonard não chegará perto da Sophie novamente, isso eu garanto.

— Mas vocês se odeiam por algum motivo. Qual é?

— Eu não iria te contar porque faz muito tempo, mas eu sei que você não irá desistir até descobrir tudo.

— Ainda bem que você sabe disso.

Eu respirei fundo e pensei em alguma forma de falar sobre a Jaqueline, sem que a Sophie fique nervosa, porque ela odiava quando eu mencionei que estava ficando com ela. Sophie ainda estava morando com os pais dela, e não por aqui, graças a Deus.

— Lembra aquela garota que uma vez eu comentei com você que eu estava ficando?

Ela fez uma careta, e revirou os olhos. Eu disse que ela não era fã da Jaqueline. Nem eu era fã dessa garota.

— Eu me lembro vagamente. O que tem ela? – falou com desdém.

— Ele é o ex dela. – falei de uma vez.

— E ele te culpa pelo fim do relacionamento?

— Ela espalhou para todos que nós estávamos namorando, mas era mentira. Nós só ficamos depois que eles largaram, e ele ficou com raiva de mim.

Sophie pensava se iria me atacar por ser burro por ter ficado com a Jaqueline, ou se a culparia por ter ficado comigo. Sophie é uma bomba quando está nervosa. Deus, por favor, me ajude!

— Ok! Eu entendi todo esse rolo, mas o que eu tenho a ver? Ele foi simpático comigo, um pouco atirado, mas foi simpático. Eu posso ser amiga dele, e...

— Não! Nem pense nisso, Sophie! Nem passe pela sua cabeça ser amiga dele, entendeu?

Eu ouvi outras histórias sobre o Leonard, e eu não quero imaginar a Sophie sorrindo para ele. Se ela quer sorrir, sorria para mim, não para um bastardo, que só a quer para outras coisas. Eu não suporto pensar a Sophie com ele, ou com ninguém.

— Ei! Desde quando você manda em mim? – eu disse que ela era uma bomba. — Você tem os seus amigos, e eu tenho os meus. Leonard não foi ruim comigo, e eu não tenho culpa que vocês se odeiam por causa da ex de vocês.

— Eu não o odeio por causa dela. Eu o odeio porque ele não é confiável. – e eu o odeio porque ele a quer, mas de maneira carnal. Isso eu não vou deixar acontecer.

— Que clichê, Nathan! Agora eu estou sendo proibida de falar com ele porque você quer? Poupe-me das suas cenas. Nós não somos namorados para você querer vir com ciúmes para o meu lado.

E desde quando eu preciso ser namorado dela para poder cuidar e protegê-la? Ela é a minha amiga, e sabe muito bem que eu a amo e sempre cuidei de tudo que tem a ver com ela, e o seu bem estar. Amigos fazem isso. E eu estou com ciúmes? Não! Eu só quero mantê-la bem, bem longe dele.

— Eu não estou com ciúmes. Eu só quero te proteger dele. E você também tem ciúmes de vez em quando.

— Eu? Desde quando eu sou ciumenta? – ela quer mesmo que eu responda isso? Inúmeras vezes ele teve ataques de ciúmes. — E me proteger de que? Ele é um maníaco? Assassino? Um seqüestrador das calouras da faculdade?

—Não brinca com isso, Sophie. – resmunguei.

— Ok! Esse assunto está cansativo demais. Você não quer que eu chegue perto dele, e eu acho isso um absurdo. Pelo menos em alguma coisa nós não concordamos.

— Eu não quero discutir com você, mas você é tão teimosa. Pelo menos uma vez na vida você poderia fazer o que eu te peço.

Escondam as facas, porque pelo olhar que ela me deu, ela vai me matar. Nunca mais eu falarei que ela é teimosa. Mas ela é mesmo, e eu não posso fazer nada sobre isso. Ela é a teimosa mais linda.

— Eu não sou teimosa! Eu apenas insisto em corre atrás do que eu acho certo. E eu sempre faço o que você pede, mas desta vez eu acho meio um absurdo essa proteção toda. Eu não tenho nada a ver com o histórico de vocês.

— Sophie, por favor. - eu já estava implorando para ela entender o meu lado. Ela tinha que facilitar pra mim.

— Nathan, eu não quero brigar com você por um motivo que eu acho bobo. Nós somos melhores amigos, e eu não quero perder a sua amizade por causa de algo que já aconteceu na sua vida. Leonard não fez nada comigo, ele apenas me ajudou. Se por um acaso ele fizer algo, eu serei a primeira a queimar as bolas dele, e te chamar para ver a fogueira que eu irei fazer. – comecei a rir. — Por favor, vamos esquecer isso, pelo menos por agora. Vamos comer, e eu quero te contar como foi o meu primeiro dia de aula, sem brigas.

Pelo menos teremos uma trégua, mas esse assunto ainda vai render, e eu terei que preparar os meus argumentos.

— Tudo bem, meu anjo. – sorri e segurei a sua mão. — Eu quero saber de tudo!

— E eu vou te contar tudinho. – sorriu.

Pelo menos teremos um pouco de paz, por enquanto.

***

Eu rezei muito para não encontrarmos com o Leonard, e eu fui ouvido. Nada de Leonard pelo resto da manhã. Procuramos pelo Lucas, e ele pediu que eu levasse a Sophie embora, porque ele ficaria mais um tempo com a Lara. Obviamente que eu adorei a idéia de passar um tempo com a Sophie, sem a intromissão do Lucas. Ele é o meu amigo, mas quando quer encher o saco da Sophie, ele consegue. Eu tive a idéia de levá-la pra o meu apartamento, com o intuito de fazê-la ficar bem comigo. Não gosto de brigar ou de discordar dela, então seria bom ficarmos só nos dois, enquanto o Lucas estivesse com a Lara.

— Vai para o meu apartamento, Sophie. – isso não foi uma pergunta, foi uma afirmação.

— Você sabe que eu posso muito bem ficar no meu.

Eu parei no sinal, e olhei pra ela. Eu sei muito bem que ela pode ficar o apartamento dela, mas eu a quero comigo, no meu apartamento, que ela pode chamar de dela, se ela quiser. Tudo o que é meu, é dela também. Melhore amigos são assim.

— Eu sei que você pode ficar no seu, mas eu estou dirigindo, e estou te levando para o meu apartamento que, se você quiser, pode chamar de seu.

— No seu apartamento não tem nada meu. Só o meu notebook, que eu estou levando na bolsa, meus materiais e o meu celular.

Mal sabe ela que eu tenho tudo o que ela precisa, e eu preciso dela. Só isso. Estacionei na minha vaga, e subimos para o meu andar. Assim que eu destranquei a porta, ela olhou admirada.

— Seja bem vinda! – sorri.

— Eu deveria ter colocado uma troca de roupa na bolsa. – resmungou, colocando a bolsa em cima do sofá.

Ela acha que eu não pensei em tudo. Eu a conheço, e sei do que ela gosta. Das suas manias e da sua rotina.

— Anjo, eu disse que eu posso te surpreender. – peguei a sua mão, e a levei até o meu quarto.

Ela olhou em volta, e reparou nas de fotos que tinham por ali. Eram todas dela, seja comigo, com a nossa família ou sozinha. Eu não posso fazer nada se eu gosto de ter fotos dela espalhadas pelo o meu quarto.

Abri o guarda roupa, e me mostrei uma quantidade de roupas que estavam organizadas, e do lado que eu separei para ela, e nem sei o motivo, mas eu separei.

— Como conseguiu minhas roupas? – perguntou incrédula.

— Lara me ajudou a separar algumas roupas, e outras eu peguei escondido, quando você estava distraída. – sorriu.

Por isso é bom ter as chaves da casa dela. Eu tive que pedir ajuda da Lara, e ela me ajudou, mesmo com medo da Sophie ficar brava. Eu só queria que ela se sentisse em casa.

— Vocês são terríveis! – sorriu.

Eu cheguei perto dela, e segurei as suas mãos, que estavam geladas.

— Esse apartamento também é seu. Eu estou perdoado por ter trazido as suas roupas pra cá?

— Me deixa pensar? – fingiu estar pensando, e eu tive uma idéia.

Quando éramos crianças, eu adorava fazer cócegas nela, porque a Sophie é muito sensível, e sempre ri com isso. Eu a peguei no colo, colocando-a em cima da cama. Ela me perdoaria de um jeito ou do outro.

— Nathan, para, por favor! Eu não estou agüentando. – ria sem parar, e eu fazia cada vez mais.

— Eu estou perdoado, senhorita Sophie Campbell Hunter?

 — Sim! Pelo amor de Deus!

Ela estava sem fôlego, e eu parei, sorrindo da cara dela. Eu me deitei ao lado dela, e olhei para ela. Aquela imensidão no olhar dela, que conseguia me enxergar tão profundamente, e eu amava isso. Eu amo tudo na Sophie. Ela é a garota perfeita.

— Eu te amo, Sophie! – e muito!

— Eu também te amo, Nathan!

Eu segurei o seu rosto, querendo que ela nunca afastasse o olhar dela com o meu. Fui chegando mais perto, sentindo um aperto em meu peito, e uma vontade absurda de fazer tantas coisas com ela. De dizer algo para ela, mas algo me impedia. A minha respiração não era mais a mesma. Encostei o meu nariz com o dela, e senti a sua respiração acelerada, e o seu perfume. O meu perfume predileto. A imagem daquela garota de 15 anos invadiu a minha mente. Eu tive que usar uma desculpa para beijá-la. Eu não poderia viver sem beijá-la, pelo menos uma vez. Quando eu soube que ela era virgem, eu fiquei tão feliz em saber que seria o primeiro, que eu acabei falando que queria ensiná-la. Eu nunca beijei alguém como eu a beijei aquele dia. Foi um mistura de tanta coisa boa, que eu queria que o tempo parasse só para aproveitar cada vez mais. Mas o tempo passou, e muitas coisas mudaram, porém, a minha vontade estava bem aqui, guardado dentro do meu peito.

— Sophie... – sussurrei o seu nome, só para ela ouvir, de tão perto que estávamos.

— Nathan, eu... – sussurrou de volta, fechando novamente os seus olhos, mas um barulho nos tirou do nosso momento, fazendo com que eu me afastasse dela.

Eu vou matar a pessoa que decidiu me ligar logo agora.

— Merda! – levantei-me correndo, pegando o celular. — Oi, Lucas.

— Cara, a minha irmã está com você? – me perguntou, e eu não conseguia para de olhar para a Sophie.

Tão linda, tão meiga, brava e doce. Eu estava enlouquecendo.

— Nathan? Você está ai? Eu estou falando com você.

Ela se levantou e saiu. Eu respirei fundo antes de voltar a falar com o Lucas.

— Estou. Eu estou aqui.

— Então, eu vou demorar um pouquinho, e não quero que a Sophie fique sozinha no apartamento. Você pode cuidar dela?

Cuidar da Sophie? Era o que eu mais queria na vida, e o que eu mais faço.

— Claro! Eu ficarei com ela.

— Ótimo! E cuida como um irmão, não de outro jeito, entendeu?

Se ele soubesse o que quase fizemos, ele me mataria. Se ele soubesse de tantas coisas que se passam dentro de mim...

— Eu sei disso, Lucas. – respirei fundo.

— Ótimo! Qualquer coisa é só me ligar.

— Sem problemas. Até mais!

— Até. – desliguei o telefone, encostei a minha cabeça no batente da porta.

Nathan, desde quando você perde as estribeiras desse jeito? Eu preciso me segurar mais. Eu prometi que cuidaria dela, mas não desse jeito. Eu falei tanto no Leonard, que eu devo estar agindo igual. Não quero que a Sophie ache que eu a vejo de um jeito carnal. Eu quero que ela confie e fale comigo, sem ressentimentos. Eu precisava dela!

Saí do quarto, e a achei sentada no sofá, olhando para o nada. Esse silêncio me angustiava.

— Sophie?- olhou para trás, e eu estava parado, olhando para ela.

— Ah, oi. – levantou-se, e olhou para mim.

Esse “oi” dela foi tão seco e sem um sorriso sequer.

— Nathan, eu preciso ir embora. – pegou a sua bolsa, e foi até a porta.

Não! Isso é a última coisa que eu quero na minha vida. Ela longe de mim, eu enlouqueceria. Temos que resolver e deixar as coisas claras.

— Sophie, eu não quero que vá embora, nunca. – segurei o seu braço, e a virei para mim. — Eu não sei o que deu em mim, mas eu prometo que não farei mais aquilo.

E essa promessa doeu em mim. Eu precisava sair daqui para pensar. Respirar um ar puro, e voltar com a cabeça fresca.

— Eu vou sair para comprar algo para comermos, e você poderá pensar, se você quiser. Quando eu voltar, se você quiser ir embora, eu te levo. Pode ser?

Concorde, Sophie! Concorde com isso, por favor.

— Tudo bem. Eu vou te esperar.

— Ótimo! Eu prometo não demorar. – peguei as chaves do carro, a carteira e sai.

Sai e fui até o restaurante que ela mais gostava. Fiz o pedido, fiquei esperando. O que estava acontecendo comigo? Eu nunca agi desse jeito, mas ultimamente está difícil se segurar. Meu Deus! Eu preciso de forças! Eu preciso tanto da Sophie, mas o meu medo era maior. Ela é tão perfeita! Tão perfeita para mim! A nossa amizade é tão linda, que eu nunca vou querer estragar o que construímos durante todos esses anos. Sempre fomos sinceros um com outro, mas eu escondia um sentimento dentro de mim. A minha vontade era de gritar para todos saberem, principalmente ela, porque a Sophie era a dona da minha vida.

— Senhor, o seu pedido. – sai do transe, paguei e fui embora.

Coloquei no carro, e sai em direção do apartamento. Quando parei em frente a uma praça que não tinha quase ninguém, eu vi a última pessoa que eu queria ver: Leonard. Eu não poderia perder a chance de ter uma conversinha com ele. Estacionei o carro, e desci. Leonard estava parado, e olhando para o celular. Parece que ele sentiu a vibração ruim que eu estava passando, e ele olhou pra mim.

— Ora, ora, se não é o Nathan. Está me perseguindo? Cadê a Sophie? Cara, ela é linda!

Eu estava tão furioso, que cheguei bufando, e me segurei para não fazer uma besteira. Que Deus me ajude, senão eu vou matar esse cara se ele pensar na Sophie seja lá qual for a maneira. Ela é minha!


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