Bruxas e Caçadores escrita por ackleholicbr


Capítulo 18
Depois de John


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é mais focado na Prue! Espero que gostem ;-)



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Uma semana depois

São Francisco – Califórnia

Prue

Tinha uma semana que Dean e Sam tinham vindo aqui pra casa. Sam estava como eu e minhas irmãs, tentando entender como a como a Piper tinha voltado à vida, e como ninguém mais se lembrasse que nós éramos bruxas. Era como se o mundo inteiro tivesse sofrido uma amnésia geral. E o mais estranho disso tudo era que Dean, Sam, Leo, meu tio e o papai eram os únicos que sabiam a verdade. 

Era como se tudo tive voltado ao normal, quer dizer nem tudo. Porque depois que meu tio Bobby deixou o Impala aqui em casa, Dean não saia debaixo daquele maldito carro. Eu estava indo justamente tentar conversar com o Dean, mas quando abri a porta dos fundos do casarão, escutei uma parte da conversa entre os irmãos.

Pode parar de perguntar se eu preciso de alguma coisa. – Dean saiu de baixo do capô. – Eu estou bem. Eu estou legal. É sério.

Estamos aqui há uma semana, e você não falou do papai nenhuma vez. – Sam disse nervoso.

É, você está certo. Vem cá. Vou encostar a cabeça no seu ombro. A gente chora, se abraça e até dança juntinho. – disse com ironia.

Não me trate como criança, Dean. O papai morreu, o Colt sumiu, e você age como se não fosse nada.

Quer que e faça o quê?

Fala alguma coisa! DROGA! Diz alguma coisa! Não está com raiva? Não quer vingança? – Sam perguntou nervoso.

— Vingança, é?! Parece bom. Tem alguma pista de onde o demônio esteja? Aí podemos matar ele... Ah! Pera aí. O Colt sumiu! Eu não tenho nada, Sam. Nada.

— Ao menos converse com alguém, Dean!

Sam passou por mim, e eu fui em direção ao idiota do irmão dele. O Dean não podia continuar nos tratando assim.

— O que veio fazer aqui? Veio me oferecer sua ajuda com o carro também?!

— Sabe, você poderia parar de ser um estúpido comigo e com Sam! – gritei.

— Desculpa se não estou de bom humor.

— Dean, você está insuportável! Não parece o mesmo cara que eu conheci naquela cidadezinha. 

— Prue, eu já disse que eu não posso fazer nada!

— Você sabe que eu e as minhas irmãs podemos ajudar, e você só sabe ficar trabalhando nesse maldito carro. – gritei.

— Não! Isto está fora de questão. Você não vai fazer isso! – Dean gritou, travando o maxilar. – Então, a única coisa que posso fazer é consertar o carro.

Eu não conseguia ver o Dean se entregar a dor daquele jeito. Ele agia como se fosse culpado pela morte do pai.

Aonde você vai?

— Me manter afastada de você, enquanto você for esse cretino!

Entrei no casarão sendo seguida por Dean, ele estava falando comigo, mas eu simplesmente não podia falar com ele naquele momento. Estava nervosa com ele, e não queria dizer coisas das quais me arrependeria depois.

— Por que me deixou falando sozinho?

— Porque você está sendo um estúpido. – me virei pra ele. – Será que você poderia sair do meu quarto e me deixar sozinha? – passei por ele.

— E seu eu disser que não vou sair. – Dean me olhou trancando a porta.

— Eu diria que você ficou completamente maluco. – disse cruzando os braços.

— Ainda vai dizer que sou maluco? – ele me puxou pela cintura, colando nossos corpos.

— Não. – disse olhando para seus lábios. – Vou dizer que você é um idiota, mas que se não me beijar agora, eu...

Nem pude terminar a frase, porque Dean me virou contra a parede. Nem liguei pra ligeira dor que senti, quando minhas costas bateram na parede. Eu só queria senti-lo, só queria que ele continuasse de boca calada, apenas me beijando. Seu beijo era violento e desesperado, mas eu não ligava pra isso. Sentia meu corpo estremecer a cada toque, a língua dele pedia passagem por entre meus lábios, me deixando cada vez mais entregue a ele. Meu cérebro tinha desligado completamente, porque tirei sua jaqueta a jogando em qualquer lugar do quarto e, passei desabotoar sua camiseta. Dean me olhou sorrindo abertamente, enquanto tirava minha jaqueta e minha blusa, com velocidade sem igual. Dean me olhava, com a respiração tão ofegante quanto a minha. Não suportando mais aquela distancia, o puxei para um beijo. Precisava de sua boca, de seu toque, de seu corpo. Eu precisava loucamente dele.

***

Estávamos abraçados, respirando arfantes e cansados. Dean se mexeu na cama, e me envolveu pela cintura.

— Ainda me acha um idiota?

— Não sei. – me aconcheguei mais nele. – Vai continuar agindo com um idiota?

— Com você?! Não sei. – ele riu.

— Eu só não quero que continue se fechando ok! Todos nós estamos aqui, e também estamos sofrendo.

Dean continuou calado, e apenas me abraçou. Sabia que ele era fechado com seus sentimentos, mas eu tinha medo que isso o fechasse pra sempre. 

Dias depois...

Eu e Dean estávamos conversando na sala, e quando ele começou a falar do acidente, tentei evitar, mas parecia que ele realmente queria desabafar. Só de escutar, eu podia imagina a dor que sentiria ao vê-lo deitado em uma cama de hospital. Mas juro que não me aguentei de rir, quando ele me contou que Sam usou um tabuleiro místico para se comunicar com Dean, enquanto ele teve uma experiência extracorpórea. Tudo relatado por Sam.  

— Tabuleiro? Sério? Foi assim que acabei entrando nessa loucura toda.

Como? – Dean riu.

Nada, digamos que culpo um desses por ser bruxa hoje. – disse rindo.

— Achei vocês. – Sam disse ao entrar na sala.

— Acabou a folga, aposta. – Dean disse rindo ao olhar para o irmão.

— Eu achei uma coisa. Um dos telefones antigos do papai. Demorou, mas descobri o código da secretária. Escuta. – entregou o celular ao irmão.

"John, é a Ellen. De novo. Não seja teimoso, você sabe que eu posso ajudar. Me ligue."

— Essa mensagem tem quatro meses.

— Papai guardou essa mensagem por quatro meses?

— É

— Quem é Ellen? Tem alguma coisa no diário?

— Não faço idéia. – dei de ombros.

— Eu rastreei o número e consegui o endereço.  – Sam disse.

***

Nebraska 

Chegamos a um bar de estrada no estado de Nebraska. O bar se chamava Bar Harvelle. Não tivemos uma recepção calorosa, quase fomos baleados por Hellen e Jo, que eram mãe e filha. Depois ficamos sabendo que ela conhecia mesmo o John. E digo, eu nunca ouvi falar nelas da vida. Não escutei muito a conversa da Hellen com os garotos, estava prestando atenção no jeito que a Jo olhava para o Dean. A gente meio que estava junto, não tinha nada formal, mas não gostava da moral que ele estava dando para a garota! Voltei à realidade, quando escutei Dean perguntando a Hellen como ela sabia de demônios.

— Será que eu perdi algum artigo do Caçador de Demônios? Quem é você? Como sabe dessas coisas?

— Eu dirijo um saloon, mas os caçadores aparecem de vez em quando. – Ellen disse. – Inclusive seu pai, há muitos anos. John fazia parte da família.

— Ah é? E por que ele nunca falou de você?

— Pergunta pra ele.

Dean e Sam ficaram calados por um tempo.

— Diz você, por que precisamos da sua ajuda? – Dean disse de forma ignorante.

— Olha, não estou pedindo nenhum favor. Se não quer minha ajuda, legal. Não deixa a porta bater no seu traseiro quando sair. Mas John não os mandaria se... – Ellen ficou olhando para os dois por alguns segundos. E então percebeu o que estava acontecendo. – John não os mandou. Ele está bem, não está?

— Não. – Sam disse com os olhos cheios de lágrimas. – Não está. Foi o demônio, nós achamos. Pegou o papai antes de ser apanhado, eu acho.

— Eu sinto muitíssimo.

— Tudo bem. A gente tá bem.

— Sério, eu sei como você era ligado ao seu pai.

— Sério, está tudo bem. – Dean disse em um tom grosso.

— Se puderem ajudar, nós vamos precisar de toda ajuda possível. – Sam disse olhando para as duas.

— Nós, não. Mas o Ash pode.

— Quem é Ash? – Sam perguntou confuso.

— ASH?! – Jo chamou.

O cara que estava dormindo na mesa de sinuca se levantou.

— Opa! O que foi? – ele perguntou nos olhando. – Hora de fechar?

— Esse é o Ash? – Sam perguntou.

Ash pegou todas as pesquisas que John tinha feito e pediu umas cinqüenta horas para resolver tudo.

— Ash? – Dean o chamou. – Seu cabelo é maneiro.

— Negócios na frente... – Ash começou a dizer.

— Então o que vão fazer pra esperar as cinquentas horas? – Jo se aproximou de Dean.

Ele me olhou e eu apenas de ombros, me despedi da Hellen e fui em direção ao meu carro. Não iria demonstrar ciúmes para Dean. Se ele quisesse, ele que falasse que estávamos juntos, caso contrário...

— Porque saiu desse jeito? – Dean me segurou pelo braço.

— Nada. Não queria atrapalhar seu momento com a Jo.

— Momento? Ficou com ciúmes?

— Nem em seus sonhos, Winchester!

— Atrapalho? – Sam se aproximou da gente.

— Sempre. – Dean entrou no carro.

— Aonde vamos?

— Voltar pra São Francisco, não tem muito que fazer por aqui. – Dean disse arrancando com o carro.

São Francisco – Califórnia

Assim que Dean parou o carro em frente ao casarão, desci sem dar uma palavra, tinha sido assim à viagem toda. Apenas a música tocando no rádio e os irmãos conversando. Quando entrei em casa, vi Phoebe brigando com o namorado dela, e ao chegar à cozinha vi Piper e Leo em uma conversa entranha. É definitivamente aquele não era um bom dia para as Halliwell.

— O que aconteceu? – perguntei quando Leo passou por mim.

— Não sei. E parece que nem ele sabe. – Piper me respondeu furiosa e saiu da cozinha.

Escutei Phoebe gritando e batendo a porta da frente com força, juro que pensei que ela tinha quebrado os vidros da porta. Quando ela passou por mim no corredor, já sabia que ela não queria papo.

— Será que hoje é o dia nacional do irrite uma Halliwell? – perguntei quando Sam se aproximou.

— Você está falando isso pelo o que aconteceu no bar?

— Também. – dei de ombros.

— Pensei que você e meu irmão tivessem alguma coisa.

— Esse é o problema Sam! Eu to cansada de ficar sem saber qual é a minha situação com seu irmão!

— Ele está lá fora trabalhando no Impala, porque não vai falar com ele?

— Ultimamente, eu tenho a impressão que ele só liga para aquele carro. – suspirei. – Que saber, é melhor eu ficar sozinha agora. Não quero falar coisas das quais eu possa me arrepender depois.

Da janela do meu quarto, dava pra ver o Dean trabalhando no impala. Não sei dizer quanto tempo que fiquei o olhando, vi que Sam foi conversar com seu irmão. Mas parece que a conversa não foi das mais agradáveis, porque depois que Sam entrou em casa, Dean pegou um pé de cabra e quebrou todos os vidros do carro. Não resisti e usei meus poderes, tirando o pé de cabra das mãos dele. Ele percebeu que eu o olhava pela janela, e apenas deu de ombros. É acho que essa briga ia longe. Não entendia porque sempre era sim, um dia estamos bem e no outro brigando.


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