Bruxas e Caçadores escrita por ackleholicbr


Capítulo 16
Demônios a solta - I




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São Francisco

Dean abriu a porta do quarto, no exato momento em que Prue saiu do banheiro. Ele a olhava de cima a baixo, enquanto ela sorriu fraco.

— Aconteceu alguma coisa?

Ela estava realmente nervosa, se segurando para não começar a tremer na frente dele. Prue segurou sua toalha, sorrindo timidamente e pegou suas roupas o mais rápido que conseguiu em cima da cama. E quando se atreveu a olhar novamente para Dean, ele ainda estava a olhando...

— Eu queria falar com você e...

— Eu vou me vestir. Te encontro lá embaixo. – entrou no banheiro.

Ela fechou e se encostou atrás da porta, respirando profundamente, tentando se acalmar. E só então se vestiu e foi em direção a sala, onde escutou um trecho da convença dos Winchesters.

— Cala a boca, Sammy.

— Falando sério agora, admite logo de uma vez.

— Não vou admitir nada, porque o que você disse é loucura.

— Oi! – ela disse um pouco alto, entrando na sala.

Sam saiu, os deixando sozinhos. Dean olhou para garota, e se aproximou.

— Então o que queria falar comigo?

— Era...

— Preciso de vocês agora. – John entrou na sala, sendo seguido pelas irmãs de Prue.

A ruiva já estava se irritando com aquilo, todas as vezes que o Dean e ela ficavam juntos e parecia que as coisas iriam tomar um sentindo, alguém sempre aparecia.

— O que era de tão importante? – Prue perguntou cruzando os braços.

— Queria explicar pra vocês a história da Colt. – John a olhou. – O Colt mata qualquer coisa, qualquer ser sobrenatural. Por isso estava atrás dela. Diz à lenda que Samuel Colt criou uma arma especial com treze balas. Samuel usou a arma meia dúzia de vezes, antes de desaparecer, levando o revolver. Até que Daniel pôs as mãos nele.

— Então ela mata qualquer coisa sobrenatural, até o demônio? – Sam perguntou.

Sim. Desde que encontrei o rastro dele, estou procurando alguma forma de destruir aquele demônio. Esse revolver é a única solução. – mostrou a Colt a todos.

— Mas e se tentássemos o poder das três? – Phoebe perguntou. – Sabe como é poderoso.

— Sim, eu sei. – John a olhou. – Sua avó sempre me disse isso, e seu tio também. Mas não posso arriscar. Não posso deixar que ninguém as machuque, prometi a sua avó.

— Eu sei, mas...

— Acho que chegou a hora de contar tudo o que eu sei sobre o demônio. – John interrompeu Piper.

Eles voltaram para sala, e escutavam atentamente tudo que John falava sobre o tal demônio. E foi uma surpresa para Piper e Phoebe descobrirem o que realmente tinha acontecido com a mãe e avó delas. Elas brigaram com Prue por não ter contado a verdade, mas John rapidamente controlou a situação, explicando porque ele tinha mentido e porque ele tinha pedido para que ela não contasse a verdade.

Até que no ano passado, eu voltei a encontrá-lo.  

Foi quando o senhor se mandou. – Dean estava encostado à parede da sala.

É! O demônio saiu da toca, ou da hibernação. – então John contou sobre as mortes de mulheres que acontecerem quando seus filhos tinham seis meses. – Começou no Arizona, depois New Jersey, Califórnia, casas incendiadas. Ele vai atrás das famílias, como veio atrás da nossa.

Família com bebês? – Sam o olhou.

É. Na noite em que o bebê faz seis meses.

Me deixa ver se eu entendi. O demônio quer pegar essas crianças por alguma razão? Como ele quis me pegar? Então as mortes da mamãe e da Jess foram por minha causa?

Nós não sabemos. – Dean se aproximou do irmão.

É mesmo?! Eu acho que está muito claro!

Pela última vez, o que aconteceu com elas não é culpa sua. – Dean gritou.

É, você tem razão. Não é minha culpa mais é meu problema. – Sam falou no mesmo tom.

Não é seu problema. – Dean gritou. – É nosso problema.

Já chega! – John gritou.

E... Por que ele faz isso? O que ele quer? – Piper perguntou.

Eu queria ter mais respostas, eu queria mesmo. Mas nunca cheguei a tempo de salvar... – John ficou em silêncio.

— Nós sabemos John. – Phoebe se aproximou o abraçando.

E... Como vamos fazer para encontrá-lo antes que ataque? – Dean perguntou se aproximando de Prue.

Existem sinais. Eu levei um tempo para perceber um padrão, mas um pouco antes dos incêndios os sinais apareceram na área. Mortes no gado, flutuações de temperatura, tempestades elétricas... E os sinais, eles estão recomeçando.

Onde? – Sam perguntou

Em Salvation, no Iowa.

Então vamos todos, temos que matar esse... – Phoebe parou de falar, quando teve uma visão.

Mas não era uma visão qualquer, era uma visão de um demônio muito forte que estava atrás de pessoas que faziam o bem e salvavam pessoas. E o primeiro da lista era um médico.

— Phoebe o que foi? – John perguntou a fazendo sentar-se no sofá.

— Uma visão muito, muito ruim.

— O que você viu? – Prue perguntou. – Não me diga que são mais problemas?!

— Um demônio está atrás de um médico, ele quer matá-lo.

— Não podemos seguir sua visão agora, Phoebe. Temos que matar o demônio que matou Mary, a mamãe e a vovó. – Piper disse séria.

— Nós vamos e vocês ficam. – John disse.

— Mas nós...

— Prue, você sabe que tem ajudar esse médico. Eu e os rapazes vamos na frente e depois vocês nos encontram lá. – John foi autoritário.

— Está bem. – ela disse em um sussurro.

***

Uma hora depois, John entrou na sua caminhonete, Dean e Sam estavam terminando de colocar as coisas no impala para seguir o pai até Salvation.

— Toma cuidado. – Prue disse se aproximando de Dean. – E não deixa seu pai fazer coisas estúpidas.

— Vou tentar. – ele sorriu. – E você tome cuidado também.

— Cuidado é meu nome do meio. – ela riu.

Dean riu e selou seus lábios nos dela, e só então deu a volta no carro e entrou. Quando Prue entrou no casarão, suas irmãs estavam a olhando sorrindo.

— O que tem entre você e o Dean?

— Não sei. – ela sorriu. – Vamos descobrir que demônio é esse.

Na estrada, John recebeu uma ligação de seu amigo Caleb dizendo que o Pastor Jim Murphy tinha sido morto pelo demônio. John se enfureceu ainda mais, e parou o carro no meio da entrada.

Há dois hospitais e um centro de saúde no condado. Vamos nos separar para cobrir mais terreno. Eu quero os registros, quero uma lista com cada bebê que faz seis meses na próxima semana.

Pai, deve ter uma dúzia deles. – Sam disse. – Como vamos saber qual é o certo?

— Vamos checar todos.

Enquanto isso, as Halliwell descobriram que o demônio da visão de Phoebe se chamava Shax.

— Shax é capaz de disparar rajadas de ventos que são letais para suas vítimas. Tem habilidade de se teletransportar através do vento e do ar, de uma forma que se assemelha a tornados. – Piper disse lendo uma das paginas do Livro das Sombras.

— Olha que legal! Ele consegue localizar pessoas ou objectos. – Prue foi irônica.

— O bom é que temos um feitiço pra ele. – Phoebe apontou para o final da pagina.

***

Salvation

— Meg? A última vez que te vi você caiu da janela.

— É graças a vocês... Aquilo feriu meus sentimentos.

— Só seus sentimentos? – Sam perguntou indignado.

— Quero falar com seu pai.

— O meu pai... Não sei onde ele está.

— Sam, está na hora dos adultos conversarem. Eu quero falar com ele agora.

— Estou aqui! – John se aproximou do filho mais novo.

— Oi, John... eu sou Meg. Sou amiga dos seus filhos. E também sou aquela que viu o Jim se engasgar com o próprio sangue. — todos ficaram surpresos. – Você continua aí, John?

— Estou aqui.

— Enfim... aquilo foi ontem, hoje eu estou em Lincoln visitando um outro velho amigo seu. Ele quer dizer oi.

— John, não importa o que eles façam, não dê...

— Caleb? Caleb?

— Sabemos que tem o Colt.

— Eu não sei do que está falando.

— É? Ok. Então escute...  

Meg matou Caleb para que John a escutasse e a levasse a sério. Então John foi obrigado a concordar em levar a Colt, quando Meg disse que as Halliwell morreriam se não o fizesse, seguido de seus filhos. Ela disse que o esperaria em um armazém em Lincoln à meia noite.

— Vou demorar um dia de carro pra chegar lá.

— Esteja lá de hoje.

— É impossível, não dá pra chegar a tempo e, não dá pra levar uma arma no avião.

— Ah! Então vou atrás das suas meninas. – a voz dela veio acompanhada de uma risada. – Se resolver vir, venha sozinho.

***

São Francisco

— OK, acho que conseguimos. – Prue disse abrindo a porta do casarão, e fazendo um homem entrar. – Tenho a certeza que conseguimos.

— Acha mesmo que conseguimos? – Piper perguntou.

— Não sei. Ele já teria atacado se não tivéssemos.

— Quem? Porque é que não me dizem o que está acontecendo? – o homem perguntou.

— Porque estamos ocupadas tentando salvá-lo. – Phoebe disse, o olhando.

— OK, Phoebe, talvez devesses ir pegar o feitiço no Livro das Sombras, talvez precisemos de novo. Não sabemos quando o demônio pode voltar. – Piper disse, cruzando os braços.

— Primeiro dizem-me que estou em perigo. – o homem começou a falar. – Depois me sequestram do meu trabalho. E agora estão falando de demônios, bruxas?! Quem diabos são vocês?

Phoebe deu de ombros e deixou que suas irmãs resolvessem o problema, e foi para o sótão.

— Neste momento só estamos preocupadas em salvá-lo e nos salvar. – Piper disse séria.

— Olhe, eu sei que isto tudo parece incrível, mas isso não o torna menos verdade, está bem? – Prue o olhou. – Você é um médico, faz o Bem. Já salvou várias vidas, ou está prestes a salvar uma que eles não querem que salve. Mais especificamente, o Shax.

— Esperem aí, já sei. É uma brincadeira, certo? – o médico soltou surpreso. – Têm uma câmara escondida aqui? Foi a minha segunda mulher que fez isto?

— OK, Dr. Griffiths, ouça. Isto não é nada senão...

— Que foi? – Piper perguntou olhando para irmã mais nova.

— Não sei, senti um arrepio.

— Phoebe!

— Tudo bem, tudo bem, estou indo.

— Santo Deus! – Dr. Griffith soltou ao ver o demônio.

Sax jogou o Dr. Griffith, Piper e Prue contra a parede, e estava prestes a matá-los, quando Phoebe desceu a escada.

“Vento maligno soprando, bruxa se formando. Não mais se formará. Com esse feitiço, a morte te levará.”

— Oh, não. Vocês estão bem? – se aproximou das irmãs.

— Estamos, eu acho. – Piper olhou para as irmãs.

Phoebe ajudou suas irmãs a se levantarem, e em seguida foi ver se o Dr. Griffith estava bem.

— Onde está o Shax? – Prue perguntou entrando no jardim de inverno.

— Bom, tentei lançar-lhe um feitiço destruidor, mas acho que apenas o feriu. Ele transformou-se em vento.

— Bom, talvez o feitiço precise de mais do que uma bruxa para fazer impacto. – Piper disse andando de um lado para o outro.

— Phoebe, você fica aqui com o Dr. Griffith. Se Shax voltar, você lê o mesmo feitiço, eu e a Piper vamos tentar encontrá-lo. Ele está machucado, então temos que aproveitar.

Elas saíram pelas ruas do bairro à procura do Shax. Prue tinha certeza que aquele demônio ainda estava por perto. Ele não iria embora sem conseguir o que queria.

— Talvez a Phoebe o tenha ferido mais do que pensava.

— Não, ele tem que estar por aqui, em algum lugar. Ele não desistiria tão fácil.

— Você acha que ele nos atacaria em plena luz do dia? O Mal normalmente é mais discreto do que isso. – Piper parou de andar.

— OK. – a ruiva disse ao escutar um barulho, parecido com o de uma ventania.

Shax apareceu jogando uma bola de eletricidade em cima das Halliwell, Prue usou seus poderes, jogando a bola de eletricidade em cima de Shax.

— OK, ele está morto?

— Bom, nós não dissemos o feitiço. – Prue disse olhando para todos os lados.

— Talvez não tivesse que falar, nem sempre temos. – Piper a olhou.

Quando elas voltaram, explicaram para o Dr. Griffith que ele não poderia falar nada disso pra ninguém. Elas não poderiam ser expostas, seus poderes não poderiam ser exposta. Dr. Griffith garantiu que o segredo delas, estava seguro. Ele não contaria para ninguém, porque nem ele mesmo entendia direito o que tinha acontecido.

— Vocês salvaram a minha vida. O mínimo que posso fazer é proteger a de vocês.

***

Salvation

John e Sam estavam esperando na beira de uma estrada, que Dean voltasse de um antiquário.

Conseguiu? – John perguntou quando seu filho mais velho saiu do carro.

Sabe que é uma cilada, não sabe? Por isso Meg quer que vá sozinho. – Dean tirou um embrulho do bolso de dentro da jaqueta

Parece que não tenho escolha, se eu não for... muita gente morre, as meninas e vocês morrem. – John olhou para os filhos.

Vai dar uma arma falsa pra Meg e, acha que ela não vai perceber?

Se for parecida, ela não vai perceber a diferença.

Por quanto tempo? O que vai acontecer quando ela perceber? – Dean elevou seu tom de voz.

Eu só preciso de algumas horas, só isso. – John disse abaixando a cabeça. – Eu posso cuidar dela. Estou levando todo o arsenal.

Pai. – Dean o chamou. – Me promete uma coisa?

O quê?

Se a parada esquentar, saí fora... não se deixe matar. Não nos serve morto.

Vale pra vocês também... – John respirou fundo. – Escutem aqui... – ele tirou o verdadeiro Colt do bolso. – Eles fizeram balas especiais para esse Colt e, só sobraram quatro. Sem elas a arma é inútil. Façam cada tiro valer.

Sim, senhor. – disse Sam.

— E tentem ao máximo esperar pelas meninas. Elas podem ajudar, mesmo eu não gostando da ideia de colocar todos vocês na mira do demônio.

— Nós cuidaremos um dos outros.  – Dean abraçou seu pai.

— Há muito tempo, eu espero essa briga, à hora chegou e eu não vou estar nela com vocês... É a briga de vocês agora. Acabem com isso. Terminem o que eu comecei, entenderam?

Sim, senhor.

A gente se vê em breve, pai. – Dean guardou o verdadeiro Colt.

***

São Francisco

Piper e Prue voltaram na rua onde foram atacadas por Shax.

Que esperava encontrar? – Piper perguntou.

Não sei, mas alguma coisa.

Os demônios não costumam deixar pegadas.

Não, mas deixam resíduos quando são destruídos. – Prue se levantou, jogando uma das folhas de árvore no chão. – Olha, só não entendo como conseguimos destruir um demônio tão poderoso como o Livro diz ser, sem um feitiço.

O que quer dizer? Ele berrou, fez "puf", como todos os outros. – Piper seguiu sua irmã. – Você não acha que se ele não tivesse morrido, ele já não teria voltado pra nos atacar? Se quiser a minha opinião, acho que você está sendo paranóica.

Piper, eu estou com uma sensação ruim desde cedo. E se aprendi alguma coisa desde que me tornei uma bruxa, foi confiar nos instintos.

As irmãs passaram por uma menina que aparentava ter uns oito anos de idade, que se aproximou delas.

— Fique longe delas. – a mãe da menina a levou de volta pra casa.

Piper achou estranho o jeito que a mulher olhou para elas, mas continuou seguindo sua irmã de volta ao casarão.

— Temos que ligar pro Dr. Griffith. – Piper disse pegando o telefone.

— Já me adiantei. – Phoebe sorriu. – Ele está em uma cirurgia, está seguro por enquanto.

— E o que faremos agora? Não o podemos protegê-lo para sempre.

— Vamos para o hospital e...

Prue foi interrompida por seu celular, quando viu em seu visor que era Dean que estava ligando, implorou para que não fossem más noticias. E quando Dean contou o que seu pai estava pretendendo fazer, a ruiva caiu sentada no sofá.

Seu pai é louco. Isso é claramente uma cilada.

— Ele sabe, vamos esperar que tudo de certo. – Dean disse sério. – E como você está e as coisas por ai?

— Tudo sob controle. — ela mentiu, não tinha pra que deixá-lo mais preocupado. – Assim que der nos encontramos ai em Salvation.

— Ok! Vamos salvar a família que está em perigo.

— Certo, qualquer coisa liga. E Dean, tome cuidado.

— Você também. E se cuida.

Quando Prue abriu a porta do casarão deu de cara com o Leo. As três se olharam surpresas, e como ninguém disse nada, Leo tomou a iniciativa.

— Vocês têm que ver o noticiário.

— Leo, estamos um pouquinho ocupadas para ver TV agora. – Piper revirou os olhos.

— É sério! Deveriam ver. – ele disse passando por elas, e indo em direção a sala.

Quando Leo ligou a TV da sala, as Halliwell olharam espantadas para a notícia que estava passando no jornal.

— Oh, meu Deus!


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