I Can't Love You escrita por Mrscaskett


Capítulo 68
Capítulo 68 — Três, cinco ou dez.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, voltei com mais um cap. Não é tão longo, mas está cheio de amor.
Esse cap não estava programado, mas eu andei pensando e achei legal fazer um cap em familia. Ideia de uma madrugada acordada huashasuhasu

Espero que gostem ♥

Não esqueçam de me contar o que acharam depois ok?

Boa Leitura ♥



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ALEXIS.

Acordei assustada ouvindo gritos dentro de casa. Meu pai falava alto e depois minha mãe gritava com ele. Isso me assustou. Eles estavam brigando, falando cada vez mais alto, e não foi difícil perceber que eles estavam falando de mim. Minha mãe queria me levar para algum lugar e meu pai não deixava. Senti medo. Não gosto de brigas e eles pareciam estar com muita raiva.

Levantei devagar e Cosmo me acompanhou. Vi a porta do escritório do meu pai aberta e os dois estavam de pé se encarando e novamente os gritos voltaram. Me assustei e corri para meu quarto. A casa parecia vazia. Procurei por minha avó, mas ela não estava. Me encolhi na cama e tentei esquecer o que estava acontecendo lá embaixo, mas os gritos eram altos demais e mesmo longe eu podia escutar tudo.

Calcei meu sapato e sai de casa. Queria ir para um lugar silencioso e tranquilo. Sai de casa e comecei a andar. Por um tempo eu ainda escutei os gritos, mas foram diminuindo à medida que eu andava. Meu pai brigaria comigo se soubesse onde eu estou sozinha. Ele disse para eu nunca vir sozinha porque era perigoso, mas a Kate disse que sempre brincava aqui quando criança, então eu não me importei.

Caminhei alguns minutos até a casa de brinquedos escondida na trilha atrás do rancho. Peguei a chave embaixo do tapete e abri a porta. Meus brinquedos estavam todos aqui. Sorri e entrei no lugar. Meu pai fez questão de comprar tudo novo e encheu a casa de brinquedos. Peguei minhas bonecas favoritas e as coloquei sentada na mesa rosa no meio da sala para começar a servir o chá. Eu não estava pensando mais na briga e nem estava com medo.

Me perdi no tempo brincando e quando olhei para fora já estava escurecendo. Olhei a trilha que levava ao rancho e estava escura. Voltei e acendi as luzes da casa, estava com medo de voltar para casa sozinha, então me sentei na varanda com uma boneca e fiquei esperando. Eu sabia que meu viria me pegar.

Depois de um tempo eu escutei a voz de Kate me chamando de filha. Eu a olhei e sorri. Ela disse que era minha mãe de coração, mas nunca tinha me chamado assim. Sorri para ela e a chamei de mamãe, como eu sempre quis. No começo eu senti medo de ela não gostar e me rejeitar, já que minha mãe não gostava quando eu a chamava assim na frente dos amigos. Mas agora ela tinha me chamado de filha, e eu me senti como se fosse sua filha de verdade. Eu gosto da ideia de ter duas mães.

Eu vi seus olhos brilharem quando eu a chamei de mamãe. Pensei que ela ia chorar, mas ela veio em minha direção. Estava pronta para a bronca que viria dela e do meu pai, mas isso não aconteceu. Fiquei aliviada. Abracei Kate o mais forte que pude enquanto meu pai fechava tudo, ela me segurou nos braços junto ao seu corpo e se levantou. Kate era forte! Sorri e beijei seu rosto.

Meu pai se juntou a nós e nos abraçou também. Um abraço forte, muito forte, e depois eles se beijaram. Foi nojento, mas eu estava começando a me acostumar com isso. Sorri vendo eles juntos e eu percebi que nunca fui tão feliz. Os dois me encaram e antes que eu possa falar alguma coisa, eles beijam meu rosto, um em casa lado, amassando meu rosto e me fazendo rir.

Queria que fosse assim para sempre. Só nós três.

Assim que voltamos para casa minha mãe me puxou para seus braços chorando. Eu nunca a vi assim. Ela me apertou forte e me fez prometer nunca mais fazer isso. A mesma coisa aconteceu com a vovó e a Jenny, mas elas não choravam. Meu pai mandou que eu fosse tomar um banho para ajudar no jantar e eu subi correndo para meu quarto.

— Oi princesa, já terminou o banho? – Kate fecha a porta do meu armário e sorrir.

Ela anda até a cama e coloca meu pijama em cima. Ela sempre separava a minha roupa de dormir quando estava aqui. Eu balanço a cabeça e me sento na cama.

— Você já está abrindo a boca? – ela rir me olhando bocejar.

— Hoje foi cansativo. – deito de costas na cama, fechando os olhos por alguns segundos.

— Ei, pode deixar essa preguiça de lado. – ela dá a volta na cama e para na minha frente me puxando pelos braços para que eu sente novamente. – você não pode dormir de cabelo molhado.

— Mas eu não vou dormir. – protesto. – só fechei meus olhos dois segundos. – ela rir.

— Ok, então você vai colocar logo o pijama. Depois do jantar, se a senhorita estiver disposta, a gente pode deitar e assistir alguma coisa, que tal?

Sorrio animada com a ideia. Eu adorava quando a gente se juntava e assistia televisão. Meu pai sempre acaba contando alguma história engraçada, ou criando algum final mais legal do que os filmes que a gente assistia.

— Pode ser aquele programa que eu gosto? – pergunto sorrindo. Eu amava o programa de talentos que passava durante a semana, mas como eu já estou dormindo no horário que passa, eu sempre coloco para gravar.

— Pode. – ela diz e pega a escova de cabelo e começa a pentear. Eu adorava quando ela fazia isso, era como se ficássemos mais próximas. Ela fazia com tanto carinho, suavemente, e eu quase não sentia o movimento da escova.

— A gente pode assistir dois episódios? Eu juro que não vou dormir. – escuro sua risada atrás de mim.

— Vamos ver. – ela beija meus cabelos. – já fez seu dever de casa?

— Não. – forço um sorriso e ela estreita os olhos. – eu passei o dia assistindo filme com a minha mãe, não tive tempo.

— Muito ocupada você. – eu rio do seu tom de voz, mas sabia que ela não estava com raiva. – junte seus cadernos e leve para a sala, você vai fazer antes do jantar, ok?

— Ok.

Ficamos em silencio por um tempo.

— Que tal a secar um pouco seu cabelo com meu secador? – eu a encaro sorrindo. Eu sempre quis usar o secador dela, mas ninguém deixava. Sempre diziam que era coisa de adulto.

— Serio?

— Sim. – ela rir da minha cara. – já está tarde e quando você for dormir ainda vai estar um pouco molhado. Então vamos secar só um pouco, ok? – eu balanço a cabeça e ela vai até o quarto do papai pegar seu secador enquanto eu visto meu pijama.

Quando minha mãe volta, ela me leva até o banheiro e me ensina a usar. Tive que promete que nunca usaria escondido e sempre pediria antes. Pego um jeito rapidinho e ela deixa que eu segure o secador enquanto ela passava a escova para não assanhar. Eu tinha um sorriso satisfeito em meu rosto. Adoro quando ela me ensina essas coisas de mulher, minha mãe nunca me ensinou nada assim antes. Quando eu morava com meu avô eu não fazia nada disso...

Assim que acabamos ela me mostra um creme e me ensina a passar por todo o meu corpo. Era o mesmo creme que eu usava e tinha seu cheiro. Minha mãe disse que eu podia ficar com aquele frasco e que eu passasse sempre que tomasse banho, porque agora eu estava crescendo e precisava me cuidar.

Voltamos para o quarto e eu fui até o armário procurar minha pantufa. Minha mãe reclama alguma coisa sobre eu ser igual ao meu pai com a mania de deixar a toalha em qualquer lugar. Sorrio da cara de brava que ela faz enquanto tira a toalha da cama e leva até a banheiro.

Nós saímos do quarto e Kate diz que me levaria ao salão para cortar o cabelo. Fiz uma careta, mas ela sorriu e prometeu ser só as pontas.

 

KATE.

 

— Pronto, voltamos. – anuncio quando chegamos na cozinha.

Castle resmunga algo sobre termos demorado hora e eu reviro os olhos. Ele não perdia a chance de ser exagerado. Ele mexia algo no fogão, e assim que para olha para a filha e sorrir.

— Nossa, mas você está cheirando mais do que a minha comida. – ela diz beijando o rosto da menina, que rir. Me aproximo da bancada onde Martha me esperava com uma taça de vinho, o meu favorito. – e você está cheirando a Kate. – ela franze o cenho e me olha.

— Ela me deu o creme dela. Agora quando você sentir saudade da minha mãe, é só me abraçar. – eu não aguento e rio. Castle ainda me encarava. Levanto meus braços e gesticulo “culpada” com os lábios enquanto rio.

Eu sabia exatamente o que ele estava pensando. Alexis já era bonita demais e tinha um certo loiro aos seus pés. Com esse cheirinho ela poderia ter todos os garotos da escola aos seus pés. Castle dá mais um beijo na filha e se aproxima de mim, abraçando minha cintura por trás e beijando minha nuca.

— Você quer me deixar de cabelos brancos antes do tempo. – ele murmura e eu me viro.

— Eu acho que você ficaria bonito grisalhos. – ele cerra os olhos e volta sua atenção para a comida. Martha rir ao meu lado e toca nossas taças. Bebo um gole do vinho e fecho os olhos, sentindo uma tontura.

— O que foi? – a ruiva pergunta ao meu lado.

— Nada. – sorrio abrindo os olhos devagar. – só uma tontura. Passei o dia trabalhando, não tive tempo de comer direito... então é melhor eu ficar só com essa teça de vinha antes que eu comece a me alegrar.

— Bom, nessa casa... – ela pega minha taça e coloca a sua frente. – você para de beber e eu tomo a sua. Não podemos estragar esse vinho delicioso. – ela pisca e eu não consigo não rir.

Olho para frente e vejo o homem mais lindo do mundo cozinhando. Qualquer mulher no mundo se sentiria sortuda em estar aqui com Richard Castle cozinhando para ela, e comigo não era diferente. Eu ficaria admirando-o pelo resto da noite e ainda assim seria pouco.

— Onde está Meredith? – pergunto baixinho depois de um tempo.

— Disse que estava com dor de cabeça e ia dormir cedo. – ela bebe um gole do vinho. – melhor assim, a presença dela deixa tudo muito desagradável. – tento conter o sorriso, mas não consigo.

— Mãe, eu estou morrendo de fome. – Alexis senta no banco ao lado do meu e puxa meu braço para abraça-la. Eu a encaro e sorrio da sua cara dramática. – vai demorar?

— Pergunte a seu pai, ele quem está no comando. – digo e ela chama a atenção de Castle.

— Não se pode apressar a arte, querida. – ele diz olhando a filha por cima do ombro.

Começamos a jogar conversa a fora até que Alexis começa a contar como foi na escola. Era incrível como todos se importavam em saber sobre o dia da menina e o quanto isso a fazia se sentir bem. Castle não perdeu tempo ao perguntar sobre o David, mas se arrependeu quando o sorriso da menina virou magico e seus olhos brilharam ao falar que ele disse que ela estava linda hoje. Não contive o riso ao ver a cara que Castle fez. Mas ele não podia culpar o pobre David, Alexis era mesmo linda.

— Então eu posso ver TV? – ela me encara quando Martha sai para atender um telefonema.

— Não, só depois do jantar. Porque você não vai pegar seus cadernos? Você ainda não fez o dever.... – digo e a menina suspira.

— Eu gosto das aulas, mas fazer dever é um saco.

— Você não quer ser veterinária? – ela balança a cabeça. – então... fazer dever faz parte. Deixa de corpo mole e vai. – ela revira os olhos e levanta. Eu rio acompanhando ela com o olhar até subir as escadas.

Castle estava concentrado em algo no fogão. Me levanto devagar e vou até ele.

— Desmancha essa cara. – digo abraçando ele por trás e beijando sua nuca. Sinto quando ele prende a respiração e joga a cabeça um pouco para trás. Ele gosta quando eu faço isso.

— É a única que eu tenho. – ele fala emburrado e eu sorrio. Seguro firme sua cintura e o viro para mim, mesmo emburrado ele me abraça de volta. – Kate já está quase ficando pronto, se eu não ficar de olho vai queimar.

— Então me dá um beijo. – murmuro e ele revira os olhos.

— Você não vai mais beber vinho. – ele avisa sério e eu rio.

— Está me chamando de bêbada?

— Não, mas se você continuar, vai ficar. – dessa vez eu reviro os olhos. – você e minha mãe já beberam quase meia garrafa.

— Castle, eu só bebi um gole de vinho. Agora dá para você parar de falar besteira e me beijar? – ele fica parado. Sua minha mão até sua nuca e o puxo para um beijo. Lento e com um leve gosto de vinho misturado com o molho que ele provou segundos antes.

— Eu gosto quando você me cala assim... – ele murmura em meus lábios e eu sorrio.

Vocês podem para com isso? – Alexis volta e eu me viro vendo ela jogar os livros na bancada e sentando na mesma cadeira de antes. – eu sou criança, não deveria estar vendo essas coisas o tempo todo.

— Filha eu acho melhor você se acostumar, porque isso vai acontecer muitas vezes... – Castle fala me abraçando por trás.

— Mas precisa ser o tempo todo?

— Bom, nós nos amamos. Então sim, precisa. – digo e a menina sorrir.

— Vocês vão ficar assim para sempre? – a pergunta da menina tinha uma certa dúvida. Sorrio. No fundo ela estava com medo que isso acabasse novamente, mas isso nunca mais iria acontecer.

— Até sermos dois velhinhos. Você vai estar cuidando da gente com seus outros dez irmãos e nós ainda vamos ser apaixonados um pelo outro. – Castle diz contente, mas Alexis rir da minha careta.

— Dez irmãos? – pergunto incrédula e ele balança a cabeça. – não vai rolar, babe.

Me afasto e me aproximo da ruiva, escuto a risada de Castle se misturar com a de Alexis.

— Agora eu quero dez irmãos. – a menina diz e eu a olho feio.

— Não assustem a pobre coitada. – Martha se aproxima me defendendo e eu agradeço mentalmente por isso. – eu acho dez filhos dez filhos um exagero.

— Obrigada. – digo e encaro Castle convencida por ter alguém do meu lado.

— Acho que cinco seria de bom tamanho. – eu encaro a ruiva mais velha e Castle solta uma gargalhada gostosa.

— Ok, vocês realmente estão me assustando. – digo e eles riem.

No fundo eu ficaria feliz de ter muitos filhos com Castle. Três, talvez. Mas não cinco, ou dez. Deixamos esse assunto de lado e eu começo a olhar a lição de Alexis. A menina respondia tudo com facilidade e eu sorrio. Ela era mesmo muito inteligente. Eu não poderia estar mais orgulhosa.

— Fiquei surpresa quando ouvi ela te chamar de mãe. – Martha fala assim que a menina sobe para guardar suas coisas. Sorrio tímida e Castle se aproxima, participando da conversa.

— Ela perguntou se podia me chamar assim ontem à noite... e eu já a amo como se fosse minha mesmo, então eu disse que ela podia me chamar como ela mais gostasse, e que eu sou sua mãe de coração.

Martha sorrir e segura minha mão.

— Eu fico muito feliz que vocês tenham construído esse laço. Agora é para sempre.

— Eu sei.. – olho para Castle e suspiro. – mas eu não quero tomar o lugar da Meredith. Alexis é inteligente, eu sei, mas eu preciso explicar a diferença entre eu e a Meredith.

— Querida, você não pode tomar o lugar de quem nunca esteve nele. A Meredith nunca foi mãe.

— Mesmo assim...

— Ela entende. – Castle me interrompe e eu o encaro. – ela já falou comigo sobre isso e disse que queria ter duas mães. Ela sabe que Meredith é sua mãe biológica e que você é a outra mãe dela, a mãe que ela escolheu. Ela entende tudo isso, Kate.

Sorrio e ele beija meu rosto. Os passos da menina correndo se aproxima e Castle volta para o fogão, anunciando que já estava quase pronto. Alexis e eu começamos a arrumar a mesa enquanto Martha contava contente uma história sobre quando estava atuando em uma peça e fazia Alexis rir. Sabia que ela contava de um jeito diferente para a menina entender e sorrio ao pensar que ela seria uma boa avó para os nosso três, cinco ou dez filhos.

Seja lá quantos fossem, não faltariam amor.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo ♥