I Can't Love You escrita por Mrscaskett


Capítulo 100
Capítulo 100 — Namorados por uma noite.


Notas iniciais do capítulo

OIEEEEEEEEEE

CAP 100, alguém acredita? Eu não! kkkk
Bom, mas aqui está mais um cap. Como sempre amei escrever. Queria colocar mais coisas, mas achei que ficaria muito grande, então vou deixar mais surpresas para os próximos.

Curtam muito ♥



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KATE.

 

— Você verificou direitinho?

— Sim, Doutora. – afirma Charles, um dos novos veterinários do hospital.

— Então não se importa se eu conferir?

— Fique à vontade. – ele dá espaço e eu verifico todas as vacinas. Normalmente eu faço esse trabalho no rancho, com os nossos cavalos, mas como ainda tenho que pegar leve, Lanie mandou um dos nossos para fazer.

Não gosto de confiar tarefas importantes a profissionais que eu não conheço, mas nesse caso é preciso. Lanie também não pode fazer esse trabalho, então preciso começar a confiar em minha equipe.

Verifiquei toda a medicação e as vacinas. Todas as datas e a dosagem prescrita. Verifiquei cada avaliação física dos cavalos e só depois entrei os papeis e o aval para que Charles prosseguisse com o seu trabalho.

— Desculpa ser tão chata, mas eu tenho um apego especial por esses cavalos.

Ele sorriu.

— Não precisa se preocupar, a Doutora Parish falou que a senhora faria isso.

Dessa vez eu sorri, mas sem graça. Lanie avisou. Claro que avisou, ela me conhece muito bem.

— Então ela deve ter dito também que mesmo sob recomendação médica para descansar mais eu vou acompanhar todo o procedimento, certo?

— Ela citou algo sobre isso.

Nós rimos e finalmente nos encaminhamos para o celeiro.

Charles estava vestido como um profissional, jaleco, luvas, mascara. Eu podia me dar ao luxo de ficar mais à vontade, hoje sou apenas uma espectadora. Vesti minha costumeira calça preta colada que eu amo usar para montar os cavalos, uma camisa de botões e mangas longas, e minha inseparável bota.

Estava prestes a entrar quando vi o carro de Castle estacionar na parte de trás do carro. Ele tinha ido levar Alexis na escola e resolver um assunto. Não me disse exatamente o que era esse assunto, mas presumi ser ir pegar um amigo no aeroporto já que chegou acompanhado e estava tirando uma mala do carro.

Fiz um aceno silencioso para que Charles prosseguisse com os exames e fiquei parada olhando para Castle e seu amigo. Logo Ryan o ajudou com a mala e os dois vieram em minha direção.

 — Kate, esse é o Mark, meu advogado. – apontou o homem de terno sorridente e eu apertei sua mão.

— Prazer.

— O prazer é todo meu, Kate. Não tivemos oportunidades de conversar ainda, não é?

— Infelizmente. – sorri simpática.

Agora eu lembrava perfeitamente. Nos vimos poucas vezes e acho que trocamos apenas alguns comprimentos. Ou será que nem isso? Bom, não sei. Mark para mim era um completo estranho. Era apenas o advogado do meu marido.

— Amor, eu pensei que você tivesse dito que não trabalharia. – Castle se volta para mim.

— E não vou. Só vim conferir as medicações e dosagens, mas agora quero acompanhar tudo. Estou achando os cavalos magros, quero passar algum suplemento para eles.

— Aquele cara de jaleco é...

— Charles. Um dos novos veterinários.

— Ótimo, então deixa que ele cuida de tudo. O Mark veio aqui de repente e diz que é sério, e só pode ser com nós dois.

Eu volto a olhar para o homem de terno. O que podia ser de tão sério que eu também tinha que estar presente?

— Eu não entendo nada sobre os negócios de vocês e...

— Não é sobre os negócios, Kate. – Mark me interrompe. – mas é ainda mais sério que os negócios de seu Marido. É sobre a filha de vocês.

Apenas o fato dele mencionar isso fez um pequeno frio se instalar em minha barriga.

— O que tem a Alexis? – segurei firme a mão de Castle.

— Amor, calma. Vamos conversar no escritório. – olhei para ele. – eu também não sei o que é, mas deve ser importante para trazer o Mark até aqui.

Concordei em silencio e nós seguimos para dentro da casa.

— Certo, já estamos aqui, agora pode falar. – disse sério sem ao menos esperar Castle fechar a porta.

— Bom, o que me traz aqui é um pedido da Meredith antes de morrer. – ele é direto.

— Pedido? – Castle pergunta assustado e eu logo me sento no sofá que tinha ali.

— Rick você se lembra que me ligou contando do acidente e pediu para que eu fosse até o hospital...

— Sim, claro que eu lembro.

— Quando eu cheguei lá eu ainda vi a Meredith viva.

— O que? Como assim? Porque você nunca me contou isso, Mark?

Eu assistia a conversa dos dois em silencio.

— Ela estava assustada, muito machucada e sentia dor. Mas não queria ser sedada até conversar com alguém e ela me agradeceu por ser eu a estar lá.

— Porque?

— Porque ela me pediu para redigir um documento e depois assinou, pouco antes de morrer. Por isso eu demorei tanto para entrar em contato.

— Que documento é esse? – dessa vez eu falo.

Mark abriu a pasta e tirou um papel lá de dentro.

— Está registrado em cartório. – ele diz antes de tudo.

— O que diz aí, Mark?

— Diz que Meredith concorda que Kate seja a mãe da Alexis, legalmente falando.

— Oi? – me levanto rápido e pego os papeis primeiro que Castle.

— Ela abriu mão da maternidade?

— Não. – Mark explica. – ela concorda que Kate pode adotar Alexis como filha. Fazendo assim, Alexis ter duas mães e um pai.

— Adotar? – olho para ele e entrego os papeis a Castle.

— Sim. Isso é, se você quiser.

— Então esse papel me dá o direito de adotar Alexis como minha filha legalmente? Eu passo a ser mãe dela e ter todos os direitos sobre ela? E isso que você está falando?

— Sim, exatamente isso.

— Eu não estava isso da Meredith. – Castle fala sem acreditar.

— Olha, eu não sei muito sobre a história de vocês. Mas quando a Meredith me pediu para fazer isso ela me disse que a filha dela tinha encontrado uma ótima mãe. Que foi em busca de um pai e encontrou uma família inteira e que isso era digno de se fazer depois de tudo.

Ficamos todos em silencio por alguns minutos.

Isso é mesmo real?

— Kate? – Castle me chama. – então?

— Então o que? Se eu quero adotar minha filha? Óbvio. Mas eu não posso. – começo a andar de um lado para outro. – eu não posso simplesmente decidir isso, é muito importante. A gente precisa conversar com a Alexis, explicar de alguma forma que ela entenda e ver o que ela acha.

— Kate, Alexis te ama. Ela não vai dizer não.

— Mas eu quero saber a opinião dela. Quero ver como ela se sente... isso é muito mais do que ser considerada a mãe dela, isso é ter responsabilidades maiores. Ela vai ganhar o meu sobrenome também.

— Ela já é sua filha, Kate.

— Claro que sim. Mas isso... – aponto para o papel. – isso torna tudo oficial diante a lei. Quando Meredith morreu ela simplesmente parou de me chamar de mãe porque pensou que estaria magoando ela. Como vai reagir quando souber disso? Que meu nome pode estar em seu registro, sua identidade, e todos os seus documentos? Ela vai mesmo querer isso?

— Kate por favor... Alexis é uma criança, ela não te parou de te chamar de mãe por mal.

— Eu sei. Eu sei disso tudo. Mas eu não quero que isso se repita! – explodo e sinto meus olhos encherem de água. – sabe o quanto doeu não ouvir ela me chamar de mãe? Doeu muito, Castle. Não quero passar por isso de novo.

Ele se apressou e me puxou para seus braços.

Não sei o exato momento que Mark saiu e nos deixou a sós, mas quando voltei a olha-lo não existia nada além de nós naquela sala.

— Tenho certeza que isso não vai acontecer de novo. Não posso imaginar o que você sentiu, mas eu vou fazer de tudo para que isso não aconteça de novo. – ele prendeu meu rosto entre suas mãos. – nós vamos conversar com Alexis com calma hoje à noite, ok? Nós vamos fazer ela entender e respeitar o desejo dela.

— Tudo bem.

— Ótimo. – ele sorrir. – agora não chora...

Novamente seus braços são meus amigos e me permito esquecer de tudo ali.

 

***

 

— Kate, eu queria falar com você um instante. – minha tia me para assim que saímos do escritório.

Castle sorrir e continua seu caminho até Mark, que estava bem no sofá de nossa sala.

— O que houve, tia? Você parece nervosa. – digo enquanto caminhamos para a cozinha.

— Acabei de receber uma ligação de casa. Eu detesto ter que dizer isso, mas eu preciso voltar.

— Aconteceu alguma coisa grave?

— O teimoso do seu tio está doente. Ele não queria que a empregada me ligasse, mas hoje ela finalmente decidiu desobedecer a ele e me ligou. Há dias ele não vai ao trabalho e se recusa ir ao médico. Preciso voltar.

— Claro que sim, não se preocupe com nada. Eu estou bem, nós vamos ficar bem.

— Eu vou reservar um voo ainda hoje, e se você precisar de qualquer coisa me liga, ok?

— Tia, vai tranquila. Você já fez mais do que deveria. – sorrio agradecida.

Minha tia estava sendo, mais uma vez, um anjo em minha vida.

— Não quero que ele saiba que estou indo, ou me impediria de voltar só para não ir ao médico. – ela revira os olhos e eu rio.

— Faça como achar melhor, tia. Só me avise a hora do voo, que leva-la no aeroporto. – ela tenta protestar, mas eu continuo. – nem adianta. A senhora não vai sozinha, e Alexis com certeza vai querer ir. Então, nós vamos.

Ela abre um sorriso e eu sei que já venci.

— Para onde nós vamos? – Castle se aproxima da gente.

— Levar minha tia ao aeroporto. Meu tio está doente e precisa da enfermeira dele de volta.

— Mesmo? O que ele tem?

— É o que eu vou descobrir quando chegar lá. – tia Thereza suspira. – espero não ter trazido mais problemas para vocês. Vi a cara do advogado quando saiu do escritório.

— Não trouxe. – me adianto. – depois eu explico melhor o que aconteceu lá dentro, agora minha cabeça está latejando. Rick, vou deitar um pouco, você me chama quando chegar a hora?

Ele concordou com um aceno e eu subi para o quarto.

Hoje o dia parecia ser daqueles que ninguém deseja. Cheio de surpresas e problemas. Só espero que não aconteça mais nada. Bom, não era um problema em si, mas poderia ser dependendo da reação da Alexis.

Prefiro não pensar nisso agora e apenas fecho os olhos, deixando meu corpo relaxar na poltrona. Não era o lugar mais indicado para repousar, mas era o único lugar que me trazia paz. A poltrona de amamentação no quarto dos meninos.

O tambor que batia dentro de minha cabeça aos poucos foi diminuindo, mas não o bastante até Castle me chamar para irmos ao hospital. Duas visitas por dia. Era isso que a gente tinha. Parece até piada não ficar com eles vinte e quatro horas por dia, mas ainda assim era melhor que nada.

Novamente foi feito todo o processo de tirar o leite e depois ir até eles. Quase quatro semanas desde que deixei esse lugar. Jack e Reece estavam fortes, aparentemente saudáveis, mas ainda assim não tiveram alta. Isso me deixa frustrada. Me faz pensar que algo está acontecendo e não me contaram. Mesmo Demming tentando me convencer que isso era precaução, eu não me acalmava.

Eu não conseguia dormir direito pensando que vou ser acordada com uma notícia ruim. Todos os dias durante o caminho de ida ao hospital eu me pego nervosa e imaginando os piores cenários possível.

Jack já estava conseguindo mamar duas vezes ao dia, mas Reece apenas uma. Mas isso não me incomodava, tudo era um processo. Mas amamentar meus dois filhos de uma vez era uma sensação única. Achei que não existia algo assim, mas existe. É inexplicável.

Quando eu cheguei em casa depois da segunda visita, já era noite. Castle e eu passamos no shopping para comprar um presente para Lanie, já que hora é seu chá de bebê. Assim que entrei na sala vi as malas de minha tia prontas. Era oficial, ela estava indo.

— Mãe. – Alexis me chama séria enquanto descia a escada. Seus cabelos molhados entregavam que ela tinha chegado da natação e já tinha tomado banho.

— Oi, amor. – sorrio sentada no sofá e ela se aproxima, sentando em meu colo.

— Você sabia que a tia Thereza vai embora? – sorri enquanto brincava com seus cabelos.

— Sabia. Ela me disse hoje de manhã. Mas ela não vai desaparecer... ela vem até aqui, ou nós vamos até Nova Iorque. O que acha?

— Eu acho bom, mas... será que ela não pode morar aqui? – ela pergunta triste. – a minha avó já foi embora, e agora a minha tia?

— Meu amor, uma hora ela tinha que voltar. E o tio Robert? Esqueceu dele?

— Ele pode vir morar aqui também. A casa é grande.

Sorrio e a puxo para um beijo.

— Assim que seus irmãos estiverem em casa e bem, eu prometo que a gente vai até Nova Iorque fazia uma visita a ela, ok?

Ela balançou a cabeça.

— Você viu eles hoje?

— Vi, e sabe o que eles disseram? Que estavam loucos para ficar com a melhor irmã do mundo. – terminando aperto ela em meus braços e arrancando uma risada gostosa.

— Mãe, eles não falam ainda.

— Mas eu sei o que eles pensam, esqueceu? Mãe tem sexto sentido.

— Então da próxima vez você diz que eu quero eles aqui logo? Eu até deixo eles ficarem no meu quarto as vezes.

— Pode deixar, amor. – escuto passos da escada e vejo minha tia.

— Olha só quem chegou.

— Desculpa a demora tia, mas depois do jantar a gente vai direto para o aeroporto.

— Não se preocupe, temos tempo. Até, deixa eu matar a saudade que eu vou sentir dessa minha sobrinha linda.

Tia Thereza abriu os braços e Alexis saltou, abraçando ela com toda a força.

— Boa noite, família. – Castle finalmente entra em casa depois de ir estacionar o carro. – tenho novidades. – ele balança o celular na mão animado. – o meu próximo livro vai ser lançado daqui a cinco meses em Nova Iorque.

— Que bom, meu amor. – eu me levanto e vou ao seu encontro, abraçando ele. Logo chegam Alexis e minha tia.

— Feliz por você, Rick.

— Aí a gente pode visitar a tia Thereza, não é?

— Claro que sim. – minha tia se adianta. – vocês vão ficar lá em casa e eu vou preparar um bolo que sua mãe adora e que você vai amar. – ela toca o nariz da ruiva que rir satisfeita.

— Tia, promete que você vai me ligar sempre? Por vídeo chamada, para gente se ver?

— Claro que prometo, você me ensinou direitinho.

Sorrio vendo a interação das duas. Nesses longos meses elas se tornaram mais que tia e sobrinha, ficaram amigas. Alexis ensinou minha tia a fazer vídeo chamada com meu tio para ela não sentir tanta falta dele, mas disse a meu tio que não a deixaria ir embora. Fofo e um pouco possessivo, mas ela era um amor então ninguém ligou para última parte.

— Vamos jantar?

Seguimos para a mesa já posta e Castle ajuda a servir. Alexis não parava de falar um segundo de como foi sua aula de natação e que conseguiu dobrar o número de metros que nadava sem parar. Sua atenção sempre direcionada a minha tia, era óbvio que ela sentiria muita saudade dela.

Depois do jantar e de um banho, finalmente me arrumei para sair. Alexis se despediu da tia quando chegamos na casa de Martha, ela passaria a noite lá já que Castle e eu tínhamos que ir ao aeroporto e depois ao chá de bebê da Lanie. Deixamos uma ruivinha com os olhos cheios de lágrimas, e isso partiu meu coração. Mas a Martha sabe muito bem fazer com que ela esqueça de tudo e ela adora dormir por lá.

Quando o voo da minha tia foi chamado nós nos despedimos. Não pude evitar algumas lágrimas, eu realmente sentiria falta da presença dela aqui, mas um dia ela tinha que voltar, certo? Ouvi bem minha tia pedir a Castle para que cuidasse de mim. Foi inevitável não revirar os olhos. Eu não era uma criança para ela pedir isso, podia me cuidar sozinha. Mas eu sei que no fundo ela só queria garantir que isso aconteceria.

Depois de quase duas horas que saímos e casa, chegamos ao apartamento de Lanie. O lugar todo decorado com coisas de bebê num azul claro e branco.

— Olha só que chegou. – ela anda até nós com o barrigão. Nem mesmo o vestido folgado disfarçou que sua barriga estava mesmo crescendo a cada dia.

— Desculpe, tivemos que deixar minha tia no aeroporto. – ela me olha sem entender. – longa história, depois eu conto tudo.

— Lanie, você está linda. – Castle cumprimenta. – já imagino nossos filhos todos juntos jogando futebol.

— Castle, por favor... – ele não tirava essa ideia de que queria fazer um time de futebol com todas as crianças.

— Kate, se juntarmos todos vai ser divertido. E nós ainda vamos ter pelo menos uns três. – arregalei meus olhos e Lanie gargalhou.

— Ainda bem que você é rico, escritor. – ela zomba. – entrem, fiquem a vontade. Tem bebidas na cozinha, Castle. Sinta-se em casa.

Lanie segurou minha mãe e me arrastou para a mesa de doces para me mostrar cada detalhe. Vi o momento em que Castle se juntou aos meninos e Espo lhe deu uma cerveja. Logo voltei minha atenção para minha amiga, que mostrava todos os mimos personalizados da festa. Realmente tudo incrível.

— Então, vai me contar? – perguntou enquanto coloca um doce na boca.

— O que?

— Você está estranha. Tem um sorriso em seu rosto, mas seu pensamento está longe. É alguma coisa com os meninos?

— Não. – pego um copo de água servido por um os garçons. – os meninos estão bem, estive hoje à tarde lá, o problema é a Meredith.

— Meredith? – ela arregala um pouco os olhos. – desculpa as palavras, mas ela está morta, Kate. O que ela poderia fazer?

— Ela deixou um documento legal onde me dá o direito de adotar Alexis, ou seja, me tornar mãe dela também e assim ter os mesmos direitos que eles.

— E isso não é bom?

— É ótimo. Realmente é maravilhoso, não porque vá mudar alguma coisa dos meus sentimentos, eu não preciso de um papel para isso, eu a amo mais que tudo. Mas ser reconhecida como mãe legalmente é muito importante também. Sabe, não ser barrada no hospital quando ela ficar doente porque só pode entrar família. Ou não ser chamada nas reuniões da escola... Esse documento muda tudo.

— E porque você parece preocupada com isso?

— Não sei como Alexis vai reagir. Quer dizer, ela me ama, eu sei que ela me quer como mãe, mas quando Meredith morreu ela ficou tão triste que achou que estaria magoando a mãe se me chamasse assim, entende? Não quero que isso aconteça de novo.

— Vocês já conversaram com ela? – balanço a cabeça. – então para de se preocupar, Kate. Não se precipite. Alexis pode ou não querer isso, mas você só vai descobrir se conversar com ela. Até lá... tenta relaxar.

Lanie pisca e eu sorrio.

— Vou tentar.

— Olha só, depois daqui Espo e Ryan vão tocar num barzinho aqui perto. Você não quer ir? Escutar música, se distrair. Faz tempo que você não sai.

— Não sei...

— Ah, não. Só uma hora, ok? Não precisa ficar muito tempo.

Olhei bem dentro dos olhos castanhos decididos que não iriam me deixar negar.

— Tudo bem, mas só um pouco e eu ainda vou falar com Castle.

— Eu posso aceitar isso. – ela abre seu melhor sorriso vitorioso. – agora vamos sentar ali com as meninas.

Nos sentamos no sofá juntos com Jenny e alguma amigas de Lanie. Basicamente todo o ambiente era assim homens conversando com homens e mulheres com mulheres. Não que fosse programado, mas aconteceu. Talvez um dos motivos pelo qual Lanie pediu para gente não trazer os filhos foi esse, nos dar a chance de voltar a sermos nós antes dos filhos. Algumas horas sem preocupações

Algumas horas depois nós estávamos indo até um barzinho onde Espo e Ryan cantariam. Castle se empolgou em sair com os amigos e eu não pude negar ir junto. O local era reservado, seria algo acústico. Depois de algumas cervejas Castle estava ainda mais romântico. Cantava músicas em meu ouvido, me beijava apaixonado sem ligar para as pessoas ao redor. Sua mão sempre na minha ou fazendo carinho em minha coxa.

— Lanie, você pode tirar uma foto nossa? – ele falou já entregando o seu celular.

— Claro. – ela pegou o celular e antes que eu pudesse me arrumar para tirar a foto, Castle segurou meu rosto e me beijou. Senti o exato momento que o flash foi disparado e os gritos e assobios de nossos amigos na mesa surgiram.

— Aí sim é um casal apaixonado. – gritou Josh.

Castle me deu um último beijo antes de pegar o celular de volta e me mostrou a foto. Era realmente uma foto expressiva. Nosso beijo apaixonado dizia tudo.

— O que você está fazendo? – perguntei vendo ele entrar me um de seus aplicativos.

— Vou postar nossa foto. Quero que todo mundo vejo nosso amor, quem sabe inspire alguém.

— Rick, essa foto está... – em faltou palavras.

— O quê? Aqui só mostra duas pessoas apaixonadas se beijando.

Não, mostrava mais. Mostrava duas pessoas apaixonadas se beijando loucamente. E por mais que seja estranho, eu não gosto de postar coisas assim. Mas antes que eu pudesse protestar ela já tinha postado a foto com a legenda “sou completamente apaixonado por essa mulher

— Você sabe que eu vou me vingar, certo?

— Eu vou adorar se você bater em mim, amor. – ele pisca e uma gargalhada sai de mim. – nós devíamos sair mais vezes. Isso é bom. – ele bebeu mais um gole de sua cerveja.

— Pode apostar que vamos fazer a Martha de babá mais algumas vezes. – pisco para ele e recebo outro beijo.

— Olha só, acho bom vocês pararem com isso. Nossos maridos estão no palco e vocês de agarrando. – Lanie joga um pedaço de guardanapo amassado.

— Pode deixar senhorita carente. – jogo o guardanapo de volta nela.

Mais algumas músicas depois e nós decidimos ir embora. Já era tarde, e com sorte ainda pegaríamos Alexis para dormir o resto da noite em casa. Demming nos pediu uma carona até o hospital e nós fomos. Ao chegar lá foi inevitável não sentir vontade de ir até os meninos.

— Kate, são quase meia noite. – Demming protesta. – não posso deixar vocês entrarem.

— Mas a gente não precisa entrar na UTI. Só de vê-los por aquele vidro de fora já o bastante, por favor.

Demming desviou seu olhar para Castle e suspirou.

— Ok. Mas só dez minutos.

Solto um gritinho de alegria e nós saímos do carro.

Apesar das cervejas, Castle estava perfeitamente normal. Entramos juntos com Demming e seguimos até a UTI. Do lado de fora, pela janela de vidro que dava para o local onde eles estavam, eu pude ver meus meninos dormindo tranquilamente. Suas respirações calmas.

— Ainda vai demorar? – ouço Castle perguntar do meu lado

— Não. – Demming responde. – em breve vocês terão ótimas notícias.

Dez minutos se passaram voando. Queria ficar a noite toda ali, em pé, observando eles de longe, mas não podia. Uma enfermeira veio nos chamar e nos acompanhou até a saída. Senti os braços de Castle rodearem minha cintura e apertar meu corpo contra o dele.

— Hoje à noite vai ser nossa. – sussurrou em meu ouvido. Me virei para ele e seu sorriso era sacana.

— Como assim?

— Quero namorar você. Ter um tempo só nosso... conversar sobre coisas bobas sem nos preocupar com nada. Tomar um bom vinho...

— Eu ainda não posso beber e a gente ainda não pode fazer nada, você sabe, né?

— Sim, eu sei. Mas eu posso fazer várias outras coisas com você.

Ele mordeu meu queixo e eu sorri.

— Ok, mas vamos sair do estacionamento do hospital primeiro?

Castle olhou para os lados constatando que o lugar estava um verdadeiro deserto e então me beijo. Sua língua encontrou a minha em questão de segundos e a chupou da forma que eu mais gosto. Ainda podia sentir o gosto de cerveja em sua boca, e não vejo a hora de curtir o resto da nossa noite.

Quando suas mãos começaram a descer por meu corpo, eu parei o beijo e o puxei para dentro do carro. Eu voltaria dirigindo já que ele jogou as chaves em minha direção. Assim que saímos pelas ruas pouco movimentadas da cidade liguei para Martha pelo alto falante do carro, perguntei se Alexis estava bem e se ela preferia que nós fossemos pega-la. A ruiva negou. Alexis já estava dormindo e não seria bom acorda-la.

Encerrei a ligação escutando um “aproveitem a noite” dela e olhei para o lado. Castle parecia concentrado no celular, mas logo eu descobri porquê. Uma música suave e romântica começou a tocar. Seus olhos brilhavam luxuria.

Queria aproveitar essa noite da maneira como merecíamos, mas ainda não podemos.

Assim que parei o carro na garagem de casa, Castle me agarrou novamente. Seus lábios buscavam os meus a todo instante. Suas mãos queriam sentir cada vez mais meu corpo. Quando percebi já estava em seu colo. O banco do passageiro estava mais para trás que o normal. Castle desceu os lábios por meu decote generoso na parte da frente e mordeu com seus dentes finos o meu seio direito.

— Eu sei que ainda tenho alguns meses pela frente, mas estou morrendo de saudade deles... – sussurrou contra minha pele enquanto suas mãos se fechavam em volta deles.

Gemi.

Não consegui me conter. Eu também estava com saudade.

As mãos de Castle seguraram firme minha cintura e ele grunhiu.

— Vamos entrar e assistir um filme? Ou eu vou me descontrolar completamente.

Eu ri e ele deu um último beijo em meu pescoço antes de me encarar novamente. Eu estava com saudade tanto quanto ele, mas eu sei que para ele deve ser mais difícil. Segurei seu rosto em minhas mãos e selei nossos lábios demoradamente.

— Eu te amo.

— Eu te amo mais.

 

***

 

O som irritante do meu celular não parava de tocar.

Coloquei o travesseiro em cima da cabeça, mas ainda assim não resolvia. O barulho era alto. Castle me cutucou embaixo da coberta e resmungou, mas nem começou a acordar. Respirei fundo e peguei o celular, mas já não tocava mais. O número era desconhecido, depois eu ligaria.

Olhei a hora e meus olhos saltaram. Nove horas da manhã. Suspirei e voltei a deitar. Fomos dormir tarde na noite anterior. Assistimos um filme agarrados no sofá e depois ficamos conversando. Castle com uma taça de vinho tinto e eu roubando beijos para sentir um pouco do gosto do vinho.

Por uma noite voltamos a ser namorados. Não éramos pais. O assunto filho foi proibido. Tantos meses de preocupações e nosso tempo sendo doado cem por centro para ele, mas na noite passada éramos só nós. Um casal. Dois amantes.

Sorri lembrando das besteiras que conversamos a noite inteira. Castle me contando suas aventuras de menino e eu sobre minha fase rebelde. Como eu disse, voltamos a ser namorados por uma noite.

O celular começou a tocar novamente. O mesmo número de antes. Apertei o botão verde e atendi.

— Alô?

— Senhora Castle? – uma voz feminina desconhecida.

— Sim, é ela. – quase ninguém me chamava assim, então deveria ser importante.

— Aqui é do Hospital Regional. Nós ligamos para falar sobre os filhos da senhora.

Imediatamente eu me senti. Meu corpo inteiro adormeceu.

— O que houve? Eles estão bem? – pergunto séria e começo a cutucar Castle.

— Sim, não se preocupe. Na verdade estamos ligando para avisar que a senhora vai poder leva-los para casa quando vier para visita.

— Sério? Isso é sério mesmo? – eu praticamente grito. O sorriso não sai do meu rosto. Castle me olha sem entender nada.

— Sim, senhora. É indispensável as duas cadeirinhas no carro.

— Claro, claro. Não se preocupe. Mais alguma coisa?

A moça me deu mais algumas instruções básicas e eu desliguei.

Castle me olha confuso. Seus olhos ainda pequenos de sono. Abri a boca para falar, mas nada saiu.

— Kate, quem era? – ele senta na cama também.

— Era do hospital. Nós vamos trazer os meninos para casa.

Seus olhos se arregalaram, mas o sorriso fez com que eles se fechassem um pouco mais.

— Sério?

— Sim, sim. Era do hospital... – balancei o celular. – meu Deus, Castle... Eu não esperava por isso.

Me joguei em seus braços.

— Finalmente, meu amor.


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