Innocent Distraction escrita por Escrever Sonhar Viver


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta!!!

Espero que gostem da leitura!



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Capítulo 3

Finalmente a multidão de turistas embarcando no navio tinha acabado. Porém agora a maioria estava rodando desnorteado pelo deque principal á procura de seus quartos. E Draco não tinha paciência nenhuma de tentar dar informações aos turistas lerdos ou que não falavam seu idioma. Na verdade, Draco não tinha paciência com quase nada. Então ele decidiu que seria melhor sair dali, antes que cometesse algum deslize na frente do inspetor, que com certeza estaria observando-os.

O gerente pôs-se a andar pelo navio, sentindo o frio na barriga, antes fraco, aflorar. Aquele sentimento que te leva a querer se encolher em um canto e imaginar coisas felizes. Ansiedade. Ele sabia o que estava por vir. Dois meses de tensão, stress, o nervosismo de ter alguém te observando todo o tempo e o seu emprego correndo risco.

Malfoy não podia negar, estava com medo. Então ele fez o que sempre fazia quando tinha um sentimento que não conseguia controlar: se dirigiu ao seu refúgio pessoal, aproveitando a sua pequena folga antes da reunião dos turistas no salão principal. Um dos lugares aonde os hóspedes eram proibidos de ir.

 A torre que abrigava a ponte de comando era uma estrutura enorme, a mais alta do navio, e a fachada de vidro dava um ar de imponência à construção. Uma pequena escada escondida em seu lado direito era a solução para os problemas do homem. Só os funcionários da manutenção tinham acesso ao local, porém Draco descobrira o ponto onde a chave do portão que levava ao teto ficava escondida, e, desde então, sempre que tinha um problema ia até lá para espairecer.

Como de costume, ele se sentou na grande cobertura branca, entre algumas antenas que ficavam ali e respirou fundo. O vento ali era forte e Draco tinha uma vista esplêndida de seu tão amado mar, além da visão das piscinas, com todos os seus tobogãs e outros tipos de diversão oferecidos. Por ser um local muito alto, ninguém podia vê-lo ali e, com a força do vento, o barulho dos hóspedes nem mesmo chegava a seus ouvidos.

Ele fechou os olhos e se deitou vagarosamente no teto branco da torre de comando, descansando a cabeça nos braços e esticando as pernas. A brisa do mar entrava por suas narinas e tinha um cheiro salgado. Draco sorriu. Um sorriso completamente espontâneo e natural. Ficar sozinho e no seu lugar preferido era a coisa mais revigorante que poderia existir.

Lentamente, o cansaço acumulado de duas semanas de noite mal dormidas foi tomando-o e Malfoy adormeceu. Não sonhou, foi apenas um sono leve, como há muito tempo não tinha.

Acordou sobressaltado com o toque de seu celular. Draco tinha a total consciência de ter passado dos limites. Tudo bem que ele, sendo gerente, não tinha obrigações antes da reunião do salão principal. Mas dormir? Era demais até para ele.

Ele atendeu relutante a ligação do capitão do navio.

— Draco, onde você se meteu? –A voz de Blaise soava brava ao telefone.- Está com a bunda branca plantada no alto da minha torre de comando de novo, não está? Eu sabia que você ia fugir como um louco desse inspetor. A sua folga acabou, os hóspedes estão todos no salão. Venha já até aqui, eu tenho um grupo de turistas só esperando que os guie pelo navio.

Alguns minutos depois, Draco corria como um louco pela enorme embarcação ainda deserta, lutando contra o vento para arrumar os cabelos.

O salão principal era um lugar enorme, com as paredes impecavelmente brancas e grandes janelas com os acabamentos em ouro. Estava abarrotado de turistas. Eram tantas pessoas falando tantas línguas diferentes ao mesmo tempo, que Draco chegava a ficar tonto.

Assim que Blaise o avistou, veio marchando de cara fechada até ele e puxou seu braço direito com força, o guiando até um grupo de aproximadamente cinquenta turistas.

— Muito bem senhores e senhoras, este é o gerente do nosso cruzeiro, o senhor Draco Malfoy. Ele os guiará por todo o navio, lhes mostrando onde ficam as atrações e tirando todas as dúvidas que tiverem. Sintam-se á vontade.

Malfoy sorriu para as pessoas, que o olhavam com curiosidade, e simplesmente acenou para a porta de saída do grande salão. Tudo em que ele podia pensar era que o inspetor poderia ser qualquer uma daquelas pessoas que estavam seguindo-o. Felizmente, seu principal suspeito não estava no grupo.

— Bom dia. Vou mostrar a vocês todas as áreas do navio. Sigam-me.

O gerente conhecia tão bem todos os cantos do navio que se virou de frente para os turistas e foi andando de costas, enquanto passava as informações e regras.

Era um tour passando por todo o cruzeiro, desde as áreas de lazer e entretenimento no centro do navio, até a área perto da torre de comando.

Levou-os até o cassino, um local inteiramente decorado em dourado e vermelho e com o chão coberto por uma tapetaria persa. Os diversos tipos de jogos viciantes estavam espalhados pelo salão, brilhando convidativos. Era quase irresistível parar para um jogo num dos caça-níqueis, que acabavam te viciando e te levando para a mesa de pôquer e outros tipos de jogos, e então o jogador não conseguia mais parar. Eles possuíam um pequeno pedaço de Las Vegas dentro do navio.

Um sorriso se instalou na face de Malfoy quando ele se lembrou de quanto dinheiro já perdera para Theodore Nott e ganhara de Blaise naquele cassino. As semanas de intervalo entre a chegada de hóspedes eram sempre produtivas.

Os turistas murmuravam entre si animados atrás de Draco e ele pôde ouvir um grupo de garotos que aparentavam estar completando o ensino médio comentando entre si que iriam jogar pôquer durante toda a madrugada. Ele se virou com um sorriso irônico no rosto.

— Me desculpem garotos, mas o cassino somente é permitido para maiores de vinte e um anos. Mas temos o cassino kids, com brincadeiras para a idade de vocês. –Ele piscou.

Os meninos bufaram e cruzaram os braços, o que fez Malfoy rir por dentro. Ele também já passara por isso.

Ele continuou o passeio com os turistas em seu encalço, e em cada local pelo qual passavam, as pessoas soltavam uma exclamação de pura surpresa. Isso porque cada parte da embarcação era mais impressionante do que a outra.

Em certo local do navio, ficavam vários brinquedos como os de parques de diversão. Havia um pequeno carrinho bate-bate, várias casinhas de tiro ao alvo com níveis de dificuldade diferentes, até mesmo uma roda gigante! Um carrossel girava calmamente tocando uma música em tom animado, as luzes coloridas piscando.

— Eu quero ir, papai! –Uma menininha exclamou e começou a chorar no colo do pai quando ele respondeu que o carrossel só seria aberto para o uso depois do passeio. - Eu só vou poder ir ao carrossel quando o tio loiro parar de falar?

O pai da menina riu juntamente com Draco, que observava a cena com atenção desde o começo.

Um puxão nas calças de Malfoy fez com que ele olhasse para baixo instintivamente. Encarando-o com os olhinhos brilhando estava um garoto de aproximadamente cinco anos. Ele tinha os cabelos em um loiro dourado bem mais escuro que o de Draco e enormes olhos azuis. Segurava um picolé de limão e vestia uma blusa com o escudo do Capitão América. O herói preferido de Draco. Um sorriso apareceu em sua face quando o garoto começou a falar.

— Moço, quando vou poder brincar?

Malfoy se abaixou para conversar com o menino. Ele tinha um carinho especial por crianças.

— Aguente firme só mais um pouco, garotão. –O loiro passou as mãos na cabeça do menor, bagunçando ainda mais os cabelos dele.

— Steve! Steve, cadê você? –Uma mulher de cabelos negros veio gritando.

— Estou aqui, mamãe. –O garotinho levantou as mãos e deu pulinhos felizes.

— Oh Steve! Nunca mais faça isso! Esse navio é enorme, meu filho. Você pode se perder da mamãe!

— Eu sei mamãe. Mas se eu me perdesse, o tio ia vir me ajudar. –Disse, apontando para Draco.

A mãe o olhou, agradecida e aliviada.

— Muito obrigada, senhor. Vem meu filho, o Bucky está te esperando.

— Não há de quê. –Draco sorriu para a mulher e em seguida se abaixou para falar com o menino. -Ei, garotão. Acho que você não iria precisar da minha ajuda. Eu sei que você é o Capitão América. E não se preocupe, seu segredo está á salvo comigo. Vou te contar o meu segredo se você se comportar. Mas não se afaste mais da sua mamãe, tá bom? Mesmo sendo um herói, pode ser perigoso.

O pequeno deu um sorriso de orelha a orelha, completamente animado. Segurou na mão de sua mãe e, enquanto se afastavam, virou-se para dar um tchau meio esquisito para Malfoy, balançando a mão que segurava o picolé. 

Draco sorriu consigo mesmo, se perguntando quando seria a sua vez de ter uma criaturinha tão amável em seus braços. Ele queria se casar e ter filhos, mas sabia que enquanto não parasse de viajar o mundo e deixasse o navio não conseguiria realizar esse sonho. Mas por outro lado o navio era seu sonho e o fazia bem. A decisão que tinha tomado era que esperaria mais alguns anos, e então iria se acomodar em alguma cidade da Itália, país que aprendera a amar, e procuraria pela mulher certa.

Malfoy terminou o tour com os hóspedes e encostou-se a uma grade, observando o mar com os pensamentos longe.

O gerente foi tirado de seus devaneios quando Theodore estacou a seu lado, ofegante. O homem encostou-se à grade em que Draco estivera observando o mar e buscou normalizar a respiração.

— Qual o problema Nott? Está fugindo daquela loira de novo? Eu sou obrigado a te dizer que você deve dar uma chance a ela.

— Não brinque comigo, Draquinho. Aliás, o loirinho delícia deveria dar uma chance para a Pansy também, não acha? –Zombou Theo. Ele se referia a uma funcionária do navio que era louca por Draco, e não se cansava de dar em cima dele.

— O que você veio fazer aqui, Theo? –Malfoy desconversou. Ele não gostava nem um pouco de Pansy.

— Eu consegui o número do quarto da garota, Draco. Aquela que deixou a carteira cair.

Draco se precipitou e tentou pegar o papel das mãos de Theo, que se esquivou a tempo.

— Para quê tanta pressa, Draquinho? Acho que você não quer só entregar a carteira para ela... A tal Hermione Granger é bem bonita. Vai investir?

— Cale essa boca, idiota.  


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Notas finais do capítulo

Comentem o que acharam, assim posso melhorar a fic.

:)



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