— Alice! — Olhei pra trás no susto ao ouvir Nathaniel me chamando.
— Oi. — Ele veio ao meu lado, e mostrou sua autorização.
— Não esqueceu né?
— Não. — Ele sorriu e passou a mão no seu pescoço.
— Espero que ... — Antes que ele terminasse Castiel e Lysandre apareceram na nossa frente. Lysandre pegou o caderno, e entregou para Nathaniel.
— Bom dia. E obrigado Nathaniel. — Os dois continuaram na nossa frente, e quando entramos no colégio a diretora nos chamou.
— Bom dia alunos. Os uniformes de corrida estão todos no ginásio. Entreguem a autorização antes de pegar o uniforme. Em meia hora o ônibus irá chegar.
Todos foram até o ginásio. Quando foi minha vez, o treinador suspirou.
— Poderia ir buscar mais uniformes na sala da diretora? — Concordei e fui correndo buscar. Quando cheguei na sala haviam dois garotos saindo da sala. Um de cabelos azuis e olhos cor-de-rosa, e o outro com cabelos escuros e olhos azuis. Os dois se pareciam muito.
— Bom dia! — O de cabelo azul falou comigo, enquanto o outro ficou jogando em seu video-game portátio. — Me chamo Alexy, e este é o Armin. Somos alunos novos.
— Ah, bom dia. — Armin olhou para mim, mas logo voltou a atenção para o seu jogo.
— Desculpa pela falta de educação do meu irmão. É duro ter um gêmeo tão diferente... — Ah, gêmeos, isto explica a aparência idêntica. — Temos que ir, te vejo depois, amiga! — Ele acenou, e puxou Armin pelos braços.
Entrei na sala da diretora e peguei os uniformes.

Todos já estavam prontos quando o onibus chegou.
— Vamos fazer um sorteio. Peguem um papel, e será o nome da sua dupla, se alguém já foi escolhido, então não precisa pegar o papel. — Professor Faraize disse enquanto levava os papeis para o pessoal da minha turma. Lysandre pegou o papel, e sorriu para mim.
— Alice. — Ele disse, calmo, e veio até a minha direção. Castiel pegou o papel, e ficou em choque,
— Nathaniel... Posso trocar?
— Não... Boa sorte. — Nathaniel ficou frustado também. Isto seria interessante.
Me sentei ao lado de Lysandre. Ele era muito quieto, então tive que puxar assunto.
— Então... Como foi o seu dia? — Ele sorriu, acho que ficou feliz pela tentativa de conversa.
— Bom, e o seu?
— Está muito bom... — Ele pegou o seu bloco de notas, e começou a escrever. — O que escreve aí?
— Ah, aqui é onde escrevo minhas músicas... Mas nem sempre gosto delas, então nunca deixo ninguém ler. — Ele fechou, e se virou para mim. Seus olhos eram lindos, dourado como o mel, e verde como uma esmeralda. — Seus olhos são lindos. — Meu sangue gelou, pensei que eu tinha falado em voz alta, mas foi ele.
— O-Obrigada, os seus também. — Comecei a mexer nos meus cabelos, tentando diminuir o nervosismo.

Quando chegamos no grande bosque onde seria a corrida, eles nos passaram algumas dicas, e um mapa, que Lysandre pegou. Era bem simples, seguir a trilha certa, encontrar os itens da lista, e depois andar mais até encontrar o professor, que passara a segunda etapa. Todos nos separamos, e fiquei sozinha com Lysandre. Começamos a procurar os itens, não foi tão difícil. Ele leu o mapa com cuidado.
— Acho que tem atalho por aqui, vem. — Ele me agarrou e começamos a andar em nenhuma das trilhas. Ele pegou o mapa de novo, e continuamos a andar, até acharmos uma trilha. — Deixa eu ver o mapa de novo... — Ele ficou em silencio, imovel.
— O que foi?
— Eu... Perdi o mapa.
— O que? — Estamos perdidos??
— Desculpa... Não deveria ter ficado com o mapa.
— Está tudo bem, foi um acidente... Vamos tentar ir pela sorte, certo? — Comecei a guiar ele pelas trilhas, depois de alguns minutos encontramos o professor, que já estava preocupado. Ele nos passou a segunda etapa, onde tinhamos que encontrar letras perdidas nas trilhas, e formar uma palavra e dizer para ele, onde ele nos entregaria o mapa da linha de chegada. Foi mais fácil que a primeira etapa. "Paris" foi o que formou. Lysandre pegou o mapa novamente, e começamos a andar.

— Alice... — Lysandre disse, frustado.
— Sim?
— Acho que perdi o mapa novamente... — Sorri, e dei leves tapas na suas costas.
— Paresse que não fomos feitos para esta corrida. — Ele sorriu também. Continuamos caminhando, e caminhando, até ficar escuro.
— Estamos perdidos. — Lysandre se sentou em uma pedra.
— Calma, vamos achar a saída. Só temos que escolher uma das trilhas...
— Estou cansado... Tem como ficarmos um pouquinho aqui? — Ele sorriu, e encostou as costas na pedra dura.
— Vem aqui. — Me sentei, e olhei para asminhas pernas, indicando para ele se deitar. — É melhor que pedras. — Ele sorriu, e se deitou. Fechou os olhos, e cochilou. Era tão calmo ali. Comecei a acariciar o cabelo de Lysandre, que acabou acordando, ele olhou para mim, e ficamos nos observando por minutos. Ele se levantou, e tocou nos meus cabelos. Ele aproximou seu rosto do meu, me senti completamente quente, meu rosto estava muito vermelho vendo ele tão próximo. Ele tirou uma folha do meu cabelo, e me mostrou.
— Pronto. — Eu sorri envergonhada, e ouvi barulho vindo das árvores, ao olhar era Castiel e Nathaniel. 
— Mas o que vocês dois estão fazendo? — Nathaniel ficou nervoso ao ver Lysandre perto de mim, Castiel apenas deu meia volta.
— Vem logo perdidos. — Disse ele, enquanto sumia pelas árvores. Lysandre se lvantou, e estendeu a mão para me ajudar.
— Vamos. — Disse ele com um sorriso lindo. O que eu tinha imaginado? Que ele iria me beijar? Até parece. Sorri, e peguei a sua mão.
Todos estavam muito preocupados, e fomos levados para nossas casa pelo onibus.
Contei o que aconteceu para os meus pais, que acharam engraçado a situação. Deitei na cama e fechei os olhos, mas a imagem de Lysandre próximo a mim, me deixa envergonhada. Preciso dormir!!