Dangerous Woman - 2ª Temporada escrita por Letícia Matias


Capítulo 26
26


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!! Bem-vindos a mais uma #DangerousWednesday nossa. Espero que todos vocês estejam bem e ansioso pelo capítulo ;)
Boa leitura!



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Quando a sensação de alívio percorre meu corpo por ver quem corre para me abraçar de olhos arregalados, sinto meus joelhos cederem. Os braços de Kyle me envolvem protetormente enquanto meu corpo inteiro treme.
—O que aconteceu? - ele pergunta.
Não consigo falar. Só quero ir embora dali. Sean está olhando para trás de mim de olhos arregalados. Ouço passos se aproximando e viro para olhar para trás. Ele está lá, saindo do meio das árvores.
—Evan?
Olho para ele agarrada em Kyle. Ele está sorrindo.
—E aí, Sean? Estava só querendo bater um papinho com a sua irmã.
Estava bem óbvio no modo como ele falava, de que ele estava drogado e bêbado. Kyle avança para cima dele e eu grito o nome de Sean. Observo Kyle com horror enquanto ele está em cima de Evan, batendo nele com o punho fechado. Sean tira ele de cima de Evan dizendo:
—Ei Kyle, chega. Ele está drogado. Não sabe o que está fazendo.
Aquilo tudo parece um pesadelo. Estou com frio, exposta demais na frente do meu próprio irmão e nunca desejei tanto estar longe dali.
Kyle se desvencilha das mãos de Sean que seguram seu ombro e diz para Evan com o rosto ensanguentado:
—Pode apostar que a polícia vai ficar sabendo disso, seu otário. Acha que vai tentar estuprar minha namorada e vai ficar tudo bem?
Fecho os olhos quando Kyle o chuta no estômago. Ouço Evan gemer e Sean pedir para Kyle parar. Observo aquela cena horrorosa nauseada. Estou me apoiando no carro e sinto que vou desmaiar a qualquer momento.
—Como assim parar, Sean? Ele tentou...
—Ele não faria isso em plena consciência. Eu conheço ele. Se amanhã vocês quiserem ir na polícia, tudo vem, mas chega.
Kyle parece não muito satisfeito com o argumento de Sean. Ele pega Evan pelo colarinho e levanta um pouco o seu corpo do chão, trazendo o rosto dele para perto do seu.
—Você tocou nela? - Kyle pergunta alto.
Eu nunca o vira assim,nem mesmo quando ele bateu em Jacob. Sinto algo subindo por minha garganta, meu estômago revira com intensidade e eu me curvo para frente com a mão na barriga e vomito no chão ao lado do carro. Gemo. Estou me sentindo fraca.
—Kyle, chega. - ouço Sean dizer com autoridade mas não olho para nenhum dos três.
O vento gelado que bate contra meu corpo faz com que eu estremeça. Estou muito exposta, fraca e cansada física e emocionalmente.
—Você está bem? - Kyle pergunta baixinho ao meu lado. Está curvado da mesma maneira que eu para olhar para o meu rosto. Ele coloca uma mecha do meu cabelo para trás da orelha
Já não sei onde minha touca foi parar.
Concordo com a cabeça e entro no carro com sua ajuda. Dentro do carro está infinitamente mais quente, mas ainda assim sinto tremores percorrerem meu corpo. Ao meu lado no banco de trás, Kyle tira sua jaqueta de couro e coloca em volta de mim. Fecho meus olhos e encosto minha cabeça em seu ombro.
—Está tudo bem. - ele me diz baixinho.
Ouço a porta do carro sendo fechada e depois o carro começa a andar. Estou exausta, por isso não vejo ou ouço mais nada.
***
—Alice.
Abro os olhos lentamente e desorientada. Olho ao redor e vejo que estou no banheiro do meu quarto. Estou sentada em cima da tampa do vaso sanitário e Kyle está sustentando meu peso, segurando meus ombros com as duas mãos. Consigo focalizar em seus olhos verdes.
—Oi. - sussurro.
—Oi. - ele diz. - Vou te dar um banho, tudo bem? Já liguei para o aeroporto, nós vamos embora amanhã cedo. Não quero você aqui nem mais um dia.
Franzo o cenho.
—Você brigou com alguém?
—Com todos eles. - ele diz enquanto tira minha blusa escandalosamente rasgada na frente por minha cabeça.
Não consigo pensar direito. Meu corpo dói e estou exausta e assustada.
Olho para o rosto de Kyle enquanto ele está concentrado no que está fazendo. Enquanto ele tira minhas meias, suas sobrancelhas se unem. Ele está... nervoso e muito tenso.
—Você vai me deixar? - minha pergunta sai como um sussurro.
Kyle para e olha para meu rosto. Ele está com uma camiseta cinza escuro, calça jeans e seus pés estão descalços.
—Está parecendo que eu vou te deixar?
Não respondo. Ele desabotoa minha calça e eu fico de pé com sua ajuda. Ele tira minha calça revelando o corte que fiz enquanto caí no galho da árvore. O sangue vermelho está quase seco. Não achei que o corte tinha sido tão grande e feio assim. Kyle olha para o corte e fecha os olhos. Observo-o respirar fundo e engolir em seco.
—Vem. - ele diz e passa o braço ao redor da minha cintura.
Andamos lentamente até o box do chuveiro. Kyle abre o registro e s água quente começa a cair. Ele me ajuda a se sentar no chão. A água quente caindo sobre mim. Meus joelhos estão trazidos para perto do meu tronco, eu os abraço e encosto minha testa neles de olhos fechados. Está tudo silencioso. Eu só escuto o barulho da roupa de Kyle sendo tirada e jogada no chão, mas não olho.
Lembrar das mãos de Evan passeando pelo meu corpo me faz estremecer. Fora uma das piores experiências da minha vida. As lágrimas escorrem silenciosas pelo meu rosto, permaneço de olhos fechados.
Depois de um tempo, sinto as mãos de Kyle massageando meu couro cabeludo e o cheiro de baunilha do shampoo.
—Obrigada. - digo e abro os olhos. Encaro a parede branca a minha frente.
***

K Y L E

Termino de me vestir e, enquanto ando em direção a cama de ferro branco de Alice, a observo encostada nos travesseiros. Ela está vestindo uma blusa preta enorme de moletom minha e meias brancas nos pés. Ela acabou de tomar uma sopa que insisti com todas as minhas forças para ela comer. Não houve muitas objeções da parte dela e eu fiquei bem satisfeito com isso. Porra, se ela reclamasse de ter que se alimentar, seria capaz de enfiar a colher a força em sua boca. Eu nunca a vi tão apagada. Seu emocional estava completamente abalado e seu físico... ela havia se machucado. Um filho da puta tentara tocar nela, sentir ela. Eu estava surtando e tentando não demonstrar minha raiva. Pelo menos não para ela. No andar de baixo, na sala de estar com o sofá vermelho chique da família Carson, a situação havia sido diferente. Sim, eu falara um monte para aquela bruxa loira que, ao ver eu entrando com sua filha desmaiada no colo, apenas disse: "Eu sabia!". Ela era a pessoa mais desprezível que eu já conhecera. O pai dela, Bernard, era um bunda mole. Como podia deixar a esposa causar tanto transtorno na cabeça da filha? Como ele deixara ela fugir de casa anos atrás e passar dois dias desaparecida? E quanto ao querido irmão Sean? Como não deixou ei arrebentar a cara do idiota que quis estuprar a irmã dele? Aquela família era uma família de loucos. Um pior do que o outro. Minha menina não tinha ninguém. Ela estava sozinha no mundo. Eu odiava a atitude deles, odiava aquela casa cheia de luxo onde eles não reconheciam a filha que tinham. Odiava ver o quanto ela ficara tão transtornada ao pisar ali. E parte disso fora minha culpa. Eu era um filho da puta também. Por que fui dizer o que sua mãe dissera para mim? Eu sabia que era egoísta o suficiente para não deixá-la. Mas ela não sabia e saiu porta afora sem deixar eu terminar. E ali estávamos nós. O relógio ao lado da cama marcava onze e quinze da noite. Me dou conta de que estou olhando para ela fixamente.


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Notas finais do capítulo

E aí, vocês gostaram? Eu tenho que dizer que estou com grandes planos pro final da segunda temporada... Eu nem estava pensando em fazer uma terceira, mas, pelo andar da carruagem, acho que vai ter uma terceira temporada sim... Vamos ver ushaushuah, mas vocês não perdem por esperar. Já tenho o último capítulo prontinho na minha cabeça suahsha
Beijo grande, espero que estejam gostando da história.
Amo vocês,
Lê.
Ah! Eu mudei a capa da história, vocês gostaram??
;)