Dangerous Woman - 2ª Temporada escrita por Letícia Matias


Capítulo 10
10


Notas iniciais do capítulo

Oi oi pessoal! Aqui estou eu de novo. Bom, como dito no capítulo 9, não sei o que me deu, resolvi postar 2 capítulos hoje pra vocês. Espero que tenham ficado felizes com essa notícia kkkkkk.
Espero que gostem ;)



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Cochilo e depois acordo quando Kyle está deitando na cama -pelado. Dou risada.
—Você quer uma camisola? - pergunto.
—Não, obrigado. Mas se você tiver uma cueca aí, eu vou amar.
—Infelizmente, não.
Sinto sua mão nas minhas costas e então ele me puxa para mais perto de si. Fecho os olhos e me aninho próxima a ele. Aquilo é tão gostoso.
—Amanhã vou ter que acordar bem cedo pra ir pra casa, tomar um banho, pegar minhas coisas e voltar para cá pra ir pra faculdade.
—E depois da faculdade, voltar para o Brooklyn para trabalhar. - completo para ele e suspiro. -Esse trânsito todo que você pega não te deixa louco?
Kyle dá de ombros.
—As vezes sim. Mas não sei, não me incomodo muito com isso.
—Sem contar a gasolina.
Ele assente.
—É, não é um investimento muito bom. Mas gosto de morar lá. Gosto do meu apartamento. Apesar do seu fazer o meu parecer um chiqueiro.
—Kyle! - repreendo-o. - Não é verdade. Eu não penso isso do seu apartamento. Eu particularmente gosto, muito.
Ele sorri e então ficamos calados por um momento olhando para o outro.
—Sabe o que eu estive pensando, alguns dias atrás? - pergunto e ele balança a cabeça negativamente. - Em... Mudar de faculdade.
—Por que? - seus olhos e arregalam. - O que há de errado com o balé? Você é tão flexível.
Ele ri no momento em que bato em seu braço.
— Não seja idiota. Eu não sei. - dou de ombros. -Apenas... Não estou certa de que é o que eu quero fazer minha vida toda, sabe?
—Você sabe que estudou muito para entrar lá, não sabe?
Suspiro.
—É o que o meu pai falou para mim. - faço uma pequena pausa. - Não sei, talvez eu esteja louca.
Kyle sorri de lado.
—Bom, eu não vejo nada de errado em você mudar de faculdade. Mas você está começando agora. Virá muitas coisas pela frente.
Concordo com a cabeça e me aninho perto de seu peito. Kyle passa seus braços ao meu redor e eu fecho os olhos.
—Obrigada por ter me levado para conhecer seu pai, foi tão legal.
—Foi mesmo, não foi? - ele fala num de voz baixo enquanto mexe em meu cabelo.
Concordo com a cabeça.
—Dorme um pouco. Você tem que descansar, lembra do que o médico disse?
Sorrio.
—Tudo bem, boa noite.
Kyle não responde de imediato, mas seus dedos continuam a acariciar meus cabelos.
—Boa noite, boneca.
***
Na manhã seguinte quando acordo, Kyle não está mais lá. Olho no relógio digital ao lado da cama e vejo que são dez e meia da manhã. Me sento e me espreguiço com os braços acima da cabeça e os olhos fechados. Tinha sentindo falta da minha cama confortável. Ficar no hospital sempre era horrível, não importava qual hospital era.
Decido tomar café fora. Estou com saudades do café do Starbucks e dos croissants de presunto e queijo saborosos.
Vou para o banheiro, escovo meus dentes e troco de roupa. Coloco uma calça legging preta, um All-Star da mesma cor e uma jaqueta de moletom cinza. Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo e saio de casa.
***
Na rua, posso sentir minha cabeça parecendo uma bomba-relógio prestes a explodir a qualquer momento. Ela está latejando com o barulho dos carros, as buzinas altas e o falatório ao meu redor. Tento ignorar isso, mas até mesmo a claridade do céu coberto com um manto cinza está me incomodando. Me dou conta de que esqueci meu celular no apartamento.
Depois de andar alguns quarteirões, atravesso a rua com outros pedestres e então estou na calçada da lojinha estilosa do melhor café já feito.
Quando entro no local com janelas grandes e largas de vidro, sou invadida por uma sensação de paz que o cheiro do café me proporciona. Respiro fundo atrás de um homem de meia idade vestido com uma camisa social azul listrada. Aquele cheiro é maravilhoso. Não é como se a gelatina no hospital fosse ruim no café da manhã, mas eu sentira falta da minha preciosa dose de café com caramelo ou um latte com baunilha extra.
O homem que está na minha frente pega o seu pedido e então digo para a atendente do outro lado do balcão:
—Um latte com baunilha extra e um croissant , por favor.
—Para levar?
Olho em volta, o local não está muito cheio então decido comer ali.
—Não. - digo.
—Nome por favor?
—Alice.
Ela anota meu nome no copo vermelho com uma letra de mão legível e redonda e faz um coração torto.
—Pode se sentar Alice, levaremos o pedido até sua mesa.
Sorrio e agradeço. Saio da fila e caminho até uma mesa vazia - a última - ao lado da enorme janela de vidro que dá para a calçada.
Olho para o céu através do vidro bem limpo e vejo que provavelmente Nova York será assolada com uma tempestade. Pouco tempo depois, alguém me chama:
—Srta. Alice?
Olho para cima e sorrio quando vejo um garçom com um avental branco com o logo da Starbucks segurando meu pedido com as duas mãos.
—Eu mesma.
O rapaz coloca o copo de café e um prato com um croissant.
Obrigada. - sorrio.
Ele sorri sem mostrar os dentes e se afasta. Levo meu copo até a boca e olho para frente. Penso estar alucinando quando vejo um par de olhos verdes me olhando na fila. O garoto loiro com barba me olha. Está usando uma blusa de manga comprida verde escuro, calça jeans azul escuro e um Vans preto. Está usando também uma bolsa preta transversal. Me lembro que ele também faz faculdade na New York University, só não sei o curso. Seus olhos continuam me fitando e eu o encaro de volta. Estou analisando seu rosto. Os arranhões do acidente já estão praticamente invisíveis, seu piercing está de volta e me pergunto se ele ainda está com a costela quebrada.
Decido quebrar o contato visual e olho para o meu croissant apetitoso. Levo-o até a boca e dou uma mordida grande. Quase suspiro de prazer, está tão bom! Encaro o recheio do pão mordido enquanto o saboreio. Viva a França por criar algo tão bom.
—Oi.
Olho para cima e paro de mastigar por um instante. O "oi" foi hesitante. Matt olha para mim e para o meu pão e tem um copo de café maior que o meu na mão.
—Oi. - digo e mastigo um pouco mais.
—Como você está? Vejo que os arranhões já sumiram.
—Quase todos, a maquiagem ajuda um pouco.
Ele sorri de lado sem mostrar os dentes. Seus olhos estão um pouco inchados, prova de que não dormiu o suficiente.
—Você quer se sentar? - pergunto.
Matt suspira e coloca o copo de café em cima da mesa. Tira a bolsa transversal e coloca no banco onde vai se sentar. Quando ele se curva para sentar, faz uma careta de dor e senta com o tronco duro. Franzo o cenho.
—Você está bem?
—Sim. - ele diz com esforço ao encostar as costas no encosto do banco. Pega o copo de café e leva até a boca.
—Você ainda está com a costela quebrada?
—Sim.
— E você não deveria estar de repouso?
Ele sorri.
—Bom, não posso repousar. Tenho que trabalhar e estudar para não passar fome.
Ignoro sua piadinha.
—Você é louco? Não pode ficar andando por aí com a costela quebrada e nem carregando peso. -aponto para sua bolsa.
Matt estreita os olhos.
—Por que se importa?
Paro e olho para ele. Ficamos em silêncio, seus olhos analisam cada centímetro do meu rosto.
—Não me importo. A escolha é sua.
Ele sorri e leva o copo de café até a boca.
—Você sempre tem uma resposta na ponta da língua, não é?
Não respondo e mordo mais um pedaço do croissant enquanto olho pela janela. Tenho que sair dali. Posso sentir os olhos de Matt em mim enquanto prefiro não olhá-lo.
—Onde está Kyle? - ele pergunta.
—Na faculdade, eu acho. - respondo sem olhar para ele.
O silêncio se instala entre nós novamente. O ambiente está quase silencioso.
—O que você queria me falar no hospital?
Ele hesita e depois suspira.
—Não sei se devo falar. Talvez você deva descobrir por você mesma.
—O que quer dizer com isso?
Matt dá de ombros. Fico esperando uma resposta, mas ele não me dá.
—Só... não ache que sabe tudo sobre o Kyle.
Me irrito.
—Qual é o seu problema, Matt? - minha voz se altera.
Paro de falar quando vejo pessoas olhando para mim. Respiro fundo e falo com a voz razoavelmente baixa.
—Você está sempre me dizendo que eu não conheço o Kyle, isso e aquilo. Conta logo o que eu não sei.
—Não quero te magoar.
—Conta. - pressiono-o.
Me curvo mais sobre a mesa para  ele falar. Olho em seus olhos verdes e fico esperando. Matt olha para meu rosto e diz:
—Não. - ele se levanta e sai me deixando sozinha na mesa.
Algumas pessoas olham para mim enquanto assisto Matt sair pela porta de vidro do local.


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Notas finais do capítulo

#MattMisterioso? O que foi isso? O que vocês acham que o Matt tem tanto a esconder? E o Kyle? Hmmmm... Digam suas teorias kkkkk amo elas!
Espero que tenham gostado desse capítulo e também espero vocês no próximo, na nossa #DangerousFriday!! YAY!
Beijos