Terra Amaldiçoada escrita por Kaick


Capítulo 7
Capítulo 7 - A Enchente




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Dias depois o povo sente que a luz do lugar sofreu uma alteração, mas sem especulações de um motivo, seguem como está. Enquanto o povo está trabalhando, de manhã, a cada momento começam a ouvir vozes em suas mentes, e não os alterando em nada, continuam em suas funções. Pela metade da tarde as coisas começam a piorar, o povo começa a parar seu trabalho, e não estando mais aguentando, voltam para seus domicílios. Enquanto em suas moradias, a cada momento piorando suas emoções, os xamãs tentam ao máximo, clamando e ajudando-os, levá-los para perto dos ídolos, algumas vezes sofriam ataques, mas com esforço conseguem levá-los, e suas mentes se aliviam. Quando estão voltando ao trabalho no final da tarde, o som do mar, que antes não dava para se escutar com intensidade, começa a se intensificar mais.
Até que um breve momento a torna vísivel tocando a terra, atingindo inicialmente o sul, leste e oeste, devastando as frágeis estruturas do lugar, mesmo que não aparentando numa grande quantidade, mas podendo trazer danos às pessoas. Ao avistarem a água se aproximando os xamãs rapidamente clamam para que o sigam, separados pela terra, o possível consegue evitar que a enchente os atinja nas localidades mais próximas que apresentam proteção. Após a enchente, saindo dos lugares, boa parte da terra com água, todos os grupos procuram um ao outro. Os xamãs, vendo todos aqueles que morreram, e que estão feridos, que perderam parentes, começam a sentir remorso, até que alguns se ajoelham, e chorando.
— Por que? - Uride
— Nos diga, por que? - Miria
— O que nós fazemos para merecer isso? - Belarius
— Nós não falhamos em nada. - Changes
— Porque vocês nos castigam tanto? - Luzen
— Todo esse sangue... - Uride
— Toda essa perda... - Miria
— Já não basta os conflitos das tribos?! Temos que sofrer sem merecer. - Changes
— Duas vezes num tempo tão curto. - Eténis
— Onde está a harmonia?! - Miria
— A compaixão... - Uride
— Seu amor... - Belarius
— E nós pensavamos que não haveria dor. - Eurasia
— Agora temos que temer a natureza? - Enisteu
Algumas pessoas se pronunciam...
— Senhores, não se lamentem pelo que já foi.
— Ponham em suas cabeças que não é possível proteger todos.
— Nós imploramos para que levantem seus corpos e deixem de ser tão sentimentais, vocês não são uma divindade para tirar nosso sofrimento.
— Vocês fazem o possível, nós agradecemos. Mas por favor, entendam mais.
— Nós também lamentamos pelas perdas, muitos estão se lamentando por seus familiares.
— Agora temos que limpar essa destruição.
— O povo pensa em compreensões mais possíveis do que nós em irrevogáveis, com tantas catástrofes. - Eténis
— Talvez vocês estejam certos. Devemos deixar de ser tão egoístas, e compreender mais as vicissitudes. A morte nos dá esperança de sermos a própria esperança, vocês nos creditam como a esperança, isso nos condiz à protegê-los. - Luzen
Povo...
— Por mais que passemos alternâncias intermináveis, ainda violavam as leis. Usavam armas e magia uns contra os outros.
— Nós afirmamos os boatos. E ainda com a mensagem nós estamos destruindo os ídolos. - Belarius
— Nas antigas eras não devia ser assim, apesar do vício à morte fosse tão temido, buscando hipóteses além da compreensão e leis. As punições por tal audácia não foram reveladas. - Miria
— Sabe, sabemos diversas histórias daqueles que arriscaram suas vidas e luz, consideramos tudo relacionado aos mortos uma maldição, mas aqueles que se conectavam, com alguma luz, buscava o bem. Entender a morte, a alma. - Luzen
— Os reinos, em cooperação, em compreendimento, nunca foram tão egoístas e esperançosos. Procurando o saber na base de suas vivências, suas descobertas e criações, e sempre adorando os animais. Os ídolos são exemplos para adorarmos aos animais como também luz. Tudo ao nosso redor, a natureza divina, sofre de apenas um mal irrevogável. - Eténis.
— Sim, os reinos antigamente eram mais compreensiveis aos acontecimentos, mas quase nunca aceitando a morte. - Edel
— Vocês sabem que hoje poucos ainda temem, poucos ainda procuram algo sobre, e muito do que sabemos foram violações das leis. - Sakris
— Por que acha que os ídolos estão acabando aos poucos?! - Edel
— Nós encaramos o irrevogável, constantemente chamando-o, mesmo que em benefício, nunca deveriam ter violado as leis mais intensamente. Já perceberam que os que conectavam ao plano estava de encontro à morte? Os mártires procuravam o que não nos cabe a aceitação e perderam a vida por isso. - Luzen
— Pois é. As coisas pioram ao tempo, e o milagre não acontece. - Eténis
— O milagre, oh, o milagre. Esperamos uma ação da Luz em nossa virtude existencial em plena desgraça, nós fomos abandonados, já não é o bastante o seu abandono? - dizendo um dos mais velhos do povo, enquanto se ajoelha, com as mãos ao céu.
— Senhor - Eténis se agachando e dizendo em voz baixa - Por mais que sejamos às vezes egoísticas e imcompreensíveis, adoramos ao que há um propósito. O senhor deve entender a grandeza dos ídolos, eles são o conforto. O milagre é o que irá nos elevar, o senhor deve entender para acreditar na presença.
— Oh, Lucet, você é o mais compreensivo dessa terra, será você.., nosso milagre? Você possui uma característica única entre nós. O povo compreende porque não quer vê-los sofrer por causa de nós. Cuide de suas vidas e nos ajude apenas com o necessário.
— Eténis sorrindo pelas palavras do senhor - Senhor, nós apenas crescemos do bem, e para o bem devotamos. O milagre é uma condição creditada às divindades. Você sobreviveu por uma boa causa. - abraçando-o e citando algumas palavras - Oh, Luz, você não deve deixar que alguém velho sofra de causas procedidas por nós, nós somos os aprendizes, você é nossa luz esperançosa.
— Oh, querido Eténis, obrigado!
— Então, vamos limpar esse reino!
As pessoas esperam dias para a água secar, passam dias limpando as coisas destruídas, aliviando as dores dos ferimentos. Os corpos são levados para o quarto local, num grande campo de terra, aproveitando dessa utilidade de sua terra como o cemitério para o corpo dos mortos, enterrando-os e orando à sua alma.

"Há muito é tentado explicar a verdadeira origem dos ídolos
Através dos ídolos acredita-se haver luz, amor e esperança, o fulgor
Acredita-se ser a Luz o criador dos ídolos em zelo das vidas
Encarnado através do calor do sol e da luz do Jugo
A voz que a todos e tudo influenciava
Mas houve insatisfação, felicidade, medo, julgamento, punição... justiça
Toda a divinação concebida através do tempo
Passou-se em fumaça, a morte prevaleceu e ainda prevalece
As pessoas tentam abafá-la; tentam escavar em suas crenças a verdade
Em busca da verdade:
O destino da alma, o propósito dos ídolos, a elevação do Milagre
Há muito as almas existem, sem um motivo ou propósito
Há muito os ídolos existem, intérpretes de seu real significado e propósito
Há muito se espera pelo Milagre, cujo elevará as pessoas às divindades
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Com o fim, o fundamento sobre a Luz prosperou os sábios e eruditos
Que buscavam trazer o passado perdido e a Luz apagada
Entendendo a presente existência sem os divinos
Sem propósito de vida, integridade, autoconhecimento, apenas magia
A única provável deixa dos divinos, amor e esperança, luz e magia
Os sábios fundam e conjuntam, os pensadores complementam
Funda-se as crenças a cerca dos ídolos e todo o feito da Luz
Dividi-se os sábios ao mundo para se aprofundar aos ídolos espalhados
Descobrindo-se o fulgor existente após adoração, a magia
Horroriza-se pela existência das almas inconscientes
Busca-se um modo de baní-las ou purificá-las
Até os dias atuais, com tantos esforços, poucas coisas são descobertas, reveladas
As distinções são criadas com a conhecida enfermidade
Influências espirituais, conscientes, medos, vícios, preces, inaceitação
As almas inconscientes são alvos de oculto conhecimento
Os destinos, as maldições, as corrupções, a fumaça de luz
Apagando-se a luz, as almas inconscientes são temidas em prol da natureza
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Estruturas são erguidas em adoração às divindades
Materiais, símbolos, palavras, são devotados aos antigos
Felicidade e infelicidade, enfermidade e maldição, loucura e perdição
A constante batalha entre os vivos e as almas inconscientes
Imperadores do questionamento e da morte, o medo ante o destino da alma
O pecado e ofensa, vontades divinas
Julgamento e punição, tristeza e lamentação, restauração
Todos podem se redimir, até mesmo do ato mais profundo
Os que se tornam aparentes possuídos pela corrupção
A morte é o único caminho para a libertação da alma
Ablução extingue todo o pecado, pecados interiores apenas a morte
Os sábios são os que renovam e se iluminam:
propagam seu conhecimento, suas descobertas, seus métodos
A ascensão da natural bondade refletida em árvore-aura
Inspiração para os perdidos à procura da verdade
Espera-se a redenção para o tempo da verdade
Mão e desejo mortal, sentimento e senso de eternidade, o Jugo
Onde as necessidades são realizadas, para onde antes da redenção a essência deve voltar
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Ídolos são autodestruídos, lágrimas, medos, preces
São devotados os eruditos, que buscam profundamente os mistérios da Luz
Os propósitos da vida, da morte, da alma, das almas inconscientes
Os mártires dão-se à corrupção, sem finalidade certa de seus objetivos
Por que se entregariam à corrupção, perdendo sua luz, sua alma, a essência?
Reinos são erguidos, lutas são travadas, crenças amaldiçoadas
Novos medos, distinções, isolamentos, desejos e lamentações constantes e contínuos
São perturbadas as mentes, são questionadas a luz dos ídolos e seu significado
São desfeitas crenças, são constituídas elementos mais naturais, forças
As muitas histórias sobre os ídolos, sobre o tempo, sobre o esquecido
Voltam a ser motivo de belicosidade, de predominância do amor e da esperança, do medo
Os povos tornam-se egoístas, torna-se o medo e ódio o sentimento imperativo
Apenas pensamentos relacionados profundamente à nova interpretação
Os sábios abençoados pela alta e incomparável fé, iluminados pela mente compreensiva
Princípios são mantidos e intensificados, a confiante verdade
Pacificidade, harmonia, calma, quietude, silêncio são os princípios da magia
Do propósito dos ídolos, da Luz, e ocasionalmente do Jugo
Lembre-se: a busca dos mistérios purificam e iluminam a alma; a compreensão revela à mente novas tendências


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