As portas do salão foram fechadas trancando todos os turistas, ou como os vampiros preferiam chamar, refeições juntamente com os mesmos. Heidi andava graciosamente na frente deles, guiando-os, a vampira lançou um sorriso cumplice para o mestre que estava posicionado em sua cadeira, com outras duas ao lado. Desta vez, diferente das outras, as esposas também os acompanhariam, como acontecia de mês em mês.  Suplicia estava posicionada ao lado do marido e parou para analisar nas pessoas que haviam entrado no cômodo, aquilo não era como queria, reprimia sua natureza e o que tinha se tornado, mas não era capaz de se dar ao luxo de não caçar, os instintos eram mais fortes do que ela.

Foi preciso apenas um gesto de Aro para que os vampiros de sua guarda atacassem, iniciando um grande banho de sangue pelo local. Os mestres foram juntos de seus guardas para satisfazerem suas vontades, arrancando gritos eufóricos das pessoas que ainda permaneciam vivas. Suplicia assustou-se, antes mesmo de conseguir se alimentar, com o barulho de choro que preencheu os seus ouvidos. Não era um simples choro. Era uma criança, um bebê para ser mais exata. Procurou por toda extensão do salão até finalmente encontrar.

A pequeninha estava agarrada aos braços da mãe, agora morta, no chão. Chorava desesperada em quanto mais alto os gritos se tornavam, mais ela se encolhia. Com uma velocidade paranormal Suplicia parou ao lado da garotinha, assustando-a. Pegou, com cuidado, a criança do colo da própria mãe.

— Tudo bem – sussurrou, abraçando a bebê – Vou cuidar de você, tudo vai ficar bem.

Os gritos cessaram e o choro da pequena menina também, que agora analisava atentamente cada detalhe do rosto perfeito de sua futura mãe adotiva. Aro procurou pela esposa, encontrando-a com a garotinha de cabelos loiros em seu colo, se aproximou da mesma com o cenho franzido, atraindo a atenção de todos para os três.

— Querida, tudo bem? – perguntou a esposa, analisando a menina em seus braços.

— Mataram a mãe dela, Aro – disse com a voz melodiosa – Não posso dar as costas. Temos que ficar com ela.

— Não pode estar falando sério, Suplicia! 

— Eu estou – respondeu, dando um passo para trás, aninhando a garota em seus braços – É meu dever cuidar dela.

— Não, não é! – rebateu o vampiro.

— Viveremos sob as suas ordens – falou decidida – Farei o que for preciso, mas tem que me deixar ficar com Alyssa.

— Alyssa? – perguntou.

A mulher tocou a pequena pulseira no braço da bebê, onde estava gravado o seu nome.

— Sim, Alyssa.

— Sob as minhas ordens, Suplicia.

Ela assentiu, concordando plenamente com o marido. Faria de tudo para proteger sua garotinha depois daquele dia.