Amor à segunda vista! escrita por Yasmin, Yasmin


Capítulo 21
Capítulo - 21 - Decidida


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, meninas!
De ante mão, agradeço pelos comentários, e por não me abandonarem mesmo com minha demora.
Boa leitura! Até o próximo...



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Amor à Segunda Vista!

Capítulo 21

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Robert olhava para sua nora. Mãe da sua neta. A mulher que o filho havia escolhido para viver o sobejo dos dias.  Não sabia nada dela. Era uma desconhecida. Assim como qualquer outra que tenha passado pela vida de Peeta.

Embora, ele já tivesse pesquisado um pouco a vida da agente, não sabia nada além dos dados que conseguiu ao acessar os arquivos do FBI, nada além da sua trajetória profissional, nome dos pais, saldo bancário, o ultimo relacionamento que estava, nada além disso, porém aspirava poder saber mais, o motivo pelo qual o filho havia se apaixonado. Lhe entregado o simples anel que ele havia pedido Margareth em casamento, e que Peeta guardara a sete chaves logo, que o encontrou entre os objetos da mãe que Robert preservava no porão do novo endereço que eles haviam se mudado.

Olhando-a de perto, era uma bela mulher, nem um sinal de sexo frágil, pelo contrário, seu olhar era obtuso, confiante e perspicaz, qualidades indispensáveis para uma agente com QI elevado como o dela, se não estivesse grávida, com certeza teria uma extensa e glamorosa carreira na agencia. Conseguiria um cargo importante com certeza. Mas, para isso precisaria sucumbir a tudo, nada de casar, ter filhos, criar raízes.  Isso não é possível para quem quer ter uma carreira de sucesso, quem almeja ser uma agente do FBI.

No entanto, ela estava prestes a ser mãe. Sete meses? Ele não sabia mensurar. A imagem de Nissie quando estava gravida das suas filhas inundou sua mente, mas não podia usar a ex-mulher como exemplo, carregava duas meninas, com certeza pesava e media o dobro, assim sua mente recuou nas lembranças mais antigas, quase trinta anos para ser exato, e lá, sob a conhecida arvore que ele avistava através dá janela. Robert conseguia rever o momento que Margareth havia penetrado a raiz no solo escuro.  Ele se lembrava muito bem daquela noite, é claro, um pai jamais conseguiria esquecer o nascimento dos filhos, nem mesmo ele, Robert Mellark!

— Vai ficar parado me olhando, Mellark?

— Mas, você ainda está sete meses, querida!

— Eu já disse que ele não vai esperar os nove — Margareth com dificuldades esburacava o solo com a ajuda de uma mini pá. Ela era bem teimosa quando queria ser. — Terminando aqui podemos ir até o hospital — Fez uma careta de dor ao sentir mais uma contração, porém, teimava em concluir a tarefa, plantar aquele pé de carvalho, simbolizando o nascimento de uma nova vida, uma vida que que mesmo ainda em sua barriga tornava o mundo mais bonito. Seu filho Peeta. — Já arrumei as malas. Vou plantar a árvore e já está tudo pronto para ele nascer.

As imagens, viam como aqueles filmes antigos em preto e branco. Preto e branco agora eram suas cores.  Robert voltou a olhar para a mulher gravida, de sete meses, pensando em como ele transmitiria a mensagem ou recolheria as informações que ele gostaria de saber.  Estava em seu escritório, quando recebeu o telefonema de Haymitch Abernathy.

A intuição da agente Everdeen não havia falhado. Aquela não era apenas uma visita de pai para filho. Tinha o pior trabalho do mundo. Ele tinha de admitir. Mas, nunca havia enfrentado algo parecido. Ele havia pedido ao filho. Ordenado na verdade. Tentou de tudo. Nunca quis que Peeta  seguisse  os mesmos passos, mas ele nunca obedeceu e agora o filho estava na linha de fogo e Robert não sabia como dizer.

— É algo sobre seu filho? — Katniss o olhava impaciente. Coração aflito.  Aflição que escorria pela corrente sanguínea. Seu bebê começara a agitar. Não era hora disso. — Por favor, senhor Mellark.

Robert levantou do sofá de quatro lugares onde havia se sentado. Ele era alto, usava roupa formal. Camisa branca dobrada até os cotovelos. Um coldre em couro lhe rodeava a cintura. Era uma pistola automática. E se Katniss estivesse concentrada, conseguira adivinhar o calibre.

— Eu não tenho boas notícias. — Ele esquadrinhava cada canto da sala. — Haymitch é diretor adjunto, ele comanda o caso que Peeta está trabalhando e ele entrou em contato a algumas horas — Ele hesitou —   Eu não sou um pai desnaturado. Posso não estar presente, mas, sigo os passos de cada um dos meus filhos... com o Peeta não é diferente... Lembra da última vez que falou com ele? Preciso de todas as informações possíveis.

Katniss fechou os olhos. É claro que ela se lembraria. Ela que ficava aflita. Todos os dias, as horas, as noites desmedidas esperando seu contato.

 A última vez que ouvia a voz de Peeta, fora há dois dias, se falaram por meia hora. Ele estava na Turquia, foi a localização que passara para ela. Durante a chamada, ele, Peeta, descrevia a paisagem laranja. A discrepância das montanhas turcas, suas cores exuberantes, magnificas, mesclando entre o marrom Bourbon e o vermelho terra.

Em como, durante o dia, o céu ficava colorido em virtude do grande número de balões que por lá sobrevoavam.  Ela chorou de saudade assim que ele encerrou a ligação. E como se ele tivesse sentido a agonia dela.  Peeta voltou a ligar. Dissera que esquecera de mencionar o quanto amava, que havia sonhado com um nome para a filha.  Brincou ao dizer que ela deveria se chamar Gertrudes, uma namorada de infância que ele nunca teve.  Na verdade ele queria falar com ela por toda noite. Até o sono leva-la para os sonhos onde, sempre, embora distantes, conseguia estar juntos.

Katniss lembrou-se da conversa, da voz dele amaciando seus ouvidos:

— Sonhei que já havíamos no casado, que você era definitivamente minha senhora e de mais ninguém.

— Eu me casava com você, gravida? Do tamanho de um elefante, por um acaso eu conseguia caminhar até o altar. Ou fui levada por um guindaste?

— Estou falando sério, Katniss.

— Desculpa.

— Então?

— Então o que?

— Nos casarmos assim que eu colocar meus pés em casa?

Ela ficou em silencio.

— Você está falando sério?

— Claro que estou, afinal, você foi a missão mais bem-sucedida minha vida.

— Missão? — Quis saber.

— Sim. Você não sabe. Mas, eu te engravidei de propósito. Era o único meio de ter você...

— Sempre suspeitei...

— Então, está combinado, aproveita que possui a senha do banco e manda ver. Quero dizer, não com tanto afinco, afinal, agora temos uma filha para colocar na faculdade...

Ela gargalhou.

— Posso usar as minhas economias.

— Então, se quiser, é claro, será assim.

— Podemos usar a área externa da casa. — Katniss adorava aquela casa.

— Tem certeza?

— Sim, não quero nada grandioso, de grande já basta minha barriga...

As palavras de Peeta eram como um eco em sua mente. Na verdade parecia um vídeo antigo. Onde ela havia escutado pela última vez. Há dois dias. 

— Dois dias. — ela informou a ele. — Pelas coordenadas, ele estava na Turquia, depois iriam direto para uma unidade de apoio, lá encontrariam com colaboradores, essa missão não era apenas dele. Ele nunca podia me dizer muita coisa, queria me preservar.

— Ele te passou mais alguma informação?

— Que ele tinha uma informante...

— Mérida Snow — Robert continuou — Já coloquei e uma equipe atrás dela, preciso que entre em contato comigo caso ele volte a ligar, o FBI já está trabalhando para encontra-lo, já rastreamos os telefones, os eletrônicos que foram usados. Tem certeza que ele estava na Turquia? Washington recebeu um e-mail de Peeta solicitando apoio, os e-mails foram enviados pelo laptop da agencia, e de acordo com nosso analista  eles forma enviados de Nova York.

— Nova York? — Katniss se levantou e procurou pelo próprio telefone, apertou algumas teclas, até encontrar o registro de chamadas. — Não, ele não estava em nova York, se estivesse ele me diria. Olhe é uma ligação internacional.

Robert conferiu o celular.

— Podem ter sido sequestrados. Haymitch não sabe dizer. Peeta sempre desobedece as suas ordens. Segue instintos. Faz o que quer fazer. — Ele suspirou. — Tem certeza que não sabe de mais nada?

Katniss balançou a cabeça negativamente. Robert lhe entregara um cartão e se preparava para ir embora, mas, não teve tempo de fazê-lo, pois Nissie atravessou a porta. Com olhar assustado, levou Robert para cozinha.

Sozinha, o cérebro de Katniss finalmente começou a processar. Peeta havia Desaparecido?! Enfim essa palavra começou a fazer sentido. Sentir o impacto que essa palavra causava em sua vida. A afeta-la. De modo que ao se levantar. A fraqueza, acompanhada de uma dor intensa, fizera voltar a se sentar.

— Katniss! — Nissie correu para acudi-la. Depois disso a escuridão lhe ganhou. Katniss não viu mais nada.

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Quando acordou, três pares de olhos a vigiavam e uma agulha espetava seu braço, enquanto um tubo fino drenava um líquido transparente até encontrar sua corrente sanguínea. Katniss piscou vagarosamente, depois com rapidez, sentou-se tremula, assustada pousando a mão na barriga, sentiu alivio ao vê-la, intacta, ali. Depois, recobrando a memória, Katniss lembrou-se da visita de Robert em sua casa, e agora indesejada. Pois nas circunstâncias, gostaria que ele não tivesse feito. O filho dele estava desaparecido.  Silenciado. Perdido em terras inimigas. Desatinada começou a desesperar. Queria ir até ele. Até Haymitch Abernathy. Boggs. Até alguém da agencia apto a ajudá-la. Ao mesmo tempo que o lado agente do FBI pedia cautela para conseguir pensar.

— Johanna! — Fora o primeiro nome que conseguira pronunciar.

— Estou aqui — Os olhos da amiga não demonstravam desespero. Nenhum sentimento, apenas aflição.

— Sabe de alguma coisa?

Johanna que estava sentada no sofá de três lugares que ficava ao pé da porta, levantou-se mesmo sentindo os  olhares repreensivos que a família da amiga lhe dirigiram.

— Nada além do que você está ciente. — Johanna disse.

— Não precisa me poupar de nada, precisa me dizer, sei que já tentou descobrir alguma coisa, não ficaria sentada esperando as notícias virem voando.

— Eu ainda não sei de nada — Johanna reafirmou, lançando uma piscadela, afinal, a família da amiga havia pedido silêncio a ela.

Apesar de não saber muito, quando fora informada mexeu uns pauzinhos, tentando saber um pouco mais da operação que os amigos foram designados.

— O que estou fazendo aqui?

Katniss disfarçou e olhou para os pais que rodeavam o quarto.

— Você desmaiou, os pais de Peeta a trouxeram para cá.

— E está tudo bem com ela?

— Com ela sim, mas se sua pressão continuar subindo, virá ao mundo antes do previsto, por isso vai passar o dia aqui e depois a levarei para nossa casa — Katniss ousou em recusar — Seu pai está organizando o seu antigo quarto.  — Clara ajeitava o medidor no braço da filha, não gostou de aferir o resultado.  Se continuasse nervosa daquela maneira, entraria em trabalho de parto. E não era hora. Era perigoso. Por isso, precisava entretê-la. Fazer com que não se preocupasse com a situação de Peeta. — Podem me deixar a sós com ela? — Clara olhou para Johanna e o marido que assentiram e deixaram o quarto.

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Ela estava sentada numa poltrona que ficava de frente para a janela do seu antigo quarto na casa dos pais e aflita, ela, percorria seu olhar na rua, depois no celular, em seguida no laptop que estava conectado em um aplicativo da agencia. Irrequieta, sua mente começara a pensar nas piores alternativas para Peeta. Se recordou do treinamento, de outros exemplos de agentes que não retornaram de suas missões.  Esse havia sido o destino do pai da sua filha, ele havia sido abatido em sua primeira missão? Não... Ela não se conformaria em apenas esperar, estava decidida, buscaria por notícias.

Dias angustiantes já haviam se passado e não podia esperar o pai de Peeta dar notícias. Ela precisava agir, mesmo que sua decisão contrariasse o apelo da mãe, as ordens médicas de Prim e a suspensão temporária que Boggs deu à ela em virtude de sua instabilidade. Após a conversa séria que Clara tivera com ela, Katniss, precisou ser fria. Não pensar negativamente. Isso ajudou a não alavancar sua pressão, o que evitava o nascimento antecipado da filha.

 Acreditar que o silencio do noivo era decorrente da dificuldade em encontrar sinal. Esse tipo de coisa acontecia. Já havia acontecido antes. Mas, não por tanto tempo, mais de dez dias! Sua coerência gritou. A quem ela estava querendo enganar, ela não conseguiria ser como as outras namoradas, esposas, que ficam de mão atadas apenas esperando algum homem do governo entrar em contato com algum familiar de Peeta e  dar a eles seus pêsames e uma carta os contemplando com uma ofensiva indenização.

Não!  Ela não podia ficar deitada, dormindo e acordando três a quatro vezes, enquanto ele está por aí.

Ela sentia seu coração apaixonado  sangrar, apertar, uma dor que quase a fazia sentir dores no estomago, por mais que quisesse pensar apenas na   gravidez, em sua filha, os acontecimentos não permitiam.

Ele estava na Turquia, fronteira com a Síria, onde aquela garota havia dito que seguidores de Snow se encontravam, era tudo que ela sabia, sabia que a garota havia assinado um acordo, contribuiria com informações em troca de imunidade, nova identidade...

Mas, Katniss pressentia que a tal de Mérida tinha algo a ver com aquilo, que ela havia os direcionado para uma emboscada,  e precisava que Haymitch se atenta-se a esse detalhe, considerasse essa alternativa e  que ele não trata-se  o sumiço de sua  equipe  como o governo instrui os chefes de estado a trata-los: Um erro de percurso,  baixas insuperáveis mas que serão lembrados por toda uma nação.

Que se dane toda a nação! Que se dane o protocolo.  Que se dane todos!

Katniss desatou a chorar, chorar agarrada ao travesseiro de Peeta, que ainda tinha o cheiro dele, permaneceu assim até o pai abrir as cortinas do quarto permitindo um pouco de claridade entrar. John pôs a bandeja com a sopa verde e algumas torradas no criado mudo e sentou-se na cama que a filha repousava. Olhou para as frutas e outras comidas intocadas que ele havia deixado mais cedo no quarto.

Katniss se ajeitou.

— Hoje não está sendo um bom dia, nem para mim, nem para ela...

— Nós sabemos, e eu não preciso dizer que isso não faz bem a ela e.... — ele cocou a cabeça. — Sua mãe subirá daqui a pouco e se ela souber que está fazendo a neta dela passar fome, não terá clemencia alguma de você.

Katniss tentou emitir um sorriso, mas, sem sucesso ela disse:

— É um pouco difícil comer enquanto eu não sei se... “Ele está vivo”

— Precisa pensar nela, Katniss, apenas nela, não importa o sabor da comida, o que importa agora é sua filha, se ele estivesse aqui diria o mesmo para você.  

— Eu sei, só não consigo ficar parada, esperando o pai dele aparecer de novo e dizer que ainda não tem notícias do filho, talvez se eu estivesse no pentágono, ajudando, eu me sentiria mais útil. Eles podem estar esquecendo algum detalhe, algo que eles não saibam, mas eu sei, ou posso descobrir, sou boa nisso, por isso fui recrutada, por isso Haymitch me queria na equipe dele antes de saber que eu estava gravida.

— Sua mãe e nem eu, podemos permitir essa loucura e se você se sentir mal?

— Eu já estou me sentindo mal todos os dias, todos os dias imaginando que ele pode estar sendo mantido como refém de algum lunático, que pode ser enforcado, degolado.  Eu sei o que essas pessoas são capazes de fazer, conheci de perto, senti na pele quando ainda estava no treinamento.  — ela olhou para o pai que a ouvia atentamente — Eu vou para Washington — respondeu firme.

— Washington, Katniss?

— Eu preciso colocar pressão, preciso saber em que Peeta estava metido, já tentei tirar essa informação do pai dele, mas é inútil. Haymitch não me atende. Preciso tentar pessoalmente.

— Então, eu vou com você.

— Não é possível, civis não podem se aproximar do perímetro, não sem um convite oficial, mas eu posso, estou gravida, mas ainda sou uma agente, e Johanna vai comigo, Cato e ela eram mais que amigos e preciso de sua ajuda com a mamãe, fique aqui tente acalma-la. Tenho certeza que ela faria o mesmo se estivesse na situação que me encontro.

— Katniss!

John novamente tentou, mas katniss estava decidida.

— Eu preciso, pai, preciso saber do pai da minha filha.


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