O Dark voltou, subiu por dentro da minha calça e se enrolou no meu abdômen, nesse meio tempo que ele foi “conversar” com a Snow, eu já tinha explicado direitinho pra Cupa o lance do Dark, por isso não teve muito pânico com ela vendo uma cobra preta subindo pela minha perna.

Depois de mais alguns minutos, a Snow voltou. Ela estava com as bochechas um pouco vermelhas, prova de que ela estava chorando.

Nenhuma delas falou, então eu comecei a ajuntar as armas do chão enquanto falava:

—vamos levar esse monte de lanças, não quero esses soldados nos perseguindo de novo.

A Cupa e a Snow me ajudaram a recolher, nós fomos até uma caverna e jogamos lá dentro mesmo, depois tomamos um caminho sem rumo.

Andamos um monte até achar uma trilha de cascalho com pedregulho no chão, assim que vimos, eu, a Cupa e a Snow trocamos olhares, logo em seguida, eu disse:

—já está anoitecendo, é melhor procurarmos um lugar pra dormir mesmo.

Decidimos ir até aquela vila, ainda tem a chance de podermos confundir os aldeões e pensar que somos todos humanos normais.

Se bem que pra um mundo quadrado, nós três já estamos quebrando leis da física o bastante, então acho que esses detalhes não serão muito necessários. Qualquer coisa mostro o vídeo do keyboard cat, e se quiserem mais, eu mostro uma foto da Regina Casan, ai fechou, não me enchem o saco nunca mais.

Já ficou escuro pra valer quando chegamos na vila, ela era toda cercada por cercas (avá é memo? X2), porem não tinha golens de ferro andando pelos cantos ou coisa parecida.

Como estava bem a noite, tivemos que dormir lá no chão mesmo. a Cupa dormiu agarrada em mim, já que estava ventando que é um demônio. A Snow, por ser de neve, dormiu mais afastada.

E que bosta ela ser feita de neve, eu nunca dormi agarrado com mais de uma garota bonita, e agora que aparece a chance de dormir com 2, uma é feita de neve...

Fazer o que, o mundo dá dessas. Mas também, deve ser um porre ser feito de neve. Não poder sentir o quentinho e tudo mais... mas voltando ao principal.

Mas pensando bem... não, deixa pra lá. Essas são coisas que vocês, mortais, não precisam descobrir tão cedo.

No dia seguinte, eu fui acordado com latidos de dor, a Cupa ainda estava dormindo e a Snow na mesma vaibe, eu coloquei a Cupa de lado, levantei e fui andando em direção aos latidos falando baixinho:

—ei Dark, acorda ai. Acho que a casa caiu e o circo vai pegar fogo.

O Dark na hora colocou a cabeça pra fora e falou:

—eu não gosto de você, mas também não sou canalha a ponto de ignorar esses latidos.

Nós viramos a esquina em uma das casas e vimos algo de despertar o sharingan de tanta raiva: tinha um maluco segurando uma varinha descendo o coro de um cachorro enquanto ele segurava o bicho pela corrente.

Foi na hora, o Dark zarpou pro meu braço e eu decolei pra frente daquele aldeão, ele nem me viu direito, só levou um soco no meio do rosto, e o Dark usou a força muscular dele pra me dar um boost de força, o que praticamente multiplicou minha força normal por 10.

Foi um soco tão lindo véi, chegou até a dar orgulho de ter mandado um daqueles. O cara voou tão longe, mas tão longe que eu nem vi mais ele, provavelmente foi um HK.

Depois eu fui ver como que o cachorro estava né, ninguém estoura a cara do agressor sem logo em seguida ver o estado da vitima, correto?

O Dark desceu pelo meu braço mesmo e nós dois fomos ver o estado do cachorro, a cauda dele estava pra baixo, então eu falei:

—a cauda dele está baixa, ele precisa de carne pra poder recuperar HP.

O Dark olhou pra mim e falou:

—finalmente uma utilidade pra esse seu lago gamer inútil. Eu vou buscar a carne, você se vira ai.

Ele foi rastejando até a floresta, já eu fiquei cuidando do cachorro.

Uns 10 minutos depois, o Dark voltou segurando pedaços de bife na boca, ele jogou todos em mim e falou:

—pronto, agora se vira.

Eu dei os bifes pro cachorro comer, conforme ele ia comendo, o HP dele ia regenerando.

Quando ele acabou de comer tudo, já estava novinho em folha. O Dark se esgueirou, entrou dentro da minha roupa e disse:

—pronto, acabou.

Eu olhei pra ele e falei:

—até você consegue ser alguém legal, só que raras e raras vezes.

Ele retrucou falando:

—fica quieto, eu ajudei o cachorro porque não gosto desses vagabundos que fazem essas merdas com outros animais. Falando nisso, você matou aquele cara com o soco reforçado que fizemos.

Eu girei os olhos e disse:

—ele mereceu.

Dark: não estou criticando, pela primeira vez fez alguma coisa nessa sua merda que você chama de vida certo. É bem mais fácil apenas apagar os borrões do papel do que desenhar mais pra encaixa-los no lugar.

Eu: ei, ei, não exagera. Nem tudo se resolve na base da faca.

Dark: é por isso que você é frouxo, agora não diga mais nenhum pio, não suporto essa sua voz de boiola.

Eu: como assim voz de boiola!? Minha voz é perfeitamente normal!

Dark: ok, ok. Não tem voz de boiola.

Eu: ah bom.

Dark: só tem jeito mesmo.

Eu agarrei ele pelo pescoço, tirei por baixo da camisa, depois peguei uma maça do inventario e soquei dentro da boca do Dark pra ver se ele ficava em silencio de uma vez.

Ele cuspiu a maça na minha cara e falou em um tom, superior:

—depois de todas as vezes que a Snow socou coisas grandes na minha garganta, acha que essa maça é o suficiente?

Eu olhei pra ele estilo pokerface, depois olhei pra frente e falei:

—depois eu que sou o boiola...

Eu e o Dark iriamos sair no braço de novo, mas o cachorro latiu, o que nos fez lembrar dele.

Decidimos fazer uma “trégua temporária”, e logo em seguida, voltamos aonde as garotas estavam.

O cachorro estava me seguindo, e ele tinha uma coleira. A coleira tinha uma cor vermelha, bem padrão mesmo.

Mas o que me deixou surpreso foi um medalhão que tinha na coleira, eu cheguei mais perto pra olhar e vi que estava inscrito “Hashi”.

Assim que eu vi o nome do cachorro, eu falei:

—Hashi? Que porra de nome é esse? Até parece que o cachorro vai usar drogas pra ter um nome desses. Calma ai que eu arrumo isso agora...

Eu peguei uma pedra afiada e corrigi o nome do cachorro, que de Hashi foi pra Hashirama.

Eu: agora sim um nome respeitável.

Voltando ao caminho de encontrar as garotas, elas ainda estavam dormindo, e pra acelerar o processo, eu apenas bati as mãos uma vez.

Mas foi aquelas batidas caprichadas que dá eco no local todo e depois deixa as mãos ardendo. As duas acordaram no susto, olharam pra mim e eu falei já começando a andar:

—bora

As duas levantaram e me seguiram, enquanto andávamos, a Snow perguntou:

—Saito, aonde você arrumou esse lobo?

Eu respondi:

—eu achei ele abandonado por ai.

O Dark colocou a cabeça pra fora de novo e disse:

—“abandonado por ai” é foda. O antigo dono dele estava arrebentando o cachorro, por isso eu o matei, agora o cachorro está conosco. Mais alguma pergunta?

A Cupa pareceu meio chocada, por isso perguntou:

—vocês o mataram mesmo?

Dark: claro que matamos, acha mesmo que um verme daquelas merece viver? Ele teve sorte que foi rápido, por mim apanhava mais.

Eu: Dark, acalma os ânimos ai.  Apenas matar está bom, não precisa enrolar com a morte do cara.

Dark: você só pensa assim porque é humano. Humanos são escoria, e nem preciso te lembrar porque não é mesmo? agora feche o bico e mexa essas porcarias que você chama de pernas e de um jeito de conseguir “pular pra próxima” de uma vez.

Snow: como assim “pular pra próxima”?

Eu: ele quis dizer pular pra próxima noite.

Nisso eu já tinha pego o Dark, contorcido ele todo e enrolado ele de volta no meu abdômen, dando mais sossego a minha viagem. Essa maldita cobra tentando fazer as garotas descobrirem que eu vou pra outra dimensão tão cedo... filha da...

Dark: e então o que você planeja fazer na hora da despedida heim? Eu falei que simplesmente ignora-las era bem mais fácil, não precisa se preocupar com despedidas nem nada. só vai me encher o saco...

Eu: menos cara, menos. isso eu resolvo na hora, e além do mais... lide com isso do mesmo jeito que eu estou lidando, você ainda é o meu “segundo lado”, deve saber o que corre na minha mente.