The Ravenclaw Girl escrita por Nightshade


Capítulo 16
Cartas e Vestidos




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Na manhã do dia vinte e quatro de dezembro, meus pais e meus avós se alvoroçavam para que tudo estivesse perfeito no banquete de Natal. Os Knight, apesar de sagues puros, não tinham elfos domésticos.

Para a minha surpresa e imensa alegria, os pais de minha mãe, meu avô Cyrus e minha avó Lisbeth, viriam de Austrália passar o Natal em nossa casa também. Meu tio Robert, como sempre, não iria sair da Grécia para vir, mas meu tio Asellus, irmão mais novo de meu pai viria, embora morasse na Itália. Eu gostava de Asellus, ele era parecido com meu pai, embora não se importasse muito com as decisões de Francis.

Falando em Francis, ele se recusou a revelar quem havia ido visitar dias atrás. Disse apenas que saberíamos no devido tempo. Isso me fez sentir um arrepio interno; como se estivesse a beira de um precipício, me equilibrando para não cair.

Bem, me sentei em minha escrivaninha de frente para a janela, buscando alguma inspiração para as três cartas que iria escrever. A primeira seria de Annelize.

Cara amiga,

Primeiramente gostaria de dizer que simplesmente amei as luvas que me deu de presente. São maravilhosas.

Em segundo lugar, bem, Francis e Cassiopeia sempre são complicados. Mas ultimamente tenho notado que Cassiopeia está diferente. Ela anda silenciosa e contemplativa demais.

Eu tinha total certeza de que usaria o vestido azul hoje a noite, mas Francis me presenteou com um vestido verde e um pedido, quero dizer, uma ordem, de que eu o usasse no banquete. A boa noticia é que Cyrus e Lisbeth vão voltar da Austrália, devem chegar hoje a tarde para passar o feriado conosco.

Encontrei Adrian Pucey quando fui ao Beco Diagonal comprar o presente dele e de Ernest. Decidi esperar para entregar somente amanhã, mas o seu presente estou mandando hoje e espero que você goste.

Mas e você? Como está sendo passar o feriado com os Malfoy? Aposto que está sendo ótimo, afinal, o único dia que você me enviou uma carta foi em meu aniversário.

Contarei tudo o que aconteceu quando voltarmos a Hogwarts.

Abraços e feliz Natal, Lissie.

Com amor,

Amélia.

Quando terminei de escrever, entreguei a carta e o presente a Circe, que alçou voo para fora da janela. Fiquei com o olhar perdido pelo céu por um tempo, até meu pai bater em minha porta e perguntar se poderia entrar.

Papai entrou em meu quarto sorrindo e se sentou em minha cama; me virei de lado na cadeira para poder o olhar.

— Sinto que você está mais solitária que o normal, Mia. – ele começou a falar – Sua mãe e eu temos conversado e ela me contou que você ouviu seu avô conversando conosco, mas não quis falar com ela. – ele me olhou diretamente nos olhos – Ela me mandou vir aqui tentar fazer você falar comigo então.

Ri alto com o jeito que meu pai falava; era sempre tão direto e astucioso. Mas não deixava de ser engraçado. Me lembrava de que quando era bem mais nova, costumava dizer que ele era o melhor homem do mundo. E isso para mim sempre foi verdade.

Olhei para os olhos azuis de meu pai, tão parecidos com os meus... Para mim era impossível mentir para ele, então contei tudo o que me incomodava, em voz baixa. É claro que omiti alguns detalhes, como Ernest ou Adrian, mas contei sobre como me sentia uma decepção.

Ao fim de minhas palavras, papai se levantou e me abraçou. Afundei meu rosto em seu ombro, como fazia quando era criança.

— Acredite, Mia – ele sussurrou para mim – você sempre foi o meu maior motivo de orgulho. Meu e de sua mãe.

Apenas consegui acenar com a cabeça. Papai beijou minha testa e se encaminhou para a porta de meu quarto.

— Ah, mais uma coisa, - ele se virou para mim, antes de sair – você fica melhor de azul. – e piscou.

As vezes eu me pergunto como meu pai poderia me conhecer tão bem assim.

**

Ás quatro horas da tarde, a resposta de Annelize chegou.

Mia,

Fico feliz que tenha gostado das luvas, como eu sei que você gosta de Astronomia, achei que seria interessante as estampas luminosas de estrelas.

Você mencionou que Cassiopeia está mais calada? Bem, acho que se Francis estivesse calado, isso sim seria motivo de preocupação! Mas quero que me fale mais sobre isso.

Mande meus votos de boas festas a Cyrus e Lisbeth.

Está sendo ótimo ser hóspede aqui na Mansão Malfoy. Draco é um cavalheiro quando estamos sozinhos. Contarei mais quando estivermos em Hogwarts. Vou mandar o seu presente amanhã.

E eu amei a caixa de doces que você montou para mim, Mia! Foi o melhor presente que eu já ganhei!

Agora, vamos falar sobre o mais importante. Você encontrou com Adrian Pucey? Como em Adrian Pucey, o Artilheiro bonitão do time de Quadribol da Sonserina? O que aconteceu? Ele falou com você? Vocês ficaram juntos? Ele estava sozinho? Me conte tudo e eu quero detalhes!

Com amor,

Annelize W.K. Grey.

Ao acabar de ler a carta de Lissie, a dobrei e guardei em uma das gavetas da escrivaninha; talvez eu respondesse amanhã.

Meus avós maternos ainda não tinham chegado e isso estava começando a me preocupar. E se eles não viessem?

Sai do meu quarto e desci as escadas para encontrar minha mãe conversando aos sussurros com papai na sala de estar. Dessa vez, não fiquei entreouvindo a conversa, apenas pigarreei para conseguir a atenção dos dois.

— Meus avós Cyrus e Lisbeth não iriam chegar hoje? – perguntei, quando finalmente olharam para mim.

— Sim, querida, mas somente para o banquete. Ás seis. – minha mãe respondeu – Já organizou suas vestes?

Não.

— Sim, mamãe. – falei, mas não havia decidido qual vestido usar. O lindo vestido azul escuro de veludo que havia comprado em Hogsmeade ou o vestido verde esmeralda que Francis havia me dado como presente de aniversário e praticamente ordenado que eu o usasse.

Suspirando, estendi ambos os vestidos por sobre a cama e fiquei os admirando. Deveria ser uma decisão simples; deveria ir com o vestido verde e evitar qualquer discussão com Francis. Mas por outro lado, me questionava o por que de precisar o obedecer em tudo quando ele é hóspede em minha casa. Queria usar o vestido azul.

Me sentei novamente em minha escrivaninha. Já estava começando a sentir a ansiedade crescendo. Olhei para os pergaminhos e meus tinteiros. Molhei uma pena na tinta azul, que era a minha favorita, e comecei a escrever.

***

Depois de ter enviado cartas e presentes à Adrian Pucey e Ernest Macmillan, já passava um pouco das cinco. Precisava começar a me arrumar para o jantar antes que minha mãe viesse me apressar.

Olhei para os dois vestidos; agora era um momento de decisão. Provavelmente Annelize me diria, caso estivesse aqui agora, que eu deveria por o vestido azul e mandar Francis para o inferno. Mas se eu fizesse isso, talvez mamãe nunca me perdoasse e eu seria deserdada da família Knight.

Decidi tentar a minha sorte. Os vestidos estavam sobre a minha cama, então eu simplesmente fechei os olhos e agarrei um. Abri os olhos novamente e suspirei vendo qual eu havia escolhido.

***

Exatamente ás seis e meia, comecei a ouvir conversas e risos vindos do andar de baixo. Geralmente quando Francis está aqui, raramente ouvimos risos e conversas animadas, por isso eu soube que Cyrus e Lisbeth haviam chegado. Ouvi também a voz suave de tio Asellus, conversando com meu pai.

Me olhei uma última vez no espelho de meu quarto, sabia que já estava na hora de descer.

Assim que cheguei no meio da escada, todos se voltaram para mim, para me olhar; minha avó Lisbeth sorria com os olhos cinzas brilhantes, assim como meu avô Cyrus. Tio Asellus também sorria, ele era parecido com meu pai só era mais jovem. Papai me encarava normalmente e minha mãe demostrava um leve choque. Cassiopeia sorria levemente e Francis... bem, Francis me olhava com decepção reprimida, já que não estava trajando do vestido verde esmeralda que ele me dera.

Exatamente, eu estava usando o meu lindo vestido de veludo azul que tinha comprado em Hogsmeade. Em meu pescoço, coloquei o colar com pingente em forma de águia que Ernest me dera e em meu pulso estava a pulseira que meu pai me deu, com o símbolo da Corvinal e da Sonserina.

Meus cabelos estavam soltos e normais, como sempre.

Quando pulei o último degrau, apenas fiquei parada olhando para todos ali presentes. Fiquei parada apenas até Cyrus e Lisbeth avançarem alguns passos em minha direção. Então e corri até eles e os abracei. Que diferença deles para Francis e Cassiopeia.

— Como vai a minha pequena Corvinal? – perguntou vovô Cyrus, apertando meu nariz como sempre fazia quando eu era pequena. Cyrus havia sido da Sonserina, mas quase havia sido da Corvinal, então, ao contrário de Francis, ele adorou o fato de eu ter ido para a Casa dos sábios.

— Vou bem, vovô. – sorri abertamente.

— Amélia, você está tão linda! – vovó Lisbeth passou a mão pelos meus cabelos. Sorri para ela.

— Está mesmo, Mia. – tio Asellus se aproximou de mim e beijou minha testa.

— Bem, então vamos a ceia! – exclamou meu pai, sorrindo e nos levando até a sala de jantar.

 


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Notas finais do capítulo

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