The Ravenclaw Girl escrita por Nightshade


Capítulo 13
O Colar


Notas iniciais do capítulo

Agradeço a Nyra Ragnarok e Cherry Pitch pelos comentários! Obrigada!! :):)



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Ter Francis e Cassiopeia como hóspedes em casa era o mesmo que correr em um campo de cactos. Talvez eu esteja exagerando, eles não me causam dor física, apenas psicológica. Mal chegaram e já começaram a amaldiçoar os "traidores de sangue" e os "sangues ruins" nas mais inofensivas conversas familiares. Pelo menos aprovaram o vestido roxo que eu estava usando. Isso porque eles ainda não viram o azul.

Ás vezes me perguntava o por que não me erguia e os mandava para o inferno. Eu já não considerava muito Francis como meu avô; sempre me olhava com seus olhos acinzentados tão frios quanto o gelo. Cassiopeia estava estranhamente neutra em todas as conversas. Raramente falava, mas me observava com muita atenção. Não possuía um olhar reprovador, apenas contemplativo; como se estivesse se lembrando de algo enquanto me olhava, como uma memória passada esquecida na realidade.

Pois bem, no dia de meu aniversário, 19 de dezembro, acordei com batidas no vidro. Era a coruja de Annelize, a qual eu nunca me lembrava o nome, que trazia um embrulho com um cartão. Abri a janela do meu quarto e permiti que o animal entrasse. Peguei o embrulho e a coruja voou novamente para fora da janela.

Abri o cartão e reconheci a letra arredondada de Lissie.

Mia!

Feliz décimo sexto aniversário, minha amiga! Espero que goste do presente, eu olhei e me pareceu algo que lhe encantaria. Irei mandar seu presente de Natal somente no dia 25.

Espero que seus avós não estejam sendo tão... complicados.

Você vai mesmo se rebelar e usar o vestido azul no Natal?

Bem, desculpe, eu fugi do assunto.

FELIZ ANIVERSÁRIO!

Dei uma leve risada quando terminei de ler o cartão de Lissie; iria responder com uma carta depois.

Abri o embrulho com cuidado, e era uma caixa nem grande nem pequena, feita de madeira escura e quase negra. Não era nem grande nem pequena, poderia ter qualquer coisa ali, mais eu só saberia se a abrisse. E foi o que fiz.

Dentro da caixa havia um par de luvas de veludo escuro que tinham bordados de pequenas estrelas prateadas. Era uma luva enfeitiçada; as estrelas emitiam um leve brilho, como se realmente fossem um pedaço do céu a noite. As calcei; eram bastante confortáveis e quentinhas.

Lissie realmente acertou no presente.

Eu ainda estava admirando com devoção as luvas quando outra coruja entrou em meu quarto. Aquela em não conhecia, mas supus que fosse de algum parente que não tinha muito contato. Me aproximei e peguei o pequeno embrulho que ela carregava. A coruja saiu novamente de meu quarto.

Dessa vez o embrulho era menor, mas também tinha um bilhete. Fiquei surpresa com o que li.

Amélia,

Feliz aniversário. Espero que tudo corra bem para você nesse recesso.

Tenho certeza de que escolhi bem o presente, você gostará por dois motivos. Por causa de sua Casa e por causa de seu Patrono.

Felicidades,

Ernest Macmillan.

Eu estava me perguntando como Ernie sabia que hoje era meu aniversário. Talvez eu o tivesse dito sem querer quando falei sobre meus problemas com ele dois meses atrás.

Abri o presente muito lentamente e me surpreendi mais ainda. Era o colar mais lindo que eu já vira; a corrente era fina e feita de pura prata e o pingente me tirou o ar. Era uma águia de asas abertas. O emblema da Corvinal e meu Patrono.


***

Eu precisava me arrumar e descer para tomar o café da manhã, mas queria ficar deitada em minha cama admirando o colar que Ernest havia me mandado. Era tão lindo que não conseguia parar de o olhar. Queria usa-lo, mas meus avós com certeza me perguntariam quem me deu, e ficariam muito, muito incomodados se eu dissesse a verdade.

Mas coloquei o colar em meu pescoço mesmo assim; era só esconde-lo nas vestes, longe dos olhos de Francis. Contaria a minha mãe sobre o presente mais tarde, e precisaria enviar algo de presente a Ernie.

Desci as escadas até a sala de jantar, mas parei ao ouvir vozes. Pelo jeito, Francis estava falando mal dos traidores de sangue para o meu pai. Nada incomum.

Meu pai não tinha absolutamente nenhum preconceito contra ninguém. Mas fingia não discordar de seu pai para não gerar brigas. Até que a combinação da sabedoria Corvinal de minha mãe com a astúcia Sonserina de papai era perfeita.

— ... família Black estava completamente certa quando deserdou aquele traidor, em minha opinião demorou muito. Aquele maldito é uma vergonha para os bruxos. – ouvia a voz de Francis dizer – Antes dele houve o ocorrido com Andromeda Black. Ou melhor, Andromeda Tonks.— o desprezo e o nojo eram praticamente palpáveis em sua voz – Casou com aquele sangue ruim e foi a primeira a manchar o nome Black.

Ouvi meu pai murmurar algo assim como Cassiopeia, mas não entendia as palavras.

— ... os Macmillan são um dos piores. – continuou Francis e eu prendi a respiração, agarrada ao corrimão da escada – Melania Macmillan havia se casado com Arcturus Black; os Macmillan eram uma família decente, mas suas últimas gerações tem sido frutos podres. Continuam com o sangue puro, mas confraternizam com sangues ruins e traidores. O mais novo cursa o quinto ano em Hogwarts e está na Lufa – Lufa.— senti minhas mãos gelarem, ele falava de Ernest – Aonde este mundo está indo parar, eu me pergunto.

— Amélia ainda não desceu. – ouvi a voz de minha mãe comentar suavemente. Era um modo sutil de mudar o assunto.

— Ah, sim. Eu gostaria de falar sobre Amélia também. – Francis ainda falava.

— O que quer falar sobre minha filha? – a voz de meu pai se tornou um pouco menos tolerante.

— Ora, sua filha tem andado um pouco diferente, não acha? – Francis continuava a falar. Minhas mãos antes geladas, agora suavam – Você cuida para que ela se relacione com as pessoas certas em suas amizades, meu filho? Nós não queremos que o desastre se repita outra vez.

Subi novamente as escadas até o meu quarto e bati fortemente a porta ao entrar.

Que vão para o inferno.




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Notas finais do capítulo

Comentários, pessoal!!



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