High School Manual escrita por Bird


Capítulo 21
Se me faz levantar da cama é porque eu amo


Notas iniciais do capítulo

Acham que eu demorei? Esse capítulo me deu trabalho, devo admitir!
Espero que gostem!



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Inicio do terceiro ano do ensino médio, 2013 

POV Thalia 

Acordei de manhã incomodada com o sol em meu rosto e rolei na cama que claramente não era minha. Abri os olhos devagar e nem forcei minha mente para lembrar de alguma coisa da noite passada quando vi a bagunça no quarto de Luke. Ele deve ter me trazido para a casa dele depois da festa na casa de Silena que rolou ontem. Fechei os olhos novamente e cheirei seu travesseiro. Eu teria a opção de passar o dia inteiro deitada aqui com ele? E por falar nele, onde ele estava? Tateei os lençóis a sua procura e bufei quando não o encontrei.  

Se me faz levantar da cama é porque eu amo. Sentei na cama, ainda meio tonta e com a famosa dor-de-cabeça-do-dia-anterior. Notei que vestia uma camiseta dos Rolling Stones e um short frouxo, que provavelmente eram dele. Procurei meu celular nas gavetas do criado mudo e encontrei. De acordo com meu calendário, hoje era o nosso primeiro dia de aula e de acordo com o horário, estávamos muito atrasados.  

Fui no banheiro de seu quarto, fiz minhas higienes matinais e desci pra comer alguma coisa. Ao chegar na cozinha me deparo com a cena mais maravilhosa que eu poderia presenciar nesse dia. Luke apenas de cueca e camisa, preparava waffles para o café da manhã. Arfei em aprovação e ele notou.  

— Então, finalmente acordou. – Ele disse.  

— Sim, e nós já perdemos a primeira aula. – Sentei em um dos bancos do balcão.  

— Não só nós, Percy, Annie, Piper, e Jay também. – Ele comentou.   

— Hm, parece que todo mundo tá bem cansado, realmente a noite passada. – Olhei pro waffles, depois o encarei. – Me diz uma coisa...   

— Sim, esses waffles são para nós, se é o que quer saber. – Riu docemente.   

— Não era isso que ia perguntar, mas é reconfortante saber que em breve vou poder colocar algo que não que não seja álcool na boca. – Falei e massageei as têmporas, tentando melhorar a dor de cabeça. – Mas se me deixar matar essa curiosidade...  

— Pode perguntar.   

— Luke, eu e você. Nós não... – Comecei. – Você sabe.   

— Não, nós não transamos. – Ele falou e riu. – Não. Afinal, não me aproveitaria de você estando bêbada.   

— Que bom. – Eu disse. – Não que seja uma má ideia, mas é que, sabe... não é o tempo e também...   

Ele me interrompeu com uma risada.  

— Você fica tão vermelha quando fala nesse assunto. – Ele serviu-me os waffles. – Não vamos nos apressar nesse assunto, vamos devagar, ok?  

Sorri docemente enquanto tomava o café da manhã.

— Se quer ir devagar, não deveria me matar do coração e se vestir assim de manhã. – O olhei com cara de poucos amigos e ele riu.  

— Assim como? – Se fez de desentendido. – Não gostou?  

— Claro que gostei, sinta-se à vontade para ficar assim na minha frente quando quiser. – Falei de jeito brincalhão e sorrindo bobo. 

As vezes eu odeio pensar no quanto estou apaixonada por ele. Bem, não ouve um momento em que eu acordei e pensei "nossa, estou apaixonada". Foi uma série de fatores, não estava procurando algum tipo de amor arrebatador. Não mesmo, isso era na verdade a coisa que eu menos queria. Mas ele me puxou. Ninguém teve que pedir para que eu me afeiçoasse a ele, pois isso aconteceu sem eu nem mesma notar. E aqui estávamos nós, pré-universitários tentando continuar um romance de escola. Devo admitir que esse pensamento me entristeceu um pouco. 

Ele terminou seu café, deu um beijo casto em minha testa e subiu para se vestir. Eu pensei em todas as propostas que ele recebeu para faculdades, que são a milhares de quilômetros de mim, durante toda as férias. Pensei no quão feliz ele ficou quando recebeu a proposta para Princeton, Colombia e Albuquerque.  

E claro que ele vai fazer o teste para conseguir passar em uma das três, e é claro que ele vai conseguir passar também, e isso vai ser ótimo para ele, mas enquanto a nós... 

— Thals, você viu minhas meias? Eu pensei ter deixado elas no criado mudo. – O ouvi perguntar no andar de cima.

— Procure na cômoda. – Eu disse com a voz um pouco embargada.   

— Achei!  

Dei um sorriso tristonho e peguei as louças, levando elas até a pia e lavando tudo. Por fim, tomei um comprimido para ressaca e bebi um pouco de água.  

— Jason veio aqui mais cedo e deixou uma calça jeans para você. – Luke comentou entrando na cozinha e me entregando a peça.  

Dei um sorriso forçado e subi as escadas para me vestir. A ideia de Luke ser aceito na faculdade não saía da minha cabeça. É claro que eu seria aceita também, mas cursaria em uma faculdade local. As proposta que ele recebeu são de universidades muito grandes e principalmente longes. 

Vesti a calça jeans e penteei os cabelos. Calcei meus tênis e escovei os dentes. Por fim, passei um pouco de perfume e peguei as chaves do carro.  

— Você trouxe as chaves? – Ele perguntou quando me viu descer as escadas.  

— Sim, e eu dirijo. – Sorri. – Onde estão as nossas mochilas?  

— Dentro do carro, sua calça não foi a única coisa que Jason trouxe. – Ele me abraçou, colocando suas mãos no bolso de trás da minha calça. – Thalia, desde o café você não está com uma cara muito boa, tem algo que queira me falar? 

— Não Luke, está tudo bem. Eu apenas ainda estou sofrendo as consequências do álcool de ontem, não se preocupe. – Sorri pela sua preocupação e o beijei. 

Ele retribuiu o beijo, e mesmo depois de quase três anos de namoro, aquele beijo não me cansava e me viciava cada vez mais. Luke era a âncora que eu precisava para não perder o controle de tudo e de mim mesma. 

— Acho que se sairmos agora conseguimos nos arrastar por baixo da janela da diretoria e entrar durante a aula do Poseidon, o que me diz? 

Sorri para ele. 

— Acho que Poseidon teria piedade de nós, e que temos que correr para executar o plano. 

Ele me deu mais um selinho e nós saímos de casa.


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Notas finais do capítulo

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