Past- A Primeira Relíquia escrita por Cath


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Esta é a minha primeira história no site, admito estar nervosa mas nada que não se resolva. Welcome! Espero que gostem, boa leitura.
~Beijos.



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Prólogo.


 

Eu era a filha do capitão, uma marinheira condecorada e respeitada. Até que me foi concebida a tarefa de comandar uma viagem de negócios, selando acordos e buscando as preciosas pérolas negras através do Mediterrâneo. Onde viviam as bruxas do mar; sereias.
 

O trabalho era simples se não fossem pelas grandiosas superstições dos marinheiros. Aqueles ratos medrosos! Mostrando-se fracos diante de mitos e histórias de pescador. Nada era real. Eu achava que não era.

— Herica. -- Chamei.

—Sim, capitã? -- Herica era uma das minhas melhores garotas, neguei-me a navegar apenas com aqueles ratos então me surgiu a ideia de trazê-la comigo. Uma garota sagaz e estratégica, mostrava-nos as melhores rotas e era simplesmente perfeita quanto a selar tratados e distribuir mercadorias. Uma garota de ouro. Que nasceu num berço de ouro, nos braços dos reis.

—- Não me chame deste jeito minha amiga, a não ser que prefira Sua Alteza Real. -- Ela franziu o cenho e torceu o nariz.

—- Me diga logo o que quer.

—- Vamos partir em breve e eu não quero começar a acreditar nestes ratos imundos que seu pai me deu. -- Ela sorriu fraco, com os olhos verdes cheios de esperança.

—- E você quer saber o que eu acho... Eu acho que você se preocupa de mais, relaxe um pouco. Deixe de coordenar cada passo dos rapazes, eles servem com orgulho à Corona, mas não quer dizer que não tenham medo do pior. São superstições de camponeses e eles são.

Levantei-me e coloquei meu chapéu, apanhando minha pistola e minha rapieira, me foi dada como um presente do rei. Recebi muitos cortejos de sua majestade, era um homem solitário e amargurado, sua esposa fora morta por piratas em um dos ataques dos tripulantes do " Sangue de Odin ", desde então o homem doa-se à sua filha e lhe realiza todos os seus caprichos. A loirinha é uma garota de fibra, mas não tem a dose suficiente de vivências. Com sua influência sobre seu pai e um pouco de meus encantos conseguimos convencer o rei e Herica teve a permissão de seguir comigo.

A maresia começou a me envolver, e segui para o leme amarelado e em formato de sol, era o símbolo do reino que fora mudado em homenagem á falecida Rainha Irina.

—- Capitã, o galeão está sendo carregado, estamos quase prontos. -- Assenti e centrei-me no horizonte, o céu azul se misturava com o mar, o som das ondas batendo no casco do navio e o cheiro da água salgada que se impregnava em mim. Toquei minhas medalhas, presas ao peito, iriamos ter uma noite de festas e no dia seguinte iríamos para Arendelle.

—- Despache a tripulação, iremos tirar o resto da noite, mas avise-os : Irei puni-los caso cheguem aqui com ressaca, que estes porcos tomem cuidado. -- Ele curvou-se e foi em direção aos tripulantes.

Herica surgiu ao meu lado, segurando o leme. A loira sorria de forma doce e interessada.

—- Nem pense nisso mocinha, meu barco, meu leme. -- Ela fez um biquinho. Era uma menina interessante, mal saiu do palácio durante toda a sua vida e sentia uma sede insaciável de aventuras, mesmo com todo o luxo. Mas, ela perdeu boa parte da ação. Ultimamente os tempos estavam mais calmos, mas antes de conhecê-la nos metemos em grandes guerrilhas com piratas que vinham da ilha de Berk.

—- Você corta todo o clima. Então, vamos? -- Neguei. -- Que pena, o papai ficaria chateado...

—- Com todo respeito, mas Sua Majestade, mesmo bem conservado tem a idade de meu pai. Então, realmente é uma pena. -- Rimos, ela era muito espirituosa e brincalhona, por vezes me chamou de " Mama".

—- Você tem que se livrar das preocupações, querida. Vamos, uma noite não lhe fará mal algum.

—- Certo, mas só uma noite, Princesa.

—- Vamos, o papai ficará feliz.

Os rapazes estavam se dispersando em bares e bordeis, eu e Rapunzel fomos para o castelo. Estive lá por anos, servindo, era a "dama de companhia" da princesa e secretamente sua guarda costas. Depois do meu exito em salvar a princesa em um dos ataques o rei me fez parte da marinha real. Me acostumar com aquela nova vida era muito difícil, mas nada com que eu não pudesse lidar. Meu maior problema eram os rapazes, meu pai fazia de mim um tripulante a mais e eu preferi assim. Os rapazes achavam que por ser mulher eu era uma distração para os dias longe dos bordeis, e é claro que eu tive de me virar sozinha.

—- Lembra dos dias que passamos nas varandas, falando de rapazes e vestidos?

—- Os piores dias da minha vida, como não? -- Ela riu.

—- Foram os da minha também. Você tinha as piores opiniões, mas era uma grande atriz. -- Era mesmo.

Quando chegamos ao salão de baile encontramos o rei, a nossa espera. Olhei irritada para Rapunzel, com certeza havia me ludibriado e feito-me de tola com as armações com seu pai. Ela sorriu inocente.

—- Majestade -- Me curvei.

—- Já lhe pedi para me chamar de Heliot, apenas Heliot. -- Depositou um beijo delicado em minha mão. -- E como vai minha pequenina? Animada para a viagem?

—- Claro papai! Aliás, estávamos conversando sobre, como temos tantos quartos e...

—- Rapunzel, os resmungos...

—- Ah, desculpe papai. Queríamos saber se ela pode ficar aqui esta noite, pode? -- "Sua pestinha!"

—- Ora, mas é claro, é muito bom ter mais alguém.

—- Certo, então eu.. eu vou providenciar tudo, quero dizer seu quarto, então...tchau. -- Engoli minha vontade de estapeá-la e me voltei ao rei.
Ele ainda me encarava, com um pequeno sorriso nos lábios, franzi o cenho e ele se despertou.

—- Sua majestade, gostaria de discutir alguns assuntos a respeito da viagem. Se não estiver ocupado, é claro. -- seu sorriso se alargou.

—- Claro, mas não aqui. Venha. -- entrelacei nossos braços e o acompanhei até as longas escadarias de marfim. Pude ouvir os cochichos e murmúrios das jovens empregadas, apenas as ignorei, voltando meu olhar ao rosto sereno do meu acompanhante.

Ele me guiou calmamente até um corredor iluminado por lustres no teto e candelabros presos as paredes, no fim da trilha que o tapete vermelho formava haviam enormes portas de madeira branca, com as bordas talhadas e duas enormes maçanetas douradas. Era, pelo que me lembrava, a biblioteca.

—- Lembra-se do que tem aí?

—- A biblioteca real.

—- Mas, não é a ela que buscamos...

Quando adentramos senti o forte cheiro das folhas e das tintas. O lugar estava completamente cheio de livros e folhas soltas, coberto de estantes cheias, do chão ao teto de vidro; uma estrutura oval e e com a iluminação natural do dia e da noite. As mesas de carvalho estavam despostas na entrada da biblioteca com velas em candelabros e alguns livros empilhados. Seguimos adiante até a última prateleira, a que delimitava o espaço da biblioteca.

—- Feche os olhos. -- Pediu. Mesmo a contra gosto meus olhos se fecharam, segundos depois ouvi barulhos estranhos, como madeira arrastando-se no concreto e nuvens de poeira invadiram minhas narinas. Tossi uma, duas, três vezes e então ele gentilmente me guiou alguns passos a diante. Um, dois, três.

—- Abra-os. -- O fiz, espantando-me em seguida. -- É lindo, não é?

—- É...

E era realmente, um ambiente escondido, revestido por telas de veludo vermelho com lustres de cristal iluminando os panos escarlates, a iluminação era feita por eles e por candelabros de metal com velas negras. O chão era puramente de concreto frio e cinzento, o ambiente era totalmente fechado, mas incrivelmente bem ventilado.

—- O que é este lugar? -- Sorriu.

—- É o meu segredinho, nosso segredinho. -- Assenti ainda maravilhada.

—- O construí depois que Irina se foi, era a fonte de minha distração. Vinha para clarear minhas ideias e esquecer, ninguém, nem mesmo Herica sabe da existência deste lugar.

—- E por quê deseja destruir este segredo? -- Deu de ombros. -- E por contou a mim? -- Repetiu o gesto, mas desta vez sorria singelo.

Seu jeito serene e brincalhão lhe dava um ar juvenil quase infantil, apesar de suas vestimentas, poucos o imaginariam como um rei, uma figura imponente e forte. Posso dizer que já vi várias das faces do misterioso rei de Corona. Já o vi sorrir, o vi sério e até mesmo o vi chorar. Era um exemplo de vida e força. 

Sentou-se numa mesa retangular, com duas cadeiras de ferro nas extremidades opostas. Fez menção para que me sentasse e o fiz, serviu-nos com taças de vinho.

—- Vamos ao que interessa.


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Notas finais do capítulo

Eu adoraria saber um pouco sobre a opinião de vocês, mas como saberei se vocês não se mostrarem? Poderiam, por favor, me tirar do escuro? Ficaria muito feliz com comentários... Obrigada de qualquer forma.
~Beijões!



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