Dicotomia - Undertale escrita por cecifrazier


Capítulo 3
Abraço Reconfortante


Notas iniciais do capítulo

Mais um ~u~



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É, mais um dia começa. Acordo cedo, tomo banho, e visto a mesma roupa de sempre. Desço as escadas e não encontro ninguém na cozinha ou na sala, mas é claro, quem gosta de acordar às 5:30 da manhã? De qualquer forma, não quero dar trabalho pra mamãe, então vou fazer o café da manhã hoje. Até que as aulas de culinária que recebi do Papyrus serviram pra alguma coisa, consegui fazer café, uns ovos e uns sanduíches, eu sou demais. Vou em direção a sala e me jogo no sofá, até que ouço paços na escada.

 

— Filho? Acordado tão cedo? – Asgore fala indo em meu encontro.

 

— É, quis adiantar o café pra não dar trabalho pra mamãe. Ela tá bem?

 

— Está sim, dormindo como uma pedra. – Ele fala, sorrindo. — Vim fazer o café, mas parece que meu homenzinho já fez tudo.

 

— É, eu sou demais, eu sei. – Falo me vangloriando.

 

— Isso é ótimo. Bom, vou chamar sua mãe, enquanto isso, chame sua irmã para tomar café também. – Ele fala, subindo as escadas. Pô, por que eu? Eu vou jogar ela no chão se fizer frescura.

 

Saio do sofá e subo as escadas também. Ando pelo corredor e fico em frente ao quarto de Frisk, nossa, ela ronca. Abro a porta e me deparo com uma cena: Frisk só estava com uma blusa e calcinha, o cobertor e travesseiros quase totalmente no chão, e o que era aquilo na cara dela? Baba? Eu queria ir embora e enterrar minha cabeça na terra, mas eu precisava acordá-la, se não ela dormiria o dia inteiro. Vou me aproximando da cama sem fazer barulho.

 

— Eei Friiisk. – Falo, mas não muito alto, sacudindo um de seus ombros com a mão. Ela não acorda. Por algum motivo, eu tinha vontade de tocá-la, de fazer o que eu quisesse com ela. O que eu estou pensando? Ela é minha irmã. Mas... Por que não? Vou passando minha mão por sua coxa, apertando cada curvinha que ela tinha, sendo cuidadoso ao máximo para não acordá-la. De repente, paro ao perceber que estou quase em cima dela. Eu não posso fazer isso, ela é minha irmã, seu demônio imundo. Sem mais delongas, puxo a perna dela e a jogo no chão.

 

— CARAMBA, POR QUE FEZ ISSO? ISSO DÓI! – Ela grita, muito furiosa comigo.

 

— Você que não quis acordar, sua inútil. Vamos, Asgore tá chamando pra tomar café. – Digo, calmamente, virando de costas e deixando o quarto. Não posso negar, eu gostei do que acabara de acontecer no quarto. Esse demônio está me deixando muito sadomasoquista, preciso me controlar pra não machucar ninguém.

 

— Ei, me espera. – Frisk sai do quarto cabisbaixa.

 

— O que foi? – Paro de andar e olho para trás. Ela se vestiu tão rápido em menos de 1 minuto?

 

— Olha... — Ela diz apontando para sua perna, que agora tem uma marca roxa por conta da queda. — Eu não gosto quando você faz essas coisas comigo... – Ela diz, lacrimejando.

 

— ...Tá... Me desculpe. – Vou até ela e dou um abraço. — Se você ser menos inútil, eu paro de fazer isso com você. – Digo, dando uma risada fraca e fazendo carinho em sua cabeça.

 

— Eu não sou inútil! – Ela fala chateada, mas logo depois dá uma risada.

 

Enfim, descemos as escadas e vamos em direção a cozinha, mamãe e Asgore já estão sentados, nos esperando. Sentamos na mesa também, e tomamos o delicioso café, feito unicamente e exclusivamente por mim, modéstia a parte.

 

— Ah sim, a diretora me ligou e disse que hoje não haverá aula. – Toriel fala, dando uma breve pausa e tomando um gole de café. — Parece que vão ter que fazer uma reforma de última hora nos corredores. Ela me disse que você andou brigando de novo, Chara. – Agora, ela olha sério pra mim. Poxa, eu nem fui pra coordenação, que frescura é essa?

 

— Ah mãe, eu nem fiz nada. O cara tava assediando a Frisk, eu só fui defender.

 

— Assediando? Como assim? – Asgore fala espantado.

 

— Calma pai, foi só um mal entendido. – Frisk fala como se aquilo que aconteceu não fosse nada.

 

— Aliás, que tipo de reforma é essa? – Pergunto, olhando para Toriel.

 

— Instalação de câmeras. – Ela diz.

 

— Ué, e precisa cancelar a aula por isso?

 

— Bom, pelo o que eu entendi, vão furar umas paredes e não querem que o barulho atrapalhe na concentração dos alunos. – Ela diz, desviando o olhar para o lado, isso não me cheira bem. — Escutem, seu pai vai me levar ao hospital para um ultrassom, então vocês vão ficar responsáveis pelo almoço e por tomar conta da casa.

 

— Eu vou ter que ficar sozinho com essa chata? Poxa mãe. – Digo, cruzando os braços.

 

— Ah Chara, eu sou legal, para com isso. – Ela diz, me dando um sorriso. Essa situação é estranha, aquela escola não pararia por uma simples “reforma”.

 

— Bom, estamos indo. – Toriel fala se levantando e Asgore levanta logo depois. Eles se despedem e saem.

 

— Por que não vamos no mercado comprar alguma coisa? – Frisk fala me olhando com cara de cachorrinho pidão.

 

— Pra quê? Tô afim de sair não.

 

— Ah, vamos. Eu compro chocolate. – Assim que ela fala isso, me levanto imediatamente.

 

— Opa, agora você falou minha língua. Vamos. – Pego as chaves da casa e vou em direção a porta. — Quer ir andando ou de moto?

 

— Vamos de moto. Espera, desde quando você sabe dirigir? – Ela pergunta, confusa.

 

— Tem coisas que você não sabe sobre mim. – Falo, dando um sorriso um tanto sombrio pra ela. — Eu tô brincando, sua boba. Não precisa me olhar assim. Asgore me ensinou a dirigir, só isso.

 

— Nossa, eu nunca percebi. – Ela fala, abrindo a porta e saindo de casa.

 

— Você estava ocupada demais namorando. – Assim que falo, ela me dá um soco. Vamos até a garagem, subimos na moto e saímos da garagem.

 

Admito que antes de cair no Underground, meu antigo pai me obrigava a dirigir com 10 anos de idade. Mas, pra ser sincero, eu odiava ele, e depois que ele morreu tudo ficou pior pra mim. Todos pensavam que eu o tinha matado, até minha própria mãe, que me deixou a mercê do mundo. Claro, eu nunca fui uma criança tranquila, matava alguns animais e batia em crianças, eles tinham medo de mim, e também, meus antigos pais nunca foram amigáveis comigo. Minha vida era triste, miserável e cruel, por isso fugi. Fugi dos meus medos, da minha raiva, da maldade e da bondade, dos demônios, de tudo. Mas, não adiantou nada, eu só matei mais e mais, atormentando almas inocentes, e mesmo no final, todos me perdoaram. É, eu sou demais. Estávamos chegando no mercado, supermercado na verdade. Estacionei em uma vaga na frente do supermercado e descemos. Logo pego um carrinho de compras e entramos.

 

— O que você vai comprar além do meu chocolate? – Pergunto, empurrando o carrinho entre o corredor.

 

— Vejamos... – Ela puxa uma lista da bolsa. — Açúcar, chocolate, pizza, refrigerante, chocolate e frango.

 

— Colocou chocolate duas vezes?

 

— É pra não esquecer, se não você me mata. – Ela fala, com uma expressão preocupada. É, garota esperta.

 

Vamos andando pelo supermercado, colocando tudo o que estava na lista no carrinho, só que algumas coisas a mais, como por exemplo: chocolate reserva pra um ano. Com um carrinho cheio, não fazia mínima de como levaríamos tantas compras em uma moto. Frisk é tão idiota, socorro. O jeito vai ser pagar um táxi pra ela e ir sozinho de moto. Assim que o táxi chega, espero ela entrar no carro, guardo as compras no porta-malas e dou dinheiro pra ela. Por fim, subo na moto, saio do pátio do supermercado e dirijo até em casa. Chegando lá, guardo a moto na garagem e entro na casa. Me jogo no sofá, como sempre, e acabo dormindo.

 

— O que? Aonde eu estou? – Acordo em um lugar muito escuro, com líquido preto no chão.

 

Saudações.— Uma figura estranha, usando as mesmas roupas que eu, fala surgindo bem na minha frente.

 

— Você... – Falo, retrocedendo um paço.

 

Olá, Chara.

 

— O que você está fazendo? Eu te mandei ir embora. Eu estou no controle agora.

 

Não por muito tempo, meu caro. Você sucumbirá as tentações logo.

 

— Do que você está falando?

 

Dela...— Ele fala aumentando seu sorriso. Naquele momento, fico estático. — Eu te conheço, Chara. Sei que você a ama, mas tem medo de que eu a afaste, não é?

 

— Se encostar um dedo nela, você morre.

 

Seu tolo, o único jeito de me matar seria...

 

— Me matando, eu sei. – Falo, o interrompendo. — Mas, seria por uma boa causa.

 

Se mataria por uma garota? Patético.

 

— Não é só por ela. É por todos que eu...

 

TODOS QUE VOCÊ AMA?— Ele grita, me interrompendo. — VOCÊ NÃO AMA NINGUÉM DE VERDADE. UMA HORA OU OUTRA, VOCÊ SUCUMBIRÁ A TENTAÇÃO.

 

— CALA A BOCA, PORRA. POR QUE VOCÊ NÃO VAI SE FODER? – Grito, pulando em cima dele com as mãos em seu pescoço.

 

Já está... Acontecendo... Você não vê?— Com muita dificuldade, ele fala. — Me escute... Você é fraco... Você não... Resiste...Você é... Chara, o demônio que aparece quando chamam pelo nome.— Assim que termina de falar, some. Que merda acabou de acontecer?

 

— Charaaaa! Acordeee! – Essa é a voz de Frisk? Abro os olhos e a vejo com o rosto próximo ao meu. — O almoço já está pronto. Quando cheguei, você estava dormindo e não queria te acordar.

 

— Frisk... – Me levanto e a puxo para um abraço longo e apertado. — Eu te amo... E eu prometo que não vou deixar ninguém te machucar... – Coro levemente ao dizer isso, e lágrimas começam a escorrer por meu rosto.

 

— Eu... Eu também te amo. – Ela me abraça fazendo carinho pelo meu cabelo. — Tá tudo bem, não precisa chorar. – Assim que ela diz isso, me acalmo mais.

 

Ficamos ali, abraçados por mais um tempo. Ninguém vai machucar a minha... Frisk.


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Notas finais do capítulo



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