Megalomaníaco.  

Uma pessoa com desejo excessivo de poder. Podem fazer tudo para conseguir o que querem...até mesmo matar. 

(Narrado pela autora)

Chara sentia que estava ficando louco. O que tinha na cabeça de aceitar um acordo com aquele ser? Sabia que era por uma boa razão, porém...sentia que seria algo perigoso. Ele havia lhe dito que, se toda a determinação negra fosse retirada de uma vez, Chara veria-se livre dos tormentos. E era exatamente isso que queria! Puxa! Imagine só, nunca mais ter surtos e nunca mais machucar quem ama. Isso era algo que Chara realmente queria, e se tinha algo que entendia, era sobre determinação.  

Frisk precisaria ficar alguns dias no hospital. Chara ainda não acreditava que ela estava grávida, não acreditava que seria pai! Este era um dos motivos no qual aceitara aquele acordo.  

Chara se ofereceu para passar a noite com Frisk no hospital. Foi difícil para convencer Asgore e Toriel para lhe darem uma chance, mas ele prometeu que dessa vez faria tudo certo. Mesmo Frisk estando naquele estado, ela continuava tão...linda. Doía tanto o fato de que ele não estava lá para protegê-la. Doía tanto saber que aquilo aconteceu por sua causa. Ele realmente precisava fazer algo!  

— Eu sinto muito, Frisk... — Ele sussurrou, depositando um leve beijo na testa da menina. — Eu prometo que vou consertar tudo...tudo será como antes.  

Chara passou a destra pela barriga de Frisk e deixou uma risada fraca escapar. Aquela criança com certeza seria muito bem-vinda. Pegou seu casaco e o vestiu. Ele iria até o laboratório. Dessa vez faria tudo certo.    

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Com uma breve passada em sua casa, conseguiu pegar a moto e dirigir até o laboratório de Alphys. Nunca se deu conta do quão longe era, já que sempre pegava uma "carona" com Sans. 

Deixou sua moto jogada na grama e, sem muito esforço, conseguiu abrir uma janela e entrar. Talvez Alphys devesse rever sua segurança. Chara suspirou, então ele realmente faria aquilo? Admitia que estava muito relutante em cumprir com sua parte no acordo, mas agora já não tinha mais volta. 

Ele já tinha aceitado. 

Caminhou bem devagar em direção à sala de testes. Sabia que Alphys tinha câmeras espalhadas por todo o laboratório, então agradeceu internamente pelas luzes estarem apagadas, mas mesmo assim deveria tomar cuidado. Assim que achou a sala, entrou e viu vários botões e um grande vidro que dava visão à sala de extração. Chara não tinha a menor ideia de onde deveria apertar, mas viu uma tela que tinha duas opções: “extrair 5%” e “extração geral”. Ele sentiu seu corpo tremer, mas estava determinado. 

Apertou na segunda opção e logo entrou na sala de extração. Sentou-se na cadeira e respirou fundo. Por um momento, tudo o que viveu desde quando saiu do subsolo passou como um filme em sua mente.  

Chara sentiu uma pressão em seu peito, uma dor muito forte e precisou reprimir um grito para que Alphys não ouvisse. Ele viu sua alma na sua frente. Arregalou os olhos quando uma grande quantidade de um líquido negro sair daquele coração aparentemente frágil. Uma figura escura formou-se a sua frente. Chara não conseguia ver com nitidez a fisionomia daquele ser, ele parecia ser uma falha...uma interferência... 

— Isso... — O "ser" abriu um sorriso assustador. — Finalmente...finalmente!  

Chara sentia um cansaço enorme. Seu corpo estava muito fraco e sua cabeça girava. Tentou levantar-se, mas suas pernas estavam bambas, o que o fez chocar-se contra o chão.  

— O que...você vai fazer...? — Ele sussurrou, fechando os olhos. Mal conseguia deixá-los abertos.  

— Como você é idiota. — Sorriu. — Nunca achei que realmente fosse aceitar meu acordo. Tsc, agora é uma pena que todos vão morrer.  

— Você disse...disse que só queria liberdade... 

— Eu disse isso? Não me faça rir. — Aproximou-se de Chara e abaixou-se na sua frente. Tocou seu ombro, o que fez Chara sentir um tipo de corrente elétrica percorrer seu corpo. Aos poucos, o "ser" foi tornando-se uma cópia idêntica do garoto. — Você estava tão desesperado assim? É realmente uma pena.  

— Para...para... — Ele sussurrou e ergueu o olhar. Logo arregalou os olhos ao vê-lo com a mesma aparência que ele. — O que você fez?! 

— A questão é: "o que você vai fazer?" — Sorriu. — Não vou esconder de você, meu querido Chara, mas...sabe seu bebê? Sim, aquele que Frisk está esperando...eu meio que vou lá no hospital e entrar na alma dele, simples assim.  

— Não! — Chara tentou levantar-se, mas caiu novamente. — Eu faço tudo o que você quiser...mas não mexe com eles... 

— Tarde demais. — "Ele" falou com desdém e levantou-se. — Eu não nasci com você, Chara. Enquanto estiver com a droga do seu corpo ainda dependerei da sua alma, então preciso de alguém que ainda não nasceu para ser o receptor.  

— Eu não vou deixar...não v... 

Chara sentiu uma dor intensa em seu peito novamente, então encolheu-se no chão. O "ser" soltou uma risada sarcástica e arqueou as sobrancelhas, então saiu da sala calmamente.