Chegou a dia da viagem, pegariamos o avião à noite, eu estava extremamente feliz, finalmente teríamos a chance de desfrutar de todo tempo juntos.

Taty, Bruno, Karina e Luís nos acompanharam até o aeroporto,estava uma noite quente então optei por um jeans azul desbotado, uma camisa branca, sapatos confortáveis de salto baixo, nos braços levava minha bolsa e uma jaqueta de couro preta.

Derek vestia um jeans escuro, camisa polo rosa claro, mocassim preto e também levava uma jaqueta de couro marrom.

Iríamos primeiramente para Fort Collins no Colorado, era a cidade que Derek viveu por dez anos.

Fort Collins faz parte do Condado de Larimer com aproximadamente 145 mil habitantes, ela é predominante da prática da agricultura e pecuária,  o clima é quente, muito seco, com temperatura média de 25ºC durante o ano, portanto a irrigação é muito usada para manter as lavouras.

A cidade fica em uma área montanhosa, apesar do número de habitantes ela ainda guarda o charme e a tranquilidade do interior.

Nossa viagem seria grande, eram mais ou menos dez horas de vôo com duas paradas até Denver, de lá mais uma hora e meia de carro até Fort Collins.

No aeroporto internacional de Denver tive minha primeira surpresa, um amigo do Derek veio nos buscar de carro para nos levar ao nosso destino.

Gabriel era muito simpático, alto, moreno como chocolate ao leite, cabelos escuros e impressionantes olhos pretos, ele foi amigo de faculdade do Derek e do Luís, Gabriel era um advogado bem estabelecido na cidade, era casado e tinha dois filhos.

Gabriel nos deixou em frente a casa de Derek, da janela do carro, vi uma casa muito bonita e charmosa, na frente dela havia um gramado que começava na calçada e acabava na varanda, no meio havia uma calçada de pedras que levava até o primeiro degrau da varanda, no canto esquerdo havia uma caixa de correio com o nome Kingsley.

Havia uma pequena varanda com assoalho de madeira envernizada e fechada as laterais com cercas de madeira na cor branca, no canto direito da varanda tinha duas cadeiras e uma mesinha.

Por fora a casa era da cor cinza com janelas grande em vidro e a porta de madeira envernizada.

Por dentro a casa era muito espaçosa com sete cômodos muito bem distribuídos.

Estranhei um pouco pois a casa estava bem cuidada, muito limpa, cheirosa, com roupas nas camas e toalhas no banheiro, parecia que alguém morava nela, reconhecendo minha reação Derek me disse que uma vizinha cuidava da casa para ele, essa mulher era muito amiga de sua mãe, eram pessoas boas e prestativas, estranhei, pois parecia que estava em outro planeta, mas Derek estava comigo, isso era importante.

Gabriel nos convidou para almoçarmos em sua casa, fiquei felicíssima por poder conhecer sua família, Derek saiu com Gabriel para alugar um carro para nos locomover pela cidade.

Desfiz nossas malas e tomamos um banho, vesti um vestido até o joelho, com fundo branco e estampas de penas pretas, nos pés uma sapatilha preta, Derek vestiu uma bermuda cargo militar com camiseta branca mais justa destacando seu abdomen, com all star branco e preto, na ida para a casa de Gabriel, paramos em uma floricultura, comprei um belo buquê de flores para presentear a esposa do Gabriel.

Derek me contou que Gabriel era seu amigo de faculdade, se tornou um advogado muito influente na cidade, sua esposa Molly era psicóloga, eles estavam casados a cinco anos, tinham dois filhos, Tomy com três anos e o Luke de apenas um aninho.

Entramos em um condomínio fechado com vários prédios, a segurança era muito reforçada para entrarmos tivemos que apresentar o documento e ser anunciado.

O condomínio era lindo havia uma bela área verde com bancos,cada prédio tinha duas piscina, uma academia de ginástica e salão de festa.

A família morava no prédio D, era de cor marrom terra, Gabriel e Tomy nos esperava no saguão do prédio, fiquei encantada com o Tomy, ele era uma criança linda, moreno claro, cabelos escuros, olhos castanhos, bochechinhas redondinhas, muito comunicativo, me abaixei para dar-lhe um beijo em sua bochecha, ele abraçou-me no pescoço e também me beijou, ele deu um beijo no Derek, depois pegou minha mão e subiu comigo, Derek e Gabriel caminharam atrás de nós, quando chegamos na porta do apartamento, Tomy a abriu e gritou para sua mãe.

— Mamãe, mamãe a moça bonita chegou.

Nós três caimos na gargalhada, como eu disse, ele era encantador.

Logo em seguida apareceu uma mulher linda, ela era alta, ruiva, com olhos verdes amendoados e sardas espalhadas pelo rosto, em seu colo tinha um bebê muito fofo, com pele clara, cabelos escuros e olhos verdes como a mãe, era uma linda família.

Molly era uma mulher muito simpática, ela me deu dois beijinhos e o bebê quando me viu, sorriu e abriu os braçinhos para eu pega-lo, imediatamente o peguei no colo, ele começou a brincar com meu colar que Derek havia me presentiado à alguns anos, Derek entregou a Molly o buquê de flores, ela colocou em um lindo vaso e enfeitou a sala.

Fiquei surpresa com as crianças eram tão amorosas, Molly disse que eles não estranhavam ninguém, era até perigoso, pois gostavam de todo mundo.

Enquanto esperavamos o almoçar ficar pronto, nos acomodamos na sala, as crianças brincavam no tapete, os homens conversavam animadamente, Molly me contava sua histéria com o marido, eles se conheceram nas férias da faculdade, eles estavam em um boate em Denver quando se conheceram, marcaram de se encontrar no dia seguinte, namoraram até voltar as aulas, depois disso namoraram à distancia por mais seis meses, até que decidiram se casar, segundo ela o começo do casamento foi complicado e difícil, eles eram recém formados e cada um queria prósperar em sua carreira, mas acima de tudo se amavam de verdade e conseguiram superar os obstáculos.

O almoço foi muito agradável, regado a muitas conversas e brincadeiras, o casal nos deixou muito à vontade, depois fomos dar uma volta pelo condomínio, era realmente um lugar especial, logo atrás da área verde, via-se o paredão de montanhas com suas cores exuberantes.

Viemos embora já era de tardinha, passeamos um pouco pela cidade, ela era realmente linda, com um ar bucólico, muitos parques e jardins com crianças brincando, correndo, casais passeando de mãos dadas.

Voltamos para casa, o dia foi longo, mas realmente muito agradável, precisavamos descansar, Derek disse que eu teria uma surpresa amanhã, fiquei curiosa.

Acordei com os raios do sol invadindo o quarto, olhei para o lado e não vi Derek, mas senti um cheiro fabuloso de bacon e café.

Levantei e cuidei de minha higiene pessoal, depois fui à cozinha, o balcão estava arrumado para o café e Derek virando a última panqueca na frigideira.

Ele me viu e abriu aquele sorriso lindo, aproximei-me dele, trocamos um beijo de bom dia, ele me serviu panquecas, bacon frito e café com leite, pra ele o mesmo só ocafé era puro, comemos, eu tentei saber sobre minha surpresa, mas Derek disse que eu descobriria em alguns minutos, fiquei mais curiosa ainda.

Terminamos de comer e lavamos a louça, então ele disse.

— Docinho se arruma vamos sair, acho que estou te devendo uma surpresa, né?

— Acho que sim Coração, o que devo vestir?

— Algo simples e confortável.

— Ótimo me dê cinco minutos.

— Você tem todo tempo do mundo Docinho.

Dei um beijo em sua bochecha e corri para o quarto.

Dez minutos depois voltei para sala vestindo um shorts jeans, regata azul e tênis cano alto, Derek usava uma bermuda verde, regata branca e tênis.

Saimos de casa de mãos dadas, então ele disse.

— Nosso trajeto é bem curto, vamos naquela casa de esquina.

Franzi a testa e olhei para ele, percebendo minha reação ele disse.

— Lembra-se que eu disse que uma vizinha cuidava da casa, vamos ver a senhora e o senhor Hope. Virginia Hope era a melhor amiga de minha mãe, quando meus pais morreram eu fiquei algum tempo na cama, ela cuidou de mim como uma mãe, álias ela já havia me “adotado” como filho antes deles partirem. Você vai gostar dela é uma boa mulher e ela vai adorar te conhecer.

— Me conhecer, ela sabe de mim?

— Sim ela sabe tudo sobre nós.

— Vou adorar conhece-la.

Andamos mais um pouquinho, a casa era muito parecida com a do Derek, cor branca com flores plantada na frente da varanda, Derek apertou a campainha e uma senhora veio nos atender.

Virginia Hope era uma mulher de uns sessenta e cinco anos, pele clara, olhos castanhos e cabelos da cor caramelo, quando abriu a porta e viu Derek ela lhe deu um abraço muito forte, que parecia uma mãe abraçando um filho, depois olhou para mim e disse.

— Você é Aline, acertei?

— Sim Virginia, essa é Aline Nogueira, minha namorada. Derek nos apresentou.

Ela me deu um abraço bem forte e disse que estava muito ansiosa para me conhecer.

Virginia nos levou para a sala, sentamos no sofá e ela puxou a conversa.

— Derek meu filho ela é realmente linda, que bom que estão juntos novamente, que Deus abençõe a união de vocês, afinal vocês merecem serem felizes.

— Pois é Virginia, nosso amor sobreviveu a tudo que passamos, agora vamos viver tempos felizes, mas cadê o Alfred? Perguntou Derek.

Ele precisou ir ao supermercado pra mim, logo estará aqui.

Logo ouvimos um barulho na porta e um senhor da mesma idade de Virginia entrou na casa, quando nos viu ficou muito feliz, se aproximou de derek e deu-lhe um grande abraço, eu estava perto então pude ouvir ele dizer emocionado.

— Que saudades meu filho! Essa moça linda é quem estou pensando?

— Sim Alfred, essa é Aline Nogueira, minha namorada.

O homem veio em minha direção me abraçou e disse.

— Prazer em conhece-la finalmente minha filha, seja muito bem vinda em nossa casa.

Fiquei muito emocionada com aquela hospitalidade, me senti realmente em casa.

Iríamos almoçar com eles, então fui ajudar Virginia na cozinha, enquanto Derek e Alfred conversavam na sala.

Perguntei a ela como sabia tanto sobre mim, ela me contou que Júlia mãe de Derek havia contado tudo o que aconteceu no Brasil para ela, eram amigas e confidentes.

Virginia me contou uma história que encheu meu coração de amor por Derek, como se isso fosse possível.

— Assim que Derek chegou na cidade, as moças ficaram doidas para conhece-lo, minha sobrinha morava conosco e ficou encantada por ele. Ela se aproximou de todas as formas, mas apesar de ser prestativo e educado ele nunca deu esperança a ninguém. Minha sobrinha perguntava o tempo todo por que ele a rejeitava, até que um dia ele contou a ela sobre você e disse que ninguém a substituíria jamais, ela então entendeu o amor dele e aceitou sua amizade, hoje ela é casada e tem dois filhos.

Quando ela terminou a história percebi lágrimas escorrerem pelo meu rosto, Virginia então me abraçou.

O almoço foi servido, Virginia era uma excelente cozinheira, isso me trouxe uma série de lembranças, primeiro da Taty, a comida da Virginia tinha um sabor de mãe, isso fez-me lembrar dos meus pais, sorri com a lembrança, eles estariam muito feliz por mim.

Passamos o dia todo com a família Hope, conversamos, vimos fotos e vídeos, o casal matou um pouco a saudade de Derek.

Já estava de noite quando fomos embora, Derek me convidou para conhecer à noite de Fort Collins, fiquei animada com a badalação, nos arrumamos e nos divertimos bastante, conhecemos duas boates, muito parecida com a Ibizza, imaginei onde surgiu sua idéia e um bar muito romântico onde terminamos a noite.

No outro dia Derek me levou para conhecer um lugar muito importante para ele, um lugar onde ele conheceu seus amigos a University of Colorado at Boulder (Universidade de Colorado em Boulder), ela ficava há uma hora e dez minutos de distância de Fort Collins, era um campus acolhedor, com prédios de tijolos marrom, muitos estudantes circulavam pelo campus, alguns recolheceram Derek e vinham conversar com ele, gostei disso, mas não entendia o por que, Derek me explicou que periodicamente ele, Luís e Gabriel eram convidados para palestrar e também que seus casos eram de grandes repercusão e todos o conhecia, eles eram uma espécie de “orgulho da Universidade”.

Derek encontrou seus ex-professores, todos o tratavam com muito carinho, o reitor da Universidade nos convidou para sua sala, conversamos bastante tempo, passado alguns tempo ele pediu para Derek fazer uma palestra aos alunos, com o tema que ele quisesse, Derek aceitou com muita alegria.

Trinta minutos depois estavamos em um auditório enorme, lotado de estudantes e professores ávidos por ouvir mais uma vez o Dr. Kingsley palestrar, meu coração se encheu de orgulho, sua competência, determinação e força de vontade, fez do meu Alexandre sonhador um homem honesto, sério e ciente de seu lugar no mundo, que todos admiravam.

Aquela seria nossa última noite na cidade, pois viajaríamos no outro dia à tarde, o destino ainda é uma surpresa.

Derek me convidou para jantar em um restaurante muito badalado da cidade, usei um vestido cor da pele de seda, bojo bordado, a saia do vestido era bem soltinha e pegava no joelho, meu cabelo estava solto com uma tiara segurando as laterais, maquiagem adequada para a noite e sandália de salto fino.

Derek usava uma calça social preta, camisa azul claro, paletó azul marinho e sapatos social preto.

O restaurante ficava no oitavo andar de um prédio comercial, nossa mesa tinha vista para um parque lindíssimo, ao fundo a cadeias de montanhas.

Nosso jantar foi muito romântico eu estava explodindo de tanta felicidade, em um determinado momento o garçon se aproximou da mesa e disse.

— Senhorita Aline alguém mandou para você.

Ele me entregou um envelope vermelho, abri e tirei de dentro uma foto de Derek e eu juntos, olhei para cima e vi Derek em pé ao meu lado, ele se ajoelhou, abriu uma caixinha preta com um anel de rubi e me perguntou.

— Aline Nogueira aceita se casar comigo?

Fiquei tão surpresa e emocionada que lágrimas caiam pelo meu rosto, então conseguir encontar minha voz e disse.

— Sim eu aceito me tornar sua esposa.

Ele pegou minha mão e pois o anel em meu dedo e beijo, levantamos juntos, ele enxugou minhas lágrimas com as pontas do dedo e me beijou ternamente, eu retribui o beijo e nós o intensificamos apaixonadamente.