Drive My Soul escrita por annademonangel


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

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Capítulo Dois

 

 

A viagem até La Push angustiante e assustadora. Eu apertava a mão direita de Jacob, enquanto ele dirigia com a esquerda. Os doze minutos que demoramos para chegar a casa de Sue Clearwater mais pareceu doze décadas. Quando finalmente chegamos, Jacob e eu andamos de mãos dadas para dentro da casa. Ele se sentia confortável aqui, pude perceber, já que não se incomodou em bater na porta.

— Olá? É Jacob — ele disse enquanto nós entramos pela porta de entrada e fomos até a cozinha. Havia uma grande mesa de madeira, redonda e com cinco cadeiras, das quais apenas duas estavam ocupadas. Charlie e Billy sentavam-se dos lados de Sue, que chorava em silêncio. Charlie parecia impotente quando seus olhos encontraram os meus, e meu coração chorava pela pobre Sue. Eu sabia como ela se sentia. Sabia como era ver quem você mais amava desaparecer de uma hora para outra, sem deixar quaisquer vestígios.

Mas pelo menos ele não a tinha deixado propositalmente. Ele não tinha escolha. E Sue poderia ter como consolo saber que o seu Harry nunca a feriria de propósito e que suas juras de amor seriam para sempre verdadeiras. Meu coração queimado e rasgado rosnou; abracei meu peito com força e mordi o lábio inferior, para não chorar.

— Ei, pai, eu posso falar com você por um minuto? — Jake perguntou a Billy. Ele olhou para mim, depois novamente para Jacob, então concordou.

— Com certeza, filho. — Billy girou sua cadeira de rodas para nossa direção, então veio até onde nós estávamos e foi com o filho, Jacob andando lentamente, para frente da casa. Mas antes de ir, Jacob se virou e beijou meu rosto, muito suavemente, de maneira que Charlie poderia confundir facilmente com amizade. Eu não precisaria contar a ele agora.

Sentei ao lado de Sue na mesa. Eu não a conhecia muito bem, mas sabia como era sua dor. Oh, sabia mais do que gostaria. Nós ficamos, os três, sentados em silêncio por o que achei ser dez minutos, o braço de Charlie posto confortavelmente em torno de Sue, esperando Billy e Jacob voltarem. Quando eles voltaram, Billy me lançou um olhar simpático.

Por que eu precisaria de simpatia agora? Harry Clearwater morreu! E Jacob e o resto dos lobos estavam prestes a lutar contra uma vampira! Por que eu estava recebendo simpatia?

— Sue, eu não acho que você deva ficar sozinha agora. Charlie e eu vamos passar a noite com você. — Sue e Charlie olharam para Billy, confusão gravada em seu rosto. Mas, no instante seguinte, o rosto de Sue passou do branco-pálido ao verde-pálido, e ela pareceu entender o que estava acontecendo. Pobre Charlie, ele não tinha idéia. Queria poder dizer-lhe. A ponta de um sorriso quase apareceu nos meus lábios quando imaginei sua reação.

Ei, pai, eu me imaginei dizendo. Jacob é um lobisomem e eu vou ficar com ele hoje a noite por que uma vampira que quer se vingar de Edward está tentando me matar, porque ele matou o companheiro dela. Você sabe, companheiro por companheira. Ah, é claro: Edward e todo o resto dos Cullen são vampiros também.

 

Billy limpou a garganta, de repente, me trazendo de volta à realidade.

— Bella, porque você e o Jacob não vão até a minha casa e pegam algumas roupas para mim? Eu preciso me trocar.

— Claro — respondi, tratando de parecer confiante. Dei a volta na mesa e fui até Charlie, beijando sua bochecha e murmurando um tchau, pai. E mesmo não a conhecendo muito bem, apertei o ombro de Sue, compreensiva. Ela sorriu para mim e eu sorri de volta.

— Tudo vai ficar bem, Sue — eu disse, ganhando um olhar engraçado de Charlie. Ele, assim como eu, devia ter percebido a semelhança entre as duas situações. Talvez até se perguntado se eu, ao dizer isso, estava dizendo que estava bem.

Eu não saberia responder realmente se ele me perguntasse.

Jacob e eu fomos à casa de Billy. Enquanto eu vasculhava o armário de Billy, procurando um par de jeans e uma camiseta, Jacob estava lá fora, transformado, passando informações para Sam. Eu estava tão nervosa que minhas mãos não paravam de tremer — Jacob tinha sentido um cheiro de vampiro perto da minha casa, mas ele tinha certeza de que não era Victoria. Meu estômago embrulhou — se não era ela, e Laurent, assim como James, morrera, quem mais poderia ser? Eles não podiam ter voltado. Pensei em Victoria se aliando a outro vampiro, o usando como distração para poder passar pelos meus protetores e me matar. E se Harry Clearwater não tivesse morrido? Será que Charlie estaria em casa quando Victoria ou quem quer que seja tinha aparecido lá? Meu estômago embrulhou tanto que eu quase vomitei.

Eu ouvi Jacob voltando para casa; seus pés pesados eram barulhentos contra o assoalho, e eu podia ouvi-lo chegando ao quarto de Billy. Limpei algumas lágrimas que haviam escapado sem que eu percebesse e peguei as roupas de Billy. Eu corri para a porta e Jacob a abriu apenas um segundo antes que eu pudesse fazê-lo.

— Ei — eu sorri para ele.

— Ei — ele sorriu de volta, radiante, cálido como só ele era. — Você está pronta?

— Sim.

 

 

Nós dirigimos até a casa de Sue e deixamos as roupas de Billy lá. Jacob e eu voltamos para casa; devia ser quase meia-noite, meus olhos estavam pesados por causa do sono. Peguei o moletom de algodão cinza que Jacob tinha me oferecido. Eles estavam gigantes em mim, mas muito confortáveis. Quando saí para a cozinha para beber um copo d’água, Jacob estava esparramado no sofá; a cabeça e os tornozelos pendurados em cada extremidade. Eu me senti mal por ele — era ele quem devia estar na cama, e eu no sofá.

Eu me sentei no sofá, aos pés de Jacob, e suspirei. Ele se sentou e olhou engraçado para mim.

— O quê? — perguntou.

— Isso não é justo — eu comecei. Todo o seu rosto virou para baixo, e ele franziu a testa.

— Eu sei, Bella. Você é só humana. Aqueles sanguessugas idiotas tinham que ter te colocado nessa porcaria.

— Não, Jake, não é disso que eu estou falando — murmurei. — Quer dizer, você está certo, é claro, mas não era disso que eu estava falando — eu me embolei. Ele me olhou com uma sobrancelha erguida.

— E do que você está falando, então?

— Eu quis dizer que não é justo você, com quase dois metros de altura, dormir no sofá, enquanto eu tomo a sua cama inteira. Você pode ter a cama, Jake, eu durmo no sofá.

— Não, Bella, eu estou bem no sofá. Vá para a cama, eu te vejo de manhã — Jacob sorriu docemente para mim.

Eu marchei para o quarto dele. Não houve vencedores nesse argumento. Eu me enrolei nos cobertores e mergulhei na mais profunda inconsciência.

 

Vermelho. Chamas vermelhas lambiam o rosto ruivo de Jacob. Porque ele estava no fogo? Eu apertei os olhos, tentando enxergar melhor. Gritei quando percebi que não era fogo algum — era Victoria. Victoria tinha agarrado o pescoço de Jacob, e o mordido. Eu ainda gritava, apavorada, quando Victoria o largou e começou a caminhar em minha direção. “Corra!”, eu disse a mim mesma. Porque eu não estava correndo? Ela riu, e eu me desesperei ainda mais.

— BELLA, BELLA, BELLA! — Desta vez, a voz que gritava na minha cabeça não era aveludada de Edward. Era...

 

— Bella! — Jake gritou, me balançando para que eu acordasse. Alívio estava em todo o meu corpo; ainda era madrugada e tinha sido apenas um sonho.

 — Jake — eu choraminguei, jogando meus braços em volta do seu pescoço e depois o abraçando. Eu chorava em seu peito nu e, mesmo eu estando extremamente embaraçada, foi reconfortante.

— Foi só um sonho. Só um sonho — ele repetia, sussurrando contra meus ouvidos. Respirei lenta e profundamente, mais de uma vez, antes de ser capaz de parar o fluxo de lágrimas.

— Jake? — eu perguntei. Ele grunhiu um “uhm” para que eu continuasse. — Eu não quero que você lute contra Victoria. Você pode se machucar, Jake.

Eu estava um pouco em pânico, com medo do que Victoria podia fazer com ele. O alívio de ter sido apenas um sonho tinha se esvaecido ao me lembrar de Victoria, tão felina, rápida e letal em minhas memórias.

— Bella — ele riu. —, você se preocupa demais. Eu sou um protetor, lembra? Nascemos para isso, e você não tem com o que se preocupar. Eu não vou me machucar; talvez alguns arranhões, mas nada mais do que isso. E vou ter Sam e o bando me ajudando. Todos vamos ficar bem. — Depois disso, muito rapidamente, me puxou para um abraço apertado, espremendo o ar para fora de mim.

— Ja-ke — eu tentei dizer, me esforçando na tarefa de fazer meus pulmões funcionarem. — Não consigo – respirar.

— Desculpe, Bells — ele me soltou e começou a rir.

Ficamos ali, silenciosos, no escuro, por um longo minuto antes de eu encontrar minha voz.

— Jake? — perguntei.

— Uhmm? — o murmúrio era quase inaudível.

— Você fica comigo esta noite? Aqui, na cama, eu quero dizer... — eu disse, meu rosto corando furiosamente. — Não gosto da idéia de você dormindo no sofá.

— Se você se sentir confortável com isso — tentou parecer indiferente.

Eu sorri.

— Definitivamente. Por favor, fique comigo — abri o sorriso ainda mais. Ele sorriu de volta, enquanto ia para a cama, me puxando com ele. Eu me virei, ficando de costas para o seu peito, e ele passou os braços ardentes em volta do meu corpo.

— Eu te amo — murmurou, antes que eu dormisse outra vez.

 


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