Capítulo Um

Eu pensei que Jacob estava pensando em Harry, mas quando ele falou, seu tom era de desculpas.

— Desculpe. Eu sei que você não se sente exatamente como eu, Bells. Mas eu juro que não me importo. Estou tão feliz só porque vocês estar bem que eu poderia cantar, e isso é uma coisa que ninguém quer ouvir. — ele soltou sua risada gutural no meu ouvido.

Minha respiração deu um pulo, secando as paredes da minha garganta.

Jake pressionou a sua bochecha quente contra o topo do meu cabelo.

Se eu virasse meu rosto para o lado — se eu pressionasse meus lábios no peito nu dele... eu sabia sem dúvida nenhuma o que viria a seguir. Seria muito fácil. Não teria de haver explicações essa noite.

Borboletas encheram o meu estômago enquanto eu pensava em virar minha cabeça.

E então eu fiz uma escolha — um esforço consciente para parar de pensar e deixar meu coração assumir. Eu fiz isso. Virei a cabeça, ainda que levemente, para a esquerda, pressionando meus lábios contra o peito nu de Jacob. As borboletas no meu estômago pareciam estar fazendo loops dentro dele. Jacob prendeu a respiração. Eu mexi um pouco a minha cabeça e depois coloquei meus lábios contra seu peito novamente, então ele soube que suas suspeitas tinham sido confirmadas. Não, esta não era sua imaginação. Não desta vez. Porque, desta vez, eu o tinha beijado.

Ele soltou a respiração que estava prendendo e segurou meu rosto com as mãos quentes e um pouco grandes demais. Seus olhos de chocolate-queimado eram muito, muito cálidos, e eu corava. As minhas borboletas, as do meu estômago, começaram a dar loops mais rapidamente quando vi um sorriso em sua face. O meu sorriso. Instintivamente, nós dois nos inclinamos, um na direção do outro, parando apenas milímetros distantes do outro. Era isso. Era tempo para deixar Edward ir e viver, viver outra vez. Era tempo de viver ao lado de Jacob.

— Bella — ele sussurrou, sua voz mais baixa e rouca do que o habitual. — Tem certeza?

Eu engoli em seco, incapaz de falar.

Então aconteceu. Seus lábios encontraram os meus com suavidade e calor que não podiam ser descritos. Eu não tinha percebido quão rígida eu estava até relaxar em seu beijo. Simultaneamente, nossos lábios se abriram, e sua língua quente encontrou a minha. Uma corrente elétrica fluiu através do meu corpo e ele me puxou para mais perto dele. Como se isso fosse possível. Seus dedos deslizaram para a minha nuca e seguraram meus cabelos. Meus braços estavam em torno de sua cintura, porque não importava realmente quão forte ele me puxasse para ele — nunca pareceria forte o suficiente para mim.

O beijo começou a esquentar, e as coisas começaram a esquentar. Minha perna começou a ficar dormente pelo jeito que eu me sentara, então eu tive de me reposicionar. Foi quando eu senti a rigidez em suas calças, e imediatamente pulei para fora do caminho. Ele resmungou, irritado.

— Uhm — eu engoli sem seco. Não conseguia falar mais alto do que um sussurro, mas fiquei surpresa por conseguir encontrar minha voz — Uhm, eu sinto muito, Jake. Eu não... posso ir fundo nisso agora. Preciso ir devagar.

Mas ele sorriu para mim, os dentes muito brancos brilhando contra sua pele avermelhada.

— Tudo bem, Bella. Eu entendo completamente. Sem pressa.

Eu suspirei de alívio e corri para perto dele. Beijei-lhe levemente do rosto e me inclinei para sussurrar em seu ouvido.

— Obrigada, Jake. Por tudo.

Ele ainda estava sorrindo para mim quando chegou a porta da picape. Ele pegou minha mão e me puxou para fora do carro com ele, mas, quando uma rajada de vento passou por nós, Jacob ficou verde.

— Ugh! — ele exclamou. — Droga, droga! — Eu olhei para ele, perplexa, enquanto ele segurava seu estômago. — Bella! — ele berrou, desesperado. — Entre na picape, agora!

Eu ainda estava confusa, mas saltei de volta para a picape. Ele me seguiu e girou a chave; jogou o carro para a rua e dirigiu de volta para La Push. A picape gemia em protesto e Jacob tremia incontrolavelmente.

— Jake, Jacob? — eu disse. — Jake, acalme-se. Respire fundo. O que é que está acontecendo?

— Sanguessugas — foi tudo que ele conseguiu sufocar. De repente, me senti mal. Victoria estava na minha casa? Foi como um soco forte demais no estômago. Charlie.

— Charlie! — eu sibilei, em pânico.

— Ele está bem, está com Billy e os Clearwater. Nós vamos aos Clearwater, falar com Billy; ele vai conseguir manter Charlie ocupado. Você pode ficar comigo hoje a noite. Tenho que me transformar logo e contar a Sam... — sua voz sumiu. Ele se virou para olhar para mim. Eu sabia que devia estar horrível; podia sentir meu rosto contorcido pelo medo.

— Não se preocupe, Bells. Vamos te manter segura. Somos os protetores, e é exatamente isso que vamos fazer.