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Simon descia as escadas depois de verificar os estragos da noite passada, Alec dormia como uma pedra abraçado a seu travesseiro, Magnus babava no quarto de hóspedes, Jace havia caído algumas vezes enquanto levantava, mas conseguiu chegar ao banheiro, Clary estava sendo cuidada pela mãe em sua casa e a doce Isabelle dormia como um anjo depois da madrugada agitada de cuidados ao irmão.

O restante da família felizmente havia seguido sua rotina normal. Maryse considerou faltar a empresa naquele dia para cuidar dos filhos, mas terminou afirmando que se eles tiveram maturidade para beber então poderiam cuidar de si mesmos enquanto esperavam que os pais chegassem do serviço.

O turno de Robert já havia terminado, o que significava que ele estava andando pela casa a procura de algo que ocupasse sua mente e o impedisse de pensar no estado deplorável do filho no segundo andar da casa, e foi assim que ele terminou na cozinha preparando o jantar.

Simon entrou na cozinha com o objetivo de assaltar a geladeira, e não desviou de seu plano inicial ao encontrar o mais velho, bom, pelo menos até que a aposta da noite passada veio a sua mente, eles não podiam considerar um pedido bêbado como um pedido real, certo?

Ele observou Robert por alguns instantes, ele assoviava enquanto reunia os ingredientes necessários para o que Simon julgava ser uma lasanha, ele poderia abordar o assunto casualmente como se aquilo não fosse algo importante.

“Senhor, eu e Isabelle estamos tentando, isso não é ótimo?” formal demais, pensou. Por que diabos o universo não podia simplesmente fazê-lo saber disso? Como uma daquelas videntes de ponta de estrada ou coisa parecida. Porque o mundo não é uma fábrica de realização de desejos? Lembrava de ler isso em algum lugar. Droga, Simon. Isabelle riria do seu nervosismo, é só o tio Robert, você já falou com ele inúmeras vezes.

— Simon, você está se sentindo bem? - Robert parou a preparação e se apoiou sobre o balcão, observando Simon em debate interno.

— Sim, claro, por que a pergunta? - de repente se sentia exposto, como se o mais velho possuísse visão de raio-x.

— Você parou com o pote de sorvete na mão na minha frente e começou a me encarar, e você está mais pálido que o normal, parece uma folha de papel A4. - explicou, ele ainda analisava o rapaz a sua frente, a preocupação nítida.

— Eu só estava pensando. - explicou, tentando passar naturalidade.

— Você sabe que pode conversar sobre o quiser, certo? - apontou para a cadeira a frente do balcão, e Simon se dirigiu até ela.

— Sim, eu sei, só não sei como começar. - se deu por vencido, finalmente expondo seus pensamentos.

— Que tal do início? - sentou a seu lado, uma xícara de café em mãos.

— Sim... Certo... O senhor sabe que eu e Isabelle sempre fomos amigos... - parou tentando organizar seus pensamentos.

— Sim, continue. - Robert incentivou, controlando sua imensa vontade de rir do nervosismo de Simon.

— E vocês sempre nos apoiaram, como um casal, digo. - Simon encarava suas mãos, como se olhar o sogro nos olhos fosse uma tarefa difícil, e talvez realmente fosse.

— Sim. - concordou, resolvendo continuar ao perceber que o jovem não continuaria por conta própria - Você gostaria de falar sobre algo específico?

— Sim, é mais ou menos isso. - procurou novamente a melhor maneira de falar, mas não a encontrou - Nós estamos namorando, quer dizer, eu acho que estamos, eu não pedi ainda, eu deveria ter pedido? Meu Deus, eu não sei, mas nós estamos juntos. - as palavras saíram de forma rápida e confusa, ele não tinha controle dos seus pensamentos que simplesmente eram explanados através de sua boca.

— Oh, eu já sabia disso, Simon. - Robert deu de ombros, tomando alguns goles de café.

— Sabia? - perguntou.

— Sim, eu vi vocês na sala um dia desses, não quis interromper o momento, então simplesmente esperei que estivessem prontos para me falar. - explicou.

— E por que você me deixou fazer esse papel de bobo? Isso é coisa que se faça? - Simon estava indignado, Robert apenas riu em resposta.

— Vocês combinam. - disse por fim, voltando a preparação da sua lasanha.

— Só isso? Nenhuma ameaça ou coisa do tipo? - aquilo parecia fácil demais.

— Você conhece a família, conhece especialmente Alec e Jace, você não precisa de ameaças quando já sabe onde está se metendo, e bem, Isabelle não é exatamente uma mocinha em perigo, Simon.

— Ela não é exatamente uma pessoa fácil, não é? - Simon pensou alto.

— Sim, e provavelmente vai te matar se acordar e não encontrá-lo no quarto, então sugiro que leve isso logo... - o tom de voz de Robert era brincalhão, mesmo que falasse sério.

— Certo, então estou aprovado como o pretende de sua filha? - parou no batente da porta, esperando obter uma última confirmação do mais velho.

— Sempre esteve. - Robert esclareceu, chamando a atenção de Simon e o fazendo voltar a olhá-lo - E quanto ao pedido, eu acho que ela está esperando você se sentir confortável o suficiente.

— Certo, vou pensar nisso.

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Jace estava sentando na frente da porta do quarto de Max e encarava Simon com uma cara de indignação.

— O que você está fazendo? - perguntou.

— Voltando ao quarto, por quê?

— Você está entrando no quarto errado... - o loiro explicou - O quarto de Isabelle é esse. - apontou para a porta atrás de si - Ou não?

— Esse é o quarto de Max.

— Agora faz sentido que não tenham aberto a porta. - Jace pensou alto.

— Ele está na aula de piano, Maryse já deve estar por lá para pegá-lo.

— Eu sei disso. - respondeu, seu tom de voz era rude.

— Obviamente. - zombou antes de entrar no quarto.

Ao entrar no quarto encontrou uma Isabelle com feições sérias enquanto mexia no telefone de Simon, ela levantou o olhar e o viu, que por sua vez lançou um olhar sugestivo para ela.

— O que é tão interessante? - perguntou.

— Maureen te ligou, perguntando se poderia ir ao ensaio da banda. - ela observava os movimentos dele minuciosamente enquanto atravessa o quarto.

— E? - finalmente ele alcançou o controle da TV, se jogando ao lado da morena na cama.

— E eu pedi educadamente para que ela esquecesse seu número de telefone. - ela deu de ombros, roubando o pote de sorvete das mãos de Simon.

— Você fez o que? - ele sabia que aquele era um assunto sério, mas não conseguiu controlar o riso.

— Não ria, Simon. - ela lhe lançou um olhar mortal.

— Você é linda com ciúmes - elogiou - já te disseram isso?

— Algumas vezes. - ela finalmente desmanchou a careta enquanto Simon a puxava pela cintura, a beijando em seguida.

— Sem querer interromper, mas já interrompendo. - Jace invadiu o quarto - Eu preciso da ajuda de vocês com Luke.

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