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Simon havia caído no sono ao lado de Isabelle, mais precisamente nos braços dela, que o abraçava pela cintura e descansava sobre seu peito, ele se permitiu observá-la dormir, suas feições calmas, ela havia retirado a maquiagem e aquilo a fazia parecer mais jovem.

— Pare de me olhar assim. - ela deu um tapa leve em seu ombro.

— Você nem abriu os olhos, como pode saber que estou te olhando? - ele estava chocado.

— Eu te conheço. - ela se encaixou na curva do pescoço dele.

— Nós vamos nos atrasar. - ele intensificou o abraço sobre seus ombros.

— Sim, nós vamos, agora cale a boca e me deixe dormir.

— Seu desejo é uma ordem.

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— Mesmo que eu ache essa cena linda, eles precisam ir pra escola. - Maryse sussurrou.

— Eles parecem estar dormindo tão bem. - Robert lamentou.

— Tire uma foto então. - ela zombou do sentimentalismo do marido.

— Posso? - ele puxou o celular e tirou uma foto em seguida.

— Você não existe. - ela riu.

— Vou acordá-los, daqui a pouco desço pra te ajudar com o café. - avisou.

— Não demore. - ela saiu do cômodo.

Robert se dirigiu até a estante da filha, escolhendo um CD e o colocando no aparelho de som, em seguida aumentou o volume até o máximo e se posicionou próximo a porta, colocando a música para tocar, fazendo os dois acordarem assustados e encarem Robert que ria.

— Dizem que acordar ouvindo música é bom. - Robert deu de ombros, claramente divertido.

— Dizem que deixar a filha dormir também. - Izzy rebateu, voltando a se jogar na cama.

— Izzy, deixe de ser tão preguiçosa. - Robert beijou a testa da filha. - Sua mãe está esperando vocês para tomarem café. - avisou.

— Obrigado, logo desceremos. - Simon respondeu.

— Por que vocês não podem simplesmente acordar na hora? - Max apareceu indignado na porta. - Eu preciso dormir. - se lamentou.

— Não se preocupe, amigão, eu te ponho na cama. - Simon acompanhou o garoto até seu quarto. - E você, vai tomar banho. - ele atirou uma almofada em Isabelle, que se levantou irritada.

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— Você poderia pegar meu moletom azul? - Simon mantinha algumas de suas roupas no closet de Isabelle, por pura preocupação.

— Azul não. - ela voltou com um moletom preto em mãos. - Você fica melhor de preto, e vai combinar com minha roupa. - ela jogou o moletom em Simon.

— Sim senhora. - ele usou o moletom preto, ficando ao lado dela no espelho.

— Assim. - ela re-arrumou o cabelo de Simon.

— Me sinto seu bonequinho particular quando você faz isso. - ele brincou.

— Talvez seja. - ela sorria enquanto se dirigia a saída do quarto.

— Essa jaqueta não é minha? - perguntou, recebendo um aceno em confirmação.

— Sim, mas fica bem melhor em mim.

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Simon já havia se tornado parte da família Lightwood, logo, sentar-se a mesa para o café não era mais algo constrangedor, Robert o tratava como filho, Maryse não era diferente, eles esperavam que algum dia ele se tornasse de fato um Lightwood e ao observar o modo como a filha o olhava, Maryse teve uma certeza maternal de que aquilo não demoraria.

— Jantará conosco essa noite, Simon? - Maryse perguntou, enquanto servia o filho mais novo.

— Claro... - respondeu, sendo interrompido por Izzy em seguida.

— Nós vamos a uma festa hoje. - Isabelle anunciou, sorridente. - Então se o plano de vocês é alugar Simon com assuntos do banco, podem tirar o cavalinho da chuva.

— Tenho certeza que Simon gosta de nossas conversas. - Robert se defendeu, recebendo um gesto positivo de Simon.

— Ele é nerd, papai, ele gosta de tudo que envolva números. - Alec desviou a atenção do celular por segundos para responder ao pai.

— E você parece se importar apenas com esse celular, com quem tanto conversa? - perguntou.

— Um amigo. - informou, ainda teclando.

Robert puxou o celular da mão do filho em um movimento rápido, erguendo a mão para impedi-lo de alcançá-lo - Magnus? Quem é Magnus? - ele tinha um sorriso brincalhão no rosto.

— É o namorado de Alec. - Isabelle brincou, recebendo um olhar de Simon.

— Ele não é meu namorado - negou - e por que você não faz isso com Isabelle? - acusou o mais velho.

— Porque Isabelle tem Simon, eu sei que ele a vigia por mim. - Robert explicou.

— Isabelle deveria cuidar mais de Simon e menos do meu estado civil. - Alec parecia um bule prestes a explodir.

— Eu cuido de Simon. - ela parecia ofendida.

— Poderiam aproveitar e assumirem que se pegam. - ele ainda pulava próximo a Robert em busca do telefone.

— Por que não trás o seu amigo para jantar conosco essa noite? - Maryse convidou.

— Isso, por que não trás Magnus para jantar? - Simon usava um tom cínico.

— Aproveite e o convide para nos acompanhar na festa. - Isabelle usava o mesmo tom que Simon.

— Está resolvido, avise a Magnus que vocês têm um programa para essa noite. - Robert parecia animado - Ele está te perguntando por que o deu um vácuo, por que deu um vácuo no rapaz? - ele parecia confuso.

— Me entregue o celular, papai. - Alec pediu.

— Prometa que o convidará. - Robert parecia discutir com uma criança.

— Eu prometo. - se deu por vencido, recebendo o celular em seguida.

— Essa é a nossa deixa. - Isabelle levantou sendo seguida por Simon, que se despediu com um gesto.

— Magnus é o namorado de Alec? - Max perguntou, recebendo um olhar horrorizado de Alec.

— E Simon é o de Izzy. - Alec zombou, saindo do cômodo.

— Espero que Magnus seja tão legal quanto Simon. - o garoto concluiu.

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Isabelle não tinha carteira, ela havia tido certos incidentes envolvendo uma árvore no seu teste de direção, mas Simon já havia tirado a carteira e ganhado um carro dos pais, então ele era seu motorista particular. O porta luvas era ocupado, basicamente, com coisas de Isabelle, até os dados que eram exibidos no para-brisa haviam sido escolha dela.

Simon a observou cantar enquanto olhava pela janela e concluiu que sua jaqueta realmente ficava melhor nela, estava disposto a dá-la definitivamente, se ela precisasse desse tipo de aviso, Isabelle simplesmente se apropriava do que desejava, desde jaquetas a corações.

Quando chegaram na escola ela simplesmente saiu do carro apressada, dando meia volta em seguida, e o encarando com um sorriso no rosto.

— Você tem treino hoje, não é? - ele sinalizou um “sim” com a cabeça - Nos vemos lá. - e ela voltou ao seu trajeto.

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Simon era membro do time, confuso? Talvez. Ele não estava ali pelo mesmo motivo que a maioria, que estavam em busca de garotas, ele só gostava de correr e terminou sendo escalado para o time.

Todos os membros do time namoravam, exceto Simon, que era uma exceção a esta regra. E sempre haviam pessoas observando os treinos, em sua maioria garotas que babavam pelos jogadores, e havia Isabelle, que apenas estava ali para se certificar que ninguém chegaria perto do seu melhor amigo, não queria que ele se envolvesse com alguém que não o merecesse, ela estava cuidando de Simon, e isso era completamente normal.

— Ei! - uma garota loira gritava, Isabelle olhou mesmo tendo quase certeza que não a chamava - Qual o nome do rapaz de óculos? - perguntou, ela parecia estar se dirigindo a ela.

— Como? - ela estava levemente confusa.

— Aquele rapaz - ela apontou em direção a Simon - qual o nome?

— Ele é Simon - ela observou o melhor amigo - por quê?

— Eu achei ele bonito. - deu de ombros, recebendo um tapa da garota a seu lado.

— Ela é namorada dele. - sussurrou no ouvido da loira.

— Você é namorada dele? - ela perguntou, sua feição menos animada que antes.

— Sim. - e ela não entendia porque havia confirmado.

 - Izzy! - Simon correu em direção a arquibancada. - Eu marquei o gol da vitória. - ele parecia uma criança saltitante.

— Já te promoveram a capitão? - ela sorria.

— Não, mas vão fazer isso. - ele encarou os colegas entrarem no vestiário - Eu já volto.

Isabelle mexeu em sua mochila a procura de seu celular, esperar Simon sair não costumava ser algo rápido, cerca de vinte minutos depois ele apareceu novamente, carregando uma mochila e ao lado de Eric, ambos pararam em sua frente.

— Vocês vão a festa de hoje? - Eric parecia empolgado.

— Sim, nós vamos. - Isabelle confirmou.

— Então até lá. - ele os deixou sozinhos.

— Eu já tomei banho - informou - sei que você não gosta de me abraçar quando estou suado, então agora pode me abraçar, certo?

— Sim. - ela o abraçou, e podia sentir os olhares, mas não deixou de aproveitar o momento.

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