Superheroes escrita por gwmezacoustic


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Hallo! Olha quem voltei? haha
Mais de um mês sem atualização, né? (quase fazendo dois meses, inclusive)
As coisas ficaram meio corridas e apareceram alguns imprevistos, mas aqui estou eu e com uma atualização dupla pra compensar esse atraso.
O capítulo 12 sai hoje (sexta) e o 13 sai nesse final de semana, até porque ele já está escrito e é isso, boa leitura seus lindos.
PS: O que está em itálico são visões de um futuro relativamente próximo, então segurem essa marimba.



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Fractal (s.m.) estrutura geométrica complexa cujas propriedades, em geral, repetem-se em qualquer escala.

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Agosto de 2020, 4 anos depois.

O garoto de cabelos negros saltava os ladrilhos da calçada, seus olhos verdes vez ou outra vagavam até o rapaz sentado no banco da praça, como se buscasse uma confirmação da sua presença. A verdade é que ele havia conhecido o pior lado dos seres humanos, não é como se ele quisesse desconfiar, mas ele simplesmente não podia evitar.

Correu de volta ao banco quando viu sua mãe se aproximar com seu sorvete em mãos. Mãe. Talvez essa questão ainda precisasse ser trabalhada. Pulou no colo da morena e teve seus cabelos afagados pelo homem á seu lado.

Nicolas definitivamente não estava familiarizado com a noção de família, sequer sabia se havia vivido dias tão calmos antes do incidente. Sorriu feliz ao perceber o aperto de sua mãe sobre o seu pequeno corpo, ele agora tinha certeza: poderia se acostumar com aquela nova realidade.

Minutos depois a família atravessava a rua em direção ao carro, o rapaz se permitiu ficar um pouco atrás para observar sua noiva conversar com o novo filho do casal, se perdeu ao observar o sorriso que tomava conta dos seus lábios carnudos.

— Simon, não fique aí parado! - sua noiva o chamou, um sorriso traquino no rosto.

E assim como Nicolas, Simon possuía a certeza de nunca ter vivido dias tão felizes.

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Simon derramou a mistura das panquecas na frigideira, um sorriso torto nos lábios ao lembrar do modo como Isabelle havia ficado minúscula na cama entre todos os travesseiros que ele posicionou ao seu redor para não deixá-la sem nenhum amparo, ela era apaixonante em todos os mínimos detalhes.

Posicionou as panquecas sobre a mesa, terminando finalmente o café da manhã e voltando ao quarto, não se surpreendeu ao encontrar Izzy ainda na mesma posição, abraçada a um travesseiro e com o rosto escondido entre os seus cachos negros.

— Não pense que eu não percebi que saiu da cama, Lewis. - sua voz saiu rouca e entrecortada.

— Foi por uma boa causa. - garantiu, enquanto delicadamente tirava alguns travesseiros da cama, abrindo espaço para o seu corpo.

Isabelle não respondeu, apenas largou o travesseiro e se aproximou do corpo dele, o calor carnal não é algo que travesseiros possam substituir.

— Eu fiz o café. - ele riu quando foi ignorado por uma Isabelle sonolenta que se aconchegava em seu peito. - Eu acho que podemos ficar aqui por mais cinco minutinhos.

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Uma Isabelle animada atravessava o terreno que dividia a propriedade dos Lewis e a dos Lightwoods, uma cesta em mãos e um sorriso nos lábios.

— Se o papai não fez nenhuma reforma, o que ele obviamente não fez, a passagem está logo ali. - a sua mão erguida sinalizava para uma mata densa e fechada, ninguém se atreveria a se arriscar, mas ele era Simon, confiaria em Isabelle até se fosse uma passagem para um precipício.

Continuaram a caminhada, driblando os galhos e seguindo uma trilha estranhamente preservada, logo chegaram ao campo de girassóis, uma lembrança da época que Maryse reservava tempo para as flores. O trajeto não havia sido longo, mas Simon esperava que fosse, mesmo que inconscientemente.

Isabelle nunca fora um tipo de garota normal, ela sequer gostava de bonecas ou culinária quando era criança, então porque gostaria de assuntos fúteis quando crescesse? E claro, a cozinha não era exatamente o seu assunto preferido, já que preferia banir de sua mente tudo que tivesse a capacidade de irritá-la, a verdade é que Isabelle odiava fervorosamente fracassar, por isso fugia de tudo que envolvesse cozinhas. Durante parte da sua vida atribuiu a culpa de sua falta de talento a sua mãe - que a preparou desde cedo para tomar as rédeas do império Lightwood e acabou deixando de lado o trato de coisas simples como o preparo de massas  -, mas quando parava para pensar profundamente no assunto, sempre chegava a conclusão de que simplesmente não podia ter tudo, pelo menos não por enquanto.

Isabelle Lightwood era alguém admirável, apaixonante e exuberante, sua força de vontade e teimosia eram coisas que a destacavam entre a multidão, mesmo que os olhos de Simon nunca pudessem enxergar alguém além dela, ela brilhava resplandecente demais contra qualquer outra pessoa no mundo.

 Por outro lado, Isabelle retirava o café da manhã da cesta de piquenique, a leve sensação de estar sendo observada a fez virar o rosto e encontrar o olhar de Simon cravado em seu rosto, não era a primeira vez que eles se pegavam analisando detalhadamente um ao outro, os olhos de Simon se assemelhavam a chocolate derretido, claros, analistas e acolhedores; já os de Isabelle eram quase no mesmo tom de seus cabelos negros, mas se observados de perto eram de um castanho escuro, doces e imponentes, assim como quem os carregava. Nenhum dos dois tinha domínio suficiente do espaço de tempo que decorreu enquanto eles simplesmente sustentaram aquele olhar, confessando sem palavras aquilo que não podiam, ou não sabiam expressar verbalmente. Sempre foi assim, seus olhos pareciam ser dois imãs que se atraiam mutuamente, talvez os dois simplesmente estivessem marcados para se encontrar.

Nada no mundo explicaria a sensação que o invadia ao beijar Isabelle, os lábios quentes e macios contra os seus, as mãos experientes que vagavam por suas costas, ora arranhando, ora traçando leves círculos sobre sua costela, o prazer de tê-la em seus braços e senti-la apertando sua cintura, o trazendo para cada vez mais perto, como se aquele contato não fosse o suficiente. Nunca, em todo o seu tempo de vida, havia provado algo tão bom quanto os calafrios que o invadiam com a mera proximidade da morena.

Existem inúmeros mistérios no universo, buracos negros, poeira cósmica e tantos outros que nem imaginamos, mas a base de todos eles é a mesma: o fractal; o sistema que assegura que serão acertados padrões perfeitos e milimetricamente previstos, sem nenhuma variação. Encontrar um erro de projeção no fractal é impossível, exatamente por isso físicos e cientistas costumam colocá-lo no local de regra regente do universo, tendo em vista que ele é parte fundamental da teoria do caos, sendo assim, nada acontece no eixo de influência de um fractal que não tenha sido previsto, e nenhuma mutação é permanente em sua trajetória de curso. O universo, como parte dessa trajetória, recebe grande influência dele, tanto na aparência quanto em sua composição. Se partirmos desse ponto, o fractal, juntamente com o efeito borboleta , dita as regras em uma convivência humana e invariável. Cada ser humano é um universo, e o universo sofre influencia da física quântica, sendo assim, todos somos reféns do fractal em algum momento da vida e o fractal garante um trajeto perfeito e necessário. Era assim que Simon pensava, pelo menos até aquela manhã.

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“Eu não conhecia nada além de sombras, e achava que elas eram reais.”
— Oscar Wilde

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Notas finais do capítulo

Como estamos?
Vocês verão um pouco sobre teoria do caos, efeito borboleta e fractal, mas tudo vai ser bem explicado, prometo.
O capítulo acabou aí porque no próximo vamos mergulhar novamente no passado de sizzy e isso é meio longo pra colocar nesse.
O Nicolas é apaixonante, né? Vamos conhecer mais dele logo logo.
Fiquem com Deus, até o próximo e beijão.



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