Hamartia escrita por helo


Capítulo 9
Ugh


Notas iniciais do capítulo

Oioi, desculpem a demora para atualizar, mas aqui está!
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Não lhe era mais tão comum assim, virar para trás e encontrar com os olhos de Fred, tão azuis, quase não o vira nos dias que seguiram, algumas poucas vezes se esbarravam entre um corredor e outro do castelo, e ele sempre com expressões de culpa no rosto lhe enviando olhares de desculpa, com livros debaixo do braço, Weasley cursava o quinto ano de Hogwarts, e no final deste, prestaria os N.O.M's, Níveis Ordinários da Magia, eram provas duradouras e exaustivas, que além da pressão pelos exames em si, condizia também com as matérias que se cursaria no ano seguinte, servindo como indicativo daquilo o que cada um seguiria no futuro, e isso tudo pode ser o suficiente para fazer qualquer um pirar. Mas de todo o jeito, tinha seus próprios dilemas, no caso, os seus exames para desconcertar-lhe, em poucas semanas seriam as provas finais, e não poderia afirmar que estava confiante. Seu cérebro andara mostrando-se um péssimo amigo, e falhando sempre que se sentava para estudar, há dias não conseguia guardar nada do que lia de seus livros e anotações, e para piorar, recentemente descobrirá que o teste de Defesa Contra as Artes das Trevas seria prático, e só mesmo Merlim saberia dizer o que iria fazer se um dementador aparecesse em sua frente. Ainda tinha pesadelos a noite, onde um enxame desses monstros surgiam para roubar seu suco de abóbora.
Derrubará a pena contra o piso de madeira da biblioteca, haviam muitos alunos próximos, tanto que todas as mesas estavam ocupadas com ao menos três estudantes cada, e poderia dizer com firmeza que nenhum levantará os olhos de seus livros para verificar quem quebrava o silêncio continuo da sala. Respirou fundo sentindo os tremores que atravessaram seu corpo se dissiparem conforme se teletransportava mentalmente para seu lugar feliz, como era difícil se concentrar quando tudo o que lia não fazia o mínimo sentido, declarava guerra a Aritmância, era no mínimo lastimável que não pudesse contar com a ajuda de Cedrico nos estudos, logo ele que era tão bom em, bem, tudo. O amigo sentara-se com ela algumas noites antes, explicando-lhe certos conceitos que ela própria não assimilava, desde que seu cérebro decidira sair de férias mais cedo. Fora a única vez, depois de dias frustrados de estudo inválido que conseguira entender alguma coisa. Cedrico era realmente alguém que vencia na vida. E em tudo o mais. Avistou-o há algumas mesas de distância de onde se sentava, e pensou pela milésima vez se não deveria mesmo arriscar e pedir-lhe para explicar numerologia uma última vez, como ele costumava fazer, mesmo quando não era preciso. Agradeceu-se mentalmente por nunca tê-lo interrompido quando não tinha relevância ouvi-lo falar daquilo que já sabia, caso contrário, certamente que estaria repetindo o terceiro ano sem nem ao menos terminá-lo. Estava exausta e sentia-se vencida pelos problemas sem solução nos milhares de pergaminhos que carregava debaixo do braço, não estava sendo proveitosa aquela tarde de estudos, era um sentimento novo para Emma, não ir excepcionavelmente bem em alguma matéria, e com toda a certeza não gostava nem um pouco, apegara-se a ideia de que era a pressão pré-provas-finais que lhe causavam isso, levando-se em conta que em sua antiga escola, a tão querida Beauxbatons, a dinâmica dos exames era completamente diferente. Sendo que em alguns casos, como as aulas de Etiqueta, os alunos simplesmente tomavam chá. As vezes, como naquele momento, sentia saudades de sua antiga vida, aparentava fazer tanto tempo desde que pisara no castelo da Academia de Beauxbatons pela última vez, ou talvez, parecia ser a vida de outra pessoa, que não a sua. Fosse por bem, fosse por mal, a coisa mais sensata que fizera por todo o dia fora quando decidirá voltar ao dormitório, se jogar na cama e dormir até a hora do jantar. E realmente teria feito isso se não fossem as incessantes batidas e farfalhar de asas que ouvirá a suas costas. Do outro das janelas que atravessavam os corredores de Hogwarts estava Mardy, sua coruja Bufo Real, indicando um envelope preso a uma das patas. Aquilo era no mínimo curioso, não enviará nenhuma correspondência ao amigo Jack de Beauxbatons há um certo intervalo de tempo, e ele era o único marjoritariamente a quem enviava cartas, de quem seria aquela? Por que sua própria coruja a trouxera correspondências de um remetente desconhecido? E por que é que fazia tantas divagações quando tudo o que tinha de fazer era ler a tal da carta. Acariciou as penas de Mardy quando a coruja pousou no peitoril da janela, Desamarrou a carta e sem esperar resposta a Bufo Real levantou vôo, não havia lhe mordido os nos dos dedos esperando um petisco em troca do bom serviço prestado, e aquele fora o segundo sinal de que alguma coisa estava realmente muito errada.

Cara Emma,
Infelizmente perdemos. Tive permissão para trazer Bicuço de volta a Hogwarts. Ele gostou tanto de Londres.
A data da execução ainda será marcada.
Estou enviando uma carta para Harry, Rony e Hermione também, onde os aviso para permanecerem no castelo, seria esperto de sua parte fazer o mesmo, não quero que se metam em encrencas.
E jamais esquecerei de toda a ajuda que nos deu.

Hagrid.

Era um bilhete escrito as pressas em letras garrafais, com enormes manchas causadas por lágrimas que rodeavam todo o espaço útil do pergaminho. Um nó se formou em sua garganta. E talvez não conseguisse segurar aquilo que escorria por suas bochechas. Só conseguia pensar em como Hagrid deveria estar se sentindo. Sozinho. Ele dizia no bilhete que avisará ao trio de ouro para que não fossem até sua cabana, que ela deveria fazer o mesmo e não se meter em encrencas, bom, nunca fora lá muito de ouvir conselhos, o único problema, quer dizer, haviam várias adversidades, contudo a majoritária era sair do castelo, principalmente devido as medidas de segurança contra o então ainda foragido Sirius Black, lembrou-se ocasionalmente de quando o Prisioneiro de Askaban fez uma visitinha ao castelo de Hogwarts, mais precisamente, a torra da Grifinória, o boato que corria, era que ele estava atrás de Harry Potter, e ele mesmo lhe confirmara isso. O garoto não tinha descanso. Não era legal ser Emma Mccallister, poderia afirmar isso com certeza, mas também acreditava que não deveria ser diferente se tratando de Harry Potter. Bom, pensando no próprio, decidiu ser forte, e lutar por aquilo o que acreditava, então, mesmo sem preparo algum, e nas atuais circunstâncias, sabia que precisaria de reforços, mas ela já sabia bem a quem deveria chamar numa situação dessas. - Está louca? - Fora a primeira coisa que Jorge dissera quando contará aos gêmeos de sua empreitada. - O castelo está mais protegido que nunca, garota, ainda é dia, até mesmo Flitwick nos veria andando pelos jardins, e olha que ele não da altura no menor dos parapeitos dessa escola, qualquer um que nos visse saberia que nada de certo sairia dali. Estou fora. - Ele cruzou os braços e permaneceu firme em seu posto, dividindo seu olhar entre o irmão e a garota. Fred parecia imparcial a tudo, mantinha-se a encarar Emma com um olhar sonhador, e um sorriso de canto característico. Ele aceitaria ir a plutão num tapete voador barato se ela lhe pedisse. Só não admitiria isso em voz alta. Não ainda.
— O legal de conviver tão perto de vocês, é que realmente te faz acreditar que meio que nada é impossível. - Emma proclamou, assistindo a expressão de Jorge suavizar.
— Droga, Mccallister, eu te odeio. - Ele esfregou as costas das mãos no rosto. - Fred, sua garota sabe usar as palavras. - Fred sorriu, e passou um dos braços pelos ombros do irmão encostando as testas idênticas uma na outra. Pareciam gêmeos siameses. E era tão bonito de se ver. - Peguem suas capas de invisibilidade queridos, nós vamos sair!
— Não temos capas. - Emma o lembrou, entrelaçando seus dedos aos de Fred Weasley.
— Não estrague esse momento, Mccallister. - Jorge.
Esgueiraram-se até uma sala de aula vazia no primeiro andar, os gêmeos não tinham mais o falecido e sempre útil mapa do Maroto, haviam presenteado Harry Potter com o mesmo, e Emma os repudiava secretamente por isso, ainda tinha desejos em possuir o precioso objeto para si, mas de todo jeito, Fred e Jorge dançavam pelas sombras do castelo de Hogwarts, e escapuliam de qualquer ameaça que pudesse interferir em suas empreitadas. Quem é que precisava de um mapa estúpido quando se tinha aqueles dois? Pareciam verdadeiros aurores em missão. Trancafiados no aposento vazio, eles dividiam uma mesa, observando os rabiscos de Jorge num pedaço de pergaminho, ele fizera uma simples projeção dos arredores do terreno de Hogwarts, por onde teriam de passar para chegar a cabana de Hagrid. Nenhum dos três dizia uma única palavra, somente Jorge em meio a seus desenhos resmungava uma coisa ou outra. Emma sentava-se na metade da mesa que não era ocupada pelo pergaminho, balançava as pernas descontraidamente, um tanto nervosa, sentia os braços tremerem. De soslaio, lançava olhares a Fred, ele tinha as pernas cruzadas e o queixo apoiado por uma de suas mãos, observava a tudo o que o gêmeo fazia, das queixas aos riscos traçados. E ambos pareciam se entender tão bem quanto se estivessem debatendo fervorosamente a tudo aquilo.
— Preparados, senhores? - Jorge disse de repente, empurrando a cadeira que ocupava segundos antes com um dos pés, e pondo-se de pé, sendo seguido pelo irmão. Emma os olhou assombrada, mas não chegou a dizer nenhuma palavra, apenas esperando para ver aonde aquilo iria dar. Feito um daqueles jogos de azar, em que você sabe que vai perder, mas quer jogar mesmo assim, só para ter certeza. Os gêmeos se posicionaram defronte a uma das janelas dos fundos da sala, cada um abriu a uma das vidraças e logo se estabeleceram as sombras das mesmas, para que não fossem vistos por qualquer um que pudesse estar pelos jardins. - Quem vai primeiro? - Do que é que você está falando, Jorge Weasley? - Emma, que já estava entendendo nada muito antes daquilo, se prontificou.
— Quer ser a primeira a pular, Emma? - Jorge tinha uma sobrancelha arqueada, desafiando-a. - Você está maluco? - Queria gritar com ele, mas se retesara, querendo ou não, Jorge estava lhe prestando um favor, e se colocando em risco por ela, já fizera mais do que deveria, ao seu ver.
— Fred, sua garota diz que estou maluco. - Jorge olhava para o irmão, e apontava um dedo contra Emma, como se a louca fosse ela. - É claro que não sou. Se quer saber sera o jeito mais promissor para que cheguemos a Hagrid sem sermos pegos. Você ainda vai me agradecer muito, Mccallister. - Emma ainda não estava convencida. - É uma queda de sete, ou oito metros, no máximo, lhe garanto que você não vai morrer. - Piscou um dos olhos para ela, tão azuis quanto aqueles que Mccallister tanto estimava.
— Mas que inferno. - Emma puxou alguns de seus próprios fios de cabelo, irritada, e um tanto nervosa com as chances de acabar na enfermaria sem um braço. - E se eu fizer muito barulho pulando?
— Fredinho cuidara disso pra gente. - Jorge deu tapinhas nas costas da menina, tranquilizando-a, ou pelo menos tentando. - Irmão?
— Abaffiato. - Fred apontou a varinha para fora da colossal janela de estilo vitoriano. - E vocês também sabem feitiços de proteção? - Sentia-se desconcertada, o que é que aqueles garotos faziam numa escola? Quando sabiam mais da vida que, eu não sei, o ministro em pessoa.
— Só esse. - Jorge usou de seu tom mais humilde, mas seus olhos pareciam ocultar um coisa, ou duas. - Fazemos algumas experiencias em nosso quarto que mamãe arrancaria a pele de nossas costas se soubesse, então como você pode ver, foi a vida que nos fez assim.
— Também gostamos de nos desafiar em duelos. - Fred completou, dizendo alguma coisa que não fosse monossilábica em horas.
— Adoro os duelos. - Jorge concordou, dando um soquinho contra o peito do irmão.
— Vocês tem sorte de serem bonitos, porque são completamente desajuizados. - Emma disse, conforme também subia pelo parapeito da janela. - Se eu morrer eu volto pra te pegar, Jorge Weasley.
— Estarei esperando ansiosamente. - Emma não o olhava, mas acreditava fielmente que haveria um sorriso brincando no rosto daquele Weasley. - Pule de uma vez, juro que a grama é fofa lá embaixo. - E assim ela o fez. Engoliu um grito que ardia em sua garganta. Caiu de joelhos no gramado, o mesmo amortecera a queda, mas podia sentir suas articulações reclamarem. Nem dois segundos depois, Fred e Jorge pousaram majestosamente cada um de um lado seu, ambos agachados com os joelhos dobrados, só conseguia imaginar o quão ridícula deveria estar caída no chão, enquanto os gêmeos mantinham-se imponentes. Mostrando-se os cavalheiros que eram, cada um tomou um dos braços de Emma e a levantaram de sua aterrissagem espalhafatosa.
— Vocês faz melhor na próxima, Mccallister. - Jorge cochichou. - Comigo, grupo. - Ele indicou o caminho em frente e se curvou seguindo a passos rápidos, fazendo com que Emma precisasse correr para alcança-lo, Fred protegia a retaguarda daquele excêntrico trio.
Sentia-se perseguida, parecia que havia uma figura por trás do sombreado de cada uma das milhares janelas iguais que formavam a fortaleza de Hogwarts, e por mais estranho que possa parecer, todas tinham a forma do professor Severe Snape, não admitiria nunca, mas tinha um certo receio quanto a ele. Estavam próximos as estufas, já podia ouvir os sons abafados e ruidosos das mandrágoras, ainda curvado, Jorge liderava à frente, parecia atento a tudo, o via constantemente em alerta, virando a cabeça de esquerda à direita, só parecia não se preocupar com o que acontecia ás suas costas, e sabia que isso era devido ao fato de Fred estar cobrindo-a. Contornavam o galpão das estufas, sentindo o vapor quente que escapava do mesmo, junto ao odor silvestre, àquela altura ainda não haviam se deparado com nenhuma autoridade que poderia lhes dar uma passagem de volta para casa, e isso só lhe deixava ainda mais obsessa com a premissa de que estavam sendo observados. E de repente, Jorge parou. Ele tinha as costas apoiadas a parede externa que contornava a estrutura das estufas, fez sinal com uma das mãos para que os outros dois mantivessem-se em silêncio, e assim o fizeram. O assistiu quando ele fechou os olhos e pareceu respirar profundamente. Em seguida, estendeu minimamente a cabeça para fora, ele espiou, quando voltou a posição inicial, lançou um olhar para o lado onde Emma e Fred permaneciam, tudo o que fez foi assentir, e aquilo o que Emma entendeu de menos, Fred captou demais. Dois segundos e estavam correndo por dentre a horta de Urtigas Secas e Begônias. O cheiro característico de ambas as espécies vegetais era inegável. Quando viu fim naquela selva Herbológica, Jorge aumentou ainda mais o ritmo da corrida. Fred murmurou atrás de si o feitiço de proteção anti-ruídos, talvez para amenizar os sons que saiam daquela desventura, a verdade é que não conseguia pensar direito, só o que tinha em mente era que precisava alcançar Jorge, fosse por bem ou por mal, deveria estar funcionando, passavam pela clareira em que normalmente se reuniam os alunos das aulas de Trato das Criaturas Mágicas, ministradas por Rúbeo, e logo a frente, era possível ver imponentemente a cabana do professor, e também amigo. Jorge foi o primeiro a saltar os três degraus que haviam em frente a porta duas vezes maior que uma de tamanho normal.Emma emparelhou-se logo atrás dele, e pode sentir Fred fazer o mesmo. Cada um bateu uma vez no grande portal, e todos ouviram os lamentos e suspiros que vinham de dentro da cabana. A porta se abriu, e um Sr. Hagrid com o rosto inchado e vermelho, e os cabelos talvez duas vezes mais despenteados, ele parecia à beira de um colapso, mas a surpresa em seus olhos não poderia ser maior ao enxergar aqueles três parados a sua frente.
— Por Merlim, que fazem aqui?
— Hagrid agradeceríamos se começasse esse inquérito quando já estivermos todos protegidos pelas paredes de sua casa. - Jorge dizia, alguns tons mais baixo que o usual. - Estamos sob muitos riscos aqui fora, meu amigo.
— Pois entrem, entrem. - Hagrid empurrou gentilmente pelas costas cada um dos três para dentro. - Muito arriscado o que fizeram, sem falar que devem estar quebrando no mínimo vinte regras da escola. - Ele dizia conforme fechava a grande porta da cabana, mas que comparada a seu próprio tamanho, já não era tão extensa assim. - E ainda por cima me fazem cooperar com suas desventuras.
— Sabemos disso. Mas como sempre, vale o risco. - Jorge rebateu, já buscando uma cadeira para se sentar, ele tinha o rosto corado, e os cabelos ruivos, da cor do fogo da lareira que crepitava num canto do cômodo, estavam uma bagunça. Imaginou que Fred estaria da mesma maneira, mas não se retesou quanto a verificar essa ideia, ele estava ainda em pé, bem ao seu lado, diferente do irmão, e daquilo o que pensara, Fred tinha as sardas que cortinavam todo o seu rosto em total evidência, talvez pela proximidade em que estavam, talvez por sempre que colocava os olhos em Fred o enxergava mais a fundo, ele tinha uma gota de suor escorrendo-lhe pelo pescoço, e num movimento abriu os dois primeiros botões de sua camisa, tinha os lábios ressecados e respirava pela boca, sua respiração ainda descompassada, e foi só quando chegou nos olhos, de um azul profundo que brilhava e falava com você, que chegou a perceber, que ele olhava para ela. Pensou em desviar rápido. Mas já havia sido petrificado pelo poder de atração daquele par de globos claros. Fred sorriu, e Emma jurou que poderia beija-lo naquele momento.
— Vocês não vão sentar? - Jorge os chamou, destruindo um momento, mas trazendo-a de volta a razão ao qual fizera com que arriscasse a vida acadêmica dos três. Hagrid ocupara sua poltrona, de tamanho equivalente ao trono de um rei, coberta de pele de urso das Montanhas, ele tinha Canino com a cabeça apoiada em suas pernas, parecia nem se importar com o fato do cão babar em sua calça, Hagrid tinha o olhar perdido contra a parede oposta, e parecia não enxergar a nada.
— Hagrid? - Emma o chamou se aproximando. - Recebi sua carta, precisava vir lhe ver, ver a Bicuço, é uma injustiça o que fizeram, tínhamos material suficiente contra as acusações. - Parara de frente a ele, obrigando-o a encara-la. - Sei que meu Tio persuadiu a Comissão para que incriminassem o hipogrifo. São todos uns velhos estúpidos que devem ter se intimidado por ele. Nós temos de recorrer, pedir uma nova audiência, temos de fazer alguma coisa.
— Ah, jovem Emma. - Hagrid se inclinou alcançando a mão da menina, algumas lágrimas escorriam pelo belo rosto dela. - Me dói dizer mas não há mais o que fazer. Sei que a culpa foi minha, me atrapalhei com as anotações e as datas dos fatos que inocentariam Bicuçinho. Mas estavam todos lá sentados e vestidos de preto, e então Lúcio se levantou e pôs se a falar, maldito Lúcio, fizeram exatamente o que ele mandou. - Hagrid fungou uma vez. - Eu disse em meu recado o quanto lhe agradeço, e sei que ainda não é o suficiente, me ajudou muito, a mim e a Bicuço, não teríamos a menor chance sem os recursos que nos arrumou. Mas Malfoy é alguém muito mais poderoso e influente que eu. Só vou tomar as devidas providências para que os últimos dias de Bicuço sejam os mais felizes que teve na vida.
— Eu queria poder fazer mais. - Emma apertou a mão de Hagrid.
— Você fez o que podia. - Hagrid deu-lhe palmadinhas nas costas.
— E não foi o suficiente. - Emma quase não ouviu sua própria voz, de tão baixa que saiu.
— Foi sim. Pra mim foi. - Sentara-se no braço da poltrona em que Hagrid estava, Emma apoiou sua cabeça no ombro do gigante e ali ficaram, sofrendo juntos.
— Eu vim até aqui para te consolar, mas foi você quem acabou fazendo isso por mim. - Sentia o peito doer.
— Estou bem, Emma, é triste, eu sei, mas foi pior no fim do julgamento, não dormi por duas noites, passei todo o tempo desde então com esse pobre hipogrifo, Bicuçinho ainda tinha tanto que viver, mas parece que vão adiar seus dias agora. Estou aceitando aos poucos. Por mais trágico que isso possa soar.
— E se o soltarmos? - Jorge perguntou do outro lado da cabana. Ele e Fred mantiveram-se quietos enquanto Emma e Hagrid conversavam, tinham colocado água na caldeira e faziam um pouco de chá, pelo menos era isso o que parecia ser. - Poderíamos deixá-lo fugir, ele iria para longe, bem longe disso tudo. - Ele continuou a dizer, com um plano começando a ser estrutura em sua mente.
— Não, não, não podemos. - Hagrid o vetou.
— Como não? Podemos esperar anoitecer e... - Jorge tentou dissuadi-lo.
— Não posso fazer isso com Dumbledore. - Hagrid pôs fim aquela ideia. - Grande homem, Dumbledore. Esteve aqui comigo, fez me várias visitas desde que voltamos do ministério da magia. Foi ele quem pediu a corte dos Bruxos permissão para trazer Bicuço para Hogwarts, para sua casa. Se soltarmos esse hipogrifo saberão que fui eu. E cairão para cima de mim, e de Alvo também, tenho certeza. E não posso deixar isso acontecer. Já fiz estrago demais.
— A única coisa que você não fez foi afogar Malfoy no lago negro depois que Bicuço deu-lhe uma surra. - Jorge parecia desconcertado por não ter sua ideia bem aceita.
— Se conseguíssemos fazê-lo confessar... - Fred deixou a frase no ar, com os olhos em Emma, como ela pode perceber, o menino deveria achar que ela conseguiria convencer ao primo, mas mal sabia ele que na atual situação não faria Draco nem mesmo comer seus legumes antes da sobremesa.
— Hum seria mais fácil ensinar a um Trasgo o alfabeto. - Jorge desestimulou o irmão, sem perceber a verdadeira intenção de Fred.
— Mas você tem certeza, Rúbeo? Soltar Bicuço seria o melhor que poderíamos fazer por ele a essa altura. Jorge está certo. - Viu surgir um sorriso de triunfo no rosto do gêmeo Weasley.
— Não posso, Emma, vira o Ministro Fudge em pessoa, e o carrasco, que parece ser velho conhecido dos Malfoy... - O interrompeu.
— Macnair. - Emma sentiu o estômago embrulhar quando proferiu aquele nome.
— Ele. - Hagrid tremia. - E se não virem a Bicuço só poderão presumir que fui eu quem o soltou.
— Está certo, o Ministro precisa ver o hipogrifo antes de o matar. - Emma tinha uma luz brilhando por trás de seus olhos. Podia sentir. - Isso ainda não acabou, Hagrid, eu lhe garanto. - A menina se levantou jogando alguns fios rebeldes de seu cabelo por cima do ombro, deu um abraço de despedida em Rúbeo, não tão grande quanto ele próprio, e ainda caçou atrás das orelhas de Canino, antes de sair sendo seguida por duas criaturas impecavelmente idênticas.
— Você tem um plano? - Fora a primeira coisa que Jorge dissera quando colocaram os pés para fora da cabana de Hagrid.
— Na verdade, a ideia foi sua, Jorge Weasley. - Já era noite, e fazia frio pelos arredores da escola, viu-se cruzando os braços na altura do peito, abraçando o próprio corpo, os três permaneciam próximos, mas não diziam mais nada, ainda era arriscado o que estavam fazendo, não poderiam correr o risco de serem pegos, e Emma se perguntava qual seria a carta na manga dos gêmeos que os faria subir de volta para o castelo pela janela que pularam mais cedo. O atrito de seus pés contra a grama era o único som que seus ouvidos captavam. Tentava ao máximo se abster dos uivos e gemidos que provinham das profundezas da Floresta Proibida, ainda não superara seu prévio encontro com a morte quando haviam sido atacados por uma Acromântula em uma de suas expedições fora do castelo com os gêmeos, e já estavam próximos o suficiente daquele antro selvagem, para seu próprio gosto, caminhavam a passos largos circundando a clareira de entrada da floresta, e Emma podia sentir seu coração saltar contra seu peito.
Não conseguia imaginar qual seria sua reação se em algum momento de sua vida passasse por outra situação de quase-morte como aquela, só esperava duas coisas disso, que em primeiro lugar, seus membros não falhassem, trabalhando contra ela, para que pudesse lutar com louvor por sua existência, e em segundo lugar, esperava que estivesse com Fred e Jorge, quando, e se, esse momento chegasse. Olhou para os gêmeos, cada um de um lado, ambos compenetrados na missão para que voltassem sem maiores complicações para a escola. Fred voltara a usar o feitiço anti-ruídos, e Jorge achara que seria melhor darem a volta pelo lado contrário ao que haviam usado para chegar a cabana de Hagrid. Estava convicto que conseguiriam entrar sem serem vistos, pelo lado sudeste do castelo, que seria exatamente a parte oposta do Grande Salão, onde era servido o jantar àquela hora. Sentiu seu estômago doer ao pensar nas Tortas de Carne e Rins que deveriam encher o tampo da mesa da Sonserina, e que seriam devoradas por Crab e Goyle. Chutou uma pedra que brilhava em meio a grama úmida daquela noite fria, o pedregulho voou batendo contra o tronco de uma árvore logo a frente, produzindo um som oco. Com o timing perfeito, naquele exato segundo Fred a segurou por um dos ombros, fazendo-a parar, Jorge fez o mesmo do outro lado. Virou-se de um para o outro, e ambos tinham um dedo levantado defronte a seus respectivos lábios, indicando silêncio, em sua cabeça, Emma pensou que estavam advertindo-a por ter chutado a pedra, mas o som que se sucedeu, de passos e a luminosidade que provinha de dentro dos domínios da Floresta Proibida, e que parecia se aproximar do trio, fizeram seu cu trancar. O clarão estava cada vez mais próximo, e os sons provinham com maior intensidade também. Os três trocaram olhares rápidos uns com os outros, presos ao chão, pelo medo de serem pegos, com o invasor a cada segundo mais perto de onde estavam, ainda parados. Por dentre as raízes altas de árvores que marcavam a entrada para a floresta surgiu um gato magro, cor de poeira, este se aproximou, e quando colocou seus olhos no grupo de alunos, olhos esses que eram saltados feito lâmpadas, ela pôs-se a miar, e todos sabiam bem de que se tratava, era Madame Nora, a demônia da gata do zelador Argo Filch. Não deram um segundo depois de identificar a personalidade do animal para desatarem a correr na direção do castelo.
— Minha querida, mas o que? Alunos na floresta? - Ouviram a voz embargada de Filch soar exatamente onde estavam poucos segundos antes. - Alunos fora da cama? Alunos fora da cama! - Ele bradou, fazendo Emma, Fred e Jorge apertarem o passo ainda mais.
— Filch vai nos fazer limpar troféus por um mês. - Jorge disse com a fala entrecortada. - Que se foda, Argo, mamãe vai nos matar. - Fred o cortou, passando o irmão na corrida. Eles estavam um tanto desesperados com a possibilidade de serem enfim pegos. Emma não se sentia diferente. Não queria ir pra detenção. Era um dos piores lugares da terra. - Ai caralho, é hoje que mamãe nos mandaaquele berrador. - Jorge pulou por sobre um formigueiro que havia em sua frente.
— Não parem de correr, pelo amor de Merlim. - Fred soou exausto.
— Ele ainda está atrás de nós? - Emma perguntou, arquejando, já não sentia suas pernas.
— Ele não consegue correr tanto assim, vai chamar um professor. - Fred.
— QUE NÃO SEJA SNAPE! - Ressoaram todos juntos, disparando pelo gramado de Hogwarts em seguida. Emma já não fazia a menor ideia de onde poderiam estar, se estava longe ou perto de alguma entrada para o castelo, ela não saberia dizer, contava que Fred e Jorge fizessem sua mágica, por mais redundante que isso pudesse soar.
— Vamos mais rápido. - Fred pegou Emma pela mão, levando-a consigo, e Jorge resmungou ao lado, quando teve de se por a correr ainda mais depressa.
— Que falta faz a licença para aparatar na vida de um bruxo. - Jorge murmurou, perfaziam numa aceleração que poderia ultrapassar a velocidade da luz.
— Jorge, pare. - Fred puxou o irmão pela parte detrás das vestes, obrigando-o a parar. - Tem que dar a volta pelo outro lado. - Dizia apontando para a grande árvore que havia em frente do grupo. - Estamos perto demais do Salgueiro Lutador. - Fred a gente não vai conseguir. - Jorge balançava a cabeça negativamente, tinha a voz falha. - Vamos correr pra floresta, ficar por lá até a área ficar livre, podemos voltar para a cabana de Hagrid.
— Eu não vou pisar na floresta Proibida, vão sem mim. - Anunciou, sentindo seu corpo gelar com a menor menção de ter que entrar na floresta maldita. - Não me peça para escolher entre você e Emma. - Fred exclamou vendo o olhar que o irmão lhe lançava. - Eu vou lançar uma maldição imperdoável em vocês dois agora mesmo, já que estamos mortos de qualquer jeito. - Jorge se jogou contra o chão, respirando profundamente, como se estivesse há um longo tempo sem receber ar em seus pulmões. - A gente se fodeu. - Fred se queixou, estendendo a mão para ajudar o gêmeo a se levantar. - Eu só ainda não sei se o pior é ser pego pelo nojento do Filch, ou eu não saber o que fazer ´pra tirar a gente dessa. - Jorge transpassou os braços ao redor do irmão, abraçando-o, e Emma desejou não estar em meio a uma desgraça para poder apreciar aquele momento de demonstração de afeto. A menina sobressaltou-se com a figura escura que surgia pelas sombras da noite, tinha a forma de um monstro, e se aproximava do trio cada vez mais. Nenhum deles tinha a menor força para voltar a fugir. Talvez tivessem chego a um consenso mental de apenas deixar as coisas acontecerem. Quem sabe não poderia ser até mais fácil. Haviam corrido o suficiente para uma vida toda. Prometia-se mentalmente que nunca mais se meteria com aventuras noturnas pela escola se saíssem vivos daquela desventura. De todo jeito, nunca fora muito boa em manter promessas, principalmente as que fazia para si mesma.
— Uou! - Jorge foi o primeiro a se manifestar com os contornos que tomavam forma daquela figura da noite. - Não! - Fred surpreendeu-se quando o Cão Negro surgia em meio a escuridão.
— Que diabos... - Jorge exclamou, dando um passo de segurança para trás.
— Esse cão persegue a gente ou o que? - Fred posicionou-se na frente de Emma. Mas aquele ato não impediu o enorme cachorro, tão escuro quanto a noite, de se aproximar da menina mesmo assim.
— Sai daqui, rapaz, vai ser pego com a gente, vão te usar como tapete na masmorra do professor de Poções. - Emma tentou empurrar o cão na direção de onde ele viera.
— Volta pra floresta. - Fred advertiu ao cão, como se ele pudesse entender o que diziam.
— Vamos seguir ele. - Jorge ergueu os braços, acreditando que poderia ser um boa ideia, entrar na floresta. Ele chegou a tentar compelir o cachorro a ir com ele, mas o Cão Negro estava andando em círculos a volta de Emma.
— Eu não vou. - A menina exclamou.
— Fred, dê um jeito na sua garota. - Jorge parecia à beira de um colapso.
— Jorge, tem que ter outro jeito. - Fred pediu.
— É claro que tem, isso depende se você quer ser morto pelo Salgueiro Lutador.
— Então vamos ficar aqui parados? - Os gêmeos estavam perdidos, nunca deveriam ter passado por algo do tipo, não saber o que fazer. Eles eram sempre tão confiantes em si mesmos.
— Filch vai nos alcançar. - Emma lembrou.
— Merlim, me leva. - Jorge voltou a se estirar na grama úmida devido a noite neblinosa. Acreditou vilmente que aquele poderia ser o fim para aquele trio.
— Ei... - Talvez tivesse pensado cedo demais, lá estava o Cão Negro, era tão companheiro, quanto era sujo, ele tinha a ponta das vestes de Emma entre os dentes, e saiu puxando a menina consigo,Emma sem ter o que fazer, apenas o seguiu, orando para todas as entidades que conhecia para que não fossem parar na Floresta Proibida.
— O que esse cão quer? - Jorge recriminou.
— Sai fora, cachorro mal. - Fred seguiu correndo atrás do cão e de Emma, que já estavam há alguns bons passos adiantados a frente dos gêmeos.
— O que ele tá fazendo? - Jorge perguntou, seguindo o irmão.
— Emma! - Fred não deu ouvidos ao gêmeo, e apressou-se para alcançar a menina e o cachorro maluco.
— Fred, me diz, por favor, que a gente não tá seguindo um cão? - Jorge olhava para o rosto de Fred, tão igual ao seu, era como assistir a sua própria imagem, o irmão, por outro lado, não tinha olhos para nada que não fosse a menina de cabelos rebeldes que corria a frente com um enorme cão a tiracolo. O animal parou numa clareira com um grosso toco de árvore no meio, o cão farejou aquele tronco, dando voltas e mais voltas ao seu redor, até que enfiou o fucinho por dentre duas raízes, e extraordinariamente o toco se abriu numa passagem, quer dizer, estava mais para um túnel, era difícil dizer, estava muito escuro, poderiam entrar e estar a salvos, como poderiam acabar com uma passagem só de ida para o inferno.
— Mentira. - Ouviu Jorge exclamar.
— Não pode ser. - Fred parecia incrédulo.
— O que é? - Emma não entendia suas respectivas reações.
— É uma das sete passagens secretas. - Jorge disse como se ela fosse doente mental, ou algo do tipo.
— Só que essa foi destruída há anos. - Fred foi mais sútil, repreendendo o irmão com o olhar, mesmo ele não lhe dando a menor atenção, Jorge estava impressionado com o que tinham as suas frentes.
— Vocês sabem onde isso vai dar? - A garota perguntou.
— Sim, tem entrada pro castelo, não sei em que andar, mas é estranho, nunca descobrimos onde saía, achei que nem mesmo existia mais essa passagem. - Fred parecia receoso.
— Estava inutilizável há anos, porque construíram essa árvore estúpida em cima. - Jorge ajoelhara-se próximo ao toco de árvore, e examinava atentamente o caminho.
— O que me faz imaginar... O que é esse cão? - Fred agora encarava ao Cão Negro com olhos inquietos, cheios de perguntas, e temerosos pelo animal, que para Emma, nada mais era do que inofensivo, e até um tanto fofo.
— Alunos fora da cama. - Os três se atentaram ao ecoar da voz de Argo Filch, não parecia estar longe dali.
— Pelo visto não vai ser hoje que vamos descobrir. - Jorge disse se esgueirando para a passagem não-mais-tão-secreta.
— Não temos tempo a perder. Cachorrinho, parece que você é mais esperto que meu irmão. - Fred.
— Eu não acredito que vou dizer isso, mas nós estamos em dívida com um cão. - Fora a última coisa que Jorge dissera antes de se atirar contra a escuridão sem fim do túnel.
— Eu não sei o que você é Cão Negro, mas obrigada mesmo assim, é a segunda vez que me salva, tenho certeza que nós vamos nos ver outra vez.
Se ao menos tivesse conjurado algum espectro de luz com sua varinha saberia pelo o que é que passava, a passagem secreta era um escorregador sem fim, sua bunda e todo o resto do corpo reclamava quando bateu contra as costas de Fred, deslizaram até sabe-se lá onde, estavam todos assustados e exaustos, mas ainda tinham um caminho a percorrer.
Lumus. - A frente do grupo, Jorge acendeu a ponta de sua varinha.
Estavam num espaço subterrâneo, parecia uma caverna, e por Merlim, só havia uma via a frente para seguir, marcharam em meio a tropeços constantes, as respirações entrecortadas, os pés cansados, tinha de andar de cabeça baixa, pois o túnel não lhes dava altura, e por mais que caminhassem, não parecia nunca chegar a algum lugar. Fred entrelaçara sua mão a de Emma. Andavam próximos. Com Jorge mais adiante, resmungando palavras desconexas. Quando a passagem afunilou ainda mais, não andaram muito e chegaram a seu fim, havia uma porta a frente deles, com maçaneta inclusive, e mais nada, para trás só o caminho ao qual já haviam percorrido, Jorge voltou-se aos outros dois com um olhar duvidoso antes de juntar forças para descobrir o que havia do outro lado. Ele pôs a cabeça para fora, e virou-se com um sorriso aberto cobrindo o rosto, Jorge pulou para fora, e segurou a tal porta para que Fred e Emma fizessem o mesmo. Estavam no terceiro andar, o portal pelo qual passaram era na verdade um quadro, uma moldura com o retrato de cavaleiros com espadas. Era bom estar de volta.
— A gente não vai fazer isso outra vez! - Jorge apontara um dedo na direção dos outros dois. - Você sabe que a gente vai sim, Jorge. - Fred respondeu se aproximando e depositando uma mão no ombro do irmão.
— É, eu sei, só quis soar dramático. - Riram.
— Quase me convenceu. - Fred.
— Não vão me faltar oportunidades. - Ele disse, dando uma palmadinha nas costas do gêmeo, e se distanciando, a caminho de sua sala comunal. - Até a próxima, queridos. - Jorge foi desaparecendo, e Fred permaneceu em pé, assistindo ao irmão. Emma recostou-se nele, e o abraçou pela cintura, apoiando a cabeça no peito de Weasley.
— Com tudo isso, não tive tempo de agradecer a você, e Jorge, por me acompanharem e se arriscarem por mim, eu precisava de vocês.
— Sempre que você quiser, foi uma honra.
— Eu juro que não sabia que nos meteríamos em tantos problemas.
— É, mas eu sabia que tudo daria certo no final. - Fred beijou o topo da cabeça dela. - Desde que lhe conheci me sinto com sorte.
— Hoje estivemos a um palmo de sermos expulsos, ou até mortos, você tem certeza do que está dizendo?
— Minha sorte existe simplesmente por ter você.
— Você torna mais fácil quando a vida fica difícil.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado da atualização!
Em breve trago mais.
Mil beijos ♥3



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