Quando somos crianças nossos pais sempre ensinam a não conversar com estranhos, mas por quê? Para não fazermos novos amigos ou simplesmente não nos ferimos? De qualquer forma eles apenas estão querendo nos fazer bem, querendo nos deixar seguros em seus braços como quando éramos bebês inseguros e inocentes. 

     Antigamente teria feito esse ensinamento que nossos pais tanto falam, antes daquela guerra, antes daquelas pessoas, antes de conhecer a morte de frente, antes de conhecermos ela. Hoje em dia estamos aqui presos dentro de uma montanha como se focemos insetos para os moradores da superfície, nossas existência é uma pedra no caminho deles. O único lado bom dessa historia é que eu conheci uma menina que me apaixonei, mas por algum motivo que desconheço ainda não consigo falar com ela, mesmo que eu tente inúmeras vezes falar com ela, eu não consigo e no final insisto em ficar apenas observando ela de longe.

      Por qual motivo ela me fascina dessa maneira, aquele belo pelo branco bagunçado sobre a fraca brisa de verão na capital; seus olhos vermelhos rubi buscando insetos pela praça; as pequenas patas segurando um velho puçá;  e no topo de sua cabeça seu chifres quase encobertos por inteiro pelos sues pelos, um laço roxo preso entre um de seus chifres; seu simples vestido azul em seu corpo. Tudo, simplesmente tudo que estava presente nela era especial para mim. Acho que não sou só eu que acho isso,  vários monstros a rodeavam só para ter um pouco mais de atenção ou carinho da mesma.

     Tem horas que não consigo entender eu mesmo, fico admirando ela de longe, tenho ciúmes e quero proteger ela, mesmo que ela não sabendo da minha existência.  Eu não sou ninguém, eu nem consigo derrotar “ELE” num simples teste psicológico, imagina ter coragem para falar com ela, nem mesmo sei  o nome dela. Sou o ser mais patético desse local!

     Patético esse deveria ser meu nome, o futuro rei pateta é assim que "ELE" me chama e sem dúvida está certo, um nome tão temido como Asgore para uma simples cabra não faz sentido, por mais que eu seja mais velho e maior, ele continua sendo mais forte e preparado para ser rei. Afinal o pai dele é o rei de underground, não seria surpresa se ele virasse o rei.

      *Don,... Don,... Don*

     O relógio da torre do castelo soava por toda capital, um relógio típico de igreja como víamos na superfície há sete anos, era nostálgico ouvir o relógio ecoar pela capital com as pessoas indo para seus trabalhos e compromisso depois de um almoço, no subterrâneo não erra diferente, só muda que não vemos o céu e as nuvens ou humanos andando entre nós, exceto aquela garota humana a única trancafiada pela própria raça, para pagar por todos os crimes que a humanidade cometeu. Os seres humanos são cruéis, ela era apenas um bebê de dois meses e já tinha que receber a punição por todos os erros que sua espécie cometeu antes de sua existência, e o pior de tudo é que a própria mãe fizesse com que ela fosse presa com seus inimigos, falado que era o melhor para ela e tudo mais. 

     *Don,... Don,... Don*

     Já é a sexta batida e a moça que tanto admiro começa a arrumando suas coisas e ir embora, ela sempre faz isso, sempre na sexta batida dessa hora,  de todas as terças e sextas dos meses durante quatro anos, eu a observo fazer esse ciclo sem parar e todo dia falo a mesma coisa "hoje eu falo com ela!", e com sempre não consigo ir cumprir a minha promessa, pelo contrário, pareço um maníaco olhando para ela dessa maneira, sabendo das coisas que ela faz durante todos esses anos nessa praça. 

      *Don,... Don,... Don*

     E lá vai ela mais uma vez, e mais uma vez fracasso na minha missão. Como ela é bonita andando sobre essa praça, no próximo dia eu falo com ela, nem que seja a última coisa que faço!

     *Don,... Don,... Don*

     Doze,  foram doze batidas que o relógio já deu, era exatamente 12: 00h e todos os seres que permaneciam ainda no local, estavam agora indo para todos os lados para fazer os seus deveres, e minha situação não eram diferentes no momento, estava mais que atrasado para meu treinamento. Era melhor eu ir correndo antes que me atrase mais ainda,  além do mais a última vez que um de nós se atrasou foi uma tortura para todos.

Depois de alguns passos cheguei à frente do castelo, parece que sou o primeiro a chegar, isso é raro, Malvis esta chegando agora, normalmente ele é o primeiro a chegar.

      - Você já chegou Asgore! Bem, aparentemente você não vai ter punição! - Malvis falava com um sorriso nos lábios ao chegar mais perto de mim. - Vamos entrar antes que o resto apareça?

     - Claro Sr. Malvis!

      Andamos quase por todo o castelo até chegar à sala do trono, realmente ninguém chegou ainda, nem o próprio rei estava no trono. Era um costume que todos os participantes para futuro rei e sua futura corte deveriam aparecer diante do atual rei e corte, para dar graças pela oportunidade e fazer o juramento, é uma tradição chata mais importante, pois é assim que sabemos qual de nós podemos ter a qualificação ideal para ser rei e seus guardiões.

      Depois de alguns minutos já dentro da sala do trono, chegavam os outros participantes e guerreiros, realmente ser um membro da corte era uma coisa muito concorrida principalmente hoje em dia. O rei já estava declarando seus últimos momentos, todos no underground já estavam preocupados com a qualidade física do rei e quem seria o próximo a governa todo underground. Era difícil escolher o próximo rei, mais era necessário para o bem de todos os monstros.

     - Então você vai encarrar aquele brutamonde... - aquela com certeza é a voz de Gerson. Ele sempre vinha com a humana, mas ela não entrava na sala do trono, sempre ficava na parte da biblioteca ou fora do castelo, nunca sequer a vimos, Gerson e Malvis nos proibiam de sequer chegar perto dela e quando conseguíamos, ela estava com uma capa de chuva tapando todo o rosto, então não conseguíamos saber como ela se comportava ou como era sua aparência. Até o próprio rei não gostava muito de ver ela. Acho que é por causa da guerra, ele deve ter uma cisma ou raiva de humanos.

     - Ele realmente vai se meter em encrenca se continuar falando do rei dessa forma! - Malvis falava para si próprio antes de começar a andar para aonde estava à voz caçoando do rei. -Escutem! Não quero ver ninguém saindo de suas posições para cúria fora da sala. Isso inclui os mais velhos também. - Malvis era o mais velho e experiente do local, ele e Gerson eram os guardiões do rei e tinham o direito de participar de todas as decisões que o rei tomava.

      Depois de Malvis sair da sala todos ficamos em silêncio para ouvir o que iria acontecer, foi nesse momento que ouvimos um berro.

     - Que susto filho da...- acho que Gerson não esperava que tivesse ninguém estivesse ouvindo a conversa dele. 

     - Olha a boca, não queremos que a pequena ai saiba de coisas feias, né! - ouviam-se risos abafados por toda sala, os dois lá fora conversavam como se esquecessem de que tinha pessoas perto deles, e todos na sala que ouviam atentamente o que acontecia no corredor insistiam riam baixinho.

     - VÊ SE NÃO ARRANJA CONFUSÃO! - outro berro de Gerson, deve ser por causa da pequena. 

     Não se passou muito tempo até chegar às duas figuras que ainda estavam fora da sala, todos no local olhavam para Gerson com um sorriso sarcástico no rosto, que por sua vez olhava assustado para todos.

     - Malvis seu filho da puta! Nunca mais deixo você me convencer a nada, ouviu bem!-a situação sempre acabava assim com Malvis rindo e Gerson bravo quando o assunto era ser ludibriado por Malvis. - Todos já estavam aqui?

    - Não! Ainda falta três, contando com o rei.

    - Ele está bem? Não é normal ele se atrasar!

    - Acho que sim?- realmente o rei não era de se atrasar para suas tarefas. A última vez que fez isso foi quando teve um desmaio. Olhei ao redor da sala e preocupação estava comum no rosto de todos no local.

    - Cheguei! - falava ainda recuperando o fôlego, uma menina, bem para ser mais exato um esqueleto.

    - Riverman Skeleton! Qual a sua desculpa hoje? - Gerson parecia bravo,  não era surpresa Riverman sempre se atrasava e por causa dela ficávamos mais tempo no treino. Eu, ela e "ELE", éramos um time, tínhamos que sofrer juntos o castigo de Malvis e Gerson juntos. No começo achávamos injusto, mas ao passar do tempo conseguimos entender o significado deles fazerem isso. 

    - Eu estava fugindo de cachorros! -sério River? Essa nem eu cairia! Todos sabem que você gosta de cachorro, e Gerson conhece-nos há seis anos, até parece que ele cairia nessa.

     - Correção, você estava correndo da sua preguiça, né? - Malvis estava se divertindo com a resposta de Gerson, e pelo visto não só ele mais toda a sala estava rindo. - Há sua sorte, é que seu amigo "espelho" ainda está atrasado, então não irei pegar tão pesado com você hoje! 

    - "ELE" está atrasado? Então eu me livrei dessa? Huuuuu. - ela realmente está feliz, está até pulando de alegria pela sala, se eu fosse ela também ficaria feliz, primeira vez na vida que ela não chega atrasada no treinamento.

    - O rei está vindo! - Malvis sussurra para toda sala. - Todos em seus lugares! - todos rapidamente ficaram em duas filas esperando o rei entrar na sala. 

     O rei entrar na sala, ficamos observando sua aparência temível por todos. Ele tem quase três metros de altura; seus olhos vermelhos parecem queimar a alma de quem o encarasse no olho; dois chifres enormes no topo de sua cabeça; seu focinho era achatado e marrom; seu pelo era escuro, mas não chegava a preto; uma juba preta cobria quase por completo suas orelhas também acima da cabeça; sua face era bruta e envelhecida com uma cicatriz que começava da testa a te a parte esquerda de sua boca, a cicatriz foi fita na guerra por um humano corajoso que em seguida foi morto rapidamente pelas garras afiadas do rei, dizem que o olho perdeu totalmente a capacidade de enxergar novamente; um manto vermelho vivo com plumagem na barra e na gola cobriam quase Todo seu corpo; em sua pata direita estava o grande tridente vermelho; e por fim sua coroa brilhante feita de ouro e outras joias preciosas.

    - REVERENCIAR! - gritou Gerson e Malvis postos ao lado do trono do rei para que todos seguissem sua ordem, que em seguida se ajoelhamos e abaixando a cabeça sobre um dos joelhos com a mão encostada em seu peito onde o coração se encontrava. 

    - Podem se levantar! - nos levantamos rapidamente com a ordem do rei, mas ainda estávamos com a mão sobre o peito e a outra agora nas costas. - Malvis, Gerson, meu filho não virá hoje espero que estejam cientes do por que!

     Isso era estranho, "ELE" nunca faltava nos treino e o motivo principal era seu pai ser muito rígido, e agora o próprio país falava isso. Eu e Riverman nós olhamos sem entender nada. Espero que ele não tenha se metido em encrenca, além do mais ele é uma máquina de arranjar confusão.

     - Sim, meu rei! - respondeu os dois como se fosse um só.

     - Muito bom! - a voz do rei é grossa e estridente, só sua voz já daria medo a qualquer um. -Podem começar! 

    - Claro meu rei! - falou Malvis e logo em seguida se virando para todos no local. - Vamos começar seu bando de marricas!

     Não sei qual o motivo, mas na frente do rei, Malvis e Gerson eram mais assustadores como nunca, Gerson com aquele martelo gigante e pesado de metal com o cabo durado feito de ouro quase ultrapassando seu tamanho; e Malvis com uma espada também feita de ouro que no pomo avia uma esmeralda que reluzia conforme a luz batia nela. Os três juntos realmente davam para falar que eram os mais fortes entre todo o underground. 

    Começamos a recitar o juramento, ainda com um dos braços no peito e outo nas costas. Malvis e Gerson por as vez encarava todos no local como se quem errasse uma palavra iria ter a pior punição do mundo.

      “Ao lado de meus irmãos jurarei lutar; antes de sua traição me fazerem os matar; da luz eles renegaram e foram corrompidos pela destruição; ao final da luta, ajoelhamos ante de nosso rei cair; Iremos nos curvamos a todos os antigos deuses da luz para nos guarda. Honramos todos os antigos reis justos e sábios, e assim erguemos nossas espadas em seus nomes. Iremos lutar com honra e justiça por tudo aquilo que é bom e correto. E Lutaremos para proteger todos aqueles que não podem proteger a si próprio. Em nome do nosso rei e guardiões, erguemos nossas espadas. Morreremos na mão do inimigo se for preciso. Mas não abaixaremos a cabeça diante do perigo. A luz irá nos guiar quadro pelas trevas iremos caminhar. E assim por todos os  caídos na batalha, iremos rezar paras os deuses as almas deles guarda. Da magia viemos e retornaremos  a ela como pó. A cada irmão que se vá dois novos nascerá. E assim como Vitae nos prometeu, com as sete almas o novo ingerul irá nascer, e assim veremos a sol renascer outra vez.  E pelo meu rei com honra lutarem e para morte caminharei. E é nesta cruzada a qual minha vida se encontra que juro lealdade, e todos aqui que se encontram estou dando a minha confiança. Pelos futuros pecados que iram rastejar sobre minhas costas iram me afundar. Eu declaro proteção total ao reino e ao rei e juro não quebrar nossa lei;
pelo nosso reino;
Pelo nosso grande rei;
VIDA LONGA PARA O REI!
VIDA LONGA AO REI ENNÉA!" 

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     "Ennéa, por favor, acredite em mim, se continuar assim todos iram morrer"

     "Você tem certeza com o que esta me dizendo!"

     "Pelos seus olhos vermelhos, eu juro minha alma!"

      "NÃO É O BASTANTE!"

      “Então, em troca de sua cabeça darei a minha alma para meu povo, e assim deixarei a vocês decidir o futuro da criança em meu ventre."

     "..."

     "O QUE VOCÊ ME DIZ ENNÉA? ESTA DE ACORDO COM O CONTRATO?"