Edifício Baelor escrita por NicolyBlack, Marina Lupin, The Marauders


Capítulo 7
Aquele com Beijos Roubados


Notas iniciais do capítulo

Oi............
NOS DESCULPEM! SÉRIO! NÃO QUERÍAMOS FICAR TANTO TEMPO SEM POSTAR!
Caara, nós entramos em uma crise criativa com essa fic, tentávamos escrever um cap, mas nunca conseguíamos terminar, ai a fic foi ficando, até que eu decidi ir olhar os nossos caps prontos (sim, temos uns caps prontos, mas nenhum deles é pra ser postado ainda, esse cap mesmo, pretendíamos postar ele beeem mais pra frente, mas ele é o que menos revela coisas que não queremos revelar ainda, e depois de umas mudancinhas básicas, decidimos postar ele mesmo), mas enfim, aqui estamos nós de volta.
Desculpa.



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Gwen não precisava conhecer ninguém da universidade de Porto Real para saber de quem se aproximar ou não, era fácil distinguir entre aqueles que estavam ali para se divertir, para agradar os pais ou fazer algo útil da vida, como estudar. Mas ela conhecia rostos suficiente, vez ou outra se deparava com cabelos loiros de algum Lannister, ou traços quentes de um Martell. E mesmo que ela não conhecesse absolutamente ninguém, ainda sim saberia dizer quem era o aluno que entrava na sala naquele momento, distribuindo olhares e sorrisos para quem quer que fosse.

Robb Stark, o filho mais velho de Eddard e Catelyn Stark. Gwen havia perdido a conta de quantas horas de sua vida tinha perdido ouvindo sua amiga Roslin falar dele. Veja só, o cara era um típico cafajeste, totalmente alérgico a compromissos. Roslin passara tanto tempo contando as maravilhas do namorado, como chorando pelas brigas.

"Oh! Gweeen, os olhos de Robb são tão azuis como o céu da Campina! E eles estão olhando agora mesmo para o decote de Jeyne Poole!"

"E seus cabelos, lindos cachos cor de cobre, da mais perfeita maciez. Por que ele me traiu com a vaca da Alys Karstark?"

Sempre algo assim. Pessoas como Robb Stark não deveriam namorar, nunca. Para o bem da população. E pessoas como Roslin Frey não deviam se apaixonar, nunca. Para seu próprio bem. Pensando bem, para a menina, paixões eram tão estúpidas, que os deuses não deviam dar a ninguém este castigo.

O namoro dos dois havia acabado no colégio ainda, antes de Robb se mudar para Porto Real e começar a faculdade a um ano atrás, mas apesar disto ela ainda recebia relatos do Stark. Roslin tinha recobrado sua sensatez, e se apaixonado por alguém mais decente, mas observar o cara parecia ter virado um hobby.

Então Gwen sabia de antemão que provavelmente dividiria uma ou outra sala de aula com o Stark, uma vez que ao que parece o idiota havia – embora ela apostasse que seus pais não faziam ideia – reprovado de algumas matérias e Gwyneth se inscrito em algumas matérias avançadas. Como uma pessoa como Robb Stark havia ingressado em um curso de Literatura, Gwen não saberia responder. Era como imaginar um peixe em aulas de adestramento para cães, totalmente fora do lugar.

Ela observou de longe Robb fazendo brincadeirinhas com amigos, vez ou outra lançando olhares para as alunas novas, até que um desses olhares caiu sobre si. Seus olhos, um azul e outro verde, sustentaram o olhar azul do rapaz, sem demonstrar nenhuma expressão.

Aparentemente Robb não a conhecia. O que era ótimo. Após ouvir por anos sobre quantos corações ele havia quebrado, Gwen achava que o Stark merecia um belo troco. Por Roslin, por Alys, por qualquer garota que ele havia iludido e abandonado depois.

Desviou o olhar e aguardou. Era simples, como somar um mais um. Gwen era bonita, era diferente, novata, e não estava se jogando em cima dele. Robb logo logo estaria a seus pés.

Uma semana foi o suficiente para a caçada estar completa. No final da primeira semana de aula, Gwen havia sido completamente agradável com ele, resistindo a vontade de vomitar a cada investida mais clichê que a outra. Robb nunca deveria ter precisado se esforçar muito, e ela entendia o porquê. Era só o garoto sorrir muito perto de você e seus pensamentos meio que nublavam e aparentemente a sua única função passava a ser admirar Robb Stark.

Só que mesmo que ele fosse declarado o cara mais bonito do mundo, Gwen o conhecia muito bem para saber que não valia a pena. E ela nunca fora uma dessas meninas que cai aos pés de um cara com sorriso bonito. Ela não era do tipo que caia aos pés de ninguém, para lhe ser franco. Romances em sua opinião eram completamente idiotas, invenções de pessoas carentes e sem amor próprio. Ela não precisava de uma cara metade, obrigada. Sentia-se muito bem inteira. Relacionamentos eram feitos para se aproveitar, para dar alegria, prazer.

Não precisava ser constante, ser sério, ter regras ou cobranças.

Ele era tão quieto, tão sério em alguns momentos, Gwen odiava o ar que ele trazia. E em outros, suas brincadeiras eram tão fúteis, sem conteúdo. Seus amigos eram completos idiotas. Qual é? Theon Greyjoy?

Robb ainda era um péssimo crítico literário, criticava de forma absurda os autores prediletos da menina e preferia sempre os romances e histórias mais açucaradas.

Ele era bonito, com certeza, ela admitia isso. Mas até sua beleza parecia estranha a seus olhos.

Gwen era o subentendido, o sarcasmo, a ironia. Robb era o óbvio, o claro, o direto. Era completamente entediante. Sem contar aquelas reflexões intensas sobre a vida, que ele costumava fazer.

Em resumo, Robb era tudo que Gwen não gostava. Robb era de certa forma, perigoso, apesar de ser do norte, ele queimava. Ela podia entender o que ele fazia. Ele poderia te consumir, te colocar em chamas, e você nem mesmo notaria, seria tudo um mar de rosas.

Quando ele se afastasse, você não passaria de cinzas.

No fim daquela semana, havia uma festa e os dois haviam marcado de ir juntos. Gwen já o havia enrolado em sua rede, cativando-o. Duvidava que pessoas como Robb Stark fossem capazes de ter seu coração ferido, mas seu orgulho provavelmente sofreria um baque. Ela como uma boa caçadora, vestiu-se para matar. Vestido preto, marcando na medida certa, saltos azuis e uma cascata de cachos negros, recém-fabricados lhe caiam pelos ombros. Colocou o batom carmim na bolsa, enquanto trancava as portas do flat que alugava temporariamente.

"Robb Stark, hoje você é a caça, não o caçador." pensou, rindo em antecipação.

Ele lhe beijou na entrada do prédio, assustando-a completamente, ela simplesmente não viu aquilo vindo, então de início, seus lábios se mantiveram rígidos.

E mais tarde, quando ela contasse sobre a noite, diria que recobrou a razão, e para manter o disfarce, retribuiu o beijo. Mas isso ela só pensou em dizer mais tarde.

A verdade é que seus lábios reagiram aos de Robb sem um comando lógico. Os lábios do Stark eram simplesmente macios demais, gostosos demais, e firmes. Sua língua era morna e exigente. Suas mãos lhe causavam arrepios ao tocar em qualquer parte que não estava coberta, firmes em sua nuca, possessivas em sua cintura. As mãos de Gwen se embrenharam nos cachos ruivos dele, acariciando, encantada pela maciez, ao mesmo tempo que os amassava e puxava sem muita gentileza. Sua barba fazia arrepios lhe subir pela espinha. O rapaz tinha um cheiro bom, um cheiro forte, com um toque doce e fresco. Cheiro de corpo limpo, perfume amadeirado, canela, chocolate... E sexo. Pelo amor dos deuses, com esse pensamento, Gwen se afastou ofegante do Stark, como o rosto todo corado e os lábios manchados.

Robb também tinha marcas de batom nos lábios e os olhos queimavam num fogo azul.

— Oi. — cumprimentou ele, um tanto rouco.

— Oi. —  riu nervosa, sua fachada composta com tanto cuidado desmoronando um pouco. O que, pelos sete infernos, tinha sido aquilo? Regra número um, não perca o controle com sua presa.

A conversa seguiu normal depois disso, intercalada por olhares intensos, um nervosismo e ansiedade atípicos dos dois, um calor descomunal, uma corrente elétrica no ar e uma vontade crescente e esmagadora.

"Foco, Gwen." ela pensou "Foco na sua caçada."

Para o bem, ou para o mal, aquilo só havia atiçado o interesse de Robb.

Os dois passaram a festa toda juntos, arrancando olhares de qualquer um que lá estivesse. Para algum crédito de Robb, Gwen se divertiu. Mais do que ela sequer devia. Os dois se provocavam a noite toda, entrelaçando-se. Na metade da festa, Gwen pediu licença e foi ao banheiro, trancou-se lá dentro e respirou fundo.

Que merda ela estava fazendo? Tirando uma casquinha? Brincando com a comida?

"Gwen, você não é uma estúpida. Ele é gostoso, só isso, existe dezenas de caras gostosos por aí!"

Levantou-se com firmeza, retocou o batom e caminhou confiante para fora. Viu Robb no bar, um par de bebidas nas mãos e aproveitou. Tinha trocado olhares com um carinha a festa inteira, se Robb percebeu, fez de quem não ligou. Aproximou-se do garoto confiante, enlaçou-o em um abraço, e com um último olhar para Robb, que havia derrubado as bebidas e olhava de uma forma totalmente descrente, beijou o garoto.

A partir dali, tudo desandou... Para Robb, obviamente.

— O que você acha que está fazendo, garota? — os olhos do Stark estavam tão arregalados que pareciam que iam saltar.

O espetáculo, ou melhor, beijo, de Gwen e o cara sem nome, parou a boate. E o show de Robb, também. Pare tudo, era Robb Stark e ele estava levando um fora!

Aquilo era sem precedestes, inédito, inacreditável.

— Robb querido, você está aí? — sorriu ela cinicamente. — Esse aqui é o... Qual o seu nome, fofo?

O cara estava rindo nervoso, soltou um "Ramsay", lançando um olhar preocupado para Robb, que parecia totalmente disposto a quebrar sua cara.

— Cara, qual o seu problema?! — Robb avançou em Ramsey, mas almas solidárias o seguraram, antes que ele fizesse picadinho do cara, que não tinha culpa nenhuma.

— Ei, ei, garotão! — exclamou Gwen entrando no meio da discussão. — Vou te explicar o que está acontecendo aqui. Achei que você merecia provar um pouco de seu próprio remédio. Gostou? Qual a sensação?

— Você é louca, garota? Como assim?! Eu não fiz nada para você!

— Não foi por mim, foram por todas as garotas que você quebrou o coração. Você é um ordinário, Robb Stark. Um estúpido imbecil, que não se importa com os sentimentos de mais ninguém. Eu nunca sairia com alguém como você, Stark. Você mereceu isso. Espero que tenha aprendido a lição.

Gwen jogou os cabelos pelos ombros, deixando um Stark completamente abismado para trás, em meio uma multidão aos risos. Sua vingança estava completa.

Gwen chegou em casa ainda um pouco atordoada, jogou os sapatos em qualquer lugar e riu nervosa. Ela havia mesmo feito aquilo tudo. Pegou o celular para ligar para Ros e contar as novidades. Jogou-se na cama e se pegou pensando em Robb. Não exatamente em Robb, nos lábios de Robb, nas mãos dele.

"Não pense nisso, acabou, está feito."

— Ros? Você não vai acreditar no que eu fiz! A era de ouro de Robb Stark já era!

É claro que ela não tinha ideia da repercussão que aquilo tomaria. Por uma semana, quem sabe, Robb Stark foi assunto na universidade, motivo de chacota. Por pura sorte, ninguém parecia saber que a garota da festa era ela. Ok, até aí tudo bem. Robb, quando a via pela universidade a fuzilava com puro ódio.

Só que depois disso, a situação começou a ser revertida. As pessoas, meninas em especial, começaram a achar que a situação toda fora meio injusta. Em pouco tempo, Robb havia convencido quase todos de que a menina era apenas uma garota que ele tinha dado uma última chance, e quando disse que não queria continuar com ela, surtara e aprontara aquele escândalo. O coitadinho sentia-se culpado por ter magoado a garota, mas não entendia o que a levara a fazer aquilo.

Foi aí que Gwen entendeu que não devia ter feito nada pelas garotas que ficavam com Robb, elas eram todas umas idiotas, isso incluía Roslin, que brigara com ela por "pegar pesado demais". Ela devia ter feito tudo aquilo porque Robb Stark era um total cretino.

Os dois agora não ficavam só de olhares, se agrediam verbalmente, faltando pouco para sair no tapa. A todo minuto, por qualquer coisa, os dois se enfrentavam. Ninguém sabia de onde havia vindo aquele ódio que os dois alimentavam cada vez mais.

Um mês depois do acontecido, mais ou menos, os pais de Gwen desistiram de fazer a garota mudar o curso, e em recompensa pelas boas notas, lhe presentearam com um bom apartamento, próximo a universidade.

Havia subido o elevador com as malas e conseguido arrastá-lo até o final do corredor, para o apartamento número 23, tentava abrir a porta, quando outro apartamento do andar, o primeiro do corredor, se abriu.

Era muita falta de sorte, era castigo, era karma.

Robb Stark saia do apartamento número 19, com um sorriso satisfeito, inundando o corredor com cheiro de banho tomado, canela... Cheiro de Robb Stark.

— O quê? Você? — era difícil para ela formar uma frase significativa.

— Oi?? Você... Mas o quê? — Robb nem tinha notado, já estava a caminho do elevador quando os gritos de Gwen o pararam, o fazendo olhar para a última porta do corredor. — O que você está fazendo aqui?!

— Eu moro aqui! — gritou ela. — Ou pelo menos, vou morar agora! E você?!

— O que você acha?! — balançou as chaves em frente ao rosto, os olhos ardendo de raiva. — Você está me perseguindo, é isso? Não basta me infernizar na universidade?

Ele tinha que estar saindo do apartamento de mais de uma das suas vítimas, era isso, só isso, nada mais.

— Acredite, eu não tenho nenhuma vontade de ficar um minuto a mais que seja com você! — gritou a garota, esmurrando a parede ao lado de raiva. — Eu odeio meu pai, eu odeio meu pai!

— Escute aqui, Gwyneth. — disse Robb aproximando-se, furioso. — Fique longe do meu caminho, entendeu?

— Essa é a primeira coisa inteligente que você diz em toda sua vida. Não se meta comigo.

Gwen deu as costas, tentando abrir de uma vez a porta, quando Robb deu fim a distância entre eles em alguns passos.

Pegou-a pelo braço, sem delicadeza nenhuma e a jogou na porta, virando-a para ele.

— Eu quase me esqueci. Você está me devendo uma coisa.

E antes que ela pudesse reagir, os lábios de Robb estavam nos seus, suas mãos segurando-a pelos braços, seu corpo pressionando o dela na porta.

Aquilo era uma invasão, uma agressão, completamente errado. Mas ela não conseguiu pensar exatamente nisso.

Não admitiria nem sobre tortura, mas pensava nos lábios de Robb constantemente. Ah! Como eles eram tão melhores quando estavam nos dela, não falando idiotices.

Uma de suas mãos fora para os cachos de Robb, puxando-os quase como uma agressão, sua outra mão arranhava suas costas, o puxando para si.

Seus lábios se provavam sem restrições, suas línguas travavam uma verdadeira briga. As mãos de Robb eram possessivas, e passeavam pelo corpo da menina, conseguindo o impossível de aproximar ainda mais os dois.

Quando o ar faltou, Gwen empurrou Robb com todas as suas forças, afastando-o.

— Nunca mais faça isso, está me entendendo?! — deu um tapa com força o rosto de Robb, que começou a rir, com os olhos em fogo azul.

Abriu a porta com força e jogou as malas de qualquer jeito, quando se virou Robb estava perto demais.

E lá estavam eles novamente, perdidos em um beijo, e embora tenha sido necessário todo seu autocontrole, e muita raiva, Gwen afastou seu rosto e fechou a porta na cara de Robb.

— Eu te odeio, Robb Stark!

Podia ouvir a risada do garoto do outro lado da porta, mas ele não disse nada.

Ela se afundou no chão, escorregando pela porta segurando a cabeça nas mãos. Por tudo que era sagrado, onde ela estava com a cabeça?

Não sabia responder, todo seu corpo fervia, seu sangue pulsava forte, seu corpo ainda se lembrava do toque do Stark.

"Ele é capaz de ouvir meu coração batendo do outro lado, com certeza, eu vou matá-lo, como ele ousa?!" pensou ela.

Mas não importava, pelo resto do dia, odiou Robb Stark com todas as suas forças, mas de forma alguma conseguia esquecer a porcaria do beijo. E pior. Sabia que da próxima vez que o visse, não precisaria se preocupar apenas em não o espancar. Ia se preocupar em não agarrá-lo também.

"Ele pode ser um completo desprezível. Mas Robb Stark beija melhor que qualquer cara de bem da face da terra."


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