Estou a três metros do céu envolvida numa completa paz. Mas estar a três metros do céu não é uma altura considerável, caso venha a cair? Está é uma coisa para se pensar. Desligo o chuveiro e me enrolo numa toalha que Neji cedeu.

E pensando em Neji, não faço ideia de onde aquele indivíduo esteja. Depois daquele episódio suspeito da janela, da cama macia e o Hyuuga sem camisa, ele sumiu! Isso mesmo tomou chá de sumiço.

Ninguém o viu pela vila o dia inteiro e olha que eu procurei, pois quebrei umas coisinhas irrelevantes da casa dele, feito a estante de vidro que deve ser um artefato bem antigo. Ou o seu peixe do aquário que morreu instantaneamente depois de eu alimenta-lo.

Bom e foi por estes e outros motivos que eu o procurei e não achei. Até Lee e Gai-sensei me ajudou e nada de Neji. E agora já está tarde e ele nem deu as caras em sua própria casa. Achou que deveria procura-lo no hospital, vai que ele deu entrada.

Abro a porta do banheiro ainda cantarolando uma música que ouvi hoje de manhã e para testar meu coração dos meus futuros ataques cardíacos que terei quando for uma idosa, eu o vejo sentado numa cadeira com o rosto completamente exalando raiva.

Eu disse que eu iria morrer, mas não queria morrer enrolada na toalha de banho. Neji, entre todos momentos que eu queria que tu tivesses aparecido, este era o menor. Are, eu não tenho sorte.

— TenTen-san, você poderia dizer da onde você tirou a ideia que somos um casal? Melhor! Você e toda a vila? – Eu disse! Enfim ele descobriu os boatos. Confesso que já era de se esperar bem como esperar que algo saísse de errado, afinal hoje é minha terceira noite nesta estadia.

E como esperado eu terei que sair. Are, eu não tenho sorte!

— Neji, eu não pensei e não disse nada! Foi um pequeno desentendimento com a... – Fecho minha boca quando vejo o seu sinal para cessar minhas explicações. Neji, me desculpe. Não estou sendo completamente sincera, pois eu falei para aquela garota que somos um casal, mas vamos ignorar isso por hora.

— Me desculpe, Neji. A Hanabi confundiu as coisas e eu não fiz muito esforço para deixa-las claras. – Neji se levanta antes que eu continue a me explicar. Ele sempre me escutou por que faz diferente agora?

— Está certo, bem como não quis deixar as coisas claras com a Yuki. – Confesso que me perdi agora, mas então lembro da pessoinha de estatura menor que a minha. A garota que comprou Neji na feira.

— Eu confesso que exagerei nesta parte, mas Neji! Aquela garota falava como se fosse sua dona. – Digo aos berros, pois o homem que sempre me escutou resolveu dar-me as costas.

— Ela era a minha namorada! – A voz dele faz um eco pela casa, na verdade não faz não, contudo está frase está ecoando na minha cabeça de tamanha surpresa. Eu não acredito! Por Kami-sama, Neji está namorando com aquela esquisita? Estava, não é? Ele disse: era a minha namorada. Passado! Isso não é coisa para se pensar agora.

Eu tenho que resolver isso, mas primeiro vou me vestir e arrumar minhas coisas, afinal é muita ousadia detonar um relacionamento e continuar hospedada aqui. Encontro Neji na sala colocando umas coisas dentro de uma bolsa.

— O que você está fazendo? – Será que ele está guardando minhas coisas? Acho que Neji não faria isso. Ele me olha com os cantos do olho e me sinto culpada.

— Estou de saída. – Como? Neji está saindo da própria casa? Por Kami-sama, o que eu faço agora?

— Neji, me desculpe. Eu sei que você odeia exposição, mas. – Vejo ele cessar ao abrir a porta para ouvir minha explicação. – Você sabe como eu sou.

Digo a coisa mais sem nexo, contudo na minha cabeça faz sentindo, contraditório, não? Neji me deixa sozinha e bate a porta. Isso está parecendo episódio de novela mexicana, onde o galã vai embora de casa e deixa a mocinha aos prantos. Só que tem um problema: acho que estou mais para vilã aos olhos de Neji.

E só de pensar que vou ficar aqui sozinha. Eu realmente tenho uma grande atração por problemas. Poxa, é a primeira vez que Neji grita comigo mesmo ele estando em outro cômodo. E bem, ele sabe como eu sou...ele sabe. A culpa me corroí dos pés a cabeça;

*****

Noite 3

Confesso. Sempre gostei de discutir com Tenten-san pelas encrencas que ela nos colocava, mas desta vez ela ultrapassou os limites. E eu não queria brigar com ela, mas ela não me deixou escolha.

Hiashi-sama quase me estrangula ao saber dos boatos pela boca de Yuki-san. Só de lembrar desta garota a vontade de dormir na rua aumenta em noventa por cento. Admito que a culpa é totalmente minha, caso eu venha dormir na rua, contudo se eu não tomasse está atitude de sair, ela iria tomar. E sinceramente não quero que a minha hóspede deixe minha casa. Não quero que Tenten se vá. Pois como ela mesmo disse: Eu sei como ela é.

Fiquei nervoso quando soube do boato do momento. Boato este que me envolvia, entretanto, depois de avaliar os efeitos deste boato mal estruturado, os quais me renderam benefícios, como o termino do relacionamento com Yuki-san, um membro da Souke, eu maneirei meus nervos. Eu nem de longe gosto dela e a ideia de se relacionar com ela foi de Hiashi-sama usando do argumento que seria o melhor para o clã.

Eu deveria comprar todos os doces que Tenten-san gosta e presenteá-la por me tirar de uma fria, mas não posso. Seria o mesmo que parabenizá-la pela camaradagem com Hanabi-chan, mesmo que desta vez elas fizeram por merecer.

Entre estas questões que me atormentaram o dia inteiro também está incluída a questão mais complicada desta prova: de quem ela gosta? Eu pensei e não cheguei a nenhuma conclusão. Eu deveria saber, conhecer Tenten a fundo é uma atribuição privativa minha.

Tsc, será que é tão difícil descobrir de quem ela gosta? Lee não quis opinar e para os outros somos um casal, mas também não tive coragem de perguntar para mais ninguém. Afinal isso é tolice, muita tolice.

— Neji-san! –Continuo a andar, não irei parar para ouvir seus argumentos. Fato que me lembra de colocar minha expressão raivosa na face. – Neji, espere!

Suspiro e cesso o passo, eu mais do que ninguém sei que Tenten não ficaria apenas naqueles argumentos.

— O que foi, Tenten-san? – Viro para olha-la sob a luz da lua. A brisa suave balança sua franja solta e quase me faz esquecer que estou bravo...ela está cada vez mais bonita.

— Eu sei que já pedi desculpas, mas vou pedir novamente. – Seu peito sobe quando ela infla os pulmões com ar, como se estivesse preste a fazer uma confissão. E confesso que isso me deixa apreensivo, afinal Tenten nunca foi de pedir desculpas, não duas vezes.

— Desculpe e quero dizer que irei esclarecer este grande mal-entendido com a sua namorada. – Ela cruza os braços na altura dos seios como fizesse uma barreira para se proteger, mas não consigo concluir sobre o que.

— Não há necessidade, não precisa esclarecer mais nada. – Digo e vejo ela franzir o cenho em desentendimento. – Tem certeza, por que você ficou bem irritado. E mesmo que nos dois saibamos que sou péssima em consertar as coisas, eu posso fazer isso.

Acabo por sorrir da forma mais discreta possível, pois Tenten é péssima em consertar as coisas. – Mas agora volte para casa.

Ela chama a minha atenção por completo. Droga, ela realmente parece arrependida e afetada pela minha reação irritadiça de minutos atrás.

— Hum, realmente você é péssima em consertar as coisas. – Digo e começo a retornar para casa. E eu agradeço a ela por isso. E Tenten sabe que depois desta frase está tudo bem entre nós.

E eu adoro ver aquele sorriso que ela sempre distribui quando consegue me dobrar, na verdade ela sempre consegue me dobrar em qualquer coisa e eu não me importo com esse fato. Porque é a Tenten.

— Mas ainda sou melhor que você nesta área. – E como sempre ela começa a travar um assunto qualquer como sempre depois de um desentendimento. Passa na minha frente apenas para virar e fazer aquele sinal de paz com os dedos. E uma vontade absurda de pegar em sua mão aparece.

Ela me faz variar entre quere-la perto e depois a milhas de distância em frações de segundos. E mesmo que está observação não faça sentido ou tenha ligação, existe um cara de sorte. Com muita sorte da mestra das armas gostar deste sujeito e isso está sendo difícil de aceitar.

Acho que me acostumei mal em pensar que Tenten sempre estaria aqui, ao meu lado. Ou uns passos atrás ou uns centímetros a frente, mas aqui. A menos de cinco metros de distância.

*****

Acho que meu coração bombeou tanto sangue quando Neji disse que eu era péssima em consertar as coisas que cheguei a pensar que iria desmaiar. Primeiro por pensar que ele diria qualquer outra coisa do mundo. Segundo foi a melhor frase que eu pude ouvir no dia. Não pela frase e sim por quem estava a dizendo. Ele, Hyuuga Neji.

Ele nunca disse: “ Tudo bem, aceito suas desculpas, de novo e de novo” Um porque eu nunca fui de pedir muitas desculpas, somente em casos extremos como este. Mas ele sempre achou um modo de dizer que tudo estava bem.

E eu amo isso nele como aquele pequeno sorriso que ele sempre tenta conter quando ele cede em alguma coisa. Sabe como é difícil fazer Neji ceder em algo? Eu deveria ganhar um prêmio toda vez que consigo e Hinata insiste em dizer que apenas eu consigo fazê-lo ceder.

Chegamos em frente a sua casa, mas antes de abrir a porta e correr para o meu sofá o meu peito queima, pois dependendo da resposta que irei receber o pedaço dele que vive aqui dentro deverá morrer. É uma obrigação de minha parte, afinal entre nós nunca existiu assuntos inacabados.

— Neji, você gostava mesmo daquela garota? - Prefiro encarar a porta ao invés de encara-lo e mesmo devendo seguir as recomendações do lance olho a olho eu não consigo. E sei que ele não mentiria sobre nada.

E como sempre aquele silêncio que sou tão habituada aparece e neste momento me sinto desconfortável diferentes das outras vezes. – Eu posso resolver a minha bagunça.

Não consigo esperar pela sua resposta em alto bom som. Neji sempre gostou de responder com o silêncio, mas eu nunca tive coragem para dizer que na maioria das vezes eu não entendia. Entretanto acho que agora é uma concessão, para que eu limpe a minha bagunça.

—Tenten-san, obrigado. – Sua mão pesa em meu ombro e meu peito comprime-se e o ar parece faltar em reação a sua ação. Afinal o que este obrigado significa? Que devo ir resolver esta questão?

— Mas isso já está resolvido. Obrigado, Tenten-chan. – Acabo deixando meus olhos arregalarem pela surpresa ao perceber que Neji se aproximou ainda mais das minhas costas. A ponto de conseguir sentir seu peito batendo contra. E minha mão que está repousando na maçaneta ser coberta pela sua, para que, ele abra a porta sem pedir que eu deixe a passagem livre.

Acho que é a primeira vez que ficamos tão próximos por iniciativa dele, é claro. E sinceramente pensei que Neji fosse incapaz de realizar tal ato. E acabo por morder meu lábio inferior, para que, eu não pergunte o motivo da demora em virar a maçaneta, na demora em se afastar.

E eu não me importo em ficar plantada aqui na soleira da porta inalando o seu perfume amadeirado e ouvindo o seu silêncio. Sentindo sua mão sobre a minha, como se ele quisesse isso o tanto quanto eu. O tempo poderia parar agora e eu não iria me importar, pois isso é o máximo que eu posso ter dele. É um fato difícil de engolir.

— Tenten. – Sua voz soa baixa para piorar a minha situação, a qual se assemelha as tantas vezes que o imaginei em meu mundo paralelo e nem em mil vezes chegou aos pés da real. Ao nível deste momento. E um medo idiota de falar e estragar tudo me consome a ponto de não conseguir esboçar reação.

— Me desculpe. – Sua voz sai em um sussurro e posso sentir sua respiração bater contra meu pescoço. – Desculpa pelo o que, Neji?

Os segundos correm e a única coisa que consigo formular foi está pergunta. Será que ele não sabe que é o único gênio aqui? Está me confundindo Hyuuga Neji. Sua demora em responder faz com que eu junte coragem para girar a maçaneta da porta e abri-la para me afastar, contudo, sua mão retorna a fechar a única brecha que eu consegui abrir. Poxa, Neji nunca foi de fazer brincadeiras e ele mal sabe que se for isso...ele está brincando com meus sentimentos.

E um nervosismo me toma, pois não faço ideia do que ele pretende. Deixo escapar um riso nervoso que ele conhece bem, acho que este fato não me favorece em nada. O fato de Neji saber exatamente como sou.

— O que foi? Decidiu que não serei mais sua hóspede? – Me viro para encarar os seus olhos e distribuo o meu sorriso nervoso. Seu semblante é implacável, mas aquelas sobrancelhas que insistem em se juntar, estão separadas deixando visível que ele não está irritado.

— Me desculpe. – Neji defere passos em minha direção e eu recuo institivamente. O que ele pensa que está fazendo? Logo sinto as minhas costas encostar na porta. – Por isso que peço desculpas.

E antes que eu possa questiona-lo em seus pedidos de desculpas sem nexo sinto sua mão retirar a franja sobre meu olho esquerdo da forma mais delicada que ele consegue. E não consigo analisar ou muito menos pensar.

Seus dedos deslizam para meus lábios rapidamente quando ele percebe que eu iria começar a questiona-lo. Droga, ele me pegou direitinho. E a proximidade que já era muita tende a aumentar, quando para igualar nossas cabeças ele arca o corpo levemente para frente. Por Kami-sama, acho que ele vai me beijar neste exato momento.

Fecho meus olhos lentamente e um tanto que perdida nos fatos. Desde quando Neji é assim? Are, eu não consigo avaliar nada a menos de três metros de distância. E Neji está dentro deste limite, bem próximo...dos meus lábios.

E para meu desespero o leve toque de seus lábios é ao lado esquerdo do meu rosto, exatamente na minha bochecha. E o sentimento de tolice começa a transbordar. E eu pensando que iria ganhar um beijo do cara que insisto em gostar.

Contudo o afastar de seu corpo não ocorre como pensei e outro beijo é depositado em meu rosto e agora mais perto de meus lábios. Abro meus olhos para fitar os seus. Eles são ainda mais belos desta distância.

E eu poderia jurar que ele sorriu antes de tomar meus lábios para si de forma delicada. Ainda bem que sou péssima em consertar as coisas. Sinto seus dedos deslizarem sobre o tecido em minhas costas e a pressão dos seus lábios nos meus aumentar drasticamente.

Por favor, se for um sonho não me acorde! Nunca mais! Se ele imaginasse o tanto de tempo que eu esperei por isso ele jamais se afastaria como fez neste momento para deixar ar entrar em meus pulmões.

E eu não quero tirar os meus braços de seus ombros e muito menos sair das pontas dos pés, um pequeno esforço que faço para igualar nossas alturas. Esse seria o momento perfeito para dizer que ele é a pessoa que eu gosto, mas apenas consigo segurar o sorriso, afinal não quero parecer uma garotinha romântica.

— Você não gosta tanto dele assim. – Escuto Neji dizer ao girar a maçaneta ainda com a sua mão apoiada em minha cintura e fico um pouco perdida. Comigo ainda entre seus braços. – O que? Como assim?

Procuro pelos seus olhos, mas não o encontro, pois Neji se afastou e rumou para dentro da sua casa me deixando plantada na soleira da porta.

— Não gosta tanto do homem que afirma gostar, caso contrário não deixaria eu beijá-la. –Neji vira para me encarar e fico a analisar suas palavras e minha incompreensão me leva a rir. – Você estava apenas me testando?

E uma pontada de decepção começa a me corroer. Por favor, Neji não me faça querer te estrangular, não confirme a minha pergunta. Eu não sei o que farei, caso a resposta seja positiva. – Foi para seu bem, agora você não precisa ficar se lamentando por seja quem for.

Ele me dá as costas para subir as escadas e agora entendo o pedido de desculpas antecipadas. E a dúvida se realmente ele é um gênio me surge. Ele realmente não sabe que está pessoa é ele. Suspiro decepcionada, consigo entender sua iniciativa, mas não consigo aceita-la. E não vou aceita-la, jamais!

— Neji, você é um idiota! – Ele me fita do alto da escada e afirma positivamente. A vontade de chorar aumenta, pois não consigo entender a sua concordância em relação a minha ofensa. E poxa, ele realmente é bem pior em consertar as coisas. Encosto a porta delicadamente ao sair. Se ele pensa que eu iria ficar aqui depois desta, está muito enganado. Sem chances!

No final das contas, Hyuuga Neji mostrou ser um completo cego e ainda bem que reconhece que é um idiota. Pois se depender da minha pessoa para alerta-lo outra vez, não iria acontecer.

Esqueça! Nunca mais irei olhar para o gênio dos Hyuuga... para o idiota da minha vida, para meu avaliador em tempo integral.