Mais um belo dia amanhecia... O sol subia devagar sobre as nuvens brancas que teimavam em fazer sombra. Kai, Artur e Yunie continuavam a viagem rumo a Lalaris Town. Agora nossos heróis caminhavam por um corredor margeado de centenas de árvores verdes, era como um imenso túnel verde, repleto de pokémons escondidos e camuflados no verde intenso. Todos estavam ansiosos, pois sabiam que depois daquele “túnel” sabiam que chegaram a Gocki Rocks, cidade no caminho de Lalaris.

- Não vejo a hora de chegarmos! – Dizia Kai.

- Preciso ir a um pokémart, meus estoque medicinal está esgotado – Disse Yunie conferindo a maleta.

- E eu preciso levar o Murkrow ao centro, já que ele foi atingido por uma forte descarga elétrica – Disse Artur.

Nossos heróis agora continuaram com o percurso. Já era possível ver o final do túnel, a ansiedade se fez ainda mais presente.

- Vamos! – Gritou Kai correndo a frente.

- Tá! – Gritou Artur o acompanhando.

- Esperem! – Gritou Yunie, logo a garota os acompanhou.

Eles se livram da imensidão verde. Já era possível ver a cidade de Gocki Rocks. Era um cidade grande, mas não uma cidade comum. Era totalmente feia de pedra...

Gocki Rocks antes nem era conhecida assim, era conhecida como Ruínas Gocki. Ali e localiza uma enorme ruína, onde acreditava-se que vivia Regirock, um Pokémon antigo. A cidade era bem bonita, sem qualquer tipo de tecnologia, até mesmo as vestes dos cidadãos eram arcaicos.

Mais além da selva de pedra, como também era conhecida, havia uma enorme represa, que continha a inundação do Muro Gocki. A lenda diz que foi construída por Regirock para impedir a destruição de seu templo. Houve um tempo que um devastador terremoto atingiu a região destruindo todo o templo de Regirock. A cidade então foi construída com as pedras restantes das ruínas...No centro da cidade havia um bela escultura de pedra, na forma de Regirock, a qual todos acreditavam ser o guardião da cidade.

- É fantástica! – Gritou Kai.

- Totalmente feita de pedra, como eu ouvi dizer... – Concretizou Artur.

- Nunca vi algo assim... – Disse Yunie.

- Vamos, não vejo a hora de explorar o local! – Disse Artur descendo vale e indo em direção da cidade.

Ao atravessarem os portões da cidade foram recebidos por um simpático ancião:

- Bem vindos Jovens! – Disse o Velho – Não querem comprar fragmentos raros de Regirock?

O velho mostrava algumas pedras laranjadas, que mais pareciam pedras comuns...

- é sério!? – Kai pareceu interessado – Claro!

O garoto pegou algumas moedas da bolsa e entregou ao velho, o velho então retribuiu entregando uma pequena pedra, que na verdade era diferente das outras, essa era bem mais polida e mais brilhante.

- Obrigado jovem! – Disse o velho com um sorriso estampado.

O velho se inclinou e foi embora.

- Kai... – Disse Yunie chateada.

- Como ele é tonto... – Disse Artur.

- Hã? – O garoto não entendeu nada – O que foi?

- Isso é só uma pedra! – Rebateu Yunie.

- Até quando você vai continuar sendo enganado por velhos vendedores?! – Perguntou Artur.

Kai não respondeu. Só tirou um pedaço da linha de sua mochila e amarrou na pedrinha. Em seguida rodeou em seu pescoço e riu.

- As vezes devemos confiar nas pessoas... – Disse Kai.

- Uh?! – Artur e Yunie se impressionaram com as palavras do garoto.

Kai continuou:

- Mesmo que seja só uma pedra...Enquanto eu acreditar que tem um sentido especial ela vai ter...Mesmo que aquele velho seja um mentiroso...Eu resolvi confiar nele....Uma vez meu pai me disse:

- “Confie em seus amigos, e eles terão um motivo para confiar em você...” – As palavras foram surgindo na voz rouca do pai de Kai, o garoto estava emocionado e continuou.

- Por que vocês não confiam em mim...? – Perguntou o garoto escondendo o choro.

- Kai... – Falou Artur.

- Isso não é verdade! – Disse Yunie.

- Sei que são meus amigos mas... – O garoto desabafava – Por me tratam como uma criança? Não sou o bobão que pensam que eu sou...NÃO SOU!

Kai então saiu correndo, enxugando as lágrimas que ele lutava para esconder, Yunie correu para alcançá-lo, mas Artur a segurou e disse:

- Temos que confiar nele...

- Como assim? Não sabemos pra onde ele pode ir! – Disse Yunie.

- Por isso mesmo, confie nele... – Disse Artur.

Yunie então se acalmou. E abaixou a cabeça.

- Sinto muito Kai... – Murmurou a garota.

Kai corria pela cidade, sem dar atenção ao destino. Em alguns minutos ele atravessou a cidade, chegando a um lugar verde, distante das pedras da cidade e perto da água represada pela muralha de pedra. O garoto tristonho se apoiou no tronco de uma árvore, a sombra esfriava a cabeça do rapaz...Kai continuava lutando contra suas lágrimas, ele cerrava seus punho sobre a pedra no pescoço.

- Será que todos tem razão? – Murmurava Kai entre soluços e choro – Será que realmente sou inútil...? Será que o que todos dizem é verdade...? Por que eu tenho que ser o idiota...?

Kai continuava a discursar consigo mesmo:

- Na maioria das batalhas eu fui inútil na dupla...Artur vem sempre se destacando enquanto eu sou chamado de bobo por todos que me rodeiam...Nem mesmo mamãe confiou em mim quando prometi que traria Papai de volta...DROGA!...Fiz antas promessas e ainda não cumpri nenhuma delas...Cyndaquil, Treecko...Amigos...

Naquele momento, Kai percebeu algo perto da represa, só então ele prestou atenção. Ele via duas pessoas, na verdade eram pessoas bem familiares: DARK ROCKETS.

Kala e Kojiro preparavam algo em cima da represa, Kai desviou os ouvidos para ver se escutava algo:

- Explosivo número 01 instalado! – Disse Kala de um lado.

- Explosivo número 02 instalado! – Concluiu Kojiro do outro.

A garota deu uma gargalhada maléfica e continuou:

- Primeiro Deoxys, depois Articuno e agora Regirock!

- Se bem que pegar o Articuno depois daquele baile ridículo de inverno foi bem fácil! – Disse Kojiro.

- Não pode ser! – Disse Kai – Os Dark Rockets pegaram o Articuno, mas como? Se aquilo são explosivos, tenho certeza que eles vão destruir a represa e inundar a cidade,mas por que? Tenho que impedir isso!

Kai então se mostrou aos Dark Rockets, Kala e Kojiro ficaram furiosos ao ver o garoto.

- Parem imediatamente! – Gritou Kai.

- Ahh não! O idiotinha de novo? – Reclamou Kala.

- Vamos acabar com ele, antes que ele atrapalhe de novo nossos planos! – Disse Kojiro.

- Deixa comigo! – Disse Kala sacando uma pokébola – Vai Typhlosion!

A garota liberto o Tiphlosion negro, que rugia furioso.

- Pancada de corpo! – Ordenou Kala.

- Ainda não! – Disse Kai pegando uma pokébola.

Mas Typhlosion era muito rápida e atingiu o garoto antes mesmo que ele pudesse atacar, a pancada foi tão forte que o arremessou em uma árvore fazendo o cair sentado e inconsciente.

- Arghh! – Gemeu Kai ao bater na árvore.

- Pronto – Disse Kojiro – Agora vamos embora antes que tudo isso aqui exploda junto da gente! – Disse Kojiro.

Então os Dark Rockets partiram, deixando Kai sozinho e desacordado.

- Não... – Murmurava o garoto, lutando para que ficasse acordado – Eu não consegui, de novo... – Lágrimas escorriam devagar pelo rosto de Kai, o garoto sacou uma pokébola e liberou Eevee.

A raposinha ficou tremendamente preocupada em ver o estado do amigo, mas não havia nada que ela pudesse fazer...

- Eevee – Disse Kai – Encontre Artur e Yunie, detenha os Dark Rock... – O garoto não pode completar a frase. Kai havia desmaiado.

Eevee então correu a procura de Artur e Yunie, eles eram os únicos que poderiam salvar Kai. A última lágrima vinda dos orbes de Kai, escorria devagar entre sua face, até cair sobre a pedra em seu pescoço, ao ser banhada pela gota, a pedra começou a brilhar...

Depois de decifrar a mensagem de Eevee, Artur e Yunie seguiam o Pokémon, no intuito de encontrar Kai.

- Droga! O que aconteceu com ele? – Perguntava Artur ofegante.

- Não sei, mas estou preocupada, Kai pode estar em apuros! – Dizia Yunie acompanhando os passos apressados do amigo.

- Acha que os Dark Rocket estão envolvidos nessa?

- Não sei! O que Kai teria haver com eles?

- Kai pode ter se intrometido em algo... – Concluiu Artur.

- Acha que os Dark Rocket tem planos em Gocki Rocks?

- Se a lenda for verdadeira, eles podem estar atrás do lendário Regirock! – Disse Artur.

Yunie parou bruscamente se lembrando do acontecido com o Deoxys.

- Acha que eles estão atrás de pokémons raros? – Perguntou Yunie.

- Não! – Respondeu Artur  - Atrás de Pokémon lendários!

- Ahh não! Temos que ajudar o Kai! – Disse Yunie voltando a correr, dessa vez ainda mais rápido.

Artur e Yunie então se aproximaram do lugar onde Kai estava, e avistaram o garoto:

- KAI! – Gritou Artur – Kai estava diferente, faltava algo...A pedra que outrora rodeava seu pescoço, já não estava mais lá...

Artur percebeu o bipe ecoando da barreira, então arregalou os olhos e gritou com mais força.

- KAAAAAAAAAAAAAAAI!!!!!!!!

“BOOOOOOOOOOOOM!!!!!”

Uma poderosa massa de fogo surgiu, Artur e Yunie foram lançados para trás...Tudo havia mudado, a barreira de pedras aos poucos se rachava dando lugar a água...E kai...

Kai havia sido consumido pelo fogo...

CONTINUA...