Não Posso Te Amar escrita por Carol SF


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Novo Capítulo! Espero que gostem! :)



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Alex dirigia a toda velocidade em seu conversível prateado em direção a seu apartamento. Seu apartamento. Quando poderia imaginar que poderia dizer essa frase. Na situação miserável em que vivia mal tinha o que comer. Ainda poderia se recordar o momento em que entrara pela primeira vez naquele apartamento. Seus olhos brilharam feito uma criança ao receber um presente de Natal. Estava com um amigo que fizera em um de seus primeiros trabalhos que conseguira quando deixou pra trás aquele mundo pobre, precário e cheio de privações. Era um apartamento amplo, boa localização, com uma vista privilegiada, o único lugar limpo e livre da poluição naquela metrópole tão grande. E aqueles objetos caros,de valor inestimável, reluzindo a ouro diante daqueles olhos que jamais viram algo tão belo na vida. Trabalhava vendendo bilhetes de loteria em frente a uma joalheria, até que certo dia, um vendedor tivera que sair e lhe pediu para que ficasse olhando a loja por um segundo, ele acabou se atrasando e depois de zangar-se com o funcionário, percebeu a forma como falava bem e ciente do ocorrido, deu a ele a oportunidade de um tempo de experiência na loja de joias. Logo conquistou as pessoas que circulavam por lá por sua simpatia nata, atraía o interesse delas como as abelhas se sentiam atraídas pelo pólen das flores e não foi difícil para ele fazer amigos, dentre eles, um garoto magro, alto, franzino, devia ter mais ou menos uns 15 anos, se chamava João Pedro Caballero, claro, para ele, somente João, havia recebido recomendações para que não dissesse o sobrenome. Em pouco tempo, Alex conseguiu criar intimidade suficiente com o garoto e se tornaram grandes amigos. Tinha cara de nerd, a pele pálida pela falta de exposição solar, devia ficar a maioria de seu tempo enfurnado em algum cubículo alugado, com livros empoeirados sobre as estantes, devia estudar sobre física quântica ou algo do tipo e sonhar ser um grande cientista ou sendo menos leviano, tentando entrar pra alguma universidade. E quando se tratava de garotas, o pobre era um fiasco, Alex tentava ajudar a João ou seria atrapalhar, nessa tarefa. Para Alex, era uma grande diversão, colocá-lo em situações embaraçosas com as meninas, se aproveitava da inexperiência do rapaz e de sua confiança cega nele. Era visível que era muito inteligente, porém, se podia enxergar de longe também, que não tinha nenhuma experiência com o mundo, tinha poucos amigos e muita carência, Alex utilizava isso, para conquistar um papel de cada vez mais importância na vida de João. Era também muito misterioso, fazia questão de sempre ser o último a sair da joalheria, depois que todos tinham ido embora. Alex, intrigado, em uma tarde quase noite, simulou que ia embora mais cedo e ficou a um quarteirão de distância da joalheria, esperando-o sair. Coçou os olhos porque não acreditava no que estava vendo, um carro com vidros blindados estacionava em frente à loja, segundos depois, um chofer descia para abrir a porta ao garoto. Sacana, então o moleque tinha muito dinheiro e estava escondendo o jogo. Suas roupas casuais e comuns nunca iam denunciar tal coisa. A não ser, pelo cabelo repartido ao meio, milimetricamente arrumado, sem nenhum fio fora do lugar, mas também, isso não era exatamente uma regra. Fosse ele quem fosse, ele iria descobrir naquela mesma noite, dissera Alex a si mesmo. Pediu um táxi e seguiu o carro de luxo até a suposta casa do rapaz. Sua intuição estava certa. Era uma linda casa, ou deveria dizer mansão, com uma fachada iluminada, uma bela arquitetura e uma garagem que deveria abrigar uma frota incrível de carros. ''Deveria ter uma bela piscina!'' - ele pensou. Como nem tudo eram flores,a casa estava cercada de seguranças que mais pareciam armários e mal- encarados. Alex teve que usar suas habilidades de esgueirar-se nas sombras, para poder ter uma visão ampla da casa, mas, sem ser visto. Viu João cumprimentar dois dos seguranças e se encaminhar para a porta da frente. Desperto por um momento de seus pensamentos, Alex avançou o sinal e dobrou a esquina para o seu apartamento. Ao subir até o seu andar, Alex não fazia nenhuma questão de fazer contato visual, como de costume, embora não houvesse muitas pessoas no elevador, ele detestava ter de responder alguma pergunta tola, sobre como teria sido o dia, de pessoas que ele mal conhecia. Ao sair, sacou a chave do bolso e abriu a porta do apartamento. ''- Lindo lar! Você vai desfrutar de minha presença por pouco tempo!'' Quando se casasse com Patrícia, ele planejava se mudar para o litoral, quem sabe Acapulco, e quem sabe definitivamente. Aquele velho insuportável, Antônio De Las Nieves, não tinha tido uma boa impressão dele, Alex suspeitava de que nutria sérias desconfianças a seu respeito e não poderia permitir que botasse tudo a perder. Como dar um fim no velho naquele momento estava fora de questão, a melhor solução era mudar-se. Embora ainda tivesse o problema de convencer Patrícia a deixar o lugar onde nascera e crescera e se afastar do pai, ele tinha certeza de que Patrícia era como João, apresentava muitas fragilidades, aqueles se utilizaria delas para convencê-la, sem dar margem a nenhum comentário. Nesse instante, seu pensamento se voltou para o momento em que estava por descobrir a verdade sobre aquele garoto cheio de mistérios. Ele tocou a campainha e em alguns segundos a porta se abriu, um senhor alto, de bigode, com um relógio de ouro no pulso, o recebeu. ''- Espere!- pensava. Eu conheço esse rosto, não pode ser!'' Claro que conhecia, era o dono da joalheria, o senhor que ele havia visto certo dia através da janela. ''- Estava esperando por você, entre!'' - disse o senhor '' - Obrigado papai!'' - respondeu João. Seus ouvidos estavam lhe pregando uma peça? Alex ouvira bem? Aquele moleque acabara de chamar o dono da joalheria de papai? ''- Agora sim, Joãozinho, seremos como amigos de infância!'' - disse Alex com a voz impregnada de ambição. Virou-se satisfeito, esgueirando- se de novo para chamar um táxi. Logo, desapareceu na escuridão da noite.


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Notas finais do capítulo

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