Armações do destino escrita por Vih Sousa


Capítulo 7
Palestra


Notas iniciais do capítulo

Eita!!! É agora que vocês vão saber o que vai acontecer na palestra.
O que Sara irá achar do palestrante?
Boa leitura, meninas.



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Saímos do dormitório direto para a lanchonete da faculdade, como não estava tão frio, eu optei por usar um vestido longo de tecido leve e com estampas de flores, nada chamativo, e uma sandália rasteira. E como de costume, prendi o cabelo em um rabo de cavalo. Já Sam, como sempre, parecia que ia a uma festa e não para uma simples palestra. A lanchonete estava bastante movimentado e por sorte a mesa que costumávamos ficar encontrava-se vazia, rapidamente fomos até ela, logo fomos atendidas e pedimos o de costume. Café e um sanduíche natural para mim e waffles e suco para Sam.

—Você não deveria comer tanto doce. _Alertei, vendo-a derramar calda por cima dos waffles. Mas ela nunca me ouvia.

—Eu não vivo sem doce. Você sabe que eu amo.

Sam pôs um enorme pedaço na boca, fechou os olhos e gemeu ao sentir o sabor.

—Não é a toa que o Brandon te chama de formiga. _Ela riu, tampando a boca. _E por falar nele, ele sabe da sua admiração pelo palestrante?

—Mas é claro que não. _De olhos arregalados, respondeu ainda de boca cheia. _E não é admiração, só o acho bonito. Mas prefiro o meu amor!

—Queria ver se ele achasse outras mulheres bonitas.

—Desde que eu não sabia. Tudo bem. Caso contrário, ele vai se arrepender! 

Desta vez eu sorri, e eu até entendo os ciúmes dela, Brandon além de lindo, sua altura o porte físico forte, olhos verdes esmeralda e os cabelos loiros cortados em estilo militar chamava a atenção. E ele ainda é bastante popular e astro do time de hóquei no gelo da faculdade. As mulheres costumam rodeá-lo em busca de atenção, no entanto, ele é completamente apaixonado por Sam e sua atenção está sempre voltada a ela. A sua formiguinha, como ele costuma chama-la. Saímos da lanchonete, não sem antes Sam levar um pedaço de bolo e eu mais um copo de café. Chegamos ao auditório, trinta minutos adiantadas e por incrível que pareça o local estava praticamente lotado, na frente não havia um único assento vazio, no fundo era o mais vago, mas Sam insistiu para que sentássemos no meio.

Eu conhecia de vista boa parte dos alunos que ocupava o auditório, a maioria estudava biologia. O que já era esperado, final o assunto era da área dele, não de uma futura psiquiatra e a outra Cirurgiã. Enquanto Sam batia papo com uma conhecida dela, eu liguei o celular e fiquei conversando com uma colega de curso por mensagem. Acabei perdendo a noção do tempo e não notei quando todos ficaram em silêncio, Sam chamou minha atenção, avisando que o palestrante já havia chegado.

—Boa noite a todos. _O ouvi saldar. E continuei trocando mensagens. _Meu nome Gilbert Grissom. Alguns já me conhecem e os que não, prazer! Espero que todos gostem da palestra. Vamos começar?

Todos concordaram e em poucos segundos ele começou a falar sobre o assunto, em um rápido momento eu desviei o olhar do aparelho, olhei adiante e o homem estava de costas preparando os slides, voltei a olhar o celular quando uma nova mensagem chegou. A voz firme e grossa do senhor Grissom voltou a preencher o recinto. Sam mais uma vez me mandou largar o celular.

—Desliga isso. _Me cutucou com o cotovelo. _Presta atenção, se não eu vou tomar isso.

—Eu não preciso prestar atenção. _Sussurrei. O papo com minha colega estava mais interessante. _Sei tudo sobre o que ele está falando.

—E por que você veio?

—Porque você ameaçou jogar fora meu quadro Jon bon jovi....

—Senhorita? _O senhor Grissom falou. Eu o encarei. _Se não quer ficar, pode sair.

Eu tinha noção de que todos na sala me encaravam, o palestrante me olhava à espera de uma atitude minha, mas a única coisa que conseguia fazer era olha-lo, ou melhor, admira-lo. Sam sussurrou algo que não entendi. Dei atenção apenas ao dono daqueles olhos azuis penetrantes, nunca imaginei que ele fosse tão bonito e novo, dado a toda experiência que Sam me falou em sua pequena descrição sobre ele.

Ele não deveria ter mais que trinta.

—E então, você vai ficar ou não?

Ele quebrou o silêncio, me fazendo notar que estava em sua sala cheia de pessoas e ainda nitidamente babava pelo belo homem à minha frente.

—Desculpe-me, senhor Grissom. _Pedi, guardando o celular. _Ficarei e não vou mais atrapalhar.

—Ótimo. Senhorita?

—Sidle. Sara Sidle!

Respondi, um leve sorriso apareceu em seus lábios.   

—Qual o seu curso? _Ele quis saber.

—Medicina. _Surpreso, ele levantou uma sobrancelha.  

—Mais alguém que não curse biologia?

Apenas Sam e outro rapaz levantaram a mão. Sam estava ali para “admirar” o senhor Grissom. Já o rapaz, o interesse deveria ser outro. Eu o conhecia, e ele fazia física.

—Então senhorita Sidle, já que você sabe sobre o assunto. Voltei a olha-lo. _Por que não me explica o ciclo da mosca.

Que bom, ele ouviu eu me gabar! Limpei a garganta.

—Tudo bem. _Dessa vez eu sorri. 

—Ah, não. _Sam murmurou. _Outra vez não.

Não liguei para o comentário dela. E fiquei de pé a pedido dele.   

—Simplificando, as moscas passam por três fases antes de ganhar asas e voar. _Comecei. Ele me encarava. Assim como os demais da sala. _Primeiro as fêmeas põem os ovos sobre matéria orgânica ou fermentável como o lixo ou um corpo em decomposição por exemplo. Depois de 8 a 24 horas a larva nasce com cerca de 3mm e começar a se alimentar. No terceiro dia de vida a camada externa dela endurece, formando uma espécie de casulo, e no período de três a seis dias dependendo do clima ela fica imóvel e sem se alimentar. E então sua metamorfose está completa, e um uma mosca com cerca de 8mm nasce, podendo viver até por 30 dias.

—Muito bem! _Ele pareceu surpreso. Talvez não esperasse que eu soubesse a resposta. _Mas espero que preste atenção daqui por diante.

—Sim, senhor Grissom!  

—Satisfeita? _Sam me lançou um olhar incrédulo. E me puxou de volta ao assento. _Era isso que você que né, sua chata!

Concordei sorrindo, olhei em direção a Grissom e fui surpreendida, ele ainda me olhava e sorriu quando nossos olhares se cruzaram. Por cerca de vinte minutos ele continuou sua palestra, dessa vez prestei atenção em cada palavra dita por ele. Em cada movimento de sobrancelha. Aquele homem fez eu me sentir como nunca havia me sentido antes, nunca fiquei feito boba ao encarar um homem, no entanto, minha mente me alertava de que não certo. Primeiro por ele ser mais velho, não que isso fizesse diferença, segundo, a estadia dele aqui duraria pouco tempo.

—Bom, chegamos ao fim. Espero vê-los novamente amanhã.  

Todos caminharam em direção à saída e eu fui até ele.

—Ei , onde vai? _Sam parou ao ver que não lhe acompanhei.

—Eu te encontro na lanchonete.

Falei sem olha-la, indo em direção aos degraus e me aproximei do senhor Grissom.

—Deseja alguma coisa, senhorita Sidle?

Senti meu coração falhar uma batida. E fiquei muda por alguns segundo, mas pareceram ter sido horas.

—É... Apenas pedir desculpas.

—Está desculpada.

Sorriu.

—Ótimo. Eu adorei a aula. _Ele agradeceu, e continuou me encarando. Ainda com aquele sorriso de lado. Droga! _É... eu vou indo.

Ele concordou, dei um leve sorriso para ele e dei meia volta, caminhando rumo á saída.

—Nos veremos amanhã, senhorita Sidle?

Parei abruptamente, surpresa com a pergunta. Era claro que eu não perderia.

E mais uma vez recebi um lindo sorriso quando o respondi. 

—Sim, nos veremos!


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam do capitulo?
O que será que acontecerá nesse novo encontro?
Eu não sei! *-*
Bjussssss.
Até o próximo. ♥



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