Armações do destino escrita por Vih Sousa


Capítulo 2
Sonho Realizado


Notas iniciais do capítulo

Olá!!! Meninas, obrigada pelos comentários. *-*
Mais um capitulo. E espero que gostem.
Bjuss, boa leitura> ♥



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 _Finalmente, silêncio! _Murmuro, soltando um suspiro ao fechar a porta do meu quarto. Que não é apenas meu, afinal, morar em um lar adotivo, onde outras vinte pessoas moram, é um pouco difícil ter um quarto só para si. E quase impossível ter um pouco de silêncio ou privacidade. Mas como são três da tarde e tirando os quatro pequenos e Liam que tem 17 anos, assim como eu, a casa está vazia. E após terminar a minha parte das tarefas e acalmar os menores, colocando-os para assistir tevê, vim para o quarto com a desculpa de estudar. Deixando o restando para que Liam cuidasse, ele ia dar conta dos quatro sem mim até Maya e Stuart chegarem.

       Além de estar implorando por um pouco de paz, um momento sozinha para tentar me acalmar lendo algum livro e assim poder conter a minha ansiedade, conforme os dias da semana iam passando mais ansiosa eu ficava. Hoje fez exato um mês desde que fiz meu teste para uma bolsa na melhor faculdade dos Estados Unidos, e já passaram dois dias do prazo para o resultado, na casa todos sabiam sobre a bolsa e também se mostraram ansiosos para saberem o resultado, sabiam também do meu medo de não conseguir e quão decepcionada ficarei.

       "Você vai conseguir!" O apoio de Maya veio em minha mente. "E se não, existe outras faculdades tão boas quanto Harvard."

        Mas é em Harvard que quero me formar.

       "Eu vou conseguir!" Dizia para mim mesma desde o dia em que fiz o teste. No entanto, o medo pairava em minha mente.

       Balancei a cabeça, peguei o livro que me fez companhia durante a semana toda, dessa vez, nada como Shakespeare e seus belos romances e poemas para me fazer viajar, esquecendo-me do mundo real e ao mesmo tempo me fazer desejar ter um romance tão lindo como os dos livros.

No entanto, minha prioridade agora é a faculdade.

Com o livro na mão pulei a janela, pelo telhado caminhei até a escada que dava acesso a uma parte do sótão e subi, me acomodei próximo a pequena janela, sentei no colchonete que havia deixado no canto e próximo ao abajur já ligado, é inverno e o sol logo dará lugar a luz do luar, fazendo a temperatura cair mais ainda.

       Todo fim de tarde venho aqui para ler, estudar, escutar música, mas hoje em especial, assim como nos dois dias anteriores, eu esperava ansiosa pelo carteiro e daqui eu poderia vê-lo chegar.

       Torcia que hoje ele viesse, trazendo minha tão esperada carta! 

Em alguns momentos desviei o olhar do livro até a caixa do correio posicionada bem em frente à cerca de madeira da entrada da casa, assim como também olhei o relógio e a cada minuto que passava ficava mais apreensiva. Até que me perdi leitura, me fazendo viajar para longe do sótão. Sempre que lia um romance, me imaginava vivendo um grande e lindo amor, um amor que me fizesse suspirar, desejar a todo momento estar ao lado dele, ouvi-lo recitar um poema romântico, no entanto, viver um amor como os dos livros é quase impossível.

Mas nada me impede de imaginar.

Lendo eu conseguia esquecer da minha infância difícil, antes e depois de ir para um lar adotivo, vários na verdade, o primeiro não me adaptei, afinal, eu estava assustada, com raiva, não entendia o que levou minha mãe a fazer o que fez e acabei sendo mandada para outro onde sofri bullyng quando as crianças descobriram o que minha mãe fez, fazendo-me ficar mais revoltada até que agredi uma delas e novamente tive que ir para outro. Então após mais um, vim parar no lar do Senhor e da Senhora Graham, Maya e Stuart foram a melhor coisa que apareceu na minha vida, não foi facil para Maya li dar comigo, mesmo ela sendo psicóloga dei um pouco de trabalho, mas com o tempo compreendi que ela queria me ajudar, consegui me adaptar ao lar, as outras crianças e também entendi o que havia acontecido. Embora tenha sido difícil aceitar que o que levou minha mãe a tirar a vida do meu pai foi devido a um ataque esquizofrênico violento.

Porém, entendi as idas ao hospital, que os machucados nos braços da minha mãe eram causados por meu pai na tentativa de controla-la e leva-la ao hospital. Embora tenha passado minha infância escutando os outros falando mentiras sobre meu pai, nunca acreditei em nada! Infelizmente não tínhamos condições para dar um tratamento adequado, mas com todas as dificuldades meu papai se manteve ao lado dela e ao meu, tentando ajuda-la como podia. Ele nunca me contava sobre o que acontecia, porém, depois que voltavam do hospital ele sempre me levava para o parque, passávamos o dia juntos, apenas eu e ele, era uma maneira de me fazer esquecer.

Depois do que aconteceu, eu a vi apenas três vezes e na última visita que fiz ela não me reconheceu, há dois meses Maya me deu a notícia de que ela tirou a própria vida, me deixando uma carta com um pedido de desculpas. Ter visto sua situação e dos demais pacientes, imaginei que havia muitos como eles, muitos sem poder receber um tratamento e assim como tive ajuda psicológica quando precisei, eu poderia dar o mesmo para quem necessitasse...

—Sara. _Escuto a voz de Stuart. Olho o relógio, já passava das seis, estava tão perdida na leitura que não vi quando  Maya e Stuart chegaram. Olhei pela janela, o vi balançar o braço e em sua mão direita estava um papel, meu coração imediatamente acelerou, sabia que ali era a carta que tanto esperava. Ele me chamou e entrou na casa, assim como a alegria o nervosismo veio como um furacão, por um instante não consegui me mover.

Tremendo, nem sei como consegui descer a pequena escada sem despencar de lá, pulei a janela, passei rápido pelo quarto e fui em direção a sala, todos me esperavam. Olhei para os meus pais adotivos, eles estavam abraçados e sorriam.

—Sua carta chegou! _Stuart ergueu o envelope. Veio em minha direção e entregou a mim. _Parabéns.

—Você não sabe se eu consegui. _Afirmei, vendo o envelope ainda fechado. _Como tem tanta certeza?

—Porque você é inteligente, sei o quanto estudou. _Ele sorri e volta para o lado de Maya.

—Abre logo, Sara! _Todos pediram ao mesmo tempo.

Olhei o pequeno envelope, senti medo, medo de não conseguir, medo de decepcionar a todos e a mim mesma. Respirei fundo, abri e li a carta rapidamente a procura do resultado.

—E então? _Maya quis saber.

Por um instante fiquei sem acreditar. Tive que ler mais uma vez e mais uma, até ter certeza. Olhei para todos, espantada, logo notei alguns mudarem a expressão de ansiedade para a de decepcionados. Resolvi acabar com o suspense. E abrindo um sorriso, gritei.  

—Eu consegui! 


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Notas finais do capítulo

Já avisando, nessa fic a Sara não será csi. Alias, a formação dela será diferente.
Mas, será que acertaram qual será a profissão?
Acabei dando uma pequena dica, né. *-*
Até o próximo!!!



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