Meu Milagre escrita por Briden


Capítulo 33
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Olá, como estão? Eu estou com um misto de alegria e tristeza. Me sinto feliz por ter completado essa estória e triste por esse ser o último capítulo.

Foram meses com altos e baixos, felizes e tristes. Agradeço do fundo do meu coração a cada leitor que comentou, favoritou e até mesmo aqueles que apenas leram. Receber um carinho tão grande me deixa plena com meu trabalho.
Vocês são os melhores. Hoje lhe trago o último capítulo. Espero que gostem e também a lista de todas as músicas que ouvi durante cada capítulo que escrevi.
Obrigada a todos.

Boa Leitura.

PS: Link das músicas: https://play.spotify.com/user/bridenynkinson/playlist/70Amy3zfAAvzipLcXQ9V4F



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 17 anos depois 

— E o que aconteceu depois, papai? – Pergunta a menina de olhos azuis.  

— A Beatriz morreu? – Dessa vez pergunta a filha mais novo. – O Sr. nunca termina de contar.  – Cruza os braços sobre o peito fazendo um bico em seguida. 

— Vou terminar de contar hoje. – Aperta a ponta do nariz da caçula. – Após a foto cair no chão uma forte chuva caiu sobre a cidade, fazendo tod... 

— Richard? – É interrompido pelo grito da esposa. – Já falei que não quero conte essa história para nossas filhas. – Diz a matriarca ao adentrar o quarto. A mesma está grávida do seu terceiro filho. 

— Eu sei, mas eles querem saber. – Levanta e vai até a esposa. – Eles ouvem os outros comentando e ficam curiosos. 

— Por hoje chega. – Caminha até a cama das filhas, parando entre elas duas. – Está tarde e vocês precisam dormir. – Inclina um pouco e deposita um beijo na testa da filha. – Boa noite, meu anjo. – Direciona seu olhar para a caçula e deposita um beijo na testa da mesma. – Sonhem com os anjinhos. Deus os proteja e zelem vocês. 

— Amém, mamãe. – Respondem em uníssono. – Boa noite, papai. – Diz a mais velha. 

— Boa noite, meus amores. – Sorri para ambas. – Amanhã continuamos. 

— Está bem, papai. – A caçula diz ao bocejar. – Boa noite, papai. 

   A matriarca cobre a mais velha e depois a mais nova. Caminha até o esposa, que acolhe sua mão e juntos caminham para seu quarto. 

   Richard é um homem casado. O tempo fez ele amadurecer e mudar bastante seu modo de agir e pensar. Hoje com seus 32 anos é um homem dedicado a família e ao emprego. Um homem com mais corpo, músculos bem distribuídos, cabelos mais curto e com barba e até suas vestes mudaram um pouco. 

   A primeira gravidez de sua esposa veio quando tinha 26 anos e mesmo já sendo um homem maduro ficou apavorado – já que sua esposa engravidou de gêmeas – por não conseguir ser um bom. Hoje é um pai amoroso e dedicado que está presente na vida de suas filhas. 

   Laura é a mais velha – alguns minutos – assim como Richard tem os olhos azuis, os cabelos loiros, a pele alva com as bochechas rosadas e rechonchuda. Manuela é a caçula – por enquanto – tem a mesma cor dos olhos da mãe e os cabelos ruivos por causa da mãe e a pele alva, um pouco mais magra que a irmã. Ambas são doces e carinhosas, claro que Manuela é mais agitada e bem mais explosiva, já Laura é mais calma e tranquila. 

   O casamento de Richard não é um mar de rosas, mas também não é uma ruína, como todo casal eles tem desentendimentos, brigas e discussões, porém sempre resolvem as coisas com conversa. Ele sempre faz de tudo para que a esposa se sinta bem e esteja sempre com um sorriso nos lábios. 

   Richard ajuda a esposa a deitar na cama e a cobre em seguida. Caminha até o outro lado da cama e deita-se ao lado da esposa, mas encosta na cabeceira da cama e trás a esposa pra perto de si fazendo-a deitar a cabeça em seu peito. 

— Ainda a ama? Ama o que não existe mais? – Seu olhar é triste. – As coisas mudam, infelizmente. 

— Eu amo você. – Acaricia os fios sedosos da esposa. – Eu sei que não está sendo fácil para você, mas gostaria que pudesse tentar. 

— Acha que eu não tento, Richard? – Levanta a cabeça e encara o esposo. – Isso não está sendo fácil para mim. Tenta se pôr no meu lugar. 

— Desculpa. Eu nunca mais conto para nossas filhas aquela história. – Envolve a esposa em um abraço caloroso. – Eu te amo. 

— Também amo você. – Cola seus lábios no do esposo, dando início a um beijo repleto de amor e desejo. 

— Melhor parar por aqui. – Diz ao terminar o beijo. – Depois que nosso filho nascer a gente continua isso. – Acaricia a barriga da esposa. – Agora durma. 

— Boa noite, querido. – Deposita um selinho casto nos lábios do esposo e deita a cabeça no peito do mesmo. – Obrigada. 

   Richard responde com um beijo na cabeça da esposa. Cobre a mesma e apaga o abajur. Ele só dorme após ter certeza que a esposa e as filhas estão dormindo. Ele zela o sono das três até o cansaço ganhar. 

 

                                                                             ✟ ✟ ✟ ✟ ✟ ✟ ✟ 

 

   O dia amanhecera trazendo uma manhã ensolarada, sem nuvens no céu e uma brisa suave, trazendo consigo os cheiros da flores. 

   Richard acordará mais cedo do que de costume. A mesa do café já posta, repleta de gostosuras – leite, café, suco de laranja e de morango, torradas, pão de queijo, bolo de fubá cremoso, pães, queijo, presunto, peito de peru e salame, geleia de morango e de uva e algumas frutas – ele sempre exagera quando prepara as refeições da família. 

   Laura adentra a cozinha – descabelada, com um pijama de gatinho e com uma pelúcia de gato – esfrega os olhos ainda sonolenta. 

— Bom dia, papai. – Aproxima-se do mais velho. – A mamãe não acordou ainda? 

— Bom dia, minha princesa. – Abaixa o fogo e vira para a filha. – Ainda não, mas daqui a pouco ela acorda. – Deposita um beijo na testa da menor e a pega no colo. – Você está pesada. – Vai até a mesa e a coloca sentada em uma das cadeiras. – Sua irmã ainda dorme? 

— Não, papai. – A mais nova diz ao adentrar a cozinha. Diferente da irmã, ela usa um pijama preto com umas caveiras roxas. – Bom dia. – Puxa a cadeira ao lado da irmã e senta. 

— Bom dia, minha bruxinha. – Bagunça os fios ruivos da filha. – Estão com fome? 

— Sim, papai. – Dizem em uníssono. 

— Vou terminar aqui. – Diz ao voltar sua atenção para o fogão. – Aonde nós iremos hoje? 

— No parque. – Laura pronuncia-se primeiro. – Quero andar no carrossel. 

— Não quero. – Manuela diz emburrada. – É minha vez de escolher. 

— Hoje é a vez da sua irmã escolher. – Richard desliga o fogo e sua atenção vai para as meninas. – O que você quer? 

— Piquenique. – Olha séria para a irmã mais velha. – No lago. 

— É um ótimo programa. – Diz a matriarca ao adentrar a cozinha. – Bom dia, meus amores. – Deposita um beijo no topo da cabeça da filha caçula. – Que cheiro delicioso. – Deposita um beijo no topo da cabeça da filha mais velha e um selinho demorado no esposo. 

— Eca! – As meninas fazem caras de nojo. 

   O casal ri das meninas. Elas sempre agem dessa forma quando o casal demonstra algum tipo de afeto diante delas. 

   Richard puxa a cadeira para a esposa e a mesma senta-se. Ele serve um pouco de suco de laranja para a esposa e põe um pedaço de bolo para a mesma. 

— Obrigada, querido. – Sorri em agradecimento. – O que vocês querem, meninas? 

— Eu quero ovos mexidos. – Manuela é a primeira falar. – E panquecas. 

— Não tem nenhum dos dois. – Richard serve um pouco de leite para a caçula. – Amanhã eu faço, prometo. 

   Enquanto Richard serve a caçula, a matriarca serve a mais velha – com suco de morango e algumas torradas com geleia – após servir a caçula, Richard senta de frente para esposa. 

   Já está acostumado com o jeito da caçula, que sempre quer o oposto da irmã e mesmo sendo gêmeas elas não se parecem em nada – nem na aparência, já que os olhos e os cabelos são de cores diferente – mas as irmãs se dão bem, apesar da diferença. 

   Richard assisti a cena das três conversando e sorrindo, com admiração. Nunca se cansa de ver essa cena, que se repete todos os dias, sente-se completamente feliz. 

   Deus havia sido muito bom com Richard. Após as tragédias de sua vida, depois de ter sua fé testada ele aprendeu de uma forma dolorosa que a vida da voltas e pagamos tudo o que fazemos enquanto estamos na terra. Agora é um homem maduro e de fé, com ajuda da esposa passa as filhas todos os ensinamentos que teve. 

— Dêem as mãos. – A matriarca segura nas mãos das filhas. – Querido, as preces, por favor. – Abaixa a cabeça e fecha os olhos. 

   O sorriso nos lábios de Richard fica maior ainda – ele nunca se cansaria de agradecer pela vida e pela família que tem – ainda sorrindo ele abaixa a cabeça e fecha os olhos, para dar inicio a mais um dia ao lado de sua família. 

 

                                                                             ✟ ✟ ✟ ✟ ✟ ✟ ✟ 

 

   – Aqui está bom. – Richard diz ao se aproximar de uma ipê branca. 

   Após o café da manhã, Richard montou a cesta de piquenique com a ajuda das filhas. A família foi a missa e depois em um almoço na casa dos pais de Richard. Passaram uma manhã e uma tarde agradável. 

   Como queriam assistir o pôr do sol, saiu antes das três da tarde. Dirigiu até a saída da cidade – que agora tem um lindíssimo parque e é bem protegido para que não haja nenhum acidente – é cuidado e sempre está com a grama cortada, com flores vivas e bem cuidadas e com novas árvores.  

   Laura e Manuela estendem a toalha diante da árvore e colocam a cesta em cima da mesma. Richard ajuda a esposa sentar e senta ao lado da mesma. Enquanto as meninas arrumam as comidas. 

— Querem ajuda? – Richard pergunta já sabendo a resposta. 

— Não, papai. – Dizem em uníssono. – Não somos mais criancinhas. 

— Tá legal. Isso assusta as vezes. – Fala ao notar o quanto as duas são conectadas. – Podem parar com isso. 

— Parar com o que, papai? – As duas levantam a cabeça e encara o mais velho. – Está errado a forma como estamos arrumando? 

   A matriarca não aguenta e cai na risada ao notar a cara de assustado do esposo. Ela já se acostumou com essa parte da maternidade e que as duas fazem isso para deixar o patriarca assustado. 

— Nós podemos brincar? – Manuela pergunta assim que vê a mãe mais calma. – Não iremos muito longe. 

— Está bem. – Sorri para as filhas. – Quero vocês aqui daqui a pouco. 

— Está bem, mamãe. – Manuela segura na mão da mais velha e a sai puxando para longe dos pais. 

   Richard encosta no tronco da árvore e trás sua esposa junto, envolvendo-a em um abraço protetor. Com sua outra mão faz leves caricias na barriga da mesma, que fecha os olhos para apreciar o momento deles. 

   O vento sobra fazendo algumas flores caírem sobre a cabeça do casal. Richard olha com admiração e amor para a esposa, jamais imaginou que teria alguém tão especial e importante. A ama cada vez mais e mesmo brigando as vezes, ele sabe que só ela é a dona de seu corpo, do seu coração, da sua alma e do seu espirito. A única. 

— Sinto muito por ontem. – Diz ao abrir os olhos e olhar para o esposo. – Está sendo um período muito difícil para mim. – Suspira frustrada. 

— Eu sei, meu amor. – Leva sua mão até a face da esposa fazendo uma leve caricia ali. – Sei que perder seus pais de uma forma tão bruta foi um choque para você. – Limpa as lágrimas que caem pela face da amada. – Mas lembre-se de que eu sempre estarei aqui. 

— Uma parte de mim foi junto. – Tira a mão do esposo de sua face. – Foi por minha causa eles terem morrido. 

— Não foi. – A puxa para um abraço. – Seus pais só fizeram o que qualquer um faria, estavam protegendo sua prole. – Acaricia as madeixas da esposa. – Prometa que vai ficar bem. 

— Eu prometo. – Afasta-se um pouco do aperto do esposo e o olha. – Você é a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Eu te amo. 

— Eu também amo você. – Deposita um beijo casto na testa da esposa. – Vamos ver o pôr do sol. – Desfaz o abraço e levanta. – Cuidado. – Segura na mão da esposa e a ajuda a ficar de pé. 

   De mãos dadas caminham para ver o pôr do sol do outro lado do parque. Passam por muitas famílias que aproveitam o fim da tarde – a maioria amigos – veem crianças brincando de pega-pega. Casais namorando. 

   Parece que a cidade só havia mudado na estrutura, pois continua igual. Com a mesma tranquilidade, com os mesmo conceitos em relação a família, religião, amigos e educação. O tempo havia evoluído os cidadãos e ensinado a todos o verdadeiro significado da palavra fé. 

   Laura e Manuela avistam os pais e correm de encontro a eles. Uma família perfeita – com imperfeições – o casal Campbell tinha se tornado o exemplo de pais e casal para toda cidade. Ensinando a todos os verdadeiros valores da família. 

   Os quatro param atrás da cerca de segurança da colina – com crianças presente eles cercaram o local para evitar acidentes – os olhos dos quatro vão para o céu, que está com um misto de cores. O espetáculo é contemplado por todos os visitantes que aos poucos vão se aproximando para apreciar o momento. 

   Richard volta seu olhar para sua esposa – que sorri feliz – seus olhos marejados denúncia o quanto está feliz por ter ela ao seu lado. Por tê-la conhecido melhor. Mesmo que seu relacionamento tenha começado com mentiras – mas no fundo não se arrepende disso – porque se não fosse aquela aposta jamais teria conhecido e se apaixonado e jamais teria descoberto o verdadeiro amor. 

— Obrigado Senhor por coloca-la em minha vida. – Diz ao olhar para o céu. – Obrigado por ter me dando esse milagre. – Volta seu olhar para a esposa que o encara com os olhos marejados. – Eu te amo, Beatriz. – Sela seus lábios nos da esposa. 

   Nós não sabemos e nunca saberemos quais são os planos de Deus para nossas vidas, mas sabemos que todos nós temos um propósito e que só partimos quando completamos ele. Todos nós temos uma religião ou não. Acreditamos ou não em um Deus, mas nosso amor não é medido pelas vezes que vamos a igreja ou quanto doamos para a igreja e sim pelos nossos atos com o próximo. Só Deus sabe da nossa fé, independente da religião que servimos. 


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Notas finais do capítulo

Espero que seja um até breve. E que me digam se foi o esperado.

Beijos. Obrigada



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