Meu Milagre escrita por Briden


Capítulo 29
Capítulo XXVIII


Notas iniciais do capítulo

Olá, como estão?
Sei que está um pouco tarde para postar, mas não ia deixar para quinta-feira.
A boa notícia é que eu estou com internet em casa, então a partir de hoje só deixarei vocês quando eu finalizar a estória.
Foi um capítulo muito complicado e espero que tenha saído bom e que vocês apreciem muito esse capítulo.

Boa Leitura.



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Mesmo estando em um momento delicado Beatriz se sente feliz e plena. Desde que fizera as pazes com Richard tudo parece estar indo bem, nada tira o sorriso no rosto da jovem e a alegria que seu coração carrega. 

   Richard havia a levado em diversões médicos, também em outras cidades e até quer levar ela para fora do país para poder saber qual é a doença que a namorada tem, mas a jovem se recusa a ir. 

   Porém nem tudo está indo tão bem, Robertha ainda recusa-se a ver a filha e o clima dentro da casa está tenso e carregado de brigas, após ficar ao lado da filha Miguel se colocou contra a esposa e agora o casal mal se olham. Já com Bianca as coisas estão piores, já que a filha faz questão de perturbar a caçula da família. 

    A única coisa que a garota não aguenta é ficar em casa, deitada na cama sem fazer nada, apenas vendo a hora se arrastar lentamente. E como todos ainda tem uma rotina, a jovem passa o dia todo sozinha – sozinha não, Robertha sempre está em casa, mas não se importa com a filha – e passa a maior parte do tempo imaginado como será a vida de todos depois de sua morte. 

    Mesmo sabendo de sua morte não deixa de sonhar com seu futuro ao lado do Richard – afinal a jovem ainda tem esperanças – sonha bastante com seu casamento com rapaz, como seria e se seria duradouro. O coração da jovem se aquece só de imaginar com esse futuro – que nunca chegaria – ela não cria falsas esperanças, pois algo dentro de si diz que tudo vai ficar bem. 

    Cansada de ficar deitada a jovem levanta da cama – hoje é um dos dias em que sua saúde está boa – alcança o guarda-roupa, abrindo o mesmo. Não vai para lugar nenhum, mas mesmo assim quer por uma roupa para poder ir tomar um pouco de ar fresco. 

   Avista um vestido no fundo do guarda-roupa e pega o mesmo, abrindo-o  em seguida e fica surpresa em ver – um vestido rosa com pequenas penas espalhado pelo mesmo e um laço pequeno no busto – o vestido que foi de sua mãe e sabe disso porque já havia visto uma foto da matriarca com o mesmo. Só não sabe como foi parar em seu guarda- roupa. 

   Joga ele em cima da cama e fecha as portas do guarda-roupa, adentra o banheiro e olha para o espelho vendo seu reflexo – cansado, pálido e com olheiras – solta o cabelo e desce o as alças da camisola deixando a mesma cair no chão. Desde que adoecera seu corpo havia passado por mudanças, a perda de peso lhe foi o mais grave. 

   Cansada de se ver a jovem caminha para debaixo do chuveiro, abrindo o mesmo – a água fria sempre lhe ajuda a pensar – todos os músculos de seu corpo relaxam ao sentir a água descer por seu corpo. Um momento de paz para pensar em sua vida. 

     A jovem ensaboa o corpo, para logo depois a água levar toda a espuma. Aproveita que consegue se banhar sozinha para lavar os cabelos – desde que contou a verdade para todos, sua saúde tem estado péssima e são raros os dias em que a jovem consegue banhar-se sozinha – após tirar o xampu do cabelo, a jovem encerra o banho e pega a toalha. 

   Em breve Beatriz não estará na vida das pessoas que ama, por um lado ela se sente bem, mas pelo outro não, principalmente por saber que irá deixar sofrimento no coração das pessoas que ama. 

   Beatriz sai do banheiro – após se secar – pega uma calcinha e sutiã, ambos rosa e os veste em seguida. Pega o vestido de cima da cama e o veste, vai para frente do espelho – abre um pequeno sorri em ver que o vestido lhe caiu bem – corre para o outro lado do quarto e pega uma sapatilha rosa, pondo-as em seus pés. – Uma alegria estranha havia surgido no peito da jovem. – Penteia os cabelos com cuidado, pois os mesmos estão caindo, após penteados a jovem se olha uma última vez no espelho e sai do quarto. 

    Caminha em passos rápidos, mas ao ouvir soluços ecoando na sala a jovem volta e para na porta ao ver a mãe. Mesmo sabendo que a matriarca irá lhe xingar ou agredir a jovem vai de encontro a mais velha – parando uma distância segura – Robertha não percebe a presença da filha. 

— Mãe? – Chama a matriarca um pouco receosa. – A Sra. está bem? 

   Robertha levanta a cabeça e encara a filha, sua expressão fica surpresa ao ver a caçula com uma veste antiga sua. A mais velha tenta dizer alguma coisa, mas nenhuma frase coerente sai. 

— Está se sentindo bem? – Pergunta preocupada. – A Sra. precisa de algo? 

   Robertha tenta processar toda a informação que seu cérebro acabara de receber, mas parece que a mais velha não consegue processar a imagem que está diante de seus olhos. 

— Mãe? – A jovem se aproxima da mais velha. – A Sra. está bem? 

   Ver Beatriz com uma veste sua lhe atinge em cheio – já havia reparado na mais nova e sabe que a jovem parece consigo quando era mais nova, porém não achou que a semelhança fosse tanta – se não fosse a cor do cabelo, juraria estar se vendo mais nova. 

— Por favor mãe, diz alguma coisa. – A jovem toca a face da mais velha, fazendo a mesma despertar do pequeno transe. – A Sra. está bem? 

— Tire sua mão de mim. – Diz ao bater na mão da mais nova. – Nunca mais toque em mim. – Seu olhar para a menor é de ódio. – Volte para seu quarto. 

— Desculpa mamãe, eu não fiz por mau. – Por instinto a jovem se afasta da mais velha. – Sinto muito mamãe. 

— Eu não sou como seu pai. – Diz ao levantar ficando poucos passos da mais nova. – Você conseguiu destruir ainda mais a minha vida. 

— Por que me odeia mamãe? – Pergunta um pouco receosa. 

— Você destruiu minha vida. – Fica de costas para a mais nova. – Perdi o Arthur e o Miguel, obrigada por isso. 

— Mamãe, essa nunca foi minha intenção. – Aproxima da mais velha e com cuidado toca o braço da mais velha, fazendo a mesma lhe olhar por cima do ombro. – Eu só queria saber como é ter uma família. – Diz com pesar. – Mas nunca foi minha intenção destruí-la. 

— Beatriz? – Diz sem pensar. 

   Robertha não consegue desviar o olhar – ou pelo menos acha que não – os olhos de Beatriz transmite uma dor que a mais velha nunca havia notado. 

— Sinto muito. – A jovem quebra o silêncio. – Eu amo a Sra. e quero vê-la sempre feliz. – Finas lágrimas descem pela face da jovem. – Queria poder ter sido a filha que a Sra. tanto sonhou. Sinto muito. – Dá um sorriso triste. – Com licença. – Acena com a cabeça para mais velha e sai em seguida. 

    Beatriz sempre tentou ser a filha ideal para a matriarca, mas nada que a jovem fizesse fazia a mais velha feliz e agora vê que ainda não consegue. 

                                            ✟ ✟ ✟ ✟ ✟ ✟ ✟  

   Sentada em uma das cadeiras que tem nos fundos da casa, a jovem apenas relaxa enquanto o aprecia os poucos raios solares que estão ali. Depois do ocorrido de mais cedo, Beatriz opta por ficar quieta em seu canto. 

   A brisa acaricia a face da jovem, fazendo os cabelos balançarem – o sol não bate diretamente na jovem – com os olhos fechados ela aprecia o momento. 

   A barriga da jovem ronca alto – sua última refeição foi antes de seu pai sair – e como sua mãe está em casa, o medo de ser pega é maior que a fome. 

   O barulho do portão é ouvido fazendo a jovem despertar de seus pensamentos. Sem pensar a muito ela levanta e caminha para dentro da casa. 

    Aproveitaria a ausência da matriarca para poder comer alguma coisa. 

   A jovem adentra a cozinha, mas para ao sentir uma pontada no peito – uma dor aguda – se inclina pondo a mão sobre o peito tentando de uma forma passar aquela dor. As pernas da jovem fraquejam levando a mesma cair de joelhos. 

   A doença que tem não tem um diagnóstico exato, então a jovem fica as cegas em relação a doença, as dores vem de repente e de formas diferentes. 

   O corpo da jovem tomba para frente batendo a testa no piso da cozinha, ganhando um corte. Com dificuldades ela rola para o lado ficando de barriga para cima, tentando não deixar ser levada pela sonolência. 

   Não tem para quem pedir socorro e a dor em seu peito não cessa a cada respirada a dor só aumenta. 

    A morte havia chegado antes do tempo? O medo de morrer sozinha instala-se no coração da jovem. 

— Não Senhor, não posso morrer agora. – Aperta os olhos com força fazendo as lágrimas caírem rapidamente. – Por favor, deixe-me ficar só mais um pouco. 

   Sua única vontade é de dizer adeus para todos – já havia aceitado sua morte – só não queria aceitar morrer agora. 

   Por estar perdida em sua dor não percebe a entrada da matriarca no local, que fica surpresa ao ver a jovem caída e sem pensar duas vezes ela corre até a jovem. 

— Beatriz? – Sua voz sai aflita e preocupada. – Beatriz acorde. – Dá leves batidas na face da filha. – Por favor. Não morra. Agora não. 

   Por ser uma profissional experiente Robertha sabe como agir em qualquer situação, porém algo a impede de agir como tal e seu desespero fica maior ainda. 

   Beatriz está consciente, ouvindo cada palavra proferida pela mais velha, mas não consegue abrir os olhos. 

— Senhor. – A palavra sai involuntariamente pelos seus lábios. – Beatriz acorde. Por favor. Você não pode morrer. – Fecha os olhos com força deixando as lágrimas rolarem por sua face. – Senhor, não a leve. Agora não, Senhor. 

   Desde a gravidez da caçula Robertha havia deixado sua fé de lado, perdeu todas as esperanças por achar que a filha mais nova havia sido uma praga para sua família. 

   Robertha une as mãos e abaixa a baixa cabeça – fara algo que não faz a anos, rezar – não sabe o porquê de estar fazendo isso, mas é a única coisa que tem em mente. 

   Beatriz abre os olhos, ao notar o silêncio repentino da matriarca e fica pasma ao ver a imagem da mãe rezando perto de si. 

   A jovem não sente mais a dor em seu peito, apenas o sangue escorrer pela sua testa. Com um pouco de dificuldade fica de joelhos de frente para mais velha. 

— Mãe? – Põe a mão na face da mais velha fazendo a mesma abrir os olhos. 

— Beatriz? – Seu olhar é um misto de surpresa e confusão. – Não morreu? – Sem pensar muito joga-se nos braços da filha, dando um abraço apertado. – Obrigada, meu Deus. 

  Mesmo estando confusa Beatriz retribui o abraço – ambas choram, de saudade, emoção, amor e arrependimento – Robertha desfaz o abraço e põe as mãos na face da filha. 

— Fiquei com medo de te perder. – Limpa as lágrimas da face da filha. – Vem, vamos limpar esse machucado. – Diz ao tirar as mãos da face da jovem. 

   Robertha levanta trazendo consigo a jovem – que se mantém calada – as duas sobem as escadas indo direto para o quarto do casal. 

   O olhar da jovem é um misto de alegria e medo, não compreende essa atitude da mãe. O silêncio incômoda a jovem, mas tem medo de dizer algo e acabar deixando a mais velha furiosa. 

   Ao adentrarem o quarto Robertha põe Beatriz sentada na cama e corre para o banheiro. A jovem mantém a cabeça baixa – entrar no quarto dos pais é algo que a jovem só faz quando ambos não estão – mas agora havia feito isso por causa da mãe. 

— Beatriz? – A jovem levanta a cabeça dando de cara com a mãe em pé na sua frente. – Acho que não foi tão fundo. – Agacha diante da filha, abrindo o kit de primeiro-socorros. – O que houve? 

    Beatriz segue cada movimento da mãe, sem dizer uma única palavra. Nunca havia sido tratada dessa forma e isso a deixa apavorada. 

— Já pensou se eu não tivesse voltado? – Com cuidado limpa o sangue já seco da testa da filha. – Você não pode ficar andando sozinha, mesmo dentro de casa. – Volta sua atenção para o kit. – Agora me diga o que houve. 

   A jovem ainda tenta processar cada gesto e palavra que a matriarca faz e diz, tudo ainda está muito confuso na mente da jovem. 

— Filha? – Toca com delicadeza a face da filha. – Preciso saber o que houve, diz por favor. – Acaricia a bochecha rosada da mais nova. – Eu sei que está com medo de mim, mas eu prometo que não vou fazer nenhum mau a você. 

   Um momento mãe e filha, que a jovem sempre desejou, porém tem medo de estragar esse momento dizendo alguma besteira. 

   A mulher que está diante de si não parece em nada com a mulher cruel e má que viu durante sua vida toda. Parece a mulher bondosa e carinhosa que só aparece com os outros filhos. 

   Será que a jovem morreu e está em seu céu ideal? Ou apenas um sonho causado pela queda. Independente de qual seja a explicação a jovem não quer voltar a realidade. 

— Pronto. – Diz ao terminar o curativo e acaba ganhando a atenção da jovem. – Vou buscar um analgésico para você. – Pega a maleta do chão e caminha de volta para o banheiro. 

   A jovem segue os movimentos da mãe – será um sonho? – Questiona aflita. Não quer que seja mais um fruto da sua imaginação, o pânico já é nítido em seus olhos. 

— Tome esse comprimido e descanse um pouco. – Estende ambas as mãos para a filha. – Irá melhorar a dor que está sentindo. 

— Obri...obri...gada. – Pega o comprimido e o copo das mãos da mãe. – Me...melhor eu...eu...vou...vou pa...para...com licença. – Levanta afobada, mas é parada pela mão da mãe em seu ombro. 

— Tome logo esse analgésico. – Sua voz sai fria e autoritária e assusta a jovem. – Desculpa, não quis assusta-la. 

   Sobre olhar da mãe a jovem engole o comprimido e bebe de una só vez a água. Ao ver o efeito que tem na filha seu coração se aperta. 

— Deite na cama. – Pega o copo da mão da menor. – Eu não vou fazer nada. – Dito isso a mais velha sai do quarto. 

   Beatriz obedece cegamente a ordem da mãe – conhece muito bem a personalidade da mais velha – senta na ponta da cama e observa o porta-retratos com a foto de casamento dos pais. 

   Um de muitos sonhos que nunca irá se realizar – o casamento – desde seus treze anos sonha com o seu casamento e em com será, mas hoje percebe que nunca saberá. 

   As lágrimas voltam a manchar a face da jovem. A dor de não realizar todos os seus sonhos é maior que o medo da morte. 

   Robertha adentra o quarto e para ao ver a face chorosa da filha – seu coração falha uma batida – caminha até a jovem, sentando ao lado da mesma. 

— O que houve? – Toma a face da filha entre as mãos fazendo a jovem olhar em seus olhos.  – Por que as lágrimas? 

   Beatriz dá um sorriso triste, não sabe o que falar. Estar diante da mulher que sempre lhe tratou mal acaba deixando sua mente e coração confusos. 

— É compreensivo você ter medo de mim. – Limpa as lágrimas da face da filha. – Eu me arrependo do fundo do meu coração de todo o mal que lhe causei. 

   A jovem retira as mãos da mãe de sua face segurando ambas com força. A jovem volta seu olhar para a face da mais velha. 

— Gostaria de ouvir você. – Sua voz sai baixa. – Eu sei que fui uma péssima mãe e compreendo se você me odiar. – Abaixa a cabeça fugindo do olhar atento da mais nova. – Seu pai tem razão. Foi um acidente. 

   Ao ver as lágrimas da mais velha caírem em sua mão, a jovem leva uma das mãos até a face da matriarca erguendo-o com cuidado. 

— Não chore, por favor. – Sua voz sai doce e suave ganhando a atenção da mais velha. – O passado não importa mais. Eu não a culpa de nada, mas saiba que eu não a odeio. 

— Você me perdoa? – Pergunta angustiada. – Apesar de todo o mal que lhe causei e da forma como lhe tratei? 

— A Sra. é minha mãe e eu a amo acima de tudo. – Sorri terna para a mais velha. – Obrigada por me dar a vida. 

   Sem conseguir se conter Robertha envolve seus braços no pescoço da jovem dando-lhe um abraço apertado. 

— Eu sinto muito por ter destruído a vida da Sra. – Afunda a cabeça no peito da mãe. – Mas em breve tudo ficará bem e a Sra. será feliz. 

— Não. – Diz desesperada. – Não serei feliz sem você aqui. – Desfaz o abraço para poder olhar nos olhos da filha. – Você é a luz dessa casa e sei disso porque desde que entrou na vida do seu pai e do Arthur eles tem estado mais felizes. 

— Nós podemos começar tudo de novo. – Limpa as últimas lágrimas de sua face. – Quero vê-la sorrindo. 

— Eu vou mudar, prometo. – Abre um sorriso sincero. – E começando agora. – Limpa a face com o dorso da mão. – Você precisa dormir um pouco. – Levanta da cama e começa a levantar as cobertas da mesma. – Deite-se, por favor. 

— Obrigada, mamãe. – Tira as sapatilhas e deita na cama. – Poderia ficar comigo até eu dormir? 

— Claro. – Cobre a caçula e senta ao lado da mesma. – Seu pai tem razão, você é minha cópia. – Acaricia as bochechas rosadas da filha. – Nós iremos estar ao seu lado até o final. 

— Não preciso de mais nada. Já tenho tudo o que sempre sonhei. – Segura a mão da mãe dando-lhe um beijo na mesma. – Eu te amo muito. – Diz sonolenta. 

   Robertha abre um sorriso maior ainda ao ouvir a última frase da filha – em outro momento teria repudiado essa frase – nunca achou que ficaria feliz com um ato tão simples, mas sincero. 

   Desvencilha da mão da filha, mas volta para a face da mesma fazendo leves carícias. Um sorriso brota nos lábios da menor. 

   Lágrimas voltam a cair pela face da matriarca – lágrimas de dor, arrependimento e culpa – sabe que não pode voltar no tempo e infelizmente não tem muito tempo ao lado da filha. 

— BEATRIZ? – Um grito quebra o silêncio fazendo a matriarca despertar de seus pensamentos. – Robertha? – Chama ao adentrar o quarto. – Você viu a Beatriz? E aquele sangue na cozinha? 

— Shiii. – Repreende o mais velho. – Vai acabar acordando a Beatriz. – Levanta da cama revelando a jovem inconsciente. – O que faz em casa a essa hora? 

— O que ela está fazendo aqui? – Pergunta confuso e surpreso. – O que você fez? 

— Ela caiu e bateu a cabeça, então a trouxe para cá. – Segura na mão do esposo e o puxa para cama, pondo-o sentado na mesma. – Eu dei um analgésico e agora ela está descansado. 

  Robertha encosta a cabeça no ombro do esposo e suspira aliviada. Miguel segura na mão da esposa dando um leve aperto.  

— Você tinha razão. Perdão por tudo. – Sorri entre as lágrimas. – Eu sempre lutei contra esse sentimento por puro orgulho.  

— Eu sei disso, mas agora iremos cuidar dela e tudo ficará bem. – Deposita um beijo na mão da esposa. – Como ela reagiu?  

— Ficou com medo no começo, mas depois ficou feliz. – Levanta a cabeça e encara as orbes azuis do esposo. – Estou com medo. 

— Eu também estou, mas temos que ter esperança. – Beija a testa da esposa com ternura. – Juntos iremos descobrir uma cura. 

— Deus te ouça. – Miguel fica surpreso com a fala da esposa. – Você tem razão, ela é um anjo. 

— O nosso anjo. – Vira a cabeça e olha para a filha inconsciente na cama. – Ela irá se salvar. 

   Robertha segue o olhar do esposo e sorri por ver a filha com a expressão serena e mais uma vez seu face volta a ser banhada por lágrimas – mas agora com um novo sentimento, fé – Miguel abraça a esposa com força e cai em lágrimas também. 

   Robertha realmente demonstra arrependimento e dor por ver sua prole sofrendo, mas infelizmente terá que assistir calada a morte consumir a filha. 

   Um pouco tarde para arrependimentos? Nunca é tarde para se arrepender, pois enquanto a tempo a perdão e recomeço. 


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Notas finais do capítulo

Acho que dessa vez não fui tão má assim. Espero que tenham gostado.
Obrigada a todos pelo carinho e nos vemos nos comentários.
Beijos.



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