Meu Milagre escrita por Briden


Capítulo 17
Capítulo XVI


Notas iniciais do capítulo

Olá, como estão?
Eu quero pedir mil desculpas pela demora, sei que era para ter saído sábado esse capítulo, mas vou falar os motivos para não ter feito isso. Desde quinta estou tentando escrever, mas como quinta foi meu aniversário mau tive tempo de escrever e sexta eu acabei tendo compromissos que me ocupou o dia todo e de noite eu sai para comemorar o aniversário do meu sogro que me rendeu uma ressaca no sábado. Estou escrevendo o domingo todo e terminei agora a pouco.
Desculpem-me pela demora e trouxe um capítulo maior para compensa-los.

Chega de papo, vamos ao capítulo.

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/698708/chapter/17

 

Se olha pela décima terceira vez, querendo ter certeza que sua roupa está adequada e boa o suficiente para a ocasião – o vestido preto de poá, com um laço rosa na cintura, um casaco branco por cima e sapatilhas rosa – mas para ela parecia que estava faltando alguma coisa ou que não estava à altura dos Campbell. Por fim prende apenas as mechas da frente, deixando o resto solto e como acessório apenas seu colar com o pingente de cruz.

   A porta de seu quarto é aberta, revelando uma cabeleira loura de imediato ela reconhece o irmão – ele sorri – Arthur adentra o quarto, parando diante da mais nova.

—Vai sair? – Diz ao notar a irmã arrumada.

—Sim. – Vira para olhar o irmão que também está arrumado. Cabelo arrumado para trás, camisa social azul marinho, com uma gravata borboleta cinza e suspensórios xadrez vermelho, calça social preta e sapatos sócias preto. – Vai sair com a Sabrina?

—Um almoço com a família dela. – Segura na mão da irmã e a roda. – Está uma gata, vai sair com o Richard? – Faz uma cara de desgosto.

—Sim, almoçar com a família dele. – Puxa o irmão para a cama e ambos se sentam. – Acha que vão gostar de mim?

—Claro que vão, você é uma garota incrível. – Beija a mão da irmã. – Não gosto desse seu namoro. Aquele imbecil já te machucou muito.

—Ele mudou. – Arruma a gravata do irmão, que estava torta. – Assim como você. Todo mundo merece uma segunda chance.

—Mesmo assim. – Acaricia a bochecha da irmã. – Se precisar de qualquer coisa me liga.

   Beatriz se joga sobre o irmão, fazendo o mesmo cair deitado na cama. Ele a abraça com força – os dois haviam criado uma ligação muito forte e os anos de maus tratos tinham ficado para trás – ele a joga na cama.

—Eu te amo. – Arthur senta e olha para a irmã. – Eu estive pensando e tomei uma decisão. – Ele passa os dedos nos cabelos, tentando arrumar. – Eu vou sair de casa.

—Não, por favor. – Levanta assustada ficando em pé diante do mais velho. – Não quero ficar sozinha.

—Calma. – Segura na mão da irmã, a puxando para sentar no seu colo. – Você irá morar comigo. Vou te tirar dessa casa. – Passa a mão nos cabelos da irmã, fazendo um leve afago. – Quero que você tenha um ambiente melhor. Vou ajudar você no colégio e futuramente na faculdade.

—Não Arthur. – Levanta do colo do mais velho, se afastando do mesmo. – Não posso mais fazer isso. Você tem que me odiar, me odiar. – Sai correndo do quarto o mais rápido, não queria olhar mais nos olhos do irmão.

   Beatriz sabe que está fazendo mal ao irmão, por não contar a verdade, mas não tem coragem de contar a verdade. Agora que tem o que sempre almejou não quer viver sem – o amor que recebia a deixava feliz – mas estava sendo egoísta e perversa, disso ela sabia.

   Corre para os fundos da casa dando de cara com o pai, que se assustou ao ouvir a porta bater. Ao se virar depara com a filha mais nova e fica estático no lugar.

   Beatriz é a filha que mais se parece que sua esposa - só não a cor do cabelo, já que sua esposa é ruiva - e vestida daquele jeito, toda comportada. Sua esposa se vestia da mesma forma quando eram adolescentes e se não fosse pelos cabelos negros da filha, juraria que quem estava parada ali era sua esposa.

—Desculpe-me. – Beatriz abaixa a cabeça. – Com licença. – Dá as costas para o mais velho e volta a andar.

—Beatriz? – A jovem para assim que ouve a voz grossa do mais velho. – Aonde vai?

—Na casa do Richard. – Vira para o mais velho encontrando os olhos do mesmo, porém havia algo diferente neles. – Posso ir?

   Miguel olha para a filha sem entender, afinal ela não pedia permissão para nada – não que a jovem não tentasse, mas assim como sua esposa ele não se importava com o que a caçula fazia ou fingia não se importar – não sabia como lidar com a caçula.

—Papai. – Diz ao se aproximar do mais velho. – Sinto muito. – Era tudo o que conseguia dizer quando estava apenas os dois. – Eu o amo muito.

—Beatriz. – Tentava não demonstrar o quanto aquelas palavras mexiam consigo. – Beatriz. – Os olhos da filha mostrava a dor e a angústia que sentia e doía na alma dele vê-los assim.

—Em breve sairei da vida do Sr. e da mamãe. – Ela fica nas pontas dos pés e se inclina, depositando um beijo no rosto do mais velho. – Nunca mais machucarei o Sr. e a mamãe. – Se vira e anda para longe do mais velho, não queria ver o ódio nos olhos dele.

   Miguel vê a filha sumir do seu campo de visão. Não sabia explicar o motivo daquelas palavras terem mexido consigo, mas sentia um aperto no peito.

   Beatriz sabia que seus pais não chorariam por sua morte, mas seu tolo coração queria acreditar que sim e isso a machucava ainda mais.

   Ao abrir a porta da frente se depara com Richard que estava preste a bater, ele olha para a namorada e sua expressão fica séria e preocupada.

—O que houve, pequena? – Segura a mão dela e a puxa para fora. – Fala comigo, por favor.

—Não houve nada. – Finalmente encara o namorado percebendo que o mesmo estava mais arrumado do que de costume. – Está lindo. – Suas bochechas ganham uma coloração rosada.

—Você está lindíssima. – Dá um selinho nela. – Podemos ir?

—Beatriz? – Os dois se assustam ao ouvir a voz grossa e seria de Arthur. – Esqueceu sua bolsa.

—Obrigada. – Pega a bolsa e sorri envergonhada. – Desculpe-me pelo o que disse.

—Tudo bem. – Deposita um beijo na testa da irmã. – Eu já vou indo. – Ele vira para Richard. – Se tentar passar do limite te arrebento a cara. – Olha sério para o menor. - Cuide dela. – Olha para a irmã e sorri. – Tchau. – Sai andando indo para a garagem.

—Babaca. – Rosna irritado. – Vou quebrar a cara dele.

—Calma. – Ela põe a mão no rosto dele. – Ele só está cuidando de mim.

—Eu posso fazer isso. – Mostra todo o desconforto que sente em relação ao mais velho. – Por isso eu sou seu namorado.

—Ele é meu irmão. – Sorri ao notar o ciúme do namorado. – Nós podemos ir? – Richard se aproxima de Beatriz e captura os lábios dela a surpreendendo, mas ela retribui.

                                    ✟ ✟ ✟ ✟ ✟ ✟ ✟

   Depois de uma longa caminhada o casal finalmente adentra o bairro nobre da cidade. A área mais protegida da cidade.

   Ali só residia famílias importantes, famílias com grandes fortunas - Richard vive ali - Beatriz sabe quem são os Campbell, não só por serem uma das famílias mais influentes, mas por ser a família mais caridosa da cidade.

   Richard junto com Beatriz para diante de enormes portões dourados, os mesmos se abrem e Richard adentra puxando Beatriz. Caminham para a porta da mansão – uma mansão grande na cor pastel, com grandes portas de madeiras – uma linda vista. Uma das portas se abre, revelando um homem de aproximadamente 40 anos, mediano, moreno, cabelos negros e olhos castanhos escuros, usando um fraque.

—Bom dia Sr. Campbell. – Ele sorri para o casal. – A Sra. Campbell os espera. – Dá passagem para o casal que adentra a residência.

   Richard conduz Beatriz pelo hall indo para a sala de visitas – um ambiente grande, com grande sofá branco em L com almofadas pretas e duas poltronas pretas, uma televisão de 75 polegadas uma mesa de vidro com umas revistas e uma porta de vidro, dando uma visão do jardim – o lugar é regado de luxo e conforto, diferente da casa da jovem.

—Demorou, meu filho. – Uma voz fina e suave surge atrás deles. – Já estava prestes a mandar o motorista atrás de você.

—Não exagera mãe. – Vira para mãe, fazendo Beatriz também virar.

   Uma mulher de aproximadamente 43 anos – de estatura mediana, pele clara e longos cabelos castanho claro lisos, olhos verdes. Com um longo vestido branco de poá – uma mulher encantadora e conservada.

—Já chegamos. – Richard dá um beijo na mãe. – Mãe essa aqui é Beatriz minha namorada. – Aponta para Beatriz que se encontra mias vermelha que um tomate. – Beatriz essa é Denise minha mãe. – Aponta para a mais velha que ri da palhaçada do filho.

—Para de bobagem, Richard. – Dá um tapa no ombro do filho. – Já nos conhecemos e você sabe disso. – Cumprimenta Beatriz com um beijo na bochecha. – Como está, querida?

—Estou bem e a Sra.? – Sorri ainda constrangida.

—Estou bem também. Vamos nos sentar. – Aponta para o sofá. – Não precisa me chamar de Sra. não sou tão velha assim. – Diz risonha.

   Os três caminham para a sala, Beatriz e Richard sentam no sofá e Denise senta em uma das poltronas de frente para o casal. Denise olha para Beatriz a analisando a jovem – mas a mulher já conhecia muito bem a jovem – mas ver seu filho ao lado de uma garota como ela, é realmente algo que a deixa feliz.

—Cadê a Lia e o pai? – Diz Richard quebrando o silêncio.

—Lia está se arrumando e seu pai foi resolver uns assuntos na empresa, mas já deve estar voltando. – Seu olhar cai sobre Beatriz. – Não precisa ficar nervosa, querida.

 -MÃE? – Natália chega na sala gritando e os três olham para a jovem, ficam um pouco surpresos ao ver a roupa da jovem. Usando um chapéu preto, com os cabelos solto, uma camisa social branca com babados e por cima um blaiser azul marinho, um short social também azul marinho, meias pretas até os joelhos e botas pretas com uns detalhes brancos. – Que caras são essas?

—Que roupa é essa? – Richard olha confuso. – Vai a alguma festa? – Caçoa da irmã. – Parece uma palhaça.

—Cala a boca. – Pega uma das almofadas e joga na cara do irmão. – Imbecil, eu tenho estilo ao contrário de você.

—Não comecem. – Repreende os dois. – Cumprimente a visita.

—Oi Beatriz. – Natália corre até o casal e se joga no colo de Beatriz, a abraçando. – Como está? Estava com saudades. Achei que não viria.

—Chega Lia. – Richard a segura pela cintura a tirando de cima da namorada. – Assim vai matar minha namorada. – Joga a irmã ao seu lado no sofá. – Se comporte.

—Não seja chato. – Soca o braço dele. – Ela não é propriedade sua. – Levanta e senta entre o irmão e a cunhada, fazendo o mais velho se afastar dando lugar para ela. – Você já passa muito tempo com ela.

—Porque ela é minha namorada. – Richard tenta puxar Natália, mas a jovem segura no braço da cunhada. – Mãe dá um jeito na Lia.

—Estão assustando a Beatriz. – Ri ao ver Beatriz perdida e assustada com os dois. – Eles são sempre assim. Menos vocês dois.

—Desculpa mãe. – Dizem em uníssono.

—Com licença Sra. – O mordomo diz ao adentrar a sala com uma mulher ao seu lado. Uma mulher de aproximadamente 45 anos, alta, pele clara e cabelos castanhos claros, olhos avelã. Trajando um longo vestido salmão liso. – A Sra. James acaba de chagar.

—Obrigada Afonso. – Levanta e se aproxima deles. – Poderia trazer um suco, por favor.

—Sim Sra., com licença. – Diz ao se retira da sala os deixando à vontade.

—Oi Kate. – Cumprimenta com um beijo na bochecha. – Cadê o Orlando?

—Foi resolver alguns assuntos na empresa. – Se direciona aos três jovens que se mantinham calados. – Como estão meus sobrinhos? – Natália levanta e abraça a tia. – Sempre renovando, não é Lia? – Beija a testa da sobrinha.

—Claro tia. - Sorri para a mais velha.

—Oi tia. - Richard levanta e abraça a tia. - Não sabia que viria. - Desfaz o abraço e segura na mão da namorada fazendo a mesma se levantar. - Tia essa é Beatriz minha namorada.

—Já a conheço, seu palhaço. – Bate de leve no braço do sobrinho. – Como vai, querida? Fico muito feliz em saber que agora ele tem alguém que irá levar para um bom caminho. – A cumprimenta com um beijo na bochecha. – Vocês formam um casal lindo.

—É um prazer conhecer a Sra. – Sorri constrangida.

—Quanta besteira. – Sebastian adentra a sala acompanhado de Bárbara, ambos carregam um sorriso presunçoso e maldoso nos lábios. – É só mais uma de muitas que o R já teve.

—Respeite-a. – Kate repreende Sebastian. – Seja educado e se comporte.

—Que seja. – Sebastian dá de ombros. – Não queria vir.

—Sentem-se. – Denise conduz os três recentes convidados até o sofá. – Hoje não é dia de brigas.

   Richard senta novamente puxando Beatriz para seu lado. Sebastian senta ao lado de Beatriz, fazendo a jovem ficar um pouco incomodada. Bárbara senta ao lado de Richard e o clima estranho paira no ar. Natália bufa irritada com o atrevimento de Bárbara e por fim acaba sentando ao lado de Sebastian e as duas mais velhas sentam nas poltronas de frente para os jovens.

   Afonso adentra a sala acompanhada de duas mulheres – uma loura de olhos castanhos escuros, de pele clara e outra morena de olhos azuis, de pele clara. Ambas trajando um uniforme – as duas trazem uma bandeja, uma contendo bebidas e a outra com alguns aperitivos.

—Trouxe também uns aperitivos. – As duas empregadas serviam enquanto ele dizia. – Espero que esteja do agrado da Sra.

—Está sim. – Denise pega o copo da empregada. – Obrigada Samanta. – Bebe um pouco do suco.

   Após servirem todos os convidados, os três se retiram. O clima na sala não é um dos melhores, Beatriz demonstra desconforto por estar perto de Sebastian – já que o mesmo foi uma paixão antiga – e também ciúmes por Bárbara estar perto de Richard.

—Adorei seu vestido Beatriz. – Bárbara sorri cínica. – Lia tinha um igualzinho ano passado. – Diz ácida. – Mas ela doou no natal.

   Todos olham surpresos para Bárbara – todos sabiam como Beatriz vivia e que desde pequena a mesma usava roupas de doação. Isso nunca fora motivo de ter vergonha, mas ela o que a jovem sentia no momento – o sorriso vitorioso brinca nos lábios de Bárbara.

—Não comece Bárbara. – Richard sussurra no ouvido de Bárbara. – Será que o pai vai demorar? – Tenta quebrar o clima de desconforto que se instalou no ambiente.

—Acho já que daqui a pouco. – Denise sorri sem graça. – Apesar de te conhecer sei pouco sobre você, Beatriz. – Ganha a atenção da jovem. – É da idade do Richard, certo? – Beatriz assente para mais velha. – Já sabe os planos para o futuro?

—Gostaria de fazer pedagogia. – Ganha a atenção de todos presentes. – É o que sempre quis fazer.

—Você irá conseguir. – Kate participa da conversa. – Espero que agora o Richard melhore.

   Dois homens adentram a sala, chamando a atenção de todos presentes. Um moreno, louro de olhos verdes, com barba para fazer e trajando um terno preto. O outro também moreno, de cabelos negros e olhos castanho escuro, trajando um terno cinza escuro.

—Boa tarde. – Os dois falam em uníssono.

—Boa tarde, querido. – Denise deposita o copo em cima da mesa e encaminha até os dois homens. – Demorou.

—Mamãe sempre exagerando. – Natália corre até os pais e pula no colo do pai. – Podemos ir comer?

—Isso são modos? – Denise repreende a filha.

—Estamos em família. – Olha para Bárbara com desdém. – A única intrusa aqui é a Bárbara.

—Hoje não. – Denise olha sério para a filha. – Se um de vocês começaram com provocações ou brincadeiras, iram se arrepender.

—Não queiram ver ela brava. – O mais velho põe Natália no chão. – Boa tarde, Beatriz. – Caminha até a jovem e a mesma levanta. – É um prazer tê-la em minha casa.

—O prazer é todo meu Sr. Campbell. – Aceita o comprimento do mais velho.

—Somente Henrique, nada de Sr. – Pisca para a jovem. – Aquele é o Orlando o pai do Sebastian. – Aponta para o outro homem que já se encaminha até eles.

   Orlando cumprimenta Beatriz e em seguida caminha até a esposa, lhe dando um selinho. Henrique senta na poltrona puxando a esposa para seu colo. Natália volta a sentar ao lado de Sebastian. Agora seria a hora de conversarem e se conhecerem.

                                      ✟ ✟ ✟ ✟ ✟ ✟ ✟

   Todos comiam e conversavam – o clima mais leve – Beatriz apenas respondia o necessário, apenas observava o atrevimento de Bárbara que está sentada ao lado de Richard, aproveitava para acariciar a perna do rapaz que as vezes subia um pouco mais até a parte intima do mesmo. Sebastian também provocava o primo, pondo a mão na coxa exposta de Beatriz, a jovem não reagia quando sentia aquele toque, apenas segundos depois tirava a mão de Sebastian de sua coxa.

   Os mais velhos não percebiam o clima entre os quatro adolescentes, mas Natália sim e tentava ajudar a cunhada e o irmão, mas de longe ficava impossível.

—Tudo bem Beatriz? – Denise pergunta ao perceber o olhar assustado da nora. – A comida não está do seu agrado? Quer que eu mande preparar outra coisa?

—Não precisa. – Tenta tirar a mão de Sebastian sem que ninguém note, mas o mesmo segura firme. – Es...está tu..tudo gostoso. – Diz tentando com dificuldade.

—Não parece. – Kate a olha preocupada. – Parece nervosa, está tudo bem mesmo?

—Não tia. – Natália diz por fim. – Sebastian está passando a nela. – Diz irritada.

   Richard levanta irritado e parte para cima de Sebastian, derrubando o mesmo no chão e lhe socando em seguida – todos olham surpresos para a cena – mas ao perceberem o que realmente ocorre, Henrique e Orlando vão até os rapazes e tiram Richard de cima de Sebastian que já se encontrava inconsciente e repleto de sangue. Ele tenta se soltar dos braços do pai e do tio, mas os dois o prende com força.

   Kate corre até o filho inconsciente e com a ajuda de um dos empregados o pega do chão, levando para o outro cômodo sendo seguida por Bárbara e Natália. Denise olha furiosa para o filho.

—Já chega, Richard. – A voz calma e baixa deixava claro o quanto a matriarca estava furiosa. – Você tem que aprender a se controlar.

—Ele que começou. – Se debate nos braços do pai e do tio. – Não devia pôr a mão na Beatriz, faz isso para me provocar.

—Ignore. – Olha para Beatriz que ainda se encontra petrificada no mesmo lugar. – Beatriz? – A garota pisca algumas vezes ao ouvir a voz da mais velha. – Sabemos que é uma boa menina, mas acho que é melhor você e o Richard terminarem.

—Nem ouse fazer isso, mãe. – A raiva transborda nos olhos dele. – Me solta, droga. – Os dois apertam ainda mais os braços de Richard.

—Primeiro se acalme, meu filho. – Henrique olha para o cunhado, o mesmo entende o recado e solta o sobrinho. – Vá ver o Sebastian. – Segura no outro braço do filho.

—Com licença. – Orlando se retira em seguida.

—Afonso, peça para o motorista levar a Beatriz até em casa. – O mordomo se retira assim que ela termina de falar. – É o melhor para você, Beatriz.

—Entendo. – Por fim ela consegue recuperar todos os sentidos. – Não precisa de incomodar, eu vou andando mesmo. – Levanta de seu lugar e seu olhar para em Richard. – Perdoem-me por isso. – Aproxima de Richard. – Melhor assim.

—Pai, por favor. – Ao ouvir a voz embargada do filho o solta. – Não é melhor. – Segura nas mãos da namorada. – Eu não vou terminar com a Beatriz. – Olha para a mãe com raiva. – Não vou deixa-la e se ele ou qualquer outro me provocar ou pôr a mão na Beatriz eu vou matar.

—É esse seu comportamento explosivo e animal que lhe prejudica, meu filho. – Denise tenta explicar a situação para o filho. – É isso que ela merece? Não, a Beatriz merece um garoto que cuide dela e nem você e nem o Sebastian é esse garoto.

—Eu nunca machucaria ela. – O clima ficava cada vez mais pesado. – Não vou cometer esse erro novamente.

—Leve a Beatriz para casa e quando chegar a gente conversa. – Henrique põe um basta na discussão. – Desculpe-nos por isso e espero que a gente possa ter outra oportunidade.

—Eu não queria causar isso. – Beatriz abaixa a cabeça escondendo os olhos marejados. – Sinto muito.

—Não foi sua culpa. – Olha sério para o filho. – Melhor irem.

   Richard não espera Beatriz responder e a puxa para fora da sala de jantar – deixando seus pais furiosos para trás – eles passam pela sala de estar e avista Sebastian sendo limpo por Kate e Orlando ao lado dos dois. Juntos adentram a sala de visitas, sendo recepcionados por Natália e Bárbara, nenhuma das duas falam nada, Natália entrega a bolsa para Richard, o rapaz pega e continua seu trajeto para fora da mansão.

   O silêncio entre eles dois é desconfortável e estranho. Atravessam os portões sendo observados pelos empregados e pela família do rapaz. Beatriz apenas deixa ser conduzida.

—Sinto muito. – Ele quebra o silêncio. – Não queria magoar você.

—Não me magoou, apenas me deixou assustada. – Levanta a cabeça revelando sua face manchada pelas lágrimas. – Pode não me levar para minha casa?

—Vamos para o nosso lugar. – Para fazendo a namorada também parar. – Eu nunca mais vou te deixar só. – Põe as mãos no rosto da namorada e acabava vendo o sangue secos nos dedos. – Promete mudar, por você faço qualquer coisa. – Beija a testa dela e a trás para mais perto de seu corpo a envolvendo em um abraço. – Dou minha vida se for necessário. – Ouve o choro da namorada e a abraça mais forte.

   Aquelas palavras mexiam com ela mais do que ele poderia imaginar – uma declaração que doía no coração da jovem – cada dia que passava Richard se apaixonava ainda mais por Beatriz, mas ele não sabia que cada dia que se passava era um dia a menos para ela.

    Richard desfaz o abraço e olha nos lindos olhos verdes da namorada que agora carregava apenas um brolho triste – queria poder ver o brilho alegre neles, mas cada dia via menos – para tentar amenizar a dor, sela seus lábios nos dela, recebendo um beijo repleto de paixão e salgado por causa das lágrimas.

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se chegaram até aqui, foi porque me desculparam ou apenas leram e vão me xingar, mas tudo bem eu entendo vocês.
O que acham que vai rolar agora? O que acham que Beatriz vai fazer?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu Milagre" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.