Meu Milagre escrita por Briden


Capítulo 15
Capítulo XIV


Notas iniciais do capítulo

Olá, como estão?

Eu demorei para postar porque estava sem tempo para escrever, eu comecei no sábado, mas no consegui terminar. Tive compromissos sábado e domingo meu namorado ficou doente e ficou complicado.
Eu voltei com um capítulo novo e cheio de discussões e coisas boas. Viu eu sou boazinha.
Chega de falação, agora é hora de ler. Espera tem mais uma coisa eu escrevi esse capítulo ouvindo duas músicas que fazem parte da minha playlist dessa fic. Se quiserem ouvir eu deixo o link. As múcicas desse capítulo foram, Tua Família, na primeira parte e Teu anjo quando o Richard chegou.

Boa leitura!



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   O sol invade o ambiente, o deixando mais iluminado, o vento balança as cortinas de forma calma e ritmada.

   A mesa do café cheia, todos comendo e rindo – uma família perfeita – de perfeitos não tem nada, mas a mesa não está completa um membro da família faltava. Esse membro nunca faria parte da família enquanto a matriarca vivesse, porém, o filho mais velho do casal fazia questão de contrariar as ordens dos pais.

 -Beatriz? – O mais velho chama a caçula ao vê-la passar as escondidas. – Já tomou café?

—Arthur não comece com besteiras. – Robertha perde a face alegre, dando lugar para uma séria. – Se quer ser o irmãozinho protetor seja, mas essa coisa não faz parte da minha família.

—Coisa? – Pergunta incrédulo. – Beatriz é sua filha, fruto do amor da Sra. com o papai. – A paciência já estava se esgotando. – Aquilo foi um acidente, ninguém tem culpa.

—Aquela bastarda tem. – Fita Beatriz furiosa. – Eu nunca quis ter outra filha, queria um menino e o Diabo me mandou isso. – Cospe as palavras sem nenhum remorso. – Engravidei de uma filha que nunca desejei.

—Calma, Robertha. – Segura na mão da esposa. – Arthur não comece.

—Como pode odiar a sua própria filha, papai? – Olha nos olhos do pai esperando encontrar sinceridade. – Sangue do seu sangue, fruto de um amor.

—Sua mãe sofreu e ainda sofre e por culpa dela. – Diz com frivolidade. – Ela não é uma benção, é uma praga. Uma bastarda.

—NÃO A CHAME ASSIM. – Soca a mesa com raiva. – Beatriz é sua filha. O único bastardo aqui, sou eu.

   O silêncio cai sobre a cozinha, ninguém tem coragem de dizer e como teriam? Se todos sabem que as palavras ditas por Arthur são verdadeiras, se todos sabem que ele não é fruto da união do casal.

   Mesmo sendo filho de outro homem Arthur havia sido criado e educado por Miguel e o amava como pai, mas com o passar do tempo percebeu que ele que deveria ser tratado com tanto desprezo e ódio pelo patriarca e não a sua irmã.

—Arthur, não diga bobagens. – A voz embargada da matriarca denunciava o quanto aquelas palavras doíam. – Não repita nunca mais isso.

—É a verdade, Robertha. – Sabia que esse assunto machucava a mais velha. – Eu sou o bastardo, o fruto errado.

—Você é meu filho e fim de conversa. – Miguel diz sem emoção alguma na voz.

—O Sr. não é meu pai. – Fita o mais velho com raiva. – Suas filhas são Bianca e Beatriz e devia ama-las igualmente. – Olha para mais velha e percebe que a mesma já se encontra em lágrimas. – Vai ver que a mamãe engravidou de outro homem e é por isso que ela odeia a Beatriz.

   No impulso Robertha bofeteia Arthur, deixando todos perplexos. O rapaz põe a mão no lado que recebeu a bofetada e vira para a mãe com um sorriso nos lábios.

—Só juntei as peças, mamãe. – Diz com sarcasmo. – Se ela é uma bastarda como dizem é porque a Sra. dormiu com outro homem. Meu pai ou outro homem?

—JÁ CHEGA, ARTHUR. – Miguel grita furioso. – Não admito que fale assim com sua mãe. A respeite.

—Palavras doem, não é? – Sustenta o olhar do mais velho. – Agora sabem como a Beatriz se sente quando dizem coisas absurdas.

—Arthur, por favor. – Beatriz segura na mão do irmão. – Vamos sair daqui.

—Não se meta nisso. – Robertha limpa as lágrimas que teimam em descer por sua face. – Você sempre é a culpada de tudo.

—A culpa é da Sra. – Arthur olha para a caçula e sente seu coração se apertar ao ver o olhar triste da mesma. – Espero que mude de pensamento.

—Eu nunca vou amar essa coisa. – Disse que rispidez. – Quero que morra, uma morte dolorida e lenta.

—Não vou mais discutir. – Arthur segura a caçula pelos ombros. – Vamos sair daqui você não merece ouvir isso. - Dito isso, ele sai da cozinha levando Beatriz consigo.

   Palavras machucam mais que um tapa e Beatriz sabia disso, os tapas logo passavam, mas as palavras ecoavam em sua mente sempre que podia. Sua mente a torturava todos os dias.

   Arthur puxa Beatriz a fazendo sentar ao seu lado. Sentados em frente à casa, observam a vizinhança – o sol os aquece – o silêncio prevalece desde que chegaram ali, apenas curtiam a companhia um do outro.

—Você está bem? – Direciona seu olhar para o irmão. – Parece triste.

—Sim. – Olha nos olhos da mais nova. – Você já sabia, não é?

—Mais ou menos. – Segura na mão do irmão e lhe oferece um sorriso doce. – Se sente mal por isso, não é?

—Me sinto deslocado. – Encosta a cabeça no ombro da irmã. – Eu amo o Miguel como meu pai e o admiro, mas sei que não é meu pai biológico.

—Sangue não é o mais importante. – Acaricia os fios louro do mais velho. -  O que importa é amor que o papai tem para com você.

—Não é isso. – Fecha os olhos aproveitando as caricias da irmã. – Esse amor é seu. Você é a filha biológica.

—Mas era para eu ser um menino. – Suspira triste. – Por isso mamãe me odeia.

—Juntos iremos descobrir uma forma da mamãe e do papai amar você. – Diz ao levantar e olhar animado para a irmã. – Prometo lhe dar um futuro feliz e regado de amor.

   Puxa a irmã e a envolve em um abraço caloroso e protetor. Arthur vinha sendo mais que apenas seu irmão mais velho – havia ganhado um amigo – e ela sabia que dessa vez seria diferente e que agora perto da sua morte, estava tendo um pouco de amor e momentos felizes.

—Eu infelizmente tenho que te deixar. – Diz ao desfazer o abraço. – Tenho um encontro com a Sabrina. – Deposita um beijo na testa da irmã. – Qualquer coisa me liga. – Sorri e logo em seguida corre para dentro de casa.

   Beatriz volta a se sentar em um dos degraus da escada. Se sentia feliz mesmo após a discussão do café, de uma forma inexplicável o irmão a fazia esquecer todos os seus problemas e dores. Seu olhar se perdia nas poucas nuvens que dançavam no céu.

   Perdida em pensamentos, em sonhos perdidos, desejos ocultos e medos visíveis, sem perceber que a alguém a observava. O rapaz a olha com um misto de admiração, medo, saudade e paixão – ele havia se apaixonado por ela – e não sabia quando ocorreu, mas no momento em que se viu sem ela, seu coração doeu e vê-la sozinha e triste fez seu coração quebrar ainda mais.

—Beatriz? – A jovem o olha assustada. – Podemos conversar?

—Sim. – Se dar por vencida. – Depois você me deixa em paz? – Levanta e anda até o rapaz.

—Faço o que você quiser. – Sorri miúdo. – Eu sei que menti e te machuquei.

—Muito. – Passa pelo portão quebrando a barreira entre eles. – Você se arrepende? Do fundo do seu coração?

—Claro que me arrependo, pequena. – Se aproxima ainda mais da jovem. – Eu devia ter escolhido você, mas tinha medo e vergonha.

—Entendi. – Abaixa a cabeça escondendo seus olhos marejados. – Ninguém gosta de mim mesmo.

—Eu gosto de você. – Com delicadeza ele ergue o queixo dela a fazendo olhar em seus olhos. – Você me mostrou o valor de uma amizade verdadeira.

—Então por que fez aquilo? – Sorri triste.

—Porque fiz a escolha errada. – Lágrimas descem pelas suas bochechas. – Não queria ser visto com você e nem gostar de você. Não queria ser taxado como esquisito só porque virei seu amigo.

—E o quer agora? – Pergunta temendo a resposta.

—Seu perdão. – Diz ao se afastar da jovem. – Quero uma nova chance para mostrar que mudei. – Se ajoelha diante dela chamando atenção das pessoas que passavam por li. – Perdão por mentir. Perdão por te enganar. Perdão por te humilhar.

—Levanta, por favor. – Tenta levanta-lo, porém, sua tentativa falha. – Eu já te perdoei. Sei que se arrependeu.

—Jura? – Diz ao se levantar. – Realmente vai me dar uma nova chance?

—Sim. – Seu sorriso aumenta ao ver a animação do jovem. – Como ser humano e filha de Deus sei que devemos perdoar, para poder prosseguir em paz.

—Quero confessar algo. – Coça a nuca mostrando sinal de nervosismo. – Eu não quero ser seu amigo. – Ao dizer isso percebe um misto de surpresa e tristeza na face da jovem. – Não é nada disso que está pensando. Na verdade, eu quero ser mais que seu amigo.

   Richard dobra um dos joelhos no chão e segura a mão de Beatriz, a mesma o olha confusa e surpresa. O jovem tira a mão que estivera em suas costas desde que chegou, revelando um pequeno buquê de flores dos campos – um pouco murchas – os olhos da jovem se enchem de lágrimas, o coração bate freneticamente e os olhares se encontram.

—Quer ser minha namorada? – Diz ao estender o buquê para a jovem. – Sei que não lhe mereço, mas estou apaixonado por você.

—Diz que é uma brincadeira, por favor. – Dizia entre lágrimas não queria que ele estivesse sendo sincero. – Você não pode sentir isso por mim.

—Não estou brincando. – Levanta, ficando de pé diante dela. – Eu sei que não mereço você, mas te suplico uma chance.

—Eu sinto o mesmo por você. – Suas bochechas ganham uma coloração rosada. – Eu quero muito descobrir esse sentimento. – Toca o rosto dele com as pontas dos dedos. – Me perdoa, mas acho que estou sendo egoísta em fazer isso. – Sorri triste. – Eu aceito.

—Obrigado. – Põe a mão livre na face da jovem. – Prometo melhorar por você. – Põe o buquê diante de sua face a jovem o pega. – Posso te beijar?

   Beatriz arregala os olhos, nunca havia beijado ninguém e sabia que era normal um casal fazer isso, mas ela também conhecia outro tipo de relacionamento onde o casal por causa da igreja não tinha qualquer contato físico desde um simples encostar de mãos até um beijo e só ocorria esse contato após a união diante de Deus, porém Richard não fazia parte desse seu mundo e seu interior clamava por aquele contato.

    Um beijo, nada além de um beijo. Seu coração batia dizendo sim e seu cérebro dizia não, mas ela nunca escutava seu cérebro seu coração sempre seria seu guia até o seu último suspiro. Seu coração lhe guiou até ali e não seria agora que mudaria de ideia.

    Beatriz assente com cabeça, um sorriso brota nos lábios de Richard e devagar ele se aproxima, cola sua testa na dela e seus narizes se tocam e nesse momento Beatriz fecha os olhos. Suas respirações se mesclam e por fim Richard encosta seus lábios nos dela, a mesma abre os olhos assustada, porém não dura muito. Richard faz leves movimentos e Beatriz tenta acompanha-lo, mas falha, o beijo é calmo e doce, desajeitado e puro. Sabendo da inexperiência da jovem cessa o beijo com alguns selinhos e se afasta.

—Gostou? – A jovem apenas assente. – Acho melhor sairmos daqui. – Diz ao perceber pequena plateia o observando de longe. – Quero ficar a sós com você. – Segura na mão livre da namorada. – Quero compensar esses 22 dias que fiquei longe de você.

   Beatriz sorri e Richard lhe rouba um selinho a deixando ainda mais vermelha. Cansado daquelas pessoas lhe olhando atravessado o rapaz corre para longe deles, levando consigo sua agora namorada. Ele só queria expressar o quanto estava feliz. Ambos corriam o mais rápido possível, enquanto algumas pessoas já comentavam.

   Beatriz havia confiado novamente em Richard, mas será que ela realmente está apaixonada por ele ou apenas quer se vingar? Se ele havia mudado por causa dela, ela também poderia ter mudado por causa dele? Seria um começo de um relacionamento ou um começo de uma vingança? Cá entre nós não a vingança melhor que o amor, usá-lo ao seu favor é uma jogada de mestre.


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Notas finais do capítulo

Sabia que vocês eram legais e chegaria até aqui.
Link da playlist: https://play.spotify.com/user/bridenynkinson/playlist/70Amy3zfAAvzipLcXQ9V4F


Agora quer pedir duas coisas.
Primeira: Comentem, façam essa pessoa jocosa.
Segundo: uma menina do grupo quer ajuda para uma pesquisa, se puderem entrem no like que vou deixar e ajudem ela.
Link: https://goo.gl/forms/ZDCkJ27S9rRXHHKs2

Obrigada a todos. Beijinhos.



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