San Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.1) escrita por Biax


Capítulo 31
Party Hard




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— Eu contei a história dos seus pais pra ela.

— Ah. Ela adora essa história. — James me olhou, dando de ombros.

— Claro! É tão lindo! Não entendo porque você não gosta.

— Não é que eu não goste. Já ouvi ela milhares de vezes. Uma hora enjoa.

— Se fosse a história dos meus pais eu não enjoaria. Contaria pra todo mundo.

— Minha mãe conta pra todo mundo. Espera só que ela vai querer contar pra Bru... E se eu fosse vocês, aproveitava agora pra escolher uma mesa. O povo vai começar a chegar e ocupar tudo.

— Você nem vai parar quieto, né? — Lili riu.

— Não... — Abaixou a cabeça, fazendo drama. — Não no começo, pelo menos.

Lili desceu pela área da churrasqueira e foi até o gramado. — Qual mesa pegamos? — perguntou indo até o meio do lugar, olhando todas as mesas. Foi até a última mesa, que ficava perto do muro cheio de plantas trepadeiras. — Vai ter um bailinho? — questionou James, vendo o som estéreo no canto do quintal.

Nós três fomos até lá.

Olhando agora, dava para ver que haviam algumas luzes coloridas — tipo pisca-pisca — penduradas em um varal improvisado. As mesas formavam duas fileiras, e o oposto — metade do quintal estava vazio. Não que o espaço fosse grande, mas dava para as pessoas dançarem sem esbarrar umas nas outras.

— Isso é ideia da minha mãe. Eu não quis nada disso.

— Mas ficou tudo bonitinho.

— Está parecendo festa de menina. — Cruzou os braços.

— ... Bem... Vamos ficar com essa mesa — falou rápido e sentou-se na mesma mesa que tinha falado antes. Roubou uma bala do pote de vidro.

Sentei também.

— Infelizmente não posso servir vocês ainda.

— Como assim? — Júlio perguntou sentando do lado esquerdo de Lili. — Preciso comer, moço, estou com fome.

— É, eu já imaginava. Mas é regra. Não sei de quem, mas é. Vai ter que esperar um pouco. Vai comendo balinha aí...

— James! — Sua mãe chamou de lá da varanda. — Vem me ajudar.

— Tô indo! — Nos olhou. — Já venho. – E saiu.

Júlio olhou o pote de vidro, pensando em pegar.

— É de goma. — Lili disse quando ele levantou a mão.

Ele abaixou a mão no mesmo instante e se recostou na cadeira, fazendo uma careta.

— O que comprou pra ele? — Ela perguntou.

— Uns jogos. Por que você comprou a camiseta do 30 seconds?

Lili fez uma cara de “não é óbvio?” — Por que ele gosta da banda?

Júlio revirou os olhos. — Não, por que não comprou do Green Day? Você disse que ia comprar igual o CD.

— Por que não tinha. O cara tinha vendido tudo.

— Ah...

Vimos o irmão de James se aproximando. Ele deu a volta e ficou atrás da cadeira da Lili, e a abraçou pelos ombros.

Ela sorriu, colocando os braços em cima dos dele. — Achei que não gostava mais de mim.

— Desculpa, estava com as mãos sujas. — Sentou na cadeira vaga do lado dela. — Você nem veio mais aqui.

Lucas parecia ter uns dez ou onze anos. Era parecido com James, mas de certa forma parecia mais com seu pai.

— Ah, porque eu voltei pra escola. Eu estava de férias quando vinha aqui. Mas agora estou de volta.

Ele sorriu.

— Você não quer pegar umas comidas pra gente? — Júlio perguntou, tentando não ficar com cara de tédio.

— Ahnn... Não posso. Minha mãe vai brigar se eu pegar.

— É só você ir devagar, ela nem vai...

— Para. — Lili empurrou a cara de Júlio para trás. — Quer deixar ele de castigo?

— Eu posso tentar se vocês estiverem com fome... — comentou, divertido.

— Não. Se sua mãe disse que não podia, então não pode. Vamos comer quando puder, não se preocupe.

— Lucas! — Sua mãe o chamou. — Vem aqui!

Rapidamente, ele levantou e foi até lá.

— Só porque ele é bonzinho não significa que você pode abusar da boa vontade dele. — Lili disse, meio irritada.

— Eu estava brincando, não ia fazer ele ficar de castigo.

— Arram, tá.

Júlio fingiu olhar ao redor e não respondeu.

Alguns parentes de James chegaram e sentaram em uma mesa distante. Haviam duas garotas que aparentavam ter nossa idade, que olharam para nós — ou mais especificamente para Júlio — e acenaram, sorrindo. Ele deu um breve aceno, parecendo mais interessado em olhar para a grama.

Lili deu uma olhada rápida para mim e suspirou.

Júlio levantou. — Vou ver se estão precisando de ajuda lá dentro.

— Tá — dissemos.

No momento que ele passou pela mesa das garotas, elas cochicharam uma com a outra, dando risinhos. Ele nem olhou para elas.

Lili fechou a cara.

— Elas o conhecem pelo jeito, né?

— Parece que sim. Mas acho que ele não deu bola pra elas. Quero só ver se vai continuar assim quando as outras chegarem.

— Outras?

— James infelizmente tem muitas primas. E metade delas querem dar uma atenção desnecessária pro Júlio.

— Você já viu isso, então?

— Sim. Já viemos muito aqui quando elas estavam de visita. Tudo cheia de fogo.

Dei risada. — A quanto tempo exatamente você gosta dele?

Ela olhou para o céu, como se estivesse tentando lembrar. — Desde que me aproximei dele e do James, no começo do ano passado.

— Você nem deve ter passado muito por esse sofrimento, né? — perguntei, meio irônica.

— Você nem imagina. — Riu. — Já desisti de gostar dele mais de cinquenta vezes. Geralmente tomava essa decisão quando estava em casa. Mas na segunda, quando via ele rindo, com aquela covinha no queixo, tudo ia pro saco.

Sorri. — Ai, Lili. — Peguei sua mão em cima da mesa.

— Por isso as vezes considero ficar com o Viktor de novo. Apesar do mal entendido, ele nunca fez nada disso. Mas eu nunca consigo desistir do Júlio, por mais burradas que ele faça. E por mais que essas meninas me irritem.

— Infelizmente eu não posso te ajudar. Minhas experiências são quase nulas.

Ela riu. — Nunca lidou com isso?

Balancei a cabeça. — Eu nunca gostei tanto de alguém pra sofrer assim. — Mais pessoas chegaram, e Dani estava acompanhando eles. — Será que se a Dani ainda estivesse com o Yan, ele estaria aqui? — pensei alto,i olhando para o grupo.

— Talvez... Bru. — Apertou minha mão. — Você se sente mal com isso?

— Com isso o quê?

— Com o fato deles já terem namorado.

— Acho que sim.

— Mas você não tem nada a ver com ela. Não precisa se sentir mal. E além do mais, eles nem estavam mais juntos quando você conheceu o Yan.

— Eu sei...

— Não pensa mais nisso, Bru. Não tem porque se preocupar.

— Tudo bem...

Mais pessoas foram chegando, e logo quase todas as mesas estavam cheias. Muitas das pessoas conheciam a Lili, e a cumprimentavam carinhosamente. Provavelmente já era considerada da família.

Assim que escureceu, as luzes coloridas foram acesas. As cores davam um ar divertido e gostoso ao jardim.

Pouco depois, a mãe de James apareceu e ligou o som, colocando músicas agitadas. Ela e Marcus foram os primeiros a começar a dançar.

Vi James na área da churrasqueira, virando a cara e balançando a cabeça.

Graças ao casal, outras pessoas começaram a ir dançar.

Falei para Lili das comidas que James e Júlio estavam atacando e fomos até lá. Os pratos estavam dispostos na pia e em uma mesa paralela a ela. Haviam mini lanches, salgadinhos, amendoins, balas, chocolates, copos plásticos e garrafas de refrigerantes e sucos.

Pegamos um prato descartável e colocamos um pouco de tudo, e voltamos a mesa.

Depois de comer um pouco, Lili levantou e me puxou.

— O que foi?

— Vamos dançar!

Olhei para James, pedindo socorro, mas ele apenas riu. Lili me puxou para perto das pessoas e começou a dançar. Olhei ao redor.

James caiu na gargalhada, pela minha cara de perdida.

— Vai Bru! — Lili berrou. — Se mexe! — Pegou minhas mãos e começou a me mover.

Comecei a pegar seu ritmo, e dançamos juntas. Pra mim não era bem uma dança, era mais uma mexida doida. Mas era legal.

James se juntou a nós, mas Júlio parecia relutante em participar. Mas foi só ver Lucas chegando perto que levantou e ficou perto da Lili.

Ela não tinha visto aquilo. Ela só riu porque ele mal se movia, e pegou suas mãos igual fez comigo. Logo ele estava a girando e rindo com ela.

Eles ficavam bem dançando juntos. Ou tentando dançar. Lili se mexia bem, no ritmo da música. Já ele tentava, ficava meio duro. Mas dava pra ver que ele se esforçava.

Na verdade, ele não parecia se esforçar, parecia mais copiar os movimentos dela, já que ele nunca deixava de olha-la. Ou...

Assim parecia que eles esqueciam tudo que houve de brigas entre eles, e apenas se deixavam levar.

Senti alguém segurando minhas mãos e voltei a atenção a minha frente.

James me girou, sorrindo. — O que está achando da festa? — perguntou alto.

Sorri. — Está muito legal. Queria que meus aniversários fossem divertidos assim — respondi no mesmo tom.

— Por quê? São chatos?

— A cada vez fica pior. Mas é porque minhas festas têm diminuído. Ano passado teve um bolo e alguns lanches. Só chamei alguns parentes próximos e uns amigos. Meus pais não acham que valha a pena gastar muito com festas.

E então, começou uma música lenta.

Como eu me sentia bem com ele, já coloquei as mãos em seus ombros, e ele segurou minha cintura.

— No meu caso, eu tenho que dizer pra minha mãe se controlar. Ô mulher que gosta de dar festa. Ela quer sempre arranjar datas para fazer uma — sussurrou.

— Sério? Ela parece ser tão quietinha.

— Só parece mesmo. Ela adora tudo isso.

— E seu pai? Gosta também? — Mexíamos de um lado para o outro.

 — Ele gosta de tudo o que minha mãe faz. Qualquer coisa que ela quiser fazer ele vai apoiar.

Imaginei seus pais como crianças. Lucia bolando um plano e Marcus concordando com tudo sem questionar.

Ficamos em silêncio, somente dançando ao som da música e das vozes conversando.

Encostei a cabeça no ombro de James, a pretexto de olhar para o lado, e abracei sua cintura.

Os dois estavam parecidos conosco, mas Lili cercou o pescoço de Júlio com os braços. Eles conversavam com o rosto perto um do outro, e de vez em quando davam risada.

Será que hoje vai?

Eles estavam com o rosto cada vez mais perto, e cedo demais, uma música eletrônica começou a tocar, separando todos os casais.

Me soltei de James, já segurando sua mão, e ele começou a me sacudir com ele.


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