— Finalmente "independente". - suspirei entrando no hotel.

— Ei! Cuidado! - gritaram e eu me virei. Mas pra que eu fui fazer isso? Retardada. Alguma coisa me derrubou no chão e ainda caiu em cima de mim. Oh vida.

— Ai, ai, ai. - reclamei sentindo dor nas costas.

— Ah meu deus. Você está bem? - a criatura falou.

— Só com uma fratura, nada demais. - ri ao ver a expressão assustada da garota.

— Ai. Mil desculpas. Perdão, perdão. - ela começou a fazer reverências, incontáveis vezes.

— Tudo bem. Está desculpada. - nos levantamos.

— É que eu ouvi falar que o grupo BTS estava hospedado aqui, então corri pra cá em busca de um apartamento, mas não tem mais vagas... - entristeceu.

— Sou Annie. Prazer - fiz uma reverência educada.

— Mio Min Suk. - fez o mesmo ato.

— Apareça amanhã, tenho uma surpresa para você. - pisquei para ela, que sorriu antes de sair saltitando dali.

Peguei o elevador e estava subindo para o 15º andar, apartamento 503, onde eu morava há três meses. Meus pais se divorciaram e me mandaram para a casa de meus avós na Coreia do Sul, isso cinco meses atrás. Com esforço, consegui fazer com que eles alugassem esse apartamento, já que ficava perto da escola, mas com a condição de que eles viessem uma vez por mês fazer um chek up.
            Suspirei quando a porta do elevador abriu e sai, me batendo com tudo na pessoa a minha frente.

— Ai, ai. De novo não...- choraminguei.

— Você está bem? - alguém perguntou.

Ai. Amei essa voz.

— Qual seu nome? - surpreendi o garoto quando segurei sua mão, o susto foi tão grande que ele caiu de bunda no chão e eu, que estava o segurando, cai de joelhos à sua frente.

— Hyung, você... - outra voz bonita se fez presente. - Meu deus! Hyung!

Girei minha cabeça 180 graus e vi uma das coisas mais fofas desse mundo. Um garoto me encarava com seus olhos arregalados e com suas bochechas rosadas. Foi aí que percebi que ainda estava em cima do garoto da voz linda que eu "derrubei", e ele havia acabado de tirar os óculos escuros que usava e encarava o outro garoto com seus olhos negros profundos.

— N-Não fui eu! Eu não fiz nada! - já foi logo desmentindo a cena de duplo sentido.

— Qual seu nome?... Quais seus nomes? - perguntei.

— Você não nos conhece? Eu sou Park Ji... Ji... - ele gaguejou e ficou pesando no seu nome. Como alguém não sabe o próprio nome?! - Jimin.

— Jimin? Já ouvi esse nome em algum lugar, mas isso não vem ao caso. E você, criatura foférrima? - me voltei ao outro garoto.

— Fof-... Quando é que pretende sair de cima do hyung?! - disse tentando fugir da minha pergunta, eu acho.

— Eu não estou em cima dele. É quase, mas não em cima.

Quando estava levantando perdi o equilíbrio e quase cai por cima do Jimin, só que dei um salto e como ele é um pouco baixo passei por cima dele e de troco bati de cara com uma porta, que na mesma hora alguém abriu, embora eu só tenha visto fios pratas passando diante dos meus olhos, depois senti um braço me segurando.

— Quem é você? - alguém perguntou. Acho que era quem estava me segurando... me segurando?!

Ajeitei-me rapidamente e fiz várias reverências, pedindo desculpas. Quando olhei para meu "salvador" quase tive outro choque do coração. Ele tinha um sorriso encantador com covinhas que o davam um tom lindo e fofo e... Lindo. Ele passou a mão pelos cabelos prateados quando percebeu o jeito que eu o olhava, mas logo ficou sério.

            - Jimin, onde estão as bebidas?

— Eu não fui comprar...

Antes que o Jimin terminasse de falar, o garoto de cabelos brancos cerrou os punhos como se fosse dar um soco nele, mas ao olhar para a cara fofa dele, ele parou e Jimin terminou de falar.

— ... Ainda.

— Claro que não foi. Você estava dando em cima dessa mulher. - falou em tom irritado.

— NÃO! Ela que me surpreendeu então eu cai e ela caiu por cima de mim e...

— Devemos tratar uma dama com respeito. Qual seu nome?

Fiquei encantada com a cortesia do de cabelo prata, já que quando ficou sério sua aparência ficou meio hostil, mas assim era melhor. Percebi que estava dentro do quarto dele, então sai de fininho como se nada houvesse acontecido e o respondi:

— Eu sou... Atrasada! - gritei e eles se entreolharam por um instante.

— Atra... sada? - o de cabelos aparentemente prateados me olhou como se eu fosse de outro mundo.
            O que não era de todo uma mentira.
            - Preciso ir. - saí correndo.

— Ei! Espera! - algum deles gritou, mas eu só corri mais.