Angel Melody escrita por Bruno hulliger


Capítulo 7
Ritmo da inocência


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para vocês!!



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  Ricardo estava muito desapontado com a namorada. Ele nunca pensou que um ser - humano fosse capaz de fazer algo do tipo, ainda mais a sua própria namorada!! Seus instintos tomaram posse de seu corpo temporariamente e eles fizeram aquilo que o rapaz já devia ter feito há muito tempo: terminar com Isabelle. Finalmente a natureza desagradável da garota fora revelada, e pode-se dizer que com isso ela vai perder muito mais do que apenas um parceiro...

  Nossas ações trazem consequências para as nossas vidas, mesmo as ações feitas por outras pessoas... Sophia tinha receio de que algo em seu corpo estivesse “fora do lugar”, mas os médicos daquele hospital foram muito compreensivos e lhe acalmavam constantemente dizendo que sua saúde estava impecável. Mas por alguma razão o seu interior dizia o contrário. Sua cabeça ainda doía muito, e após cada exame pelo qual passava, apesar de dizerem que ela estava bem, os doutores não faziam expressões muito satisfatórias...

  Apesar dos resultados positivos nos relatórios, Melody demorou um pouco a finalmente ser liberada. Já era quase noite quando o doutor que a atendeu decidiu liberá-la daquela cama tormentosa para enfim voltar para casa; mas mesmo assim, ele estava hesitante com o que deveria realmente fazer:

  "Tem certeza de que está bem?" perguntou.

  "Absoluta... Eu só sinto algumas dores na cabeça, mas sei que elas vão melhorar depois de uma boa noite de sono!" respondeu.

  "Tudo bem então... Você precisa de carona para chegar em casa?", ela afirmou que não. A partir daí ela foi finalmente liberada daquela prisão.

  Ela teve de ser carregada até a entrada, pois o estabelecimento era repleto de escadas e faltoso de rampas. Que lástima ver que um hospital público não tem a acessibilidade necessária para deficientes. Bem, de qualquer forma lá estava ela!! Do lado de fora daquela prisão e finalmente posicionada em sua cadeira de rodas — livre finalmente! Agora o jeito era voltar para sua moradia e dar explicações a Décio. O imóvel não era muito distante do hospital, o que facilitava muito, mas ainda assim havia longas e cansativas subidas... Ela até conseguia subir, mas era muito cansativo, além de uma tarefa dolorosa...

  Muitas pessoas que passavam por ela na rua se ofereciam para ajudá-la, mas apesar disso ela não aceitava aos pedidos. Não que ela fosse orgulhosa de si, (pelo contrário, ela na tinha orgulho algum de si mesma) mas sim porque a menina queria ser mais independente! Ela queria tentar viver uma vida mais normal, ela queria ser autônoma; Sophia queria mostrar ao mundo que era capaz de ajudar e não apenas de atrapalhar.

  Após alguns pedidos, alguns morros e algumas descidas, lá estava ela, em casa. O portão de entrada do local estava trancado, então ela decidiu chamar pelo primo, que devia estar distraído dentro de casa.

  — Primo!!... — gritou com sua voz linda. Ele não a respondeu, então decidiu chamá-lo mais forte: — PRIMO! — em vão. Mais uma vez! — DÉCIO!!! — silêncio. Ele devia ter saído par ir ao mercado, talvez... Ou então estava tirando um cochilo. Por via das dúvidas ela decidiu gritar com toda a força que lhe foi permitida; mas ainda assim, tudo continuou na mais perfeita paz.

  Cansada de gritar, ela descansou a voz, esperando pela sua aparição. Parada à entrada, a menina começou a pensar em sua vida sofrível. “Por que tudo tinha que acontecer comigo?!” pensava. Sua cabeça doía permanente e insistentemente. Aquilo era irritante... Bem, mas talvez ela realmente estivesse bem! Afinal, uma batida daquela deixa feridas; feridas bem doloridas. Envolvida em uma maré de pensamentos e memórias, ela mal percebeu o momento em que o Sol se fora e deixou para trás apenas a Lua com suas primeiras estrelas. O ar gélido da noite começou a vagar pela cidade, mas a garota não se importava com isso. Em sua mente ela imaginava se teria coragem de voltar para a escola no dia seguinte. Depois de tudo o que aconteceu, ela pensou que o melhor a fazer seria faltar à aula.

  “Cadê será o Décio...? Está ficando escuro...” pensava inocentemente.

  A grande luz que a Lua refletiu estava agora coberta por nuvens escuras, que tornavam aquela noite cada vez mais sombria. Melody estava ficando preocupada; ela achava que algo de ruim houvesse acontecido com o parente.

  Ao longe, uma vizinha andava pela rua, carregando uma enorme sacola de papelão, da qual dentro havia alguns alimentos comuns. Ao ver que a menina estava imóvel na entrada de sua casa, ela se lembrou de algo e foi correndo ao encontro da cadeirante.

  — ... Hm... Olá Sophi! cumprimentou, demonstrando intimidade. — É... Bem, desculpe pela demora. Estava fazendo compras e acabei me empolgando um pouco... — falou com tom descontraído.

  — Por que está se desculpando? — perguntou.

  — “Por quê”? Ué, você não se lembra? Seu primo lhe falou que iria deixar a chave da casa comigo, oras!

  — Meu primo...? Ele não me avisou nada... Ele vai ficar fora essa noite?

  — Acho que sim... Ou não... Bem, eu não sei ao certo; só sei que ele me pediu para cuidar da chave e da casa enquanto estiver fora.

  A garota estava um pouco desconfiada. Seu primo não lhe disse aonde ia, e pediu para uma vizinha ficar com a chave — coisa que ele mesmo podia ter feito caso ficasse pouco tempo fora de casa; mas não o fez. Talvez estivesse dormindo na casa de um amigo, mas isso era quase impossível já que estava há pouco tempo na cidade e não havia saído muitas vezes, tirando as horas em que ia ao supermercado, mas isso é um caso diferente... A vizinha permanecia seu olhar fixo na garota, talvez a esperar uma resposta de sua parte. Por pouquíssimos segundos, o único som que ecoava era o som das cigarras, que tocavam sua estranha melodia constantemente.

  Após pensar um pouco, Sophia concluiu a conversa com a seguinte frase:

  — Eu... Eu nem sei como te pedir isso, mas... Eu preciso de sua ajuda.


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