The Unnamed Feeling escrita por Killpop, Fuck Mean Girl


Capítulo 1
O Garoto Problema


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!
The Unnamed Feeling é uma história sobre um garoto problemático que encontrará a resposta para muitas de suas angústias com o apoio de um professor que mudará a sua vida para melhor.
A ideia original é minha (KILLPOP) e a FuckMeanGirl contribuirá com a história como co-autora.
Esse é o nosso primeiro Yaoi!

Esperamos que gostem e aproveitem a leitura! ♥



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Capítulo 01 – O Garoto Problema.

 

Aquela era mais uma noite normal na casa da família Green. Ben, Julia e Chloe sentavam em volta da grande mesa de jantar, quase como uma família de comercial de margarina, se não fosse o prato e os talheres sobrando à frente de uma cadeira, sinalizando que faltava alguém naquela refeição. Apesar de ser uma cena recorrente, Ben e Julia não se acostumariam com aquilo tão fácil. Todos os esforços de quem os tentava tirar do sério funcionavam, mas não os fazia desistir.

— Já passou das oito, Julia. — Ben tentava manter-se tranquilo, mas mostrava tensão ao usar muito mais força do que o necessário para cortar um pedaço de bife.

— Não sei mais o que fazer com esse menino. — Julia respondeu, levando as mãos até a testa e suspirando. — Tenta ligar para o celular dele mais uma vez. Eu já liguei mas, ou cai direto na caixa de recados ou ele não atende.

Chloe mastigava seu jantar observando os pais preocupados com seu irmão e achava aquilo tudo um grande exagero.

— Eu não sei por que vocês estão assim tão preocupados. É o Todd, gente. 18 anos convivendo com ele e ainda não entenderam? Ele vai voltar quando ele quiser. Tenho certeza de que ele está bem.

Ben e Julia continuaram a discutir sobre o filho mais velho, que não aparecia em casa desde quando saiu para a aula, no início da manhã, e não atendia as ligações. Chloe suspirou e resolveu ignorar aquilo, pois todo dia era o mesmo assunto durante o jantar.

O barulho da chave vindo da porta da frente chamou a atenção dos três. Chloe sorriu e Ben respirou aliviado.

— Todd Lewis Green. — Julia falou alto e pausadamente, deduzindo que era o filho que estava chegando. — Venha aqui na sala de jantar agora.

  O garoto entrou no cômodo com o lábio inferior inchado e sangrando levemente. Sua calça jeans estava rasgada na altura do joelho, apresentava um hematoma abaixo do olho esquerdo e ele sorria como se nada tivesse acontecido.

— Oi, família! — Ele largou a mochila num canto da sala, foi até a mesa e se serviu do jantar, se sentando logo em seguida.

  Todos permaneceram em silêncio esperando que ele explicasse o que tinha acontecido.

— Agora é assim, Todd? — Ben cansou de esperar e decidiu tomar uma iniciativa na conversa. — Você desaparece o dia inteiro, chega em casa todo machucado e não fala nada?

— Não tenho o que falar. Saí com os meus amigos depois da aula e só.

— E esse olho roxo? Esse corte no lábio? — Julia segurou o rosto de Todd, o obrigando a olhar em seus olhos. — Você brigou de novo?

— Talvez. — Ele se soltou da mãe e continuou comendo. — Não foi nada, já disse.

— Tudo bem. — Ela se afastou, voltando a sentar encostada na cadeira. — Recebemos uma ligação do seu colégio, Todd. Você brigou de novo. É a terceira vez nessa semana e estamos só na quarta—feira!

— Quinta vez. — O garoto loiro sussurrou para Chloe, que riu baixinho. Julia bufou.

— Eu e sua mãe estivemos pensando sobre esse seu comportamento. Vamos te matricular em outro colégio.

— O quê? — Todd se levantou da cadeira num pulo. Chloe olhou para o pai, incrédula.

— É isso mesmo. Amanhã vamos lá cancelar a matrícula.

   Furioso, Todd saiu da sala e foi direto para o seu quarto, batendo a porta com força. Mesmo com vontade de socar a parede, socou apenas o travesseiro, pois suas mãos já estavam machucadas o suficiente e ele não queria piorar a situação. Apesar de parecer irresponsável, Todd conhecia seus limites físicos.

O que os pais de Todd não entendem e nem se preocupam em entender, é que o garoto não quer ser como eles. Todd não quer uma vida normal e pacata. Ele não deseja uma casa bonita no subúrbio, nem filhos ao redor da mesa, fotos de família na estante e um carro popular na garagem. Todd deseja viver a sua vida até as últimas consequências. Ele quer ter a sensação de viver e correr perigo, de se atirar de um penhasco e morrer jovem com um cigarro na boca. Ele realmente deseja isso.

Ou talvez,  lá no fundo, Todd só queira alguém que o faça diminuir a velocidade, que tire o seu pé do acelerador, que o faça pisar no freio. Parece ridículo que em pleno Século XXI alguém ainda sonhe com o amor na sua mais pura essência, mas por debaixo da máscara de rebelde sem causa, ele quer alguém que o coloque nos eixos. Alguém que o faça encontrar o seu ponto de equilíbrio.

— Eles não podem fazer isso! — Chloe entrou no quarto de Todd e o abraçou, o impedindo de continuar socando o travesseiro. — Eles sabem que todos os seus amigos estão lá.

— Esse é o problema. Eles não gostam dos meus amigos.

— Nada a ver, Toddy. — Ela se sentou na cama e olhou para o irmão. — Eu vou tentar convencê—los a não fazer isso.

— Obrigado. — Todd se sentou e encostou sua cabeça no ombro da irmã. — Vou tomar um banho e dormir, estou cansado. Hoje bati no Luke até ele gritar pedindo para parar.

— No Luke? — Chloe se levantou assustada. — O que aconteceu?

 Ele a olhou com uma expressão aborrecida.

— É sério que você tá perguntando isso?

Ela deu de ombros e Todd revirou os olhos.

— Ele me contou sobre o que vocês fizeram ontem. — Falou irritado. — Mas ele entendeu que não é para ficar com a minha irmã e já está tudo bem de novo.

— Ah, Toddy, você é ridículo, sério. — Ela revirou os olhos, deu um soco de leve no ombro de Todd e foi até a porta, sendo seguida pelo irmão, que sorria. — Boa noite.

   Ele deu um beijo na bochecha de Chloe e fechou a porta do quarto.

— Acorda! — Chloe batia violentamente na porta do quarto de Todd. — Temos prova na primeira aula, esqueceu?

    Apesar de Todd ser um ano e dois meses mais velho que Chloe, eles estudavam na mesma turma por ele ter reprovado no ano anterior.

— Tá, já sei. — Ele abriu a porta e foi, sonolento, em direção ao banheiro, carregando uma bermuda e a camiseta do uniforme. Poucos minutos depois, saiu de lá pronto para a aula. Chloe o esperava na porta, mexendo no celular.

— Tenho uma boa notícia! — Ela disse, sem desviar o olhar do celular, enquanto caminhava pela calçada. — Falei com a mãe e o pai, disse que estávamos em dupla na feira de ciências e, caso você saísse do colégio, eu teria que fazer tudo sozinha e isso me prejudicaria muito.

— Sério?

— Sim. Eles não vão te trocar, mas parece que o diretor virá aqui em casa te conhecer melhor e ver o que pode fazer contigo. — Chloe encolheu os ombros. — Eu não entendo porque eles se incomodam tanto com o que você faz.

— Pois é, também não sei. Mas obrigado por me defender, como sempre.

— Não tem problema. – Chloe piscou sorrindo.

— Esse negócio do Fred vir aqui em casa, vai rolar mesmo? — Todd bufou. — Que saco! Já não basta ter que olhar para a cara dele naquela escola de merda?

   Chloe sorriu sem mostrar os dentes e colocou a mão no ombro do irmão.

— Vai rolar sim...hoje à noite. Prepare-se!

— Ah, não.

No fim do dia, Todd ainda não acreditava que, em poucas horas, Frederick Russo — ou apenas Fred, como Todd já estava acostumado a chamar pela alta frequência com que era mandado para a diretoria — estaria jantando com sua família para observar seu comportamento em casa. Cogitou chamar Luke para dar uma volta pelo bairro, mas acabou resolvendo enfrentar o diretor ali mesmo, afinal poderia se encrencar ainda mais se fugisse. Todd pensou que seria necessário tentar fazer alguma coisa para mudar aquela realidade. Não faltava muito tempo para que ele terminasse o colégio, então em quase dois anos, Todd estaria bem longe da daquela escola, de casa, dos pais controladores, do diretor Fred e todos que o condenavam por ser uma pessoa fora dos padrões. Alguém que não queria se encaixar nesse mundo de notas impecáveis, faculdade, emprego numa empresa multinacional, ternos e gravatas, reuniões e compromissos tediosos que o fariam sentir sono.

Não demorou muito até que a campainha tocasse, fazendo Todd praguejar mentalmente e se levantar do sofá. Ben desceu a escada correndo levemente, terminando de dar o nó em sua gravata listrada de preto e azul marinho que combinava com a camisa de um tom mais claro de azul.

— Diretor Russo! — Ben abriu a porta e recebeu animadamente o diretor, que retribuiu o cumprimento com um aperto de mão simpático.

— Apenas Fred, por favor. Onde está o nosso garotão? – Fred deu um sorriso um tanto forçado e sem graça para Ben.

   Todd revirou os olhos ao ouvir a voz de Fred.

— Ele está ali na sala, te esperando. Eu e a Julia tivemos uma conversa com ele ontem, está difícil. Torço para que a gente consiga colocar esse menino de volta aos trilhos.

— Que cheiro é esse? — Chloe perguntou, descendo a escada e indo em direção à Ben e Fred. Ela usava um vestido godê preto com detalhes em vermelho e com decote estilo princesa. Passou uma maquiagem discreta no rosto e seu cabelo estava amarrado numa trança larga que caía sobre seus ombros.

    Como Todd não queria ser expulso do colégio, decidiu seguir o conselho de seus pais e também se vestiu com roupas bonitas para impressionar o diretor. Penteou o moicano para trás e passou gel, o deixando baixo e arrumado; vestiu uma camisa preta de botões e uma calça jeans bem ajustada ao seu corpo. Deixou o All Star no quarto e pegou um sapato social do seu pai emprestado para usar naquela noite.

— É cheiro de queimado, eu acho. — Todd falou, se levantando para cumprimentar Fred com um aperto de mãos, sem fazer questão de parecer simpático nem de disfarçar que não gostava da presença dele ali. — Tem algo no forno?

    Ben exclamou um palavrão e correu até a cozinha. Chloe e Todd foram atrás, curiosos com a reação dele.

— A Julia vai me matar! — Ele parecia desesperado ao abrir o forno e se deparar com a enorme quantidade de fumaça que saía de dentro. Ao pegar a forma, viu um frango totalmente queimado.

— Parece que vamos ficar sem o nosso jantar, que pena! — Todd gargalhou.

— Não! — Ben pegou o telefone, discou alguns números e olhou irritado para o filho. — Vá para a sala fazer companhia ao diretor agora! E você também. — Ele apontou para Chloe e fez um aceno com a mão para eles saírem de lá. — Vão lá distrair ele enquanto eu resolvo isso.

     Todd e Chloe se olharam e foram até a sala, onde Fred e Julia, que recém tinha chegado do trabalho, conversavam.

— Parece que o jantar queimou. — Todd sorriu e se jogou no sofá. — Que pena, diretor Fred! Acho que vai ter que ficar para outra hora.

— O quê?! — Julia quase gritou. — Não pode ser.

  Ben chegou na sala e confirmou o ocorrido. Chloe e Todd riam do desespero de seus pais e Fred parecia totalmente deslocado, o que tornava tudo ainda mais divertido para o garoto.

— Eu conheço uma pizzaria aqui perto, podemos pedir uma pizza, que tal? — Fred sugeriu, coçando os poucos e curtos fios de cabelo quase grisalhos.

Todos aceitaram.

  A campainha tocou e Julia se levantou do sofá para atendê—la, mas Fred se ofereceu para pagar o jantar. Após uma certa insistência, Julia cedeu e o diretor foi até a porta, abrindo—a.

— Oi. Duas pizzas. Marguerita e Lombo Canadense com Requeijão, é aqui?

 Todd olhou para o entregador, que tinha um crachá escrito “Danilo” pendurado no peito, e riu ao reparar a diferença de altura entre ele e Fred. Não que Todd fosse a melhor pessoa para rir disso — Fred era um pouco mais alto que Todd, que ficava abaixo da média, com seu um metro e sessenta e nove de altura —, mas ele gostava mesmo de implicar com o diretor.


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Notas finais do capítulo

Be Prepared For Hell é uma one-shot paralela +18 com os personagens de The Unnamed Feeling: https://goo.gl/HhTHLp

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Bjs e até o próximo!