Back to New Orleans escrita por America Jackson Potter


Capítulo 15
XV


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora :x tive de reescrever esse capítulo várias vezes e n consegui aumenta-lo, ent, me perdoem do capítulo pequeno



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Não havia um dia sequer que Josh não me trazia notícias da minha mãe. Eu estava realmente grata a ele e nem sabia como poderia recompensa-lo. Talvez quando tudo resolvesse, ele poderia sair da cidade com Eddie ou passar mais tempo com ele.

A questão é: não sai do apartamento depois da festa. Pietro ficava rondando a cidade com Josh apenas para mostrar para Marcel e seus vampiros que iriamos ajudar mesmo. E acho que nem lembravam direito de mim, porque nem perceberam a minha falta. Exceto um dia e Josh teve de inventar que eu preferia caçar sozinha, que era mais fácil para mim. Acho que foi um trem assim.

Era uma sexta a tarde e eu estava sentada no sofá vendo tv. Eddie estava na cozinha preparando alguma coisa de gostoso para comermos. Ele adorava ficar na cozinha, sério. Parecia que aquele lugar era o refúgio dele.

— Chegamos. — Pietro abriu a porta e eu quase dei um salto para trás do sofá, estava muito concentrada em Bela e a Fera. — Calma, bruxinha, é só a gente.

— Bata na porta pelo menos — resmunguei voltando a minha concentração a tv. Puxei a coberta para mais perto dando espaço para os dois sentarem.

— Bela e a Fera? Sério? — Josh perguntou sentando ao meu lado. Pietro ficou na poltrona do outro lado.

— Que foi? É o melhor conto de fadas! — rebati rindo. Os dois garotos reviraram os olhos e eu gargalhei. — Vocês são péssimos. Menos o Eddie.

— Obrigado — o garoto gritou da cozinha.

— Não dê encima do meu namorado — Josh disse me tacando uma almofada.

— Então não fale mal do meu filme! — ri devolvendo a almofada. Pietro ficou apenas observando Josh e eu brigar e aproveitou para pegar o controle. — Não muda! — resmunguei tacando uma almofada nele.

E é assim que se começa uma guerra de almofadas com pessoas que dizem que são adultos. Eu particularmente nunca me achei que já fosse madura o bastante.

Pelo canto do olho, pude ver Eddie revirando os olhos com um sorriso. Aproveitei aquilo para tacar uma almofada nele, que logo depois devolveu a almofada em mim.

— Crianças, a comida está pronta! — ele riu. Josh parou na hora e ergueu o rosto para o namorado, Pietro aproveitou e tacou uma almofada nele. Pulei do sofá para correr até a cozinha. O cheiro de lasanha estava muito bom e estava esperando que o gosto fosse bom também.

Era ainda melhor. E fazia eu me lembrar de uma vez quando eu era pequena.

Como sempre eu estava voltando para casa toda cheia de lama. Minha mãe abriu a porta para mim e riu do meu estado.

— Você não deveria chegar assim em casa. — ela falou me pondo para dentro.

— Eu sei, mas uma explorada tem de ficar assim! — ela riu mais ainda.

— Mas não existe exploradores de nove anos — eu a encarei. Sentia a lama escorrer pelo meu rosto, mas não ligava.

— Você não deveria destruir meus sonhos assim, mamãe — disse eu, acho que a cara que eu havia feito foi tão fofa, porque minha mãe começou a rir mais.

— Hope, vá se lavar, o jantar está pronto. — ela bateu fraco nas minhas costas me indicando para ir ao banheiro.

Depois que eu estava um pouco mais limpa, me sentei na mesa com ela. A pequena mesa estava cheia de comida. Mamãe colocou um pouco de macarrão para mim e eu coloquei o molho especial dela.

— Está bem? — senti a mão de Pietro encostar na minha pele, me tirando dos meus pensamentos.

— Sim, só estava pensando. — sorri fraco. — Lembrando, na verdade.

— Uhum, agora coma. — Pietro indicou para o prato. — Vai esfriar e de acordo com Eddie, não comeu nada desde que almoçou.

— Dedo duro. — me virei para Eddie que já estava rindo de mim.

... 

— Venha comigo, Hope.

— Sabe que não precisam fazer isso, não é? — perguntei entrando no cemitério Lafayette.

— Ah querida, assim é mais fácil para nós. — Dahlia respondeu. — Sonhos são coisas magnificas. Quem sabe um dia, te ensino a manipula-los.

— Consegue fazer isso mesmo morta?

— A morte não impede uma bruxa de fazer nada. — Esther respondeu. — Tem muito que aprender, pequena.

Davina estava acendendo algumas velas quando entrei na tumba. Era sempre isso desde uma semana atrás. Sempre que eu dormia, minhas ancestrais me levavam para o cemitério Lafayette para aprender feitiços. Funcionavam nos sonhos, mas na vida real, eu ainda não tinha testado.

— Então podemos burlar a morte?

— Vampiros existem, querida? — Dahlia perguntou com um sorriso sarcástico. — O que aprendeu sobre bruxaria é muito pouco. Você é poderosa, Hope.

— A primeira da linhagem. Eu sei. — me senti no sofá ao lado de Davina.

— Não é só isso. Você é licantrope também. — a garota falou. — E quando morrer, vai se tornar uma vampira.

— Olha, eu já ouvi isso tudo antes, tá? — elevei um pouco a voz. — Não me sinto tão poderosa assim. Queria sentir, mas não consigo. Se eu pudesse apenas estalar os dedos e resolver isso tudo...

— Você precisa de ajuda, pequena. — Esther levou um dedo ao meu queixo e me fez encara-la. — Quando estiver pronta, poderá apenas estalar os dedos para resolver qualquer coisa.

— E até lá? Minha família fica presa? — o sorriso de Esther era triste.

— É tudo culpa minha... — ela sussurrou me dando as costas. — Ninguém merecia isso.

— Hope, por favor, entenda a situação. — Davina se mexeu no sofá. — Você precisa manter fé em si mesma. Precisa confiar nelas para que sua família saia dessa.

— E você? — a encarei. — O que está fazendo aqui então?

— Sou uma alma banida. — ela deu de ombros. — Não posso fazer muita coisa a não ser ficar aqui e escutar tudo isso.

— Pode simplesmente desaparecer, eu sei. Já li sobre a maldição.

— Posso mesmo, mas não quero. Sabe por que? Porque eu quero ver Kol livre, quero vê-lo feliz. Mantenha a fé em você.

Tudo começou a ficar claro. Alguém estava me acordando. Dahlia voltou o olhar para mim.

— Pode ir, amanhã continuaremos a lição.

Me remexi na cama antes que abrir os olhos e encarar Pietro. Pela luz do quarto, ainda não era de manhã, muito menos estava na hora do café. Me sentei na cama e o observei.

— Parece cansada.

— Bem, tente conviver com três bruxas nos seus sonhos dizendo para manter a fé em si mesma. — dei de ombros e ele riu. — O que está fazendo aqui?

— Precisava te mostrar uma coisa. — eu o encarei no meio da escuridão do quarto. — E não, não dava para esperar.

— É bom que seja algo realmente bom. — sai da cama procurando meu chinelo. Pietro pegou no meu braço e me levou para o terraço do prédio. Várias luzes piscavam e dava para ouvir alguma melodia aqui e ali.

— Então?

— O que você quer?

— Companhia para essa vista. — ele deu de ombros. — Você tem que relaxar.

— Pietro, eu...

— “Eu não estou bem, minha família está separada de mim”, sim, eu sei disso. — ele se apoiou na grade do terraço. — Mas se você continuar a falar isso, as pessoas não vão querer te ajudar.

— Elas já não ajudam. — rebati.

— Doeu agora. — ele fez um bico ofendido.

— Você me entendeu.

— Não, eu não te entendi, porque você não quer que ninguém se aproxime de você, não quer trazer as pessoas para perto de você por medo de machuca-las, mas H, você não é a granada.

— Está se referindo ao livro A Culpa das Estralas. — disse eu.

— Assisti ao filme com uma garota, longa história. — ele revirou os olhos e voltou a me encarar. — A questão é: se você continuar a construir uma muralha em volta de você, você vai acabar ficando sozinha e não vai conseguir recuperar sua família.

Fiquei calada. Olhei ao meu redor e observei as luzes coloridas piscando. Queria poder estar lá em baixo, dançando como uma pessoa normal, mas eu não podia. Para começar, sou uma Mikaelson de uma primeira linhagem, não lembro do meu pai e nem dos meus tios, e sou uma pessoa poderosa que não se sente como tal. Acho que construir a “muralha” era a coisa mais fácil de se fazer no meu caso.

— Por onde eu começo?

— Não é assim, H — ele riu revirando os olhos. — Você precisa confiar nas pessoas. — ele me puxou para seus braços, fiquei contra seu peito sentindo a respiração dele na minha nuca.

— Você está estra... — Pietro me inclinou para frente da grade e apenas segurou uma mão minha. — Pietro! — gritei.

— Confia em mim?

— Não sei.

— Me dê uma resposta melhor. — apenas conseguia ver o chão se aproximando mais e estava esperando ele me soltar.

— Socorro!

— Ninguém vai te escutar. Confia em mim?

— Pietro...

— Anda, H, confia em mim ou não?

Olhei para baixo e tentei olhar por cima do ombro, mas não deu certo. Queria ver a expressão dele.

— Confio! — eu disse não tão segura. Fechei os olhos esperando meu rosto atingir o chão, mas isso não aconteceu. Pietro havia me puxado de volta.

— Não te deixaria cair. — ele sorriu me soltando. O encarei, queria dizer muita coisa para ele, mas não podia. Se dissesse, ele, com certeza, teria me jogado de lá de cima.


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